Se Ela Quer Me Esquecer, Então Vou Fazer O Mesmo

 

POV Justin

 

Subi para meu quarto enquanto minha mãe voltava pra sala pra orientar os serviços dos consertos na sala. Abri a porta do meu quarto e me joguei atravessado na cama tirando os supras com a ajuda dos próprios pés. Assim que me livrei deles, me virei de lado encarando a bagunça que meu quarto estava. Relaxei meu corpo deixando o cansaço me possuir. Minhas pálpebras travaram uma briga comigo, mas eu tinha que tomar banho e comer alguma coisa. Levantei da cama bufando e me livrando da blusa. Seria apenas mais uma jogada no chão em meio aquela bagunça. Ryan sempre mexia nas minhas roupas quando eu não estava em casa e Mere sabia que não podia entrar aqui sem a minha permissão, logo o quarto parecia que tinha passado um furacão. Um furacão folgado chamado Ryan Butler. Entrei no banheiro e me olhei no grande espelho em cima do lavatório percebendo alguns ferimentos arroxeados em minha pele. Lembrei da minha briga com Chaz e franzi a testa bufando alto. Que raiva! Eu não sei por quanto tempo aquilo mexeria comigo me deixando mal, mas não era uma coisa a qual eu conseguiria ignorar. Se eu tivesse contado tudo pra Lorena, talvez ela voltasse pra mim. Se ela soubesse como preciso da sua segurança, do seu apoio, do seu carinho agora, talvez ela estivesse aqui agora. Mas eu fiquei feio um moleque mijão com medo da sua reação em saber da Cindy. Havia momentos em que eu me pegava a imaginar ela ouvindo e sabendo disso tudo. Na minha imaginação, horas Lorena era compreensiva e outras horas ela pirava. “Que que eu to pensando?”. Perguntei em pensamento pra mim mesmo enquanto sorria debochado e encarava meu reflexo no espelho. Lorena não estava nem aí para a minha existência, até quando eu iria me iludir com isso? Bufei alto soltando o ar e me livrei da calça e da boxer entrando no box. Abri o registro e abaixei a cabeça deixando a água morna bater em minha pele relaxando meus músculos rígidos por causa da tensão. Toda que vez que me pegava sozinho, as lágrimas caíam me dando um certo alívio. Era como se chorar tirasse um peso das minhas costas, mas não importava quantas vezes eu chorava colocando o peso pra fora, eu nunca me sentia mais leve depois disso. Levantei a cabeça deixando a água molhar meu rosto e se misturar com as lágrimas que haviam escapado. Até quando eu ia ficar chorando por causa dela? Simplesmente acabou! Infelizmente as coisas não duram ara sempre. Aquilo ainda doía em cada respiração que eu dava, a saudade de acordar e vê-la dormindo também estava presente e eu sentia até falta das nossas discussões. Mas aquela distância, aquele silêncio estava fazendo mais barulho e destruição do que qualquer discussão nossa. Era algo sufocante, mas ninguém morre de amor. Por amor, sim.

Fechei o registro e arrastei a porta do box com seus vidros abafados. Peguei uma toalha branca que estava ali e me sequei um pouco em seguida enrolando ela na cintura. Caminhei até o quarto avistei meu celular em cima da cama. Devia ter caído da cama quando me deitei. Peguei o aparelho apertando o numero do Ryan e em seguida colocando na orelha. Precisava agitar as coisas, não dava pra ignorar e agir como se o perigo não estivesse rondando.

 

– Fala, patrão. - disse debochado.

– Ryan, preciso de mais homens. Contrate 200 e deixe 100 espalhados em cada canto dessa casa. Quero os capangas vigiando cada inseto que passar nessa porra. - falei sem prolongar.

– Que isso, Bieber! Vai voltar a brincar de bandido? - perguntou com um ar de sarro.

– Não tenho escolha parceiro. - dei de ombros abrindo o armário com a mão livre e pegando uma boxer cinza.

– E com as outras 100 cabeça, faço o que?

– Manda eles ficarem pelo quintal. Depois eu dou uma missão pra eles. Vou dormir e não quero resolver isso agora. Mas manda uns 20 procurarem pelo Marcão e cercar a área onde ele tá de serviço.

– Que Marcão, Justin? Fumou?

– Eles vão entender, Ryan. - falei impaciente colocando finalmente a boxer.

– Já é. - disse meio desconfiado desligando.

 

Joguei o celular na cama e me virei outra vez para o armário caçando uma bermuda. Peguei a primeira que eu vi e coloquei rapidamente. Passei os dedos pelo cabelo para não parecerem tão desgrenhado e tirei a toalha do ombro jogando em cima da cama. Saí do quarto descendo as escadas e passei pela sala vendo minha mãe anotar algumas coisas em um papel enquanto um cara do conserto falava algo. Avistei Mere na cozinha e fui até lá já sentindo meu estômago reclamar outra vez.

 

– Mere. - chamei seu nome dando-lhe um leve susto e eu ri. - Pede pra alguém ir dar um jeito no meu quarto.

 

Ela assentiu saindo da cozinha e eu tratei de começar abrir as panelas pra ver o que tinha pra comer. Peguei um prato colocando um pouco do macarrão e em seguida coloquei o prato em cima do balcão deixando ali enquanto enchia o copo de Coca.

 

– Filho, - minha mãe me chamou surgindo na cozinha e eu virei o rosto para olhá-la e ela bufou mirando um papel em sua mão. - Vou ter que sair e comprar móveis novos. - disse com a testa franzida. - E você vai pagar. - ri pelo nariz guardando a Coca e começando a comer.

– Tudo bem, dona Patrícia. - falei debochado enrolando o macarrão no garfo.

– E depois vou lá pegar meus pequenos. - disse mudando o humor.

– Hoje de novo? - perguntei de boca cheia.

– Aham, Lorena me ligou agora a pouco perguntando se eu não queria ficar com eles até amanhã de manhã, óbvio que eu disse que sim.

 

Encarei a comida fingindo não me importar com aquele nome e enrolei o macarrão mais uma vez.

 

– Ela estava com a voz um pouco fanha. Deve estar resfriada e não quer que as crianças fiquem doentes. - deu de ombros vasculhando sua bolsa.

 

Resfriada? Ri baixo pelo nariz imaginando que na verdade ela estivesse chorando. Com certeza tinha deixado as crianças virem pra cá pra ter uma noite em paz com o babaca do Chaz. Fechei a cara enrolando mais um pouco de macarrão no garfo.

 

– Achei! - disse feliz ostentando a chave do carro.

– Quando chegar com eles, me acorde, então. Quero ver meus filhos!

– Vai dormir?

– Já estou dormindo, só estou comendo e falando com você pela força do hábito. - falei sorrindo de canto enrolando o resto do macarrão.

– Passou a noite lá no hospital com a pequena Cindy? - perguntou sorrindo sem graça.

– Mais ou menos. Cheguei de madrugada lá, mas o começo da manhã já foi bem desgastante também. - falei por entre um suspiro terminando de comer.

– Pela sua cara, acho que a Lorena tem a ver com isso. - disse pensativa.

– Não por muito tempo. - dei de ombros levando o prato pra pia.

– Como assim?

 

Peguei o copo de Coca e dei um gole limpando a garganta.

 

– Se ela quer me esquecer, então eu vou fazer o mesmo. - falei óbvio tentando parecer despreocupado.

 

Ela riu como se não me levasse a sério.

 

– Isso significa que a cada dia vou ter que dar de cara com uma dessas piriguetes suas? – perguntou segurando o riso.

– É, por aí. – falei convencido, mas nem um pouco certo daquilo.

– Bom, estou saindo. – disse mudando de assunto. - Quero conhecer a pequena Cindy. Vamos lá quando eu chegar? - perguntou já começando a se virar pra ir embora.

– Claro. - falei feliz terminando de tomar a Coca.

– Ok, filho. Beijos. - disse saindo enquanto seu salto ia estalando no chão cada vez mais baixo.

 

Deixei o prato e o copo em cima da pia e fui em direção ao meu quarto. Subi as escadas com o corpo ficando cada degrau mais cansado. Cheguei perto da porta do meu quarto e aviste o quarto onde costumava ser o quarto das crianças. Um nó embolou em minha garganta, mas caminhei até lá abrindo a porta devagar. Ver o quarto vazio me deu um sentimento estranho. As janelas estavam fechadas mantendo o ambiente escuro, o que piorava tudo. Tudo como Lorena. Caminhei devagar entrando no quarto. Há 5 meses eu não pisava aqui. Peguei uma boneca de pano que estava jogada no chão e coloquei no berço de Alice. Minha pequena Lara Alice Bieber. Sentia falta deles todos os dias. Hoje eu veria os rostinhos dos meus pequenos. Chuck era muito parecido com a mãe, mas Alice tinha todo o jeitinho mimado e chorão da mãe. Sorri pra mim mesmo sentindo falta de nós quatro juntos. Olhei cada canto do quarto enquanto ia em direção à porta. Eu não tinha nem 23 anos e já tinha uma família completamente desestruturada, coisa que me prometi que jamais deixaria acontecer. Eu já havia sofrido na pele o que é ter pais separados que não se dão bem. Não desejaria isso aos meus filhos, por mais que eles fossem apenas bebês. Tinha medo deles de repente chamarem Chaz de pai. Isso extrapolaria todos os limites, mas eu não ia mais me importar em abrir os olhos de Lorena, teria que deixar ela se foder sozinha. Entrei no quarto, agora arrumado, e fitei a cama. Era tudo que meu corpo implorava.

 

– Justin, está aí? - ouvia a voz do Ryan e leves batidas na porta que eu havia acabado de fechar.

 

Bufei pensando em fingir que eu estava dormindo, mas talvez fosse importante. Estalei a língua no céu da boca e destranquei a porta abrindo-a em seguida e ele saiu entrando todo folgado.

 

– Que demora, porra. - disse tranquilão.

– Pode vazar que eu vou dormir. – falei mal-humorado.

– Isso é hora de dormir, parceiro? - perguntou rindo.

– Não me importo. - dei de ombros. - Mas com certeza não tá na hora de você se meter na minha vida. - falei tirando a colcha da cama com moleza e me deitando nela.

– Só vim avisar que os homens já estão. Mandei os 20 pro Marcão e o resto ta tudo rodeando a mansão.

– Ótimo. - falei abafado com a cara no travesseiro.

– Qual é, Justin! Não vai me contar esse lance com o Marcão?

– Esse esquema aí é meu! - falei um pouco rude, mas ainda com sono.

– Tá, né. - disse e depois de alguns passos ouvi a porta sendo aberta e depois fechada. Paz, finalmente.

 

 

POV Lorena

 

O telefone ainda estava sobre minhas coxas. Eu havia acabado de ligar pra Pattie. Não tinha a menor possibilidade de ficar com Alice e Charles hoje. Eu estava completamente atordoada e fora da realidade com o que havia acontecido. Eu tinha negado o Justin. Eu tinha negado aqueles olhos, aquela boca, aquele cheiro, aquela pele. Eu tinha negado nós, negado uma história e negado uma reconciliação. Eu tinha conseguido dizer não quando meu corpo todo implorava por um sim. E no final de tudo me rendi a um beijo do Chaz. Mesmo que meu pensamento não estivesse ali naquele momento, meu corpo estava. Encarei minha aliança dourada de noivado e passei os dedos da outra mão por cima dela. Eu nunca a tirara. Seria como assinar o fim e eu não estava preparada para aquilo de uma forma tão oficial. Apesar dos meses sem Justin, ainda era duro acreditar que tudo havia acabado, que tudo tem seu fim e as vezes nem tão feliz assim.

 

– Já está na hora de tirar isso, né? - disse Chaz um pouco arrogante vestindo apenas uma bermuda enquanto chegava na sala esfregando uma toalha os fios de cabelo molhados.

 

Voltei a encarar a aliança sem responder ele e senti seu corpo sentando ao meu lado do sofá e tirando o telefone das minhas pernas.

 

– Ligou pra alguém? - perguntou enquanto colocava o aparelho na mesinha de centro.

– Pedi pra Pattie vir buscar Alice e Chuck. - falei ainda sem encará-lo.

 

Não sei se eu estava sem jeito pelo o que havia acontecido ou simplesmente estava chateada comigo mesma por ter deixado acontecer.

 

– Que bom, assim teremos o dia livre. - disse cheirando e eu senti um leve arrepio. Chaz deslizava seus lábios por toda minha jugular e eu fechei os olhos arfando em resposta.

– Chaz... - falei fraco tentando empurrar seu corpo de cima do meu.

– Que foi? - perguntou por um sussurro enquanto cheirava minha nua de um jeito bom.

– E-eu não quero isso. - falei sem jeito sem estar com os pensamentos em ordem. Apenas me levantei levando uma mão ao pescoço.

 

Chaz me olhava ainda do sofá de um jeito irritado.

 

– E o que aconteceu mais cedo?

– Foi... foi apenas um beijo. - dei de ombros sem encará-lo.

 

Chaz se levantou colocando seu corpo próximo do meu e suas mãos seguraram as minhas.

 

– Será apenas um beijo se você quiser que seja apenas um beijo. - disse despreocupado com um sorriso torto e as pontas dos seus dedos tocaram minha bochecha fazendo nossos olhos se encontrarem.

 

– Não consigo. - arfei sem forças.

 

Tudo que me motivava a seguir em frente parecia que Justin havia levado com ele. Sentia como se meu coração não estivesse comigo e se não fosse pelas leves batidas, eu acreditaria mesmo nisso, pois havia apenas um grande vazio dentro de mim.

 

– Você consegue se você quiser. - disse e eu senti seu hálito bater em meu rosto.

– Não é tão simples assim...

– Tente! - juntou nossos lábios de um jeito calmo dando um selinho macio. - Apenas tente!

 

Suas mãos apertaram minha nuca e ele selou outra vez nossos lábios. Não demorou muito e nossas línguas se encontraram. Rodeei seu pescoço com os braços enquanto tombava a cabeça pro outro lado. Chaz brincava com a minha língua, acarinhava meu corpo mas Justin ainda surgia em minha mente de forma lenta, insistente e dolorosa. Afastei nossas bocas depois de alguns segundos. Não dava pra beijar um com outro na mente. Era completamente desapontador. Não que o Chaz fosse ruim, mas meu corpo estava acostumado com o Justin.

 

– Preciso ver as crianças. - falei qualquer coisa apenas para sair da sala.

 

Segui até o quarto dos bebês abrindo a porta devagar e a fechei lentamente assim que adentrei ai quarto. Alice já estava com os olhinhos abertos tentando alcançar os bichinhos pendurados em seu berço. Sorri vendo aquilo e a peguei em meu colo e a pequena logo pegou uma mecha do meu cabelo em sua mão.

 

– Não, Alice. Mamãe já disse que puxar o cabelo é feio. - falei fingindo irritação enquanto abria sua mãozinha pra livrar o meu cabelo.

 

Um sorrisinho com seus quatro dentinhos brotou em seu rosto. Ela sempre fazia graça quando eu estava chamando sua atenção e isso sempre me fazia lembrar do Justin. Como se eu precisasse de mais isso pra lembrar daquela pessoa. Mordi de leve sua bochechinha e ela gargalhou fraco. Sorri abobalhada vendo como os dois estavam crescidos. Alice já ensaiava os primeiros passinhos e Chuck ainda engatinhava todo torto, mas estava quase lá. Olhei pra ele e seus olhinhos já estavam me encarando. Era apenas soninho pós-almoço, sabia que eles não iriam demorar pra acordar.

 

– Vem Charles. A vovó daqui a pouco tá aí pra levar vocês pra casa do papai. - falei pegando-o com o braço livre enquanto ele mordia e babava a própria mão. - Só por favor, não voltem com o cheiro do pai de vocês. – bufei pra mim mesma saindo do quarto.

 

Caminhei até a sala e a TV estava ligada num jogo de futebol americano. Entreguei os dois pro Chaz que não desviou os olhos da TV sem me dar muita atenção. Voltei até o quarto pegando os sapatinhos deles e uma fivela rosa com brilhinho pra prender no ralo cabelo da Alice. Voltei pra sala e calcei os dois enquanto Chaz reclamava do jogo. Dei um jeito no cabelo da Alice prendendo a fivela e a peguei no colo. A campainha soou depois de alguns segundos e fui atender. Pattie sorriu estendendo as mãos assim que me viu com Alice no colo.

 

– Cadê a princesinha linda da vovó. - Alice sorriu com a mão na boca e se agitou em me colo.

 

A entreguei para Pattie e sorri.

 

– Entra, Pattie. - falei caminhando até a sala pra pegar o Chuck.

– Não, não posso demorar, querida. - disse a apenas ouvi sua voz enquanto pegava Chuck do colo do Chaz que pouco dava atenção.

 

Voltei pra entrada e ela já colocava Alice na cadeirinha do carro.

 

– Desculpa a pressa, Lorena, mas eu realmente estou atolada de coisas pra fazer. - falou voltando e pegando Chuck do meu colo.

– Tudo bem. - dei de ombros sorrindo e me aproximei do carro.

– Como você está? - disse prendendo Chuck na cadeirinha ao lado de Alice.

 

Como eu queria responder com sinceridade aquela pergunta. Eu mal via Fernanda agora e estava esgotada de coisas para desabafar, mas Pattie não seria a melhor pessoa para aquilo. Apenas sorri e menti.

 

– Bem.

– Que bom. Amanhã bem cedinho eu trago eles pra você, tudo bem? - disse apressadamente entrando no carro.

– Ok. - sorri acenando e entrei em casa.

 

Chaz veio caminhando da cozinha com o copo com alguma bebida na mão e se jogou outra vez no sofá.

 

– Enfim, a sós? - Perguntou me encarando com um sorriso.

– Parece que sim. - respondi sem ânimo andando até o sofá enquanto ele descansava o copo na mesinha.

 

Subitamente suas mãos seguraram o meu rosto e seus lábios tomaram os meus em um beijo completamente diferente dos anteriores.

 

 

POV Justin

 

Senti um tapinha em meu rosto e a risada da minha mãe vinha no fundo. Estava mais dormindo do que acordado e outro tapinha leve na minha bochecha.

 

– Isso, Alice, bate nesse manézão, acorda ele. - ouvi a voz do Ryan feito eco no fundo e abri os olhos lentamente vendo Alice bem perto do meu rosto e suas mãozinhas nervosas e desengonçadas dando tapas no vento. Sorri levantando e pegando ela no colo. Ryan e minha mãe riam em pé ao lado da cama e Chuck estava na cama mordendo a fronha do travesseiro.

 

– Acho que era o quinto tapa que ela acertava em você. - disse minha mãe ainda rindo.

– Belo jeito de acordar. - falei suspendendo Alice e mordendo sua barriguinha. A pequena morria de rir com aquilo.

– Bom, vou indo. - disse minha mãe ajeitando a bolsa no ombro. - Vou na casa da sua vó e quando voltar quero meus netos vivos. - disse me olhando sério e depois saiu do quarto.

 

Coloquei Alice sentada na cama e peguei Chuck.

 

– Aí, Justin olhando vocês três assim dá até falta de ver Lorena com vocês. - disse bagunçando o cabelo da Alice que brincava com um dinossauro de borracha.

– Você e sua mania de falar demais. - falei me levantando da cama com Chuck ainda em meu colo. - Não tem nada melhor pra você fazer, não?

– Não, Fernanda pediu pra eu levar ela até a casa do Chaz pra ela passar a tarde com a Lorena e agora estou aqui sem nada pra fazer. - disse dando de ombros.

– Dá pra você parar de falar nessa garota? - perguntei já irritado pegando uma roupa no armário.

– Foi mal, bro, mas você perguntou.

– Tá, tá, tá. Segura o Chuck aqui. - entreguei Chuck a ele e fui para o banheiro.

 

Tomei um banho rápido trocando a roupa. 16:25 marcava o relógio no meu pulso. Eu não tinha dormido nem 3 horas, mas foda-se eu tinha prometido que levaria Chuck e Alice pra Cindy poder conhecer os irmãos e levaria.

 

 

Ajeitei o cabelo rapidamente olhando no espelho um pouco embaçado do banheiro, escovei os dentes e voltei pro quarto vendo Ryan todo atrapalhado com os dois no colo. Ri pelo nariz e peguei Alice que bateu palminhas sorrindo. Eu amava aquelas crianças demais.

 

– Vem. - falei já andando pra fora do quarto e Ryan me seguiu com Chuck no colo.

– Pra onde vamos?

– Só me segue. - desci as escadas.

 

Não estava a fim de contar para Ryan tudo que estava acontecendo. Ia deixar ele ver com os próprios olhos. Seria um pouco arriscado porque ele podia cair duro pra trás, mas tudo bem eu tinha que arriscar. Não pretendia esconder Cindy de ninguém. Ela não era um erro. Ela aconteceu muito antes de Lorena entrar em minha vida. E mesmo que fosse, Lorena não iria se preocupar se agora ela estava tão bem com o otário do Chaz. As coisas iriam mudar. Ia viver, agir e pensar como se ela nunca tivesse existido. Se não existiu pra ela, por que existia pra mim? Chamei um dos capangas parados na sala assim que cheguei no andar de baixo

 

– Eu vou sair e quero essa casa muito bem vigiada. - falei mandão e ele assentiu mandando os homens que estavam ali dentro irem para fora.

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