As Long As You Love Me

 

POV Justin

 

– Terei o enorme prazer de matar Alana? - perguntou Kimberly de um hjeito provocante e Ryan também me encarou esperando uma resposta minha.

– Não sei, não... isso pode ser arriscado. – respondi pensativo.

 

Kimberly revirou os olhos batendo as mãos nas laterais das coxas.

 

– Você me envergonha, Bieber!

– Deixa ela fazer isso logo, Justin! Assim o Lucio virá até você e aí pronto, pegamos o cara.

– Não é só isso... - comecei, mas fui cortado.

– Olha aqui, Justin! Já descobrimos onde a Alana está internada e precisamos eliminá-la. Já que começamos, então iremos até o fim. Já rodamos Atlanta e não encontramos o filho da puta do Lúcio e você sabe que ele tem casa em todo canto do mundo. Eu disse que não iria trabalhar pra você, eu disse que ia trabalhar com você e eu vou matar Alana você querendo ou não. - disse teimosa e Ryan parecia concordar com ela.

 

Respirei alto sem saída.

 

– E como você pretende fazer isso?

– Vou invadir a porra daquele hospital. - respondeu com um sorriso vitorioso.

– Como?

– Vou dar meu jeito. - deu de ombros.

– Quero ficar sabendo do seu plano antes de você coloca-lo em prática. - falei firme.

– Não confia na mulher que salvou sua vida duas vezes? Acho que já sabemos quem é a mais foda aqui. - disse debochada com uma mão na cintura e Ryan riu.

– Se não fosse por mim, hoje você também estaria tocando harpa com os outros anjos. - falei convencido.

– Mas foi apenas uma vez e você está completamente equivocado a respeito de uma coisa.

– O que? - perguntei confuso.

– Eu não estaria com os anjos. Provavelmente eu já teria roubado o trono do capeta. Sabe como é, só meninas boas merecem o céu, mas tudo bem! Eu nunca fiz questão de ficar por cima mesmo. - disse piscando o olho e deixando escapar o duplo sentido.

 

 

Ryan gargalhou alto e eu fiquei ali com cara de tacho.

 

O celular da Kimberly começou a tocar e ela fitou o objeto com a testa franzida e saiu pra entender enquanto a risada do Ryan ainda preenchia o galpão. Dei um soco de leve em seu estômago e ele curvou o corpo ainda rindo.

 

– Ai, ai... preciso ir embora. Fernanda me espera. - disse com uma cara de safado.

– Vai lá, garanhão. - falei debochado.

 

Quando já estava sozinho ouvi de longe a voz da Kimberly falando no telefone, mas não conseguia entender. Pela cara dela ao pegar o celular, ela não havia gostado de estar recebendo aquela ligação. Relutei um pouco, mas a curiosidade falou mais alto e fui me aproximando devagar da porta do banheiro onde ela estava.

 

– Já falei pra não me ligar quando estou na rua (...) eu sei, já estou indo pra casa. (...) Tá, não liga mais, ok? Tchau. - disse finalizando a ligação e corri para onde eu estava antes. Kimberly saiu do banheiro dando um sorriso amarelo.

 

– Vamos? - disse como se disfarçasse o seu humor.

– Quem era? - perguntei sério.

– Onde?

– Onde o que?

– Onde está o papel que eu assinei dizendo que você podia se meter na mina vida? - perguntou arqueando uma sobrancelha.

– Espero que você não esteja tramando nas minhas costas. - falei sério e um pouco desconfiado.

– Por um acaso eu sou mulher de fazer as coisas por trás? - disse se aproximando de mim furiosa.

– Ah é verdade, quem faz as coisas atrás de você sou eu. - disse com um sorriso debochado devolvendo o duplo sentido.

 

Sua mão estalou em minha bochecha direita fazendo um barulho alto.

 

– Idiota! - falou entredentes.

– Vadia desgraçada! - falei levando a mão até a bochecha machucada.

 

Queria quebrar a cara dela ali mesmo, mas eu certamente iria quebrar todos os seus ossos. Kimberly podia ser a mais rápida, a mais esperta, mas não era a mais forte.

 

– Mais respeito, Bieber. Não me chamo Lorena. - falou cuspindo as palavras.

– Não fala dela assim. - falei menos irritado.

– Por que? Fala sério! A pirralha te perdoou, muito babaca. - falou debochadamente revirando os olhos.

– Você fez tudo de propósito, né? Você queria me separar dela! - falei segurando seus ombros com força.

– Tudo que fiz, eu não fiz sozinha. Desculpa te lembrar disso., mas você quis! - falou maliciosa e seu jeito provocante estava começando a mexer comigo.

 

Eu não sei o que aquela mulher tinha, mas ela tirava o meu senso. Soltei seus braços de leve e ele me olhou pensativa como se quisesse entender o que eu pensava.

 

– Não vai me dizer com que estava falando? - perguntei sério.

– Com uma amiga, tá bom? Está satisfeito? - perguntou cruzando os braços.

– E por que essa sua amiga não pode te ligar quando você está na rua?

– Como é que é? Você estava ouvindo minha conversa? - falou vindo pra cima de mim com seu dedo indicador pressionando meu peito.

– Tenho que saber com quem estou lidando. - falei dando de ombros.

– Parece uma mulherzinha fofoqueira.

– Entenda como quiser. Só quero que você tenha certeza que se você estiver me escondendo algo, eu vou descobrir. - falei firme encarando-a de perto.

 

 

Kimberly bufou virando as costas e saindo do galpão pisando firme. Ouvi o barulho de sua moto sendo ligada e depois dando partida. Não fiquei muito tempo ali, olhei em volta verificando se não esquecia nada e meti o pé entrando no range rover. Olhei no relógio e já passavam das 23:00h. Meu pensamento foi em Lorena e em tudo que vivemos nesses últimos meses. Eu podia chegar em casa e ver dois rostinhos lindos que sorriam pra mim e tudo isso graças a Lorena. Kimberly havia falado de um jeito tão indiferente dela que me fez ficar mal. Lorena não era idiota, não queria que a vissem assim. Ela me amava mais do que tudo e eu também. Podíamos estar separados, vivendo um romancezinho adolescente agora, mas eu tinha a plena certeza que quando eu chegasse aos 70 anos eu iria querer virar meu rosto pro lado e encontrar o dela. Queria envelhecer ao lado dela, ver meus filhos se formando, trabalhando e vivendo suas vidas. O que eu sentia pela Lorena não era algo a ser duvidado. Ela era a mulher da minha vida, a única que fazia meu coração bater mais rápido e a única que tinha a habilidade de fazer meu coração bater mais lento também. Seu beijo era tão viciante, que mesmo que eu beijasse outras bocas, eu sempre me sentia enojado. Sem não era com ela, não tinha graça. Se não era ela, não tinha graça. Mesmo nos meses em que ela se escondeu em sua casa e eu cacei mulheres pelas noites com o Ryan, nenhuma delas me satisfazia. Era até patético. Eu, logo eu! Quem me viu e quem me vê sabe do que estou falando. Se Kimberly transbordava ódio por mim era exatamente por tudo que a fiz passar. Ela é e sempre foi durona e simplesmente não conseguia resistir a mim. Na época eu lembro o quanto ela era um pouco mais ingênua e se deixou levar, mas a verdade é que eu só queria sexo e ela acabou se apegando demais. Mesmo quando eu estava com Alana enquanto trabalhava pro Lúcio, eu ainda saía com a Kimberly e a levava a loucura. Era prazeroso ver como no dia-a-dia ela era uma leoa comigo, mas na cama simplesmente virava a minha cachorrinha. Até que da noite pro dia ela fugiu e nunca mais a vi. Agora ela ressurgiu e estava aqui agindo como sempre agiu, mas ainda conseguia enxergar mais ódio nela. Mas, obviamente, ela não conseguia ir embora. Dizia que era porque queria a cabeça do Lúcio tanto quanto eu por causa dos anos de exploração que vivemos, mas notoriamente não era só isso. Ela é e sempre será doidinha por mim. Liguei com um carro com um sorriso convencido e fui em direção a minha casa. Fiquei pensando naquela ligação dela, com certeza ela estava mentindo e eu ia descobrir. Mas eu tinha certeza que ela não seria capaz de armar contra mim. Uma coisa ela tinha de bom, era verdadeira e não se corrompia fácil. Sei que ela detesta Lorena por que as personalidades das duas são diferentes, mas eu seria eternamente grato por toda ajuda que ela nos deu no Brasil, mesmo sem ser sua obrigação. Sempre soube que poderia contar com ela apesar dos meus problemas, mas ela ajudar minha mulher foi uma surpresa pra mim.

Estacionei em frente a minha casa entregando a chave pra um dos seguranças levar meu carro até a garagem e entrei em casa. Estava morrendo de cansaço. Estava um pouco preocupado, queria logo me livrar de Lucio, mas não tinha certeza se ele estava vivo, mas até que o plano de Kimberly era bom. Se matássemos Alana de vez, Lúcio iria aparecer pra me pegar. Subi as escadas com moleza e entrei no meu quarto e fui direto pro banheiro. Me despi rapidamente e deixei a água quente caí nas minhas costas tentando me livrar da tensão, queria apenas relaxar. Saí do banho e enrolei a toalha na cintura indo até meu armário e pegando uma boxer e uma bermuda espantada. Passei os dedos rapidamente nos cabelos colocando os pra cima numa tentativa um pouco frustrada. Dei de ombros jogando a toalha que estava no meu ombro em cima da cama e saí do quarto. Fui até o quarto dos bebês e Lorena dormia no sofá com Alice no colo. Milagre! O que havia acontecido aqui? Olhei tudo meio confuso vendo Chuck dormindo calmamente no berço. Me aproximei de Lorena colocando minha mão em seu braço e ela levantou a cabeça tombada pro lado num susto. Olhou Alice tentando entender o que havia acontecido ou pelo menos lembrar. Ri da sua fisionomia assustada e ela se levantou colocando Alice no berço e depois saiu do quarto. Estava tudo num eterno silêncio. Fui atrás dela sem entender nada e entramos em seu quarto.

 

– Você não parou em casa hoje! Sabe como Alice fica! Sério, eu estou cansada e você fica o dia todo fora. Ela chora no meu colo e quando está com saudade de você chora no colo de todo mundo, só que ninguém aguenta e quem se fode é a filha da puta aqui. Olha aqui, eu amo minha filha demais, mas na próxima vez que isso acontecer, eu juro que coloco ela no carro e vou aonde você tá só pra você fazer ela dormir. Ah! Que que há? Sério, isso não é vida e além do mais...

– Lorena, respira. – falei achando graça.

– Eu to com sono. – disse manhosa com voz de choro.

– Eu sei amor, mas cadê as babás? – perguntei me aproximando dela que me abraçou e encostou sua cabeça em meu peito e fechou os olhos.

– Alice parecia que ia ter um treco cada vez que uma delas se aproximava, no meu colo ela apenas chorava, mas no colo delas ela estava esperneando. – disse meio molenga.

– Desculpa. – falei ainda rindo achando graça do jeitinho que ela estava falando. Puxei-a até a cama e ela se aninhou em meu peito.

 

Fiquei fazendo carinho em sua cabeça e o cheiro bom de seu cabelo preencheu minhas narinas. Logo sua respiração ficou pesada e ela dormiu. Não demorei muito a dormir, a porta estava um pouco aberta, mas fiquei com preguiça de levantar pra fechar e dormi. O que foi um erro. Senti uns flashs na minha cara e quando abri os olhos já estava de manhã. Lorena se mexeu um pouco inquieta do meu lado e eu estava ouvindo risadas, mas minha visão ainda estava embaçada por causa da claridade.

 

– Acho que ganhei a aposta Pattie. – ouvi a voz anasalada de Fernanda e fiquei sem entender.

 

Quando minha visão ficou normal vi minha mãe e Fernanda no pé da cama tirando fotos e tagarelando alto.

 

– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou Lorena coçando os olhos.

– Só confirmando que vocês se amam e que vocês voltaram. – disse Fernanda dando de ombros.

 

Lorena me olhou sem acreditar e eu a encarei confuso querendo rir.

 

 

Lorena virou o corpo pra trás pegando alguns travesseiros sem que elas percebessem e rapidamente começou a tacar nelas aos berros.

 

– Saiam daqui suas loucas! – gritou jogando os travesseiros nelas e as duas saíram gritando e rindo do quarto.

 

Lorena foi até a porta e trancou se virando pra mim toda sem graça e com aquele seu sorriso perfeito.

 

– Esquecemos a porta aberta? – perguntou voltando pra cama.

– Sim. – falei rindo.

– Tá, então estamos encurralados. – falou fingindo preocupação.

– Então somos o que agora? – perguntei virando seu corpo pra mim.

– Podemos voltar de onde terminamos. – falou dando de ombros e desviando o olhar um pouco sem graça.

– Então vamos nos casar? – perguntei segurando seu rosto.

– Você ainda quer?

 

Analisei um pouco a questão e ela me olhou desapontada.

 

– Tudo bem, você pensou! Então você não está certo disso. – falou se levantando um pouco triste.

– Não, claro que estou certo. Eu estava pensando só em como iríamos fazer isso. – falei atropelando as palavras.

– Fala sério, Justin! Você demorou a responder. – disse óbvio.

– Tá bom, então me pergunte de novo. – falei rindo e ela bufou tentando não rir.

– Você ainda...

– Quero! – a cortei e ela sorriu pelo nariz. – Viu, agora não demorei pra responder.

 

Lorena corou envergonhada com um sorriso que fez seus olhos marejarem e brilharem. Me aproximei segurando seu rosto de leve com as duas mãos.

– Faria tudo pra mudar o que eu fiz, faria tudo pra colar seu coração, mas a unica coisa que posso fazer agora é fazer você a mulher mais feliz do mundo. - falei olhando em seus olhos que batiam os cílios como se fosse asas de borboletas.
– Posso te pedir uma coisa?
– Tudo que você quiser.

Ela riu pelo nariz abaixando a cabeça e então começou.

– Não vou pedir pra que a gente nunca mais brigue porque isso não vai acontecer. Sei que muitas tempestades vão rondar sobre as nossas cabeças, mas eu quero sempre esperá a chuva passar ao seu lado. Nós não somos perfeitos, mas a única coisa que eu te peço é que vocâ não me decepcione outra vez, Justin. - disse séria.
– Eu não irei, prometo.

Lorena me abraçou e nossos corpos se completavam. Algo feito milimetricamente a medida do outro.

– Vou avisar minha mãe que hoje teremos uma festa, então. – falei separando nossos corpos.
– Festa?

– Sim, quero fazer um pedido formal, todos têm que saber que você se tornará uma Bieber. – disse convencido enquanto analisava seus lábios se mexerem em um sorriso bobo.

– Te amo. – disse fraco e eu abracei sua cintura depositando um beijo na pontinha do seu nariz.

– Senti sua falta. – falei fraco sentindo Lorena desfalecer em meus braços.

– Também. – disse depois de um suspiro.

– Eu pirei sem você. – falei em um tom sério.

– Como assim? – disse me olhando preocupada depois de afastar nossos corpos.

 

Respirei fundo começando a andar pelo quarto. Passei a mão nos cabelos.

 

– Eu me droguei depois de anos que não fazia isso. – falei encarando o nada.

 

POV Lorena

 

No primeiro instante me senti tão culpada. Uma dor rasgou meu peito completamente. O meu Justin? Meu herói-invertido? Meu matador que não gostava de matar havia se drogado? Como? Senti as batidas do meu coração altas e ele me olhou com uma cara nada boa.

 

– Por que você fez isso? – perguntei com a voz falha.

– Não havia nada nessa casa, nada nesse mundo, nada em lugar nenhum que preenchesse o buraco que você deixou quando você se foi. Eu pensei que nunca mais te veria. Toda vez que eu ia à sua casa e seu pai aparecia, eu sentia você tão perto, mas tão longe. Não podia te ver, não podia te tocar, não podia olhar nos seus olhos e dizer o quão merda eu sou sem você. Eu não tinha você e então me perdi. Me perdi como quem perde uma bússola no meio do nada. Como quem perde o chão depois de um furacão. – falei me aproximando sentindo algumas lágrimas quentes encherem meus olhos. Cheguei perto dela e segurei seu rosto como se fosse algo frágil de se quebrar. – Lorena, desde quando você entrou na minha vida, é você que tem ditado todo o meu caminho, você que tem dado cor a tudo que era preto e branco antigamente. Você que tem dado valor a tudo que era indiferente pra mim e daí você se foi. – ela prestava atenção com os olhos marejados, mas mesmo assim não desgrudava seus olhos dos meus. – Não havia graça em nada. Depois de algumas semanas, nada mais tinha o seu cheiro, nada mais tinha a sua marca. Você se foi e era como se você nunca tivesse existido. Se Ryan não me trouxesse notícias suas, eu juro que iria achar que você era apenas fruto da minha imaginação, mas no fundo eu sempre soube que eu jamais teria criatividade suficiente pra criar uma criatura tão perfeita na minha mente. Eu achava que sabia que te amava, mas quando eu me vi sem você que eu soube o quanto eu te amo e o quanto sem você eu não sou nada, apenas um corpo vagando pelo mundo buscando o que ninguém mais tem, a não ser você. Tentei achar em outras garotas o que eu achava em você, mas eu nunca fui tão desapontado em toda minha vida. Via mil garotas me querendo, mil garotas que podiam me satisfazer antigamente, e eu sempre procurava a mais parecida com você fisicamente, mas quando estávamos transando, era como se eu não estivesse lá. Fechava meus olhos e tentava imaginar você, mas não adiantava. Seu corpo se encaixa perfeitamente no meu, sua boca se encaixa perfeitamente na minha e eu nunca vou me encaixar em mais ninguém como eu me encaixo em você. Então, um dia eu me desesperei. Alguma coisa tinha que suprir aquele buraco que estava na minha vida e... me entreguei. Era algo tão bom, mas era momentâneo. Em instantes eu via tudo feliz de novo, via todas as cores de volta, o buraco se fechava e eu podia sorrir. Mas logo depois eu me transtornava e tudo ficava pior. Você era uma dor que me acompanhava até nos momentos em que me sentia feliz. – suas lágrimas escorriam molhando meus polegares que estavam em sua bochecha e assim que me calei ela fechou os olhos com força.

– Me promete que você nunca mais vai fazer isso, por favor! – disse aos prantos.

– Prometo. – falei beijando sua testa e sentia meu coração pulsar forte.

 

Nunca havia me aberto tanto como fiz naquele momento. Lorena soluçava em meu peito e eu a abraçava cada vez mais forte. Ficamos ali durante minutos e por mim o mundo podia parar lá fora. Eu tinha o meu mundo em minhas mãos e nada, nada mais, nada mesmo iria me tirar disso, desse momento, desse sentimento.

 

– Sabe, - falei cortando o silêncio e separando seu corpo pra que ela pudesse me olhar. – Se isso não é amor, então eu preciso ser estudado para que os cientistas decidam qual o nome desse sentimento que eu tenho por você, porque eu não acredito que todos os poetas tenham sido tão incompetentes. O amor não tem nada a ver com o que eu já li por aí ou o que eu escutei nas músicas. O amor tem a ver com todas as coisas que mudam em minha cabeça e em meu corpo quando eu te vejo. – falei sorrindo de lado e vi suas bochechas corarem e seus olhos formarem duas linhas pequenas enquanto ela sorria feliz.

– Você está me deixando sem palavras. – disse desviando o olhar e abaixando a cabeça ainda sorrindo.

 

Segurei seu queixo erguendo sua cabeça.

 

– Não tem o que dizer? – sussurrei mirando sua boca e Lorena fez que não levemente com a cabeça. – Então apenas me beije.

 

Juntei nossos lábios devagar e Lorena abriu um pouco devagar e nossos lábios tocaram-se de leves. Seus braços abraçaram minha nuca e nossas línguas se encontraram num beijo calmo e relaxante. Senti suas lágrimas em minhas bochechas e desci minhas mãos até suas costas.

 

 

 

POV Lorena

 

Sua língua quente invadiu minha boca e mil sentimentos explodiram dentro de mim. Nunca o vi tão frágil, tão sincero, tão meu Justin. O Justin por qual me apaixonei. O Justin que enfrenta leões e seu próprio passado para que eu permaneça ao seu lado. Meu herói torto! Separamos devagar nossos lábios e nos encaramos com sorrisos nos lábios. Nos abraçamos forte e aquele abraço revelava todos os nossos sentimentos e pensamentos daquele momento e um deles era: Enfim, em paz.

 

Depois de alguns minutos, Justin saiu pra ver as crianças e eu fui tomar banho. Vesti uma roupa, fiz uma make básica e peguei minha bolsa, estava um dia lindo e eu ia levar meus pequenos pra passearem de novo. Era bom ter um momento a sós com meus bebês e meu ânimo estava tão bom depois dessa manhã especial com o Justin. Fui até o quarto e meus pequenos já estavam lindos e arrumados cada um no colo de uma babá. Peguei Alice no colo e graças a Deus não abriu o berreiro, Justin tinha ido lá antes de mim, então o humor da Alice estava bom.

 

– Me ajudem a descer com eles Maria. Lucinda por favor, desça e monte o carrinho pra mim? – ela assentiu saindo do quarto e eu e Maria fomos atrás. Alice me encarava de forma engraçada e deu um sorrisinho.

 

– Não acredito! – berrei no meio da escada fazendo Pattie, Fernanda, Justin, Ryan – que estavam na sala. - Maria e Lucinda olharem para mim preocupados.

 

– O que aconteceu? – perguntou Justin já arrumado se aproximando de mim.

– A Alice! – falei e ele não entendeu fazendo cara de confuso. – Ela sorriu pra mim! Eu juro que ela sorriu! – falei maravilhada fazendo todos rirem da minha cara inclusive Justin que riu pelo nariz pegando Alice do meu colo.

– Você me deu um susto, pensei que fosse algo sério. – disse descendo o resto da escada e colocou Alice no carrinho

 

Estalei a língua no céu da boca vendo que todo mundo havia achado uma bobeira, mas qual é. Acho que Alice nunca havia sorrido pra mim! Maria colocou Chuck no carrinho também.

 

– Ai meus netinhos lindos! Estão cada dia mais espertos. – Pattie se curvou no carrinho pra brincar com eles enquanto eu ouvia Ryan e Fernanda discutindo baixo indo pra cozinha. Agora os dois só viviam assim.

– Vai aonde com eles? – Justin perguntou.

– Na praça! O pediatra disse que é bom que eles tomem Sol. – falei começando a empurrar o carrinho e Justin me acompanhou.

– Hum. – respondeu desconfiado.

– Que? – falei começando a sair de dentro de casa com o Justin ao meu lado.

– Não foi lá que você encontrou o Chaz?

– Não começa, Justin. Sério. Eu não falei com ele depois disso e provavelmente eu nem o veja mais. Ele disse que tá passando um tempo na casa dos parentes. – falei dando de ombros.

– Tá bom. – falou beijando minha testa e indo em direção ao seu carro que um segurança que havia pego pra ele.

 

Chegando na pracinha, andei pela calçada que tinha um jardim em volta enquanto meus bebes continuavam tão quietinhos no carrinho. Respirei fundo sentindo o ar limpo e nada podia estragar meu humor depois de tudo que o Justin havia falado.

 

–BU! – ouvi uma voz alta no meu ouvido e gritei de susto me virando e encontrando Chaz caindo na gargalhada.

– Seu idiota! – gritei levando uma mão até o coração.

– Continue a mesma tapadinha! – disse ainda rindo.

– Há-há-há! – ri sem humor e ele se pôs ao meu lado enquanto eu continuava a empurrar o carrinho. – Tá bisbilhotando minha vida agora pra saber quando eu venho pra praça? – perguntei debochada, mas sorrindo.

– É pode ser. – disse dando de ombros e ajeitando o boné. – Posso segurar? – disse apontando com a cabeça pro carrinho.

– Deixa eu ver, bom... pegue o Chuck, talvez a Alice chore. – falei pensativa parando o carrinho e ele riu debochado.

– Alice não vai chorar com o bonitão aqui. – falou já suspendendo a menina e era verdade, ela não havia chorado.

– Mágica! – falei surpresa cruzando os braços.

– Ninguém resiste ao Chaz. – falou dando de ombros enquanto Alice tentava pegar o seu boné.

– Solta minha garota, agora! – ouvimos a voz do Justin grossa e séria trás de nós e nos viramos.

 

Olhei assustada pra aquela cena. Justin estava com o humor completamente diferente do que estava a uma hora atrás. Tinha as duas mãos fechadas com força e uma fisionomia nada boa.

 

 

Fiquei sem ração, olhei para Chaz e ele encarava o Justin sério, mas sem soltar Alice. Foram uns 5 segundos muito tensos. Senti meu coração agitar e peguei Alice do colo de Chaz já prevendo o pior.

 

 

 

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