A Carta

 

POV Lorena

 

segundo mês.

 

A minha vida tinha se transformado num caos. Um grande caos. Justin às vezes saía de casa e não me dizia onde ia. Voltava irritado e stressado. Tinha dias que mal falava comigo. Se Fernanda não tivesse ficado aqui comigo durante essas semanas, eu nem sei o que aconteceria. Eu também estava assustada com tudo isso de gravidez, ainda mais de gêmeos. Mas Justin havia mudado radicalmente. Assim que soubemos que teríamos gêmeos, ficamos assustados primeiramente, mas logo estávamos comemorando e contado para nossas famílias. Pattie teve que ser acalmada com água com açucar. Sorria e chorava involuntariamente. Minha mãe havia se tornado melhor amiga da mãe do Justin. Viviam uma na casa da outra planejando quartos, roupas e tudo mais. Meu pai não falava comigo direito e já havia voltado para sua viajem e retornaria em 3 meses. Ryan aceitou tudo devagar, e hoje me paparicava mais do que ninguém. Chaz? Eu não sabia mais dele. Nem Ryan sabia onde ele se metera. Sentia sua falta, mas não sabia onde procurá-lo e Justin não podia ouvir o nome dele que era briga na certa. Justin parecia um bipolar ambulante. As vezes eu sentia que ele não me queria ali, mas tinha dias que ele apenas chegava em casa e pedia para eu deitar com ele e ficar em silêncio. Algumas vezes peguei ele chorando, mas ele nunca me dizia o que era. Disse que eu saberia no momento certo. Aquilo me deixava arrasada. Não aguentava mais discutir com ele as mesmas coisas. Mas eu sentia que no fundo ele também estava triste. Meus hormônios estavam influenciados pela gravidez e tinha dias que eu só sabia chorar e sentir sua falta, mas tinha dias que eu queria jogar tudo que eu via pela frente em cima dele.

Meus enjôos eram constantes, minha barriga já estava um pouco grandinha. Sentia os bebês se mexendo.

 

 

Justin acarinhava minha barriga toda noite, mesmo que tivéssemos brigados durante o dia. Ele parecia frágil e sei que ele detestava parecer assim. Os dias passavam lentos. De manhazinha eu via Justin sair quando ele achava que eu estava dormindo. E a noite, ele voltava com a mesma fisionomia de preocupação. Aquilo me tirava do sério.

 

 

POV Justin

 

Eu sabia que eu não podia esconder aquela carta por muito tempo. Lorena não podia ser stressar. Na última ida ao hospital, descobrimos que sua gravidez era de risco, não só pela fato de serem dois, mas por sua idade. A gravidez tinha trazido muita felicidade e comoção de todos os nossos familiares, mas uma pessoa que não devia mais interferir na nossa vida também devia descoberto que Lorena estava grávida. Alana estava de volta, e estava me ameaçando através de uma carta enviada sem remetente. Eu lia e relia aquilo com ódio. Todo dia eu saía cedo pra tentar encontrá-la. Ryan também sempre estava comigo. Nos dividíamos pelo estado em busca de pistas, mas parecia que ningué sabia de nada. Chaz também não dava sinal de vida, mas foda-se eu não queria saber desse otário. Alana dizia na carta que não estava sozinha, as vezes um pensamento insistente de que Chaz estaria com ela vinha em minha mente, mas acho que ele não seria capaz de tanto. Esse era mais um dia que eu e Ryan havíamos saído em vão. Voltava pra casa exausto e cansado. Ryan estava meio que já morando na minha casa, já que Fernanda ficava direto agora lá pra cuidar da Lorena.

 

 

– Desiste, Justin. Acho que ela não está no país. - falou Ryan assim que entrou no carro depois de mais uma dia de buscas.

– Não vou desistir caralho nenhum. Eu tenho que achar essa vadia. - falei raivoso ligando o carro.

– Contrata um detetive então, porque eu cansei de brincar de pega-pega - disse indiferente.

– Não vou confiar a ninguém esse trabalho. - falei fixando a estrada.

– Você está vidrado nisso e está esquecendo na Lorena. - falou dando de ombros.

– Cala a boca. - falei revirando os olhos.

– Ela precisa de você. - insistiu.

– A Fernanda ta cuidando dela. - falei tentando me convencer daquilo mais do que a ele.

– Não diga que eu não avisei. - disse irritado.

– Tô protegendo ela agora, melhor do que não proteger agora e depois não ter mais ninguém pra proteger. - falei com raiva.

 

Ryan se silenciou por causa da brutalidade da minha voz. Ele me conhecia e sabia que nada iria me fazer parar.

 

 

POV Lorena

 

Já estava escurecendo e aquela noite estava fria. Vesti uma calça de moletom cinza e uma blusa de manga branca e larga logo quando saí do banho. Estava carente e odiava me sentir assim. Estava quase na hora que o Justin chegava sempre. Eu precisava do seu carinho, precisava da sua atenção, mas isso parecia impossível. Deixei uma lágrima escorrer, aliás aquilo já era normal. Fiquei na varando do nosso quarto sentindo o vento gelado tocar meu rosto.

 

– Amiga? Tudo bem? - ouvi a voz de Fernanda carinhosa e logo em seguida ele se pôs ao meu lado.

– Sinto falta do Justin como se eu nao o visse a mil dias. - falei olhando o nada.

– Eu entendo. - disse retorcendo os lábios. - Ryan e ele estão tão estranhos, mas eu não quero me meter, apesar de isso estar me assustando. - falou pensativa.

– Eu só quero o meu Justin perto de mim. Isso é pedir de mais? - falei chorosa.

– Calma, amiga, Você sabe que ficar assim não vai fazer bem pros bebês.

– É, mas parece que só eu estou me importando com esses bebês. - falei irritada voltando pra dentro do quarto.

 

Me joguei na cama e a tristeza me invadia. Ouvi a Fernanda sair do quarto. Eu sentia a falta do Justin. Estávamos tão perto, mas ao mesmo tempo ele parecia tão distante. Deixei o choro vir e me agarrei aos travesseiros. Sentia meus pés gelados e aquilo não estava me deixando dormir. Me levantei bufando pra pegar as meias. Revirei todas as gavetas e não achava. Decidi pegar uma do Justin, mas naquela bagunça ali certamente eu não acharia nada. Abri todas as gavetas dele e na última acabei achando um papel. Franzi a testa sem entender e li Alana. Abri com raiva. Não acreditei que ele ainda guardava cartas dela.

 

*Carta da Alana*

 

"Quando se é criada por um grande mestre você acaba se tornando um grande mestre também, mas cuidado Justin, pois o meu mestre é um traficante e talvez eu tenha me tornado uma pessoa muito perigosa também. Diria que mais perigosa que ele. Eu estou de volta, Justin e eu não estou sozinha."

 

Levei a mão na boca e deixei o papel cair. A porta abriu com força e sentir Justin respirar com ódio quando me viu ali parada.

 

– Quem mandou você mexer nas minhas coisas? - perguntou alterado.

– Você ia me esconder isso até quando? - perguntei furiosa.

– Até eu conseguir matar essa vadia. - falou cuspindo fogo.

 

Seu peito subia e levantava. Ele estava ofegante e inquieto. Me aproximei dele com rapidez segurando seu rosto forçando ele a olhar pra mim.

 

– Para com isso! Você não é um assassino. Você não gosta de matar! - falei olhando em seus olhos tentando acalmá-lo.

 

Justin respirava rápido e parecia meio bêbado. Seus olhos vermelhos me fixavam marejados.

 

 

– Eu te amo, amor. A gente pode dar um jeito. - falei chorosa.

 

Justin fez que não com a cabeça se livrando das minhas mãos.

 

– Você não vai se meter nisso. Eu vou achar essa filha da puta. - falou com ódio.

– Justin, pára com isso! Eu preciso de você. - falei sentindo a garganta rasgar. - Você não para em casa, não me dá atenção. Nossas mães estão mais preocupadas com o bebê do que comigo. Eu estou me sentindo desprotegida...

– Eu não posso te perder de novo. - falou olhando o nada me interrompendo. - Será que você não entende isso? - gritou. - Eu não posso perder a mulher que eu amo de novo.

 

Abaixei a cabeça e as lágrimas dominavam meu rosto. Será que nunca teríamos paz? Justin bateu a porta do banheiro e ouvi a ducha ser ligada. Voltei pra cama tentando me desvenciliar do frio, mas o problema não era o frio externo e sim o interno que me encomodava, me dava uma sensação de vazio e tristeza. Fiquei ali tentando me acalmar. Me sentia sozinha. Justin não me ouvia. Ouvi a porta do banheiro ser aperta e depois de alguns minutos o seu peso balançou a cama e seus braços preencheram o meu corpo me aninhando e seu corpo. Permaneci intacta com algumas lágrimas presas nos meus olhos. Justin respirou fundo em meu pescoço e senti seus soluços de choro mais uma vez. Mais uma noite.

Tópico: A Carta

Destino oculto

@shiianna | 04/07/2014

cara ja li soul rebel er maravilhosoo apaixona por essa fic e agora lendo essa estou maravilhadaaa n podemos negar q tem algumas coisas meio q parecidas mais sao duas historias lindas.Meus parabéns a escritora dessa fic

destino oculto

mrs. Bieber@ | 30/06/2014

aaaaaaaain gente isso ta igualzinho a soul rebel :3 <3

DO2

m | 28/11/2013

Mdssss, alana fdp

opiniao

nicole | 07/06/2013

pqp que perfeito amo amo amo

Amo

Maria Clara | 06/05/2013

Ai amo sua historia, sou nova aqui

opinião

Juliana | 05/03/2013

esse tipo de história é muito clichê hoje em dia. a mesma menina manhosa, sensível q sofre nas mãos de seu marido e com o perigo a sua volta.

Re:opinião

Izadora | 16/05/2013

Oxe menina larga de ser ousada, eu amo essa história, isso é uma arte e cada ib/ IBH é única. Se tu acha clichê se conforma e se apega aos mínimos detalhes pra ela ser única pra vc assim como é pra mim

Destino oculto 2

@JbieberPaulinha | 15/01/2013

Ai deus nunca terei paz? Quero viver bem com meu justiiiin

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