Kimberly's Secret - FINAL

 

POV Lorena

 

Meus pequenos já estavam dormindo e eu mantinha minha cabeça tombada no ombro de Chaz enquanto ele assistia algum filme violento. Meus olhos davam piscadas lentas e estava cada vez mais difícil mantê-los aberto. Eu já estava quase me rendendo ao sono. Acabei cochilando e não sei quanto tempo passou, mas Chaz estava agora mexendo em algumas mechas do meu cabelo enquanto me chamava para que eu despertasse.

 

– Vamos pra cama. - sua voz saiu baixa e cansada, talvez para não acordar as crianças.

 

Levantei meio molenga e me arrastei até a cama mergulhando na mesma como se fosse uma piscina macia. Aninhei-me aos travesseiros sentindo o colchão afundar de leve com o Chaz se deitando ao meu lado. Seus braços me abraçaram e ficamos de conchinha. Sua respiração estava perto da minha orelha. Eu e Chaz ainda não tínhamos nos relacionado outra vez, ainda não me sentia pronta pra isso, mas a noite sempre me dava uma tristeza e eu pedia para que ele ficasse perto de mim. Dormia melhor me sentindo segura. Meu coração doía menos sabendo que alguém estava ali por mim. Não demorou muito para que minhas pálpebras cedessem e logo eu estava dormindo mais uma vez. (...)

Parecia até que eu havia acabado de dormir, mas Chaz nem estava mais agarrado a mim, estava todo estirado na cama e eu acordei num susto ouvindo o meu celular tocar em cima do criado-mudo. Peguei o objeto e nem estava conseguindo identificar o numero, meus olhos mal conseguiam ficar abertos por causa da claridade do celular em meu rosto.

 

– Alô? - minha voz saiu um pouco cansada.

 

Ouvia apenas uma respiração e logo sua voz chamou pelo meu nome. Um choque elétrico passou por todo o meu corpo oiriçando meus pelos. Meu coração palpitou subitamente e minha voz ficou presa na garganta. Justin! Sua voz começou a dizer algo, mas de repente tudo que eu ouvia era barulho de coisas se quebrando, vidros se espatifando.

 

– Justin? Justin? - perguntei nervosa sem entender o que estava acontecendo.

 

A chamada foi finalizada e meu coração batia forte em minha garganta. Passei as mãos pelo cabelo tentando recuperar o fôlego. Estava inquieta! Aquilo foi tiro, eu tenho certeza! Levantei da cama e Chaz continuava desmaiado em seu sono pesado. Não podia acordar ele, sabia que Chaz jamais concordaria com o que eu estava prestes a fazer. Peguei seu casaco que estava pendurado na arara do seu quarto e vesti me cobrindo até o meio da coxa. Verifiquei no bolso do casaco se a chave do carro dele estava ali. Confere! Meu cabelo estava desgrenhado, mas aquilo não me importava. Saí do quarto caminhando silenciosamente até o quarto onde as crianças dormiam. Tudo estava tranquilo e silencioso. Era inconsequente, mas eu não estava querendo decidir agora o que era certo ou errado. Deixei meu coração gritar e segui meus instintos. Saí de casa sem bater a porta encarando aquela noite fria e aquela rua vazia. Corri até o carro do Chaz abrindo a porta com impaciência. Sentei no banco praticamente me jogando. Foda-se o cinto, eu tinha apenas que saí dali o mais rápido possível e saber o que estava acontecendo. Saber se o Justin estava bem.

 

POV Justin

 

Tinha que pegar minha arma, mas ela estava na gaveta do escritório e se eu me levantasse dali agora, seria um ato suicida. Via os tiros cruzando a sala e os buracos que eles deixavam nas paredes brancas. Dois minutos de agonia correndo um risco de ser acertado por um tiro certeiro. Que porra estava acontecendo? De repente o silêncio reinou. Apenas ouvi o barulho dos pneus rangendo com o atrito ao chão enquanto os carros saiam em disparado. Me levantei correndo até o escritório e pegando minha arma e engatilhei. Corri de volta pra sala abrindo a porta mirando qualquer coisa que viesse na minha frente, mas não havia mais nada. Meu jardim estava vazio, exceto todos os corpos dos meus seguranças que estavam ao chão sem vidas. Andei com cautela me certificando se nada mais estaria ali. Apenas um silêncio perturbador. Olhava tudo confuso me sentindo completamente de mãos atadas. Todos os meus homens estavam mortos, foram pego desprevenidos. Isso tinha assinatura do Lúcio. Ouvi o barulho da moto de Kimberly entrando pelo portão que estava aberto desviando minha atenção dos corpos. Encarei-a com fúria. Podia prever que ela tinha feito merda por causa da nossa discussão. Kimberly saltou de sua moto correndo em minha direção. Aquilo eram lágrimas em seu rosto? Com certeza então isso tinha o dedo dela!

 

– O que você fez? – perguntei irritado gesticulando com a arma na mão.

– Abaixa essa arma. – pediu fraca se aproximando de mim.

– Não vou guardar porra nenhuma! O que você fez? O que aconteceu aqui na minha cara, caralho? – gritei com fúria fazendo ela fechar os olhos com força e suas lágrimas escorreram mais ainda.

– Eu matei Alana.

– Você o que? – perguntei sem acreditar. – Eu disse que isso havia acabado, Kimberly! Por que você fez isso? – perguntei sem controlar meu nervosismo.

– Desculpa, isso não tinha nada a ver com você mais. – falou querendo ficar durona, mas qual é ela estava toda errada!

– Claro que tem a ver comigo! Vem cá! – peguei seu braço com força arrastando para a sala e ela reclamava de dor por causa do meu apertão. – Olha a minha sala! Me diz se eu não tenho nada a ver com isso! – gritei me segurando muito pra não socar a cara idiota dela.

 

Ela parou analisando os buracos na parede e o estrago nos móveis.

 

 

– Você tem noção? E meus filhos? Você sabe que ele vai atrás dos meus filhos, você sabe o quanto esse homem é doente! Você tem noção do que você fez? – perguntei aos berros quase pulando em cima dela, mas impressionantemente a tão orgulhosa Kimberly estava se esvaindo em lágrimas. Minha cabeça estourava, odiava ficar sem controle mais uma vez. Merda de vida sem sossego e agora sem sossego e sem Lorena!

– Ele não vai atrás dos seus preciosos filhos, fique despreocupado. – disse tentando ser debochada, mas seu tom saiu mais triste do que debochado.

– Como você sabe disso? – indaguei de cabeça quente.

– Porque ele irá atrás da minha filha! – falou firme trincando os dentes, mas as lágrimas escorriam mais ainda.

– Você tem uma filha? – perguntei franzindo a testa tentando recuperar alguma memória que eu havia perdido pelo tempo ou eu jamais soube disso, de fato.

– Tenho. – falou firme desviando os olhos.

– E por que nunca me contou isso? – perguntei cada segundo mais confuso.

– Porque nunca foi da sua conta! – esbravejou.

– E onde ela esteve esse tempo todo? – perguntei não acreditando naquilo.

 

 

– Por que você quer saber essas coisas? – perguntou se irritando!

– Porque você está blefando! Você quer apenas que eu acredite que ele não irá atrás dos meus filhos para que ele possa pegar eles e aí quem sabe nada mais me prenda a Lorena, não é? – perguntei irônico aproximando nossos rostos e nossos olhos travaram uma disputa.

– Você acha que eu seria capaz de colocar a vida de duas crianças em risco só pelo seu amor? – perguntou furiosa me encarando com ira.

– Acho. – respondi sério.

 

Ela riu pelo nariz, mas completamente sem humor.

 

– Fui eu que salvei a Lorena quando ela estava totalmente perdida naquela mata, eu a salvei por causa dessas crianças, por causa de você! – disse alterando o tom de voz.

– Você fez isso apenas pra poder se aproximar de mim mais uma vez! – falei cuspindo as palavras.

 

Sua respiração ficou alta e percebi que ela praticamente esmagava seus dedos enquanto fechava o punho. Sua expressão era de quem segurava a raiva para não explodir, mas eu não recuei em minhas palavras.

 

– Como você pode inventar que tem uma filha apenas pra me fazer mal? Apenas pra perturbar minha vida mais do que ela já está perturbada? Você quer meus filhos mortos porque sabem que eles são a única coisa que me ligam hoje com a Lorena! Você é uma vadia mentirosa egoísta! – falei segurando seus braços com força. Minha cabeça estava quente, meu sangue passava em minhas veias feito fogos de artifício explodindo dentro de mim.

– Justin. – ela sussurrou fraco fechando os olhos como se não quisesse ouvir aquilo. As lágrimas escorreram pela sua bochecha e ela parecia fraca. – Eu nunca faria isso. – falou fraco.

– Você fez! – gritei soltando seu corpo e ela cambaleou.

 

A vi colocar a mão no rosto. Passei meus dedos entre os cabelos. Mas uma vez minha vida era um campo minado, tinha que tomar cuidado onde pisava porque a qualquer momento minha vida podia explodir.

 

– Vá embora! – falei sem encará-la, ainda de costas sem encara-la. – Vá embora cuidar da sua filha imaginária. – falei com desdém.

– Eu não preciso matar seus filhos pra ter você comigo. Minha filha sempre foi uma parte sua que eu guardei comigo e eu nunca fiz questão que você soubesse. – falou com ódio.

 

Minha mente ficou branca, como se nada que eu pensasse fosse algo realmente que desse para elevar. Meu corpo ficou estático e meus músculos se comprimiram. Tudo começou a parecer como se fosse um sonho, uma alucinação, qualquer coisa desprovida de verdades. A voz não saía. Tentava processar aquela informação. Eu tinha mesmo entendido certo?

 

– Cindy é sua filha, Justin! – falou firme encarando meus olhos friamente me fazendo levar um choque de realidade. Eu havia entendido certo. – Eu sei o que é criar uma filha sozinha. – começou a dizer com a voz um pouco engasgada por causa das lágrimas. - Tudo fica pior quando ela começa a ter idade de entender que deveria existir um pai! Apenas protegi Lorena e fiz de tudo pra ajudar vocês porque não queria que ela passasse por tudo que eu passei.

– Por que você me escondeu isso? – perguntei sentindo como se eu não fosse o personagem principal da minha própria vida. Como ela pôde me esconder isso?

– Alana descobriu e me obrigou a fugir ou então ela faria com que Lúcio me matasse e matasse minha filha. – falou tentando se recompor.

– Alana? – perguntei começando a colocar as coisas no lugar. Por isso que Kimberly sempre quis mata-la. – Cadê ela? Cadê a minha filha? – perguntei mudando o tom de voz sentindo como se tivesse acabado de acordar de um coma de 5 anos.

– Na minha imaginação, esqueceu? – respondeu debochada.

 

Estalei a língua no céu da boca com impaciência. Não estava com paciência para brincadeiras.

 

– Eu não vou deixar você encostar nela! Ela não merece o pai que tem! – falou com desdém começando a andar pra sair da casa.

 

Segurei forte seu braço sem mover nenhum passo assim que ela passou por mim e seu corpo voltou com tudo pra trás. Seus olhos cruzaram com os meus.

 

– Me solta! – falou firme.

– Não, você não vai embora até me falar onde ela está, eu tenho direito de vê-la. – falei óbvio me irritando.

– Não, você não tem, nunca teve e nunca terá. Cindy nunca precisou de você, não vai ser agora que ela vai precisar! – falou com escárnio.

– Me deixe vê-la. – pedi um pouco mais manso, não ia me levar a nada ficar discutindo com a Kimberly de igual para igual.

 

 

Seus olhos piscaram freneticamente e ela se perdeu em meu olhar. Não parecia mais tão nervosa, estava parecendo a Kimberly desprotegida e desarmada que sempre se mostrava quando nossos olhos se encaravam de modo sutil.

 

 

– Não posso. – sua voz saiu falha. – Não posso iludir que ela terá um pai, Justin.

– Eu sou o pai dela, isso não é iludir. – falei sem entender.

– Até quando? Os filhos da Lorena são muito mais importantes pra você e eu te entendo, completamente. – disse desviando o olhar de forma fraca.

– Eu vou cuidar dela também, por que não faria isso? – perguntei franzindo a testa em confusão.

– Porque ela não é perfeita. – falou reprimindo os lábios e uma lágrima escorreu.

– Como assim não é perfeita? O que você tá querendo dizer? – perguntei ainda com a cabeça em parafusos.

 

Kimberly encarou o chão por algum instante enquanto suas lágrimas desciam de forma descontrolável. Ela ergueu o rosto me encarando com seus olhos marejados enquanto eu ainda esperava uma resposta que me tirasse as dúvidas.

 

– Ela tem câncer, Justin. – disse fraca entre um suspiro.

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Karol Drew | 09/08/2014

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SMP SOUBE

marii | 19/09/2013

ALELUIA ELA REVELOU QUE TEM UMA FILHA COM ELE! EU JA TAVA ATE CANSADA DESSE SEGREDO E ELE É MUITO OBVIO, MAS TO AMANDO AAAH NAO! A LORENA VAI CHEGAR LA E VAI VER ELE E A KIMBERLY JUNTOS, E ELA VAI SER SEQUESTRADA # EU ACHO # PROXIMO CAPITULO!

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