Kimberly's Secret

 

POV Lorena

 

Respirei um pouco mais aliviada por notar que a praça estava bastante movimentada, acho que o Justin não tomaria nenhuma atitude drástica com tantas pessoas ao nosso redor.


- Achou que ia aparecer e tudo seria como sempre foi? Me impressiona sua coragem, pra falar a verdade você merece uma salva de palmas. - falou Justin com um sorriso debochado.

– Vamos resolver isso em outro lugar, Lorena não tem nada a ver com isso. - disse Chaz encarando Justin com um olhar sério.

– Lorena tem tudo a ver com isso! Você não tentou me matar por causa do seu amor doentio por ela? - perguntou alterado se aproximando de nós dois.

– Justin, por favor! Aqui não é lugar pra isso. - falei preocupada me colocando no meio dos dois.

 

 

– Quer resolver isso? Então que seja de maneira justa! Tô vendo a arma marcando sua blusa! Quer resolver assim? Vai em frente! Aqui tem bastante gente pra ser testemunha. - disse Chaz tentando provocar.

– O que você sabe sobre agir de maneira justa? Me jogar numa piscina desacordado é tão justo, né?! - disse irônico.

– Chega! Chaz vai embora, por favor! - falei me virando pro Chaz que tinha seus olhos cravados nos de Justin.

– Hoje às 22:00 h na casa do Ryan. - disse Chaz firme pro Justin ignorando totalmente o meu pedido.

 

Não acreditei que ele estava marcando de encontrar com o Justin! Será que ele não tinha noção que o Justin queria sua cabeça? Justin gargalhou debochado.


– Hoje estarei ocupado na cerimônia que anunciarei o meu casamento com a Lorena. - disse agarrando forte minha cintura e beijando com força minha bochecha como se estivesse ostentando um prêmio para provocar Chaz que não disfarçou o desapontamento quando ouviu a palavra "casamento".

– Casamento? - perguntou desacreditado.

– Aham, aquilo que decreta que ela é minha por lei. - disse frisando a palavra minha.

– Me solta, Justin! - falei me livrando dos braços dele.

 

Não estava gostando do modo como Justin queria feri-lo, ainda mais me usando pra isso.


– Vai pra casa, Chaz! Depois a gente se fala, por favor. – supliquei empurrando seu corpo, mas ele continuava imóvel com a cara fechada encarando Justin.

– Escuta a Lorena, é melhor você ir pra casa, Chazinho. – disse Justin com deboche.


Rapidamente, mais rápido do que eu pudesse perceber, Chaz voou pra cima do Justin e os dois começarem a se digladiar no meio da praça. Levei a mão à boca num ato desesperado e apenas via socos pra lá, chutes pra cá. Justin tentava enforcar Chaz e ninguém parecia se importar com aquela cena.


– Parem com isso! – gritei desesperada.


Não sei de onde, mas Ryan surgiu se metendo no meio dos dois e separando seus corpos. Pareciam dois animais brigando, Ryan levou um soco na cara do Justin e se irritou empurrando-o pra longe.


– Caralho, porra! Fica calmo aí, cacete! – disse aos berros pro Justin. – Que que você tá fazendo aqui Chaz? – perguntou se virando pro Chaz, os 3 estavam ofegantes.

– Eu disse pra você ir embora, Chaz! – falei com um choro preso na garganta e os três me olharam.

– Vai ficar protegendo esse filho da puta, Lorena? – perguntou Justin cuspindo ódio e Ryan meteu a mão no seu peito impedindo-o de andar.

– Que porra está acontecendo aqui? – perguntou Ryan sem paciência.

 

Ninguém respondeu nada e ele revirou os olhos com impaciência.


– Eu encontrei Lorena aqui na praça, ela não tem culpa de nada. – disse Chaz depois de uns segundos em silêncio

.- Tá perseguindo minha mulher, seu filho da puta? – disse Justin se alterando e Ryan o segurou mais uma vez.

– Pára! – disse Ryan mandão e Justin o fitou com raiva. - Chaz, vai pra casa. – concluiu olhando pro Chaz

– A rua é pública. – respondeu Chaz despreocupado dando de ombros e o canto de sua boca sangrava.

– Mas a Lorena não é pública, seu desgraçado! Deixa minha mulher em paz! – Justin gritou e Ryan tornou a segurá-lo.

– Chega! Eu não sou um objeto, ok? – falei irritada e me virando.

 

Peguei o carrinho e tornei a empurrá-lo voltando pra casa. Queria chorar, mas as lágrimas não desciam. Eu estava com raiva por causa de toda aquela cena do Justin. Me ostentando e falando de mim como se eu fosse um carro, um objeto qualquer que Chaz e eles disputavam.


– Lorena. – ouvi sua voz me chamando e logo ele estava do meu lado.


Olhei pra trás e vi Chaz e Ryan conversando alguma coisa e Ryan se gesticulava bastante enquanto Chaz ouvia tudo de cabeça baixa.


– Amor, onde você vai? – Justin perguntou chamando minha atenção.

– Pra casa. – respondi séria voltando a empurrar o carrinho.

– Você disse que não ia mais se encontrar com ele. – disse sério puxando meu braço.


Olhei para sua cara e então reparei sua sobrancelha cortada.

 

 


– Vocês dois são dois idiotas! Que que adianta ficarem brigando que nem dois animais no meio da praça? Olha a sua cara, Justin! – disse preocupada, mas irritada.

– O que você queria que eu fizesse? Eu sabia que ele estava te analisando. Tive que ficar de olho, po. – disse como se fosse óbvio.

– Chaz não me oferece nenhum perigo!- Não? Tem certeza? Quer dizer que ele quase ter me matado não significa nada pra você?

– Justin! Quer saber? Todo mundo comete erros. Por que eu tenho que desculpar os seus e não posso desculpar os do Chaz que sempre esteve do meu lado, sempre foi meu amigo? – perguntei cruzando os braços.

– Não acredito que estou ouvindo isso de você. Lorena, ele tentou me matar! MATAR! Se não fosse a Kimberly eu nem estaria aqui vivo hoje. – falou se alterando.

– Kimberly! Sempre Kimberly! A grande salvadora da sua vida! Se não fosse ela, se não fosse ela... TO CANSADA DE OUVIR ISSO! Por que você não vai lá ficar com ela? Afinal, se não fosse ela você não estaria vivo. – falei debochada repetindo suas palavras.

– Você está querendo levar essa discussão pra outro lado. – disse se irritando.

– Não, Justin! Não estou! Se você pode falar, andar, conversar, sair e sei lá mais o que com a Kimbelry depois de tudo que ocorreu, então eu posso sim ser amiga do Chaz! Você não manda em mim! – falei apontando meu dedo na sua cara

.- Chaz tentou me matar! – falou entredentes e devagar como se eu tivesse dificuldade de entender.

– E a Kimberly transou com você! – gritei vendo sua fisionomia mudar. – Você é muito egoísta!

– Você disse que havia me perdoado.

– Perdoar não é esquecer! Você diz que precisa dela por causa dos seus esquemas, ok! Então não se meta entre Chaz e eu! – falei firme e ele me analisava surpreso.

– Parece que você faz muita questão dele!

– Faço mesmo! Ele pode não ter salvado a minha vida como a maravilhosa da Kimberly, mas ele que estava comigo quando você nem sonhava em me amar, então por favor. Ponha-se no seu lugar. Kimberly continua e Chaz também! – falei mandona e ele se virou socando com força a árvore mais próxima.

– Quero ele longe dos meus filhos! – falou com raiva.

– Você não quer nada! Você quer é sair do meu caminho pra que eu possa ir pra casa. – falei indiferente.

 

Me virei voltando a empurrar o carrinho e Justin caminhou ao lado enquanto parecia estar pensativo.


– Você ainda gosta dele? - perguntou do nada com a voz um pouco fraca.

 

Olhei pra ele sem acreditar no que tinha acabado de ouvir.


– Isso é sério? - perguntei debochada.

– Eu tenho o direito de saber, não tenho? - perguntou dando de ombros e eu revirei os olhos.

– Justin, eu nunca gostei do Chaz desse jeito. Ele só é um amigo.

– Mas vocês namoraram e...

– Justin - falei o cortando. - Não tente entender as coisas que aconteceram no passado. Eu estou com você agora e é isso que importa. - falei abraçando sua nuca e dando um beijo rápido em sua boca.


Quando me afastei, olhei seu ferimento e estava feio demais.


– Vamos pra casa. Você precisa cuidar disso.

 


POV Kimberly


Justin tinha o dom de me irritar e me fazer sentir uma idiota. Peguei minha moto nova - já que ele havia atropelado a antiga - e saí rapidamente do galpão. As vezes eu queria simplesmente estourar os seus miolos por cada sarro que ele tirava da minha cara, mas eu simplesmente não conseguia fazer isso. As vezes meu ódio tomava conta de mim pois eu sempre lembrava o quanto eu havia sido ingênua por me apaixonar por ele naquela época. Ele simplesmente me tratava como lixo, só me procurava pra foder e eu nunca consegui recusar. Fora quando ele fazia questão de ostentar Alana na minha frente mesmo sabendo dos meus sentimentos por ele. Sou órfã de pai e mãe e isso me tornou um pouco amargurada com a vida e Justin era o único até então que me dava um sentimento bom, mesmo que não fosse correspondido. Perdi meus pais num acidente de carro quando eu tinha 4 anos. Cresci num orfanato, mas o que eu mais fazia era fugir daquele lugar. Tudo que eu sei, eu aprendi na rua. O idiota do Lucio apenas me aperfeiçoou e me deu armas. Acelerei a moto mais ainda, pois minha casa ficava bem longe da cidade e eu não queria que ninguém soubesse onde eu moro. Guardei a moto na garagem e entrei em casa. Joguei a chave em cima da mesa e o salto da minha bota era o único barulho em meio aquele silêncio.


– Susan, você está em casa? - perguntei alto para que ela pudesse me ouvir já que a casa não era muito grande.

– Sim, dona Kimberly, estou aqui no quarto. - respondeu de longe e eu respirei aliviada indo em direção ao quarto.

– Por que me ligou? - perguntei chegando na porta do quarto e vendo seu semblante preocupado.

 


POV Justin


– Ai, porra isso arde. - reclamei enquanto Lorena passava o remédio no corte.

– Quem mandou? - perguntou debochada pegando mais um pouco de algodão.


Minha mãe surgiu na porta do quarto analisando tudo de cara feia até que adentrou no quarto.


– O que aconteceu agora? - perguntou.

– Palhaçada dele! Brigou com o Chaz no meio da praça.

– Chaz? Mas eu não o vejo há tanto tempo. - disse pensativa.

– Pois é e agora ele voltou e tá perseguindo a Lorena. - falei irritado e senti Lorena pressionar o machucado causando uma ardência dolorosa. - Ai! Isso doeu! - reclamei.

– Para de falar besteira então. - disse petulante e minha mãe riu pelo nariz.

– Mãe, pede pra Mere avisar as outras empregadas que hoje haverá uma festa aqui. - falei com um sorriso de canto olhando pra Lorena que sorriu também.

– Uma festa? Vai comemorar o que? - perguntou animada.

– Mais tarde vocês saberão.

– Huum, quanto mistério! Vou descer pra avisar. – disse saindo do quarto enquanto Lorena guardava os curativos.


Lorena estava de costas pra mim colocando as coisas na caixinha e eu levantei calmamente agarrando ela por trás e cheirei seu pescoço.

 

– Pára, Justin! Você foi um idiota hoje sabia? – disse manhosa fechando os olhos enquanto eu beijava seu pescoço.

– Eu tenho ciúme de você, isso é natura, sabia? – falei repetindo o mesmo tom manhoso da voz dela.


Ela arfou baixo e um sorriso brotou de seus lábios enquanto eu caminhava minhas mãos pela sua barriga.


– Pára, Justin! Eu não quero. – disse quase gemendo.

– Não quer mesmo? – sussurrei em seu ouvido e ela se colocou de frente pra mim agarrando minha nuca e me beijando.


Empurrei-a até a cama e caímos deitados ainda aos beijos.

 


– Eu odeio quando você age como se você fosse meu dono. – falou meio abafado entre o beijo.

– E eu não sou? – perguntei debochado.

– Não sou um objeto. – disse fingindo estar irritada.


Apertei sua coxa com força e olhei sedutoramente pros seus olhos.


– Não é mesmo! - sussurrei e ela riu.

 

Voltamos a nos beijar e meu celular começou a tocar. Separei nossos corpos e Lorena bufou jogada na cama. Coloquei a mão no bolso pegando o celular e vi no visor que era Ryan.


– Fala.

– Tá mais calmo, bro?

– Deixa de ser viado, o que você quer? – perguntei impaciente.

– Esqueceu que você disse que queria falar comigo?

– To tentando foder com a minha mulher, será que posso?

– Não, não pode não! Anda! Tô aqui embaixo esperando você. Se eu não posso foder com a minha mulher você também não pode foder com a sua.

– Tá, viadinho! To descendo. – falei jogando o celular na cama.

– Já entendi. – disse Lorena levantando na cama e arrumando suas roupas. – Negócios são negócios. – falou como se não se importasse.


Ri sem graça e me aproximei dela dando um beijo em sua testa.


– A noite nos vemos. – falei segurando sua bochecha. – Esteja bem bonita pra festa. – falei selando nossos lábios.

 

 

 

Cheguei no meu escritório e Ryan estava jogado no sofá. Fechei a porta e fui até minha mesa.


– Qual o problema? – perguntou tedioso.

– Acho que Kimberly está nos escondendo alguma coisa. – falei com um pouco de raiva.

– Por que você acha isso?- Eu escutei uma conversa dela no telefone e ela agiu super estranho falando que não era pra pessoa ligar pra ela quando ela está na rua e um monte de merdas nada a ver.

– Estranho... – falou pensativo

– O foda é que eu sei que a Kimberly não é de se corromper fácil, cara. Só se algum malandro estiver oferecendo muita grana pra ela.

– Lúcio?- Não... acho que não. Ela quer matar o Lúcio tanto quanto eu. – falei encarando o nada.

 

 

– Então quem?

– Não sei. Não consigo me lembrar de nada comprometedor.

– Porra, assim fica foda, não dá pra confiar em ninguém nesse caralho.

– A gente vai descobrir. – falei balançando a cabeça positivamente enquanto fitava a chão.

 

 

POV Lorena

 

Eu estava exausta. Só bastou Justin avisar que teríamos uma festa que Pattie fez questão de ir às compras e ainda me arrastou junto com ela e com a Fernanda. As duas pareciam mais empolgadas do que eu, certamente elas imaginavam o que seria essa festa, mas fingiam que não sabiam e sempre tornavam a me perguntar e eu tornava a dizer que também não sabia, mas aquilo já estava ficando um saco. Saímos do shopping cheias de bolsas de roupas e sapatos e eu havia escolhido um vestididinho branco lindo, nada muito especial, mas como seria uma festa de noivado, nada melhor do que um vestido branco. Comemos alguma coisa no shopping e eu já estava ficando com saudade dos meus pequenos. Deixei as duas tagarelando e peguei o celular pra falar com o Justin já que ele estava em casa e me diria como estavam as crianças. O celular chamou até cair na caixa postal e eu bufei forçando a testa enquanto as duas tagarelavam qualquer coisa. Disquei o numero de casa e depois de algumas chamadas ouvi a voz da Mere.


– Residência dos Bieber, o que deseja?
– Mere, é a Lorena! O Justin tá aí?
– Não, dona Lorena, ele saiu faz um tempinho. - disse tímida.
– Ele disse pra onde ia? 
– Não disse nada, não.
– E cadê as crianças?
– Estão no quintal com as babás. 
– Hum, ok. Obrigada. - falei desligando o celular um pouco pensativa.

Ficamos mais algumas horas andando no shopping até que a Pattie cansou de bater perna e fomos pra casa quando o sol já estava quase se pondo.

 

POV Justin


Ryan tinha acabado de sair do meu escritório e eu continuei ali jogado na cadeira imaginando o que aquela vadia podia estar armando contra mim, mas ao mesmo tempo eu custava a imaginar que ela fosse capaz de agir contra mim, apesar dos nossos atritos, fingir e ser duas caras não tem nada a ver com a Kimberly. Peguei meu celular discando seu numero. Alguma coisa estava me deixando inquieto.

– Alô. - ouvi sua voz e pela primeira vez ela não atendeu com ignorância. Parecia até um pouco triste.

– Me encontra lá no galpão, preciso falar com você. - falei firme.

– Agora não posso. - disse seca.
– Claro que você pode. Daqui a meia hora quero você lá. - falei sério e ouvi sua respiração forte do outro lado da linha.
– O que aconteceu? - perguntei já irritado.
– Nada, daqui a pouco estou chegando no galpão. - disse desligando.

Fiquei alguns segundos encarando o nada desacreditado. Nunca ouvi a voz de Kimberly tão mansa, alguma coisa estava errada e esse suspense todo já estava me irritando. Levantei da cadeira pegando a chave do carro em cima da mesa e saí do escritório com a imaginação a mil. Peguei o carro e já estava nervoso. Eu não tinha sossego e essa porra já estava me irritanto. Troquei as marchas pegando velocidade e voei até o galpão. Aquela vadia ia me contar o que estava acontecendo por bem ou por mal.
 


POV Kimberly

Odiava cheiro de hospital com todas as minhas forças. Me trazia todas as lembranças dos ultimos momentos de vida dos meus pais e como eu me senti sozinha depois que eles se foram. Cheguei à recepção e uma senhora sorriu.

– Vim pegar o resultado dos exames que foram feitos ontem. - falei séria.
– Qual o nome do responsável? - perguntou folheando alguns papéis. 
– Kimberly Ambrossa

Ela folheou mais um pouco os papéis e pegou um e começou a ler atentamente.

– Sr. Kimberly, o médico quer vê-la, ele já está te esperando. - disse com um sorriso amarelo.

Assenti e ela me acompanhou pelo corredor chegando até a sala do médico. Ela deu duas batidas e ouvimos a voz dele vindo de dentro da sala pedindo para que entrássemos. A mulher abriu a porta para mim e eu entrei. Sentei em uma das cadeiras enquanto a porta era fechada. O médico deu um sorriso forçado ao me ver.

– Como está se sentindo, Kimberly? - perguntou olhando os exames.
– Bem. - respondi dando de ombros.
– Que bom. Eu pedi pra que a recepcionista trouxesse você aqui porque é bom que eu te explique melhor o resultado dos exames.
– Pode falar, estou ouvindo. – falei soltando todo o ar do pulmão.

– Eu vou pedir uns exames mais aprofundados, porque esses não podem me dar um resultado com exatidão do que eu quero saber. – disse tentando enrolar. – Mas provavelmente a paciente está com leucemia. – disse me encarando com seriedade.

– Eu vou pedir uns exames mais aprofundados, porque esses não podem me dar um resultado com exatidão do que eu quero saber. – disse tentando enrolar. – Mas provavelmente a paciente está com leucemia. – disse me encarando com seriedade.

Senti como se alguém apertasse meu coração e sufocasse minha garganta. Abri a boca um pouco num susto e o encarei estática não querendo acreditar nas suas palavras. Não, isso não pode acontecer! Passei a mão no rosto com a respiração descompassada levando-as até o cabelo. Não conseguia falar. O médico se levantou já esperando essa reação então agiu com naturalidade pegando um copo de água.

 

– Os exames mostraram uma diminuição na produção de glóbulos vermelhos e por isso a palidez, o cansaço e a sonolência com a qual a paciente chegou aqui. Eu vou pedir mais uma bateria de exames e se for esse mesmo o resultado, eu vou providenciar a internação da paciente o mais rápido possível. – disse me entregando a água.

– Há risco de morte? – perguntei fraco segurando o copo com as mãos trêmulas.

– Faremos o possível pra que isso não ocorra. – disse tocando meu ombro.

 

Fiquei encarando o nada por alguns segundos e deixei o copo em cima da mesa me levantando. Saí da sala do médico sentindo tudo rodar. As pessoas falavam ao meu redor, mas eu não me fixava em nada que elas diziam. Andei cambaleando até o banheiro e deixei as lágrimas caírem sentindo meu peito apertar. O ar faltava e eu tentava respirar fundo. Fui até o lavatório e abri a torneira molhando um pouco minha nuca e meu rosto.

 

 

Respirei devagar pegando um pouco de papel pra secar o rosto enquanto sentia o chão faltar e a realidade mudar. Meu celular vibrou em meu bolso e eu peguei vendo “Justin” no visor.

 

– Alô. – falei sem ao menos conseguir pensar direito.

– Me encontra lá no galpão, preciso falar com você. – ouvi a voz do Justin séria.
– Agora não posso. - disse tentando manter a voz firme com a choro preso na garganta
– Claro que você pode. Daqui a meia hora quero você lá. – falou irritado.

 

Respirei fundo fechando os olhos e algumas lágrimas escorreram pelas minhas bochechas.


– O que aconteceu? – perguntou impaciente.
– Nada, daqui a pouco estou chegando no galpão. – falei engolindo o choro e desliguei.

 

Passei as mãos no rosto e me encarei no espelho sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu que sempre gostei de controlar tudo a minha volta, principalmente a minha vida, me pegava agora com uma situação dessas nas mãos e pior ainda, me sentia sozinha. Ninguém podia saber daquilo, como eu iria resolver? Saí do banheiro tentando controlar minhas emoções indo até a saída do hospital. Avistei minha moto no estacionamento e me aproximei dela subindo em cima. Coloquei o capacete e arranquei com a moto indo em direção ao galpão. Mal prestava atenção na rua ou nos carros que passavam perto de mim quase arrancando minhas pernas. Queria gritar, mas perder a cabeça não tinha nada a ver comigo. Cheguei ao galpão e estacionei minha moto. O carro do Justin já estava parado lá. Caminhei até o galpão e meus pensamentos voavam. Só queria ir pra casa.

 

– Até que enfim! – disse irritado assim que eu abri a porta vendo ele sentado no sofá.

 

 

 

POV Justin

 

– Fala. – disse sem ao menos se stressar com o meu tom de voz.

 

Me levantei me aproximando dela enquanto ela se aproximava de mim também.

 

– Tem certeza que não aconteceu nada? – perguntei analisando seu rosto e podia jurar que pela primeira vez eu estava vendo Kimberly abatida.

– Tenho, Justin! Pra que você me chamou aqui? Pra perguntar se aconteceu alguma coisa? Isso você perguntou pelo telefone, então já posso ir embora? Tenho mais o que fazer! – disse se irritando.

– Não, senta aí. – falei apontando pra uma cadeira.

 

Ela revirou os olhos, mas fez o que eu mandei.

 

– Fala. – disse tediosa cruzando os braços.

– Só quero falar que você vai matar Alana, mas não vai matar agora. Ela tá quase morrendo, então não sairá agora do hospital, então a morte dela pode esperar um pouquinho. – falei dando de ombros.

– Tá, e posso saber por quê? – perguntou arqueando uma sobrancelha.

– Por que eu vou me casar em uma semana e eu não quero Lúcio atrás de mim antes disso. – falei sem conseguir encarar ela.

– Então temos que adiar todo o plano por causa do seu casamento com a pirralha? – perguntou debochada.

– Exato. – falei seco.

– Isso é ridículo. Ela já teve os filhos, pra que essa pressa de casar? – perguntou dando de ombros, mas o tom de sua voz entregava a frustração.

– Já falei o que eu tinha pra falar, não te devo mais satisfações. Espero que você me obedeça! – falei firme e ela se levantou ficando próximo de meu rosto e me encarando freneticamente.

– Têm coisas mais importantes pra eu me preocupar com o seu casamento idiota. – disse cuspindo as palavras.

– Então se ocupe e se preocupe com essas coisas e fique longe do hospital da Alana. – falei encarando seus olhos tão sedutores.

– É cômico o jeito que você acha que manda em mim. Eu já falei que eu não sou a Lorena. – falou apontando o dedo em meu peito.

– E eu já falei que você aqui recebe ordens e se não está satisfeita, por que não pede pra voltar a trabalhar pro Lúcio se é que já não está fazendo isso, não é mesmo? Será que a amiga que te ligou é mesmo uma amiga? – falei rindo cínico.

– O que você tá tentando insinuar? – perguntou irritada.

– Nada, acho que sua consciência está tranquila, não? – perguntei cínico rindo de canto.

 

 

– Muito! Mas do que você imagina! – rebateu séria.

– Então por que você ainda está me escondendo coisas? – perguntei tentando fingir que já sabia pra ver se ela caía na minha lábia e confessasse.

– Já disse que não estou escondendo nada!

– Eu vou descobrir, não é melhor me contar? – disse tentando provocar colocando meus dedos em seu queixo.

 

 

Kimberly me encarou com fúria e vi seus olhos marejarem de raiva.

 

– Fica longe da minha vida! – disse entredentes com a voz engasgada e vi uma lágrima escorrer do canto do seu olho direito.

 

Ela se virou rápido saindo do galpão feito um furacão. Dei alguns passos tentando ir atrás, mas aquela reação havia me deixado confuso. Por que Kimberly estava parecendo tão frágil? Ela nunca agiu assim antes na minha frente, ela nunca foi assim. Ela estava chorando, vi sua lágrima escorrer no canto de seu olho. O que ela estava me escondendo? E por que isso estava causando dor a ela a ponto de se mostrar tão frágil na minha frente. De longe ouvi sua moto sendo ligada e logo depois o barulho alto do motor arrancando. Não adiantaria ir atrás dela com meu carro porque ela corre com aquela moto pra caralho. Me joguei de volta no sofá. Aquilo estava começando a me preocupar. Agora eu tinha certeza que ela não estava armando contra mim, ela estava sofrendo e aquilo me incomodou. Mas do jeito que a conheço, sei que ela nunca vai se abrir comigo pra me dizer o que está acontecendo. Eu ia ter que descobrir sozinho. Respirei fundo me levantando do sofá e saindo do galpão. Entrei no meu carro e bati a porta com força. Dirigi até minha casa, já estava quase anoitecendo e eu ainda tinha que me arrumar pra festa de noivado.

 

Tópico: Kimberly's Secret

Kimberly

fernanda | 12/07/2014

ODEIO A KIMBERLY

kimberly

@shiianna | 05/07/2014

cara pior tudo mt haver ela pode ter um filho ou filha dele...nossaaaaaaaaa lorena vai infartar se for isso msm coitada

KIMBERLY

Marii | 18/09/2013

to achando que a Kimberly tem um filho com o Justin, pq se juntas os fatos é ate vdd... Ele transava com ela e dps ela sumiu, e agora tem esse paciente com leucemia que ta afetando ela... COITADA DA LORENA

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