Prove Que Não Me Ama Mais

 

POV Justin

 

Os olhinhos claros como os de Kimberly de Cindy estavam arregalados como se ela visse seu personagem de desenho animado preferido na sua frente. Estava surpresa de um jeito tão inocente que aquilo fez meus olhos umidecerem. Um sentimento de paz invandiu meu corpo como se uma onda do mar cobrisse meu corpo todo. A mesma paz espontânea que Alice e Chuck me traziam. Um sentimento puro aliviando toda aquela tensão bruta que minha vida me dava.

 

– Mamãe - ela começou a falar ainda assustada movendo sua cabeça para a direção de Kimberly que analisava tudo sem conter as lágrimas de felicidade. - Esse é o meu papai? - perguntou num sussurro baixo me fazendo rir pelo nariz.

– Filha, esse é o seu papai sim. Ele veio te ver. - disse se aproximando dela e acarinhando seu cabelinho dourado.

 

Cindy ainda me fitava ainda sem acreditar, mas seus lábios sorriam de um jeito sincero. Kimberly moveu sua cabeça me chamando pra perto. Meu coração estava agitado e cada passo que eu dava eu percebia mais ainda que aquilo tudo era verdade. Cheguei perto da cama e percebi o quanto ela estava fraquinha, pálida e havia algumas partes da sua cabeça sem cabelo. Aquilo me deu um nó na garganta, mas movi meus olhos ate seu rosto outra vez, não queria ver aquilo. Cindy esticou suas pequenas mãozinhas em minha direção e eu me curvei me aproximando dela até que a pequena tocou minhas bochechas com suas mãos quentinhas.

 

– Papai, você é muto bi-ito como a mamãe disse. - falou de um jeito fofo e eu sorri sem graça ainda sem reação para aquilo tudo. - Cê vai embola otra vez ô vai ficar aqui cumigu? - perguntou com a vozinha triste.

– Vou ficar com você e não vou embora nunca mais. - falei completamente comovido com a minha situação.

– Não vai embola nunca mais?! - perguntou assustada abrindo mais ainda seus olhinhos.

 

Neguei com a cabeça sorrindo, pois se eu falasse minha voz sairia falha por causa do choro na garganta.

 

– Ebaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! - seus bracinhos alcançaram meu pescoço me dando um abraço apertado e sincero que eu retribui completamente sem jeito.

 

– Mamãe, papai num vai mais embola, ele vai ficar cumigu! - disse festejando e nós dois rimos abobalhados observando a felicidade dela. - Papai, você veio me pegar pra mim levar pla casa?

– Não, meu amor, você tem que ficar aqui só mais um pouquinho. - respondi retorcendo um canto da boca.

– Mas aqui num tem nada pla fazer. Eu quelo ir pla casa. - disse emburradinha.

– Quando você estiver 100% boa, você vai pra casa. Mamãe já te explicou isso, não é verdade? - Kimberly se meteu.

– Mas mamãe, eu to aqui mutu tempu e nunca fica bom. - disse fazendo biquinho.

– Há quanto tempo ela está aqui? - perguntei sério olhando pra Kimberly.

– Seis meses.

– Seis meses? - perguntei alterado olhando pra Cindy que se distraía com uma boneca. - E o que eles falam? - perguntei mais baixo franzindo a testa.

– Ela está na fila esperando um transplante. Eu fiz o exame, mas não sou compatível. - disse embargando a voz. - não pude fazer isso por ela. Têm dias que ela está bem, como hoje, mas têm dias que ela fica muito debilitada. - conclui deixando escapar uma lágrima.

– E se eu for compatível? - perguntei me assustando e ao mesmo tempo me animando com aquela ideia. - E se eu puder salvá-la? - perguntei me aproximando de Kimberly.

– O médico disse que isso poderia ser uma chance, mas eu disse que não podia recorrer ao pai dela. - disse abaixando a cabeça.

– Por que você fez isso? Por que colocou a vida dela em risco mais ainda? - perguntei irritado com a atitude dela.

– Eu tentei recorrer a você, Justin! Eu juro que tentei! Mas eu simplesmente não conseguia dizer de uma hora pra outra que você tinha uma filha.

– E por que não? - perguntei ainda irritado. Não estava acreditando que ela havia negado uma chance ou talvez a única que nossa filha teria.

 

Olhamos para Cindy esperando que ela estivesse nos olhando assustada por estarmos discutindo, mas a boneca parecia roubar toda a sua atenção.

 

– Se coloca no meu lugar, eu estava desesperada! - tentou se explicar.

– Não tem justificativa, Kimberly! Você devia ter recorrido a mim! Cadê esse médico filho da puta que tá fazendo minha filha esperar? - falei me virando pra porta e Kimberly segurou meu braço.

– Calma, Justin! Sem alarde! Não quero que o Lucio nem sonhe que Cindy está aqui.

– Como ele sabe dela? - perguntei sentindo a preocupação me irritar.

– Alana deve ter contado pra ele, isso é óbvio. Já era de se esperar. Então ele me ligou deixando claro que sabia que eu havia matado Alana e que ele ia se vingar matando minha filha.

– Ele não vai fazer nada com ela. - falei firme e num tom sério saindo do quarto sentindo suas mãos me soltarem.

 

Caminhei completamente atordoado pelo corredor do quarto até avistar uma enfermeira.

 

– Cadê o médico da Cindy? - perguntei alto e ela se assustou se virando para me olhar.

– Me desculpe, mas quem é o senhor?

– Sou Justin Drew Bieber, o pai dela.

– Desculpe, Sr. Bieber, mas a Sra. Ambrossa nos comunicou que o contato com o pai da paciente seria algo impossível! - disse desconfiada e eu revirei os olhos com impaciência.

– Foda-se o que essa maluca disse! - gritei fazendo a enfermeira me olhar mais assustada. - Eu quero que o médico me diga se sou compatível.

– Mas para isso o hospital precisa examinar seu sangue.

– E o que estão esperando?

– Sr. Bieber, caso seja compatível, a retirada de sua medula não é um procedimento simples.

– Não me interessa! Deixar minha filha esperando uma doação parece um procedimento simples pra você?

– Estamos fazendo tudo que podemos para amenizar a situação da Cindy. O hospital não negligencia nenhum dos nossos pacientes.

– Tá. - revirei os olhos tedioso. - Onde está o medico que pode me dizer se sou compatível ou não?

– Ele está atendendo alguns pacientes agora, mas eu posso avisar a situação para ele e marcar uma hora para o seu exame.

– Que mané marcar uma hora! Vou fazer essa merda agora!

– Sr. Bieber, se o senhor não se acalmar nós não vamos poder resolver essa questão. - a formalidade forçada dela já estava me irritando.

 

Bufei alto e ela começou a caminhar em direção ao quarto da Cindy. A segui encontrando Kimberly fazendo cosquinha em Cindy que gargaihava alto com aquilo.

 

– Sra. Ambrossa, esse é o pai da sua fiiha? - perguntou ainda desconfiada chamando a atenção de Kimberly e Cindy.

– Ele é meu papai, tia Beth. - disse Cindy toda alegrinha fazendo com que acalmasse meus nervos. Kimberly assentiu em resposta.

– E a senhora está ciente do desejo do Sr. Bieber em fazer um exame de sangue pra saber se é compatível?

– Sim. - respondeu sem pensar.

 

A enfermeira me olhou de cima a baixo enquanto anotava alguma coisa em sua prancheta.

 

– Vou encaminhar isso ao médico e até amanhã você fará esses exames. - disse saindo em seguido do quarto para não ouvir minha resposta. Porém Cindy já havia me acalmado, então concordei com aquilo sem mais escândalos. Me aproximei de minha princesinha que mexia no cabelo da boneca.

 

– Princesa, papai tem que ir resolver uma coisa, mas eu prometo que volto rapidinho, tá bom? - falei colocando uma mão em sua cabeça.

– Plomete que vai voltar, papai? - perguntou manhosa.

– Claro que prometo e vou trazer uma boneca linda pra você.

– Mamãe, vou ganar uma buneca noda! - disse espevitada olhando pra Kimberly sentada na poltrona ao lado de sua cama.

– Eu ouvi, minha filha! - disse acompanhando o mesmo tom de voz da pequena.

 

Sorri pelo nariz dando um beijo em sua testa. Cindy era adorável, nem parecia que estava tão doente. Ela voltou a se distrair com a boneca e eu me aproximei da Kimberly.

 

– Preciso arrumar aquilo lá em casa, preciso dos meus homens que estão com o Ryan, preciso avisar pra minha família o que está acontecendo... enfim preciso ir, depois eu volto. - falei um pouco perdido.

 

Ela permaneceu calada e se levantou apenas me encarando de um jeito pensativo e depois de alguns segundos assim, abriu a boca finalmente proferindo um "obrigada" rouco e sem jeito. Assenti sem responder nada. Apenas abracei seu corpo e ela se aconchegou em meus braços.

 

– Você só estava errada de uma coisa. - sussurrei perto do seu cabelo e ela permaneceu intacta.

 

Afastei nossos corpos do abraço e ela me olhou confusa esperando que eu concluisse.

 

– Ela é perfeita.

 

[...]

 

Dirigia com apenas uma mão no volante enquanto discava o numero do Ryan. Coloquei o aparelho esperando ele atender. Já estava de manhã e eu estava quebrado. Não preguei nem por um segundo o olho.

 

– Fala, Drew.

– Vai com os homens até la em casa e manda eles limparem a bagunça que os capangas do Lucio deixaram lá.

– Do que você tá falando, maluco?

– Depois eu te explico. Tô indo pra casa e te encontro lá.

– Falou.

 

Atravessei o portão e alguns homens já arrastavam os corpos em direção a uma grande van. Estacionei o carro em frente a casa saindo em seguida e batendo a porta com força. Subi as escadinhas com rapidez e abri a porta da casa encontrando Ryan sentado no sofá, mas deu um pulo assim que me viu.

 

– Que merda aconteceu aqui, cara? – perguntou completamente alterado e eu encarei junto com ele aquela sala destruída.

– Senta. – falei um pouco ofegante. Só agora que eu me peguei numa situação onde eu tinha que contar tudo pra alguém é que percebi a loucura que havia acontecido na minha vida em tão poucas horas.

– Não vou sentar porra nenhuma, bro! Olha a sua casa! Se você não tivesse me ligado antes de eu vir aqui, eu ia achar que você estava morto. E deixa eu te dizer só uma coisa: Jardim é pra plantar flor e não corpos. Que merda é aquela, porra? – perguntou alterado.

– Aqueles são os meus homens.

– Os seus? Quem fez aquele estrago sozinho? – perguntou desesperado.

 

Caminhei até meu escritório me sentando na cadeira e tentando relaxar meu corpo. Ryan veio logo atrás de mim e estava apreensivo esperando uma resposta.

 

– Kimberly matou Alana... – comecei a falar, mas fui interrompido.

– Vadia! Ela sabia que se fizesse isso o Lúcio ia aparecer! – esbravejou.

– Cala a boca, Ryan! Você não quer saber o que aconteceu?

– Mas eu não consigo acreditar, eu estive ontem aqui e estava tudo em seu lugar.

– Cala a boca. – falei pausadamente me irritando e ele se jogou no sofá e fingiu fechar a boca com um zíper.

– A história vai além da Kimberly ter matado Alana pra foder com tudo. Ela matou porque ela achou que Alana era a única que sabia uma parada dela. – não me sentia preparado pra falar sobre a Cindy ainda. - Enfim, isso não vem ao caso agora. O Lúcio ligou pra ela e deu o tiro pro alto anunciando a guerra.

– Ele deu bastante tiro pro alto, não acha não? – perguntou debochado.

– Cala a boca e escuta. – falei tentando manter a calma. – Eu estava na sala e de repente começaram os tiros, eu só tive tempo de abaixar, mas ele não estava sozinho. Ouvi pelo menos uns 3 carros. Meus homens foram pegos despreparados e deu no que deu. – dei de ombros. – Finalmente Ryan havia ficado quieto pra ouvir. – Depois que os tiros acabaram, tentei correr pra pegar alguma coisa, mas eles já tinham ido embora. Aí Kimberly surgiu desesperada e eu já sabia que ela tinha feito merda.

– Cara, isso tá estranho. Quer merda é essa que a Alana sabia? Não to entendendo nada. Só sei que estava tudo tranquilo e essa vadia tinha que fazer alguma coisa pra foder com tudo de novo.

 

Me calei fingindo pensar sobre sua dúvida. Se eu tivesse cabeça pra explicar tudo, diria que o que Alana sabia era simplesmente uma filha minha que nem eu sabia que existia. Kimberly tinha motivos pra dar e emprestar para querer Alana morta. Só esqueceu que Lúcio sempre descobre tudo. Parece que tem um comparsa dele em cada canto da cidade.

 

– E agora? O que vamos fazer? – disse cortando meus pensamentos.

– Eu vou atrás da Lorena. Ela chegou aqui e viu Kimberly comigo e foi embora sem querer me ouvir.

– Lorena esteve aqui? Que porra de madrugada louca foi essa, Drew?

– Nem fala...

– Por que ela veio aqui? – perguntou confuso. Parecia que sua cabeça ia explodir em segundos, era muito informação pra cachola daquele lesado.

– Eu liguei pra ela antes dos tiros começarem e depois não consegui mais falar porque o celular caiu no chão, ela deve ter ficado preocupada. – dei de ombros.

– Ah. – falou pensativo.

– Deixa essa porra pra lá, vou resolver. Chega! Já estamos muito tempo nessa palhaçada e eu preciso dela agora mais do que nunca. Em breve você vai entender por que. Eu vou lá na casa daquele otário e vou trazer a Lorena pra casa dela de novo. Chega dessa palhaçada toda! Minha paciência chegou a limite.- falei levantando da cadeira e Ryan me acompanhou até a sala. – Pede pros homens rodearem a casa. Vou levar um comigo. – falei saindo de casa.

 

Atravessei a sala chamando um dos capangas que estavam ali.

 

– Quero que você vá naquele hospital perto da fronteira, conhece?

– Conheço sim, senhor. – falou.

– Sobe aquela porra lá e se perguntarem, diz que está a mando do Justin Bieber. Fica no terceiro andar, você vai encontrar a Kimberly lá e não arreda o pé de lá nem se tua mulher estiver parindo, entendeu?

 

Ele assentiu.

 

– Qualquer coisa estranha, me liga. E se for estranho demais, mete bala.

 

Ele assentiu mais uma vez e eu desviei dele indo para o meu carro e o entrando em um dos carros que estavam ali. Acelerei meu carro ultrapassando o máximo que a avenida permitia. A arma estava no porta-luvas. Não queria mais sangue no meu dia, mas se Chaz não cooperasse aquilo seria necessário. Parei o carro em frente a sua casa e abri o porta-luvas colocando a arma na cintura. Saí do carro semicerrando os olhos por causa da claridade do Sol. Andei calmamente até a porta e rodei a maçaneta. Estava aberta, que bom. Menos um trabalho. Entrei naquela casa e estava nem silenciosa. Não era lá essas coisas, mas tudo bem. Não acreditei que Lorena tinha trocado toda a mordomia que tinha pra viver que nem uma dona de casa nessa porra minúscula. Caminhei pra fora de pequena sala indo em direção aos corredores do quarto. Havia dois bercinhos e um dos quartos e eles estavam vazios. Aquele silêncio já estava me estressando.

 

– Chaz? – ouvi a voz da Lorena soar de um dos quartos me dando um leve susto. Ela estava sozinha e pelo visto esperando Chaz chegar. Torci por 3 segundos que as crianças estivessem no quarto com ela. Se Chaz tivesse saído sozinho com eles... nem quis pensar em terminar aquele pensamento. Eu estouraria os miolos daquele otário sem pensar duas vezes. Ele não era confiável. Meus filhos podiam estar muito bem com o Lúcio agora e tudo por causa da irresponsabilidade da Lorena. Caminhei até a porta do quarto e empurrei de leve. Lorena estava de costas terminando de secar o cabelo e nenhum sinal das crianças.

– Cadê Alice e Charles? – perguntei alto e sério fazendo ela se virar e me olhar completamente assustada.

– Como você entrou aqui?

– Pela porta. – dei de ombros respondendo óbvio. – Mas agora responder onde estão Alice e Chuck. – reforcei a pergunta num tom completamente atordoado.

– Não te interessa. Vai embora ou eu ligo pra polícia. – falou se aproximando e tentando socar meu peito.

 

Segurei seus braços sem muita dificuldade e nossos olhos travaram uma batalha.

 

– Cadê a Kimberly? Cansou de brincar com ela? – perguntou irônica tentando disfarçar o incômodo.

– Cadê Chuck e Alice? – perguntei mais uma vez pausadamente.

– Estão aqui. Solta ela. – a voz do Chaz ecoou o quarto e eu olhei pra trás vendo ele carregar os dois no colo que pareciam dormir.

– Solta eles agora. – falei com ódio e Lorena correu pegando Alice e Chuck no colo.

– Justin, vá embora. Você não acha que já fez bastante estrago na minha vida não? O que você quer mais? – perguntou completamente desnorteada e as lágrimas já escorriam em seu rosto.

 

Meu sangue fervia, eu podia senti todo o caminho dele pelo meu corpo. Chaz estava a me encarar e eu retribuí aquele olhar de superiodade dele e sorri debochado. Seu corpo de movimentou rápido vindo pra cima de mim acertando um soco certiro próximo ao meu olho. Segurei seus braços com força retorcendo, mas ele conseguia se soltar. Ouvia o grito de Lorena que segurava as crianças desesperadas. Ele me agarrou distribuindo socos, mas eu estava acertando muito mais do que ele. Num momento de distração, peguei minha arma dando uma coronhada nele que caiu desmaiado. Deixei seu corpo mole no chão e fui até Lorena limpando com a parte de cima da mão o resquício de sangue que havia no canto da minha boca.

 

– Vai embora, Justin! – disse se afastando e eu tomei Alice de seus braços.

– Você vai comigo!

– Não vou, me deixa em paz! – disse aos prantos.

 

Caminhei saindo do quarto e levei Alice até o quarto que eu tinha notado os berços. Deixei ela lá que parecia não ter acordado com a gritaria. Lorena veio atrás de mim gritando, mas assim que deixei Alice no berço, me virei pra Lorena tampando sua boca.

 

– Quero conversar com você, só isso. – falei tentando ficar calmo.

– Não quero conversar com você.

– Anda, me dá o Chuck. – disse mandão.

– Não, quero meus filhos longe de você, seu maluco. – falou cuspindo as palavras e eu peguei Chuck mesmo assim deixando ele no berço enquanto Lorena me dava tapas estalados no braço.

 

Assim que deixei Chuck dormindo ao lado da irmã, me virei pra Lorena suspendendo seu corpo no ar pra tirá-la do quarto e seus socos começaram fortes em minhas costas. Fechei a porta tentando não sentir dor com todos aqueles socos dela e continuei caminhando até a sala deitando seu corpo no sofá.

 

– Eu odeio você! – disse com o cabelo todo desgranhado e alguns fios grudados na cara por causa das lágrimas.

– Chega! – gritei! – Chega dessa merda! – falei tentando não perder a paciência. Eu só precisava dela de novo na minha vida, estava tentando consertar toda aquela merda que minha vida tinha se tornado sem ela. Precisava proteger meus filhos, precisava proteger ela. Não era segurar permanecer nessa casa com alguém que eu não conhecia.

 

Lorena levantou ficando a centímetros de mim e sua respiração estava ofegante.

 

– O que você quer de mim? O que você quer de mim que a Kimberly não pode te dar? Por que você não me deixa em paz? – perguntou entre o choro.

– Porque eu te amo, caralho! Quando você vai colocar na porra da sua cabeça que você sempre será a única pra mim! – falei com ódio segurando seus braços.

– Posso ser única pra você, mas nunca serei A única. Sempre serei surpreendida por mais uma vagabunda na sua vida! – esbravejou. – Da próxima vez que me ligar e eu ouvir tiros, vou torcer pra que um acerte sua cabeça. – disse deixar exposto todo seu ódio.

 

Segurei sua cintura com força. Nada que ela falava com ódio soava como verdade. Aproximei nossos rostos e ela fitou meus lábios completamente perdida.

 

– Lorena, você entraria na frente de qualquer bala por mim, não minta. – sussurrei fitando seus lábios também e ela passou a língua entre os lábios dela umidificando.

– Você é nojento. – disse com dificuldade.

– E você me ama. – sussurrei quase colando seus lábios.

 

Parecia aquele Justin e aquela Lorena que se odiavam no início. Me senti como se tivesse na casa do Ryan mais uma vez vendo a pessoa mais odiável na minha frente. Ela me estressava, ela tirava completamente o meu senso, ela conseguia me irritar como ninguém, mas ela tinha todo o meu amor e toda a minha devoção e além disso, ela tinha toda a minha sanidade. Seus olhos ainda estavam perdidos nos meus lábios. Como sempre ela não conseguia disfarçar o quanto eles eram atrativos para ela.

 

– Volta pra mim, volta pra sua casa, volta pra sua vida de verdade. Isso daqui não tem nada a ver com você, não tem nada a ver com nós dois. Você nasceu pra ser servida, nasceu pra ser patroa. Você não tem que fazer nada que você faz aqui. – falei num sussurro deixando ela ainda mais vidrada em meus lábios.

– Não posso. – falou com dificuldade e algumas lágrimas escorreram em sua bochecha. – Você não pode me convencer disso de novo, Justin. Você me coloca no alto apenas pra me ver cair outra vez.

– Você sabe que eu te amo, Lorena. O que aconteceu foi um erro, mas se tudo fosse perfeito talvez você nem fosse gostar tanto de mim. – falei convencido.

– Se você fosse perfeito tudo seria perfeito. – disse óbvia.

– Quem te garante isso? – perguntei agarrando sua cintura e colando mais nossos corpos. Senti todo seu corpo arrepiando e sua respiração ficava mais descompassada. Ela ainda era a minha Lorena. - Posso não ser perfeito como você tanto quer, mas sou o único que te deixa assim. Acho que isso me faz perfeito pra você do meu modo mais imperfeito. – falei sorrindo pelo nariz e ela franziu a testa tentando disfarçar toda aquela cena, mas seus olhos não saíam dos meus lábios. – Você quer me beijar? – perguntei num sussurro quase encostando nossos lábios. Adorava ver Lorena tão perdida em meus lábios.

– Não. – respondeu fraco com uma das mãos no meu ombro e a outra espalmada em meu peito.

– Sua boca diz não, mas seu corpo todo está te contradizendo. – sussurrei mais uma vez e dessa vez nossos lábios se tocaram de leve fazendo Lorena fechar os olhos num suspiro.

 

Como na primeira vez que nos beijamos, Lorena insistia em recusar meus lábios quando ao mesmo tempo seu corpo implorava por aquilo. Amava como ela era uma autoritária, mas sempre perdia a linha pra mim. Essa era minha Lorena.

 

– Você me ama, não me ama? – insisti indo até sua orelha o mordendo devagar. Desci até seu pescoço quente e aquele perfume invadiu minha narina como se reconstruísse algo em mim que eu havia perdido a muito tempo. Aquele cheiro sempre me acompanhou, estava entranhado em cada parte do meu quarto.

– Não mais. – disse com dificuldade.

– Então me prove isso. Prove que não me ama mais. – sussurrei em seu ouvido e em seguida afastei nossos corpos. Observei Lorena passar a mão no cabelo completamente desnorteada.

 

POV Lorena

 

Como ele podia ter aquele efeito em mim? Como? Ele estava aqui, na minha frente, dizendo coisas instigantes que estavam me deixando cada vez mais molhada e querendo seu corpo. Meu coração agia como se nunca tivesse sido magoado. Justin tinha o dom de me destruir e de me fortalecer. Queria seus lábios nos meus. Queria sentir a textura de sua boca na minha, era tudo que eu queria naquele momento.

 

– Você me ama, não me ama? – perguntou próximo a minha orelha e foi descendo até meu pescoço. Senti todo meu corpo se arrepiar com o seu toque. Ninguém fazia aquilo melhor que ele.

– Não mais. – falei tentando recuperar a voz.

– Então me prove isso. Prove que não me ama mais. – sussurrou insistente em meu ouvido e desgrudou nossos corpos com a cara mais safada que ele fazia. Cruzou os braços e se jogou no sofá esperando uma reação minha.

 

Não, Lorena. Vire as costas! Vá embora. Expulse essa pessoa da sua vida. Isso não te faz mal. É apenas um remédio que ao invés de aliviar a dor, só deixa ela mais forte. Não se deixa enganar por esses olhos traiçoeiros, não se deixe enganar por essa boca perfeita. Suas palavras são uma mentira. Lorena, não esqueça que o Diabo se mostra bonito. Lorena, não se esqueça apenas que dias ruins podem voltar. Não se esqueça do enforcamento, não se esqueça de cada tapa. Não vá, não agora. Não desista. Segure firme. Eu pensava isso enquanto meus pés davam passos vagarosos sem qualquer consentimento da minha razão. Meu corpo queria ele, necessitava. Era algo vital. Eu nunca poderia correr do Justin. Era como se no fundo eu soubesse que ele não era aquele mostro. E mesmo que fosse um monstro 100% monstro! Mas que porra de monstro gostoso! Tudo piorou quando ele tirou sua camisa completamente despreocupado. Ele sabia do efeito que tinha sobre mim, ele sabia como meu corpo reagia a ele. Minha cabeça gritava não, mas meu corpo todo mostrava que sim. Eu sempre seria uma presa fácil e Justin sempre seria meu predador preferido. Sentei em seu colo de frente pra ele com uma perna de cada lado e ele sorriu convencido. Minhas mãos forem até seu peito e ali se espalmaram como se eu tocasse pra me certificar de que ele era de verdade.

 

– E assim que você prova que não me ama mais? Vindo até a mim? – perguntou entranhando seus dedos em meu cabelo e eu tombei a cabeça pra trás fechando os olhos. Sentia toda sua excitação embaixo de mim. Aquilo me excitava mais.

 

Foda-se a minha razão, eu o amo e meu corpo o deseja mais que tudo nessa vida.

 

Tópico: Prove Que Não Me Ama Mais

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karol drew | 09/08/2014

NAAAAAO ! N ! N ! A LORENA N PODE VOLTAR, E O CHAZ? TÁ Q A LORENA N SENTE NADA POR ELA, MAIS QUANDO ELA SAIU, ELE FOI O REFUGIO DELA. ELA PODERIA AO MENOS SE COLOCAR NO LUGAR DO CHAZ, & VER QUANTO É RUIM " ILUDIR " UMA PESSOA. PORQUE SIM, FOI ISSO QUE ELA FEZ COM O CHAZ! PORRA! QUANDO ELA TAVA SEM O JUSTIN ELA FOI P ONDE? PRA CASA DO CHAZ ! AAAH, VAI SE FUDER LORENA! ELES NN PODEM VOLTAR ! MESMO ELES SE AMANDO . (MINHA OPNIÃO)

aah

Marii | 19/09/2013

MEU DEUS QUE CAPITULO FOI ESSE? to com tanta raiva da Kimberly que eu nem gosto da Cindy, nao gostei... mas essa "volta" do JB e da Lorena me deu uma sensaçao de alivio, finalmente eles vao se conciliar, por pouco tempo eu acho, mas vao

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