O Jogo Acabou

POV Lorena

Abri meus olhos e não reconheci o lugar. Era um minúsculo quarto sujo, escuro que fedia a mofo. Senti o medo se aproximar. Sentei no colchão em que estava e dei uma olhada rápida no lugar. Parecia que não tinha ninguém. Levantei tentando fugir, mas senti um puxão pelo tornozelo: eu estava acorrentada a cama.

– Socorro! - gritei arranhando a garganta, mas parecia que ninguém escutava.

Chorei em desespero.

– Socorro! Alguém me ajuda. - falei entre os soluços do choro. 

Abaixei a cabeça desesperançosa. Alguma coisa me dizia que o pior estava pra acontecer. Ouvi passos se aproximando, mas como estava escuro apenas vi a sombra de um homem. Ele estava o tempo todo ali e eu não tinha percebido.

– Quem é você? O que você quer? - falei entredentes com algumas mechas de cabelo grudadas na cara por causa das lágrimas.

Ouvi uma risada pesada.

– Então o seu namoradinho não falou do perigo que você corria ao lado dele? - disse a voz num tom debochado.

Me calei estremecendo. A sombra andou mais alguns passos e a luz fraca iluminou o seu rosto. Olhei aqueles olhos negros e ele sorriu de canto.

– Ele pode ser um ladrãozinho filho da puta, mas até que tem bom gosto pra vadias. - disse com um peso na voz.

Fixei o chão ofegante. Estava temendo que esse cara me forçasse alguma coisa. Preferia mil vezes morrer.

– Não se preocupe, eu não vou te matar. - falou ao ver meu nervosismo. - Não agora. - concluiu.
– O que você quer comigo? - perguntei fraca.

Uma longa risada preencheu o ar.

– Justin estava fugindo de mim, mas agora eu soube que ele voltou pra casa. Péssima decisão. Vou atingi-lo onde mais dói. Com certeza ele virá atrás de você. - disse se aproximando de mim e tocando o meu rosto.
– Será um disperdício matar você se ele não vier. - disse com um sorriso debochado.
– Por favor, não faça nada com o Justin! Me mate! Mate a mim... por favor! - falei deixando as lágrimas dominarem o meu rosto.
– Shhhhhh... - sibilou ele perto do meu rosto. - Quietinha, vadia. Justin roubou mais de 200 mil em drogas que eram minhas. Ele me deve isso, aliás ele me deve muito mais que isso por causa da sua ousadia de ter matado um capanga meu. Ninguém se mete comigo. 

– Ele estava fazendo um trabalho pro Lúcio! - esbravejei.
– NÃO INTERESSA! Enquanto o chefe não põe a cara a bater, nós nos vingamos de quem faz o trabalho. Essa é a regra por aqui. Você sendo uma vadiazinha namorada de um traficante deveria saber disso. - falou nervoso.
– Justin não é mais traficante!

Uma risada alta invadiu o ambiente.

– Quem se mete nisso uma vez, fica preso pra sempre. Ainda mais se vira as costas com dívidas. E cala a boca! Eu não quero mais ouvir a sua voz. Você vai ficar aí até ele vir te buscar e reze pra isso acontecer, senão você que pagará o pato. - disse segurando com meu rosto com força, aquilo me deu nojo. - Eu vou desfigurar a sua cara e esquartejar o seu corpo. Ninguém nunca te achará, vadiazinha de merda. - concluiu cuspindo as palavras e depois saiu do quarto trancando a porta.

Eu soluçava desesperada.

– SOOOOCOOOORROOOO! - gritei arrancando a voz do fundo do corpo, mas ninguém me ouvia. Me joguei na cama chorando temendo o pior. 


POV Justin

Amacei o bilhete com raiva na mão e comecei a vasculhar o armário para achar a arma. Aquele filho da puta ia pagar. Coloquei a arma enfiana na calça e desci as escadas correndo.

– Onde você vai? - perguntou minha mãe vindo em minha direção.
– Tenho que resolver umas coisas. - falei rude sem olhá-la.
– Você não pode sair, você tem que ficar em repou...

Bati a porta de casa deixando ela falando sozinha. Meu sangue fervia em minhas mentes. Uma raiva enorme me dominava. Entrei no carro e o arranquei com tudo. Parei o carro a 100 metros da mansão do Jack e me aproximei me escondendo atrás de alguns carros. Só havia um segurança no portão. Mirei de longe sua cabeça e acertei em cheio. Minha arma tinha silenciador, então o barulho foi mínimo. Me aproximei da cabine que o idiota estava e liberei a entrada do portão. Andei cautelosamente me escondendo na primeira árvore que eu vi.

– Você viu a gostosa que o chefe trouxe? - ouvi a voz de algum capanga idiota.
– Outra vadia qualquer. - falou o outro capanga com indiferença fazendo minha raiva subir mais ainda.
– Não, cara! Essa é muito gostosa, vai por mim. Ele colocou ela lá naquele quartinho perto da piscina. Deve ser alguma vagabunda que cheirou tudo e não tem dinheiro pra pagar porque ele só coloca lá as pessoas que ele quer torturar, não é a toa que ele chama de quarto da tortura, né. 
– Por que você não para de falar e vai vigiar a casa? Parece mulherzinha fazendo fofoca. - disse o outro capanga impaciente. 

Me segurei para não estourar o miolo dos dois, mas isso ia acabar com todo o meu plano. Esperei ambos se afastarem e fui me escondendo atrás de árvores, carros, caixa, até chegar perto do maldito quarto que Lorena estava. Eu não era um matador, não gostava de lembrar que um dia matei alguém e muito menos me sentia bem com uma arma na mao, mas o filha da puta do Jack estava com a minha Lorena, isso simplesmente me deixou sem escrúpulos. Aguçou todos meus instintos brutos, então iremos lutar de igual pra igual. Eu sabia que ele queria a mim, então ele teria. 

– SOCOOOOOORRO! - ouvi a voz da Lorena ecoar quebrando o silêncio que havia naquele lugar.

Meu coração bateu mais forte, senti minha respirar ficar ofegante. O sangue fervia quente em minhas veias. Me segurei para não sair correndo e tirar Lorena daquele quarto, mas vi que havia dois capangas dele na porta. Me escondi entre os carros que estavam parados ali e mirei no peito de um deles que em segundos já estava no chão. Prontamente 
o outro se colocou em posição de ataque segurando sua arma.

– Preciso de ajuda. - ouvi ele dizer de longe, apertando o alerta do rádio. - SEJA QUEM FOR VOCÊ, HOJE VOCÊ MORRE! - concluiu em voz alta.

Preparei minha arma para começar a atirar, mas de repente o carro em que eu estava escondido começou a ser acertado por tiros. Senti um passar de raspão em meu braço e me estiquei no chão me esquivando das balas gemendo de dor.

– PAREM COM ISSO! - ouvi a voz grossa e alta de Jack. 

Os tiros pararam e eu me manti em silêncio absoluto.

– Se for o Bieber, eu quero ele VIVO, seus amadores imprestáveis! - disse pausadamente sendo rude.

Contei os pés que eu conseguia ver por debaixo do carro e havia cinco pessoas. Meu braço ardia. Arranquei um pedaço na blusa amarrando no ferimento. Andei agachado alguns passos pro lado ainda me escorando no carro e a escuridão fazia com que ninguém notasse meus movimentos. Mirei a coxa do capanga que guardava o quarto onde Lorena estava e atirei fazendo ele cair próximo ao outro capanga que já estava de dor. Ouvi seu gemido alto e perturbador enquanto ele caía no chão. Eu tinha uma visão parcial, mas consegui ver quando dois capangas forem socorrer o que estava ferido. Levantei do chão com toda ira que pude, meu pensamento foi em Lorena fazendo com que eu tomasse coragem. Assim que eles me viram os tiros começaram, mas mirei na cabeça dos três que ainda estavam parados em minha frente. Pelo menos o curso de atirador de elite que o Lúcio exigiu que fizéssemos tinha surtido efeito. Os dois capangas que haviam se afastados olharam assustados e de onde estavam já começaram a atirar, mas de tão nervosos estavam acertando o vento. Jack trabalhando com amadores? Que novidade! Levantei minha arma atirando no peito de um e seu corpo foi jogado ao chão. O outro largou sua arma se rendendo, mas não tive pena, acertei em cheio sua testa fazendo sua cabeça tombar pra trás e depois ele caiu. Corri até a porta do quarto e o capanga que eu havia acertado só na coxa estava trémulo e me olhava com medo.

– Por favor, não me m...

BUM! Um tiro em cheio em sua cara fazendo-o ficar sem vida no mesmo instante. Chutei a porta com força forçando-a a abrir. Pedaços de madeiras caíram no chão e pude notar Jack que segurava Lorena com força com uma mão e com outro mirava uma arma em sua cabeça.

– Eu sabia que você vinha busca-la, Bieber. Essa vadia deve trepar muito bem. Nunca vi você amarrado com ninguém. - disse com um peso na voz meio irônico.

Lorena estava desesperada, seus olhos estavam arreganhados e ela tentava gritar alguma coisa.

– Solte ela! - gritei com o semblante sério.
– Não até você me dar o que me deve. - falou acompanhando meu tom de voz.
– Não te devo nada, quem te deve já está morto! - falei frio.
– Se está morto não me interessa mais, você estava com o Jaden no dia, então você me deve. - disse completamente irritado.
– Solte ela, agora. - falei pausadamente.
– Você tem que agradecer que eu não comi o cuzinho dessa vadia! - disse cheirando o pescoço de Lorena que fechou os olhos com uma certa repulsa.

Jack se deliciava com o perfume de Lorena e aproveitei esse momento de distração e atirei em seu braço que segurava a arma fazendo ele soltar a arma na hora e tambem soltar Lorena que veio também. Corri e peguei a arma mirando as duas pra ele enquanto ele se contorcia de dor segurando o braço. Lorena chorava se escondendo atrás de mim.

– Acho que o jogo acabou pra você, Jack. - falei sarcástico.
– Se você me matar, meus capangas irão atrás de você. - disse tentando me colocar medo.

Soltei uma risada alta.

– Seus capangas odeiam trabalhar pra você, querido Jack. Sinto te informar. E depois do estrago que fiz SOZINHO hoje, duvido que alguém venha me procurar só pra vingar a morte do super Jack. - falei debochado.

Jack me olhou com fúria no olhar calado. Não queria prolongar, queria tirar Lorena daquele lugar então acertei seu rostos atirando com as duas armas. Ouvi Lorena arfar atrás de mim e depois seu grito abafado preencheu a sala. Jack caiu no chão com dois buracos na testa e os olhos abertos. Lorena tampava os olhos com a mão. Abracei-a e a conduzi pra fora daquela cena, mas do lado de fora havia mais caras mortos. Lorena estava gélida e tremia. 

– Espera aqui. - falei para ela e fui até um dos capampas e vasculhei seu bolso até encontrar a chave do carro. 

Achei e apertei o alarme e logo vi qual foi o carro que alertou.

– Vem. - falei segurando sua cintura e conduzindo-a até o carro.

Lorena chorava insistentemente. Parecia estar em alfa. - Coloca o cinto. - falei ríspido assim que entramos no carro.

Ouvi os pneus cantarem e acelerei saindo pelo portão que entrei e seguindo a ruma na contramão até que virei e entrei numa outra rua vazia e acelerei mais ainda, pois já ouvia sirene de polícia de longe. Guardei a arma no porta-luvas e voltei o foco para a pista. Eu estava a 120 Km/h.

– Justin. - ouvi a voz fraca de Lorena.

Olhei para ela apreensivo e ela revirava os olhos.

– Já vamos chegar em casa, Lorena! Aguente mais um pouco - falei preocupado olhando para ela e outras vezes olhando para estrada.

– Eu quero vomitar! - disse Lorena que ficava cada vez mais pálida.
– Vomitar? - perguntei confuso.
– Eu nunca vi tanto sangue na minha vida. - disse forçando o cenho.

Estávamos numa estrada deserta e já estávamos longe do local do crime, então encostei o carro e Lorena saiu com rapidez dele.

Ouvi Lorena regujitar e depois o barulho de algo caindo no mato. Me aproximei preocupado.

– Não! Fica aí! Você não tem que ver isso! - disse ela rude sem me olhar.

Lorena se pôs ereta passando a mão no canto na boca.

– Me sinto nojenta, pára de me olhar. - disse revirando os olhos com a voz fraca.
– Pára com isso. Se você está mal tenho que te levar pro hospital! - falei preocupado me aproximando.
– Eu estou bem. Só... odeio sangue. Passo mal até fazendo exame de sangue, é só isso. - falou em um tom que parecia que estava mentindo desviando o olhar.

Coloquei minha mão em meu rosto e senti suas lágrimas.

– O que foi? - perguntei forçando o cenho. 
Lorena abaixou a cabeça sem responder.

– Ei. - falei levantando seu rosto. - Sei que isso foi demais pra você, mas eu tinha que te salvar. Eu não mataria ninguém a toa.
– Justin... - disse fraco. - Eu só não aguento mais isso. - falou e algumas lágrimas cairam.
– Acabou, Lorena! Jack está morto.

Ela desviou o rosto mais uma vez se afastando.

– Não sei se quero continuar com isso. - falou sem me encarar.
– Isso o quê?
– Eu e você.
– Você me ama? - perguntei me aproximando.

Ela me olhou incrédula. - O que você acha? - perguntou debochadamente irritada.
– O que eu acho? Acho que se você me ama então não deve desistir de mim, independente de qualquer coisa. - falei sorrindo tentando arrancar um sorriso do seu rosto.
– Desistir de você seria desistir de mim. - disse entre um suspiro.
– Então não me deixe, eu preciso de você. Sei que nas últimas semanas as coisas têm te assustado, mas eu posso melhorar isso.
– Como? - perguntou cruzando os bracos. Pelo menos um meio sorriso eu havia conseguido. 
– Vem comigo, que eu te mostro. - falei esticando a mão e Lorena a segurou vindo para meus braços. Senti uma ardência e lembrei que havia sido atingido de raspão.

– Preciso de um curativo. - falei reclamando. - Vamos pra casa.

*** 

Parei o carro em um campo de futebol que havia na esquina na minha rua. Peguei a gasolina na mala e taquei em cima do carro. Já havia pedido pra Lorena se afastar o suficiente e taquei fogo. Peguei ela pelo braço e saimos correndo até minha casa. Houve um estrondo e a fumaça negra subia.

Minha casa estava toda apagada. A sorte estava ao meu lado.

– Sobe a arruma sua mala o mais rápido possível. - falei abrindo a porta. 
– Mala? Pra onde iremos? - perguntou surpresa, mas séria.
– Sem perguntas. Vou tomar banho e fazer um curativo.

***

Me arrumei e Lorena já me esperava arrumada e com as malas prontas impaciente sentada na cama.

– Você não vai me dizer pra onde vamos?
– Não. - sorri.

Ela revirou os olhos e cruzou os braços.



POV Lorena

Já havia tomado banho e feito a mala como Justin havia pedido. Odiava surpresas, principalmente porque as últimas não tinham sido nada legais. Passavam flashes em minha cabeça dos caras mortos, Jack me segurando ameaçando atirar em mim e depois ela caído no chão. Tentava não me focar nisso, afinal já estava erradamente me acostumando com essa tensão. Justin não parava de ajeitar seu cabelo e seu braço estava enfaichado por causa do tiro. Não aguentava mais a curiosidade. Justin discou algum número no celular sem dar importância a minha inquietação.

– Mr. Phelips? É o Justin. Preciso de um jatinho o mais rápido possível (...) ok! tudo bem. Tchau.
– Jatinho? - perguntei arqueando uma sobrancelha.

Justin sorriu de canto vitorioso. Parecia uma criança no Natal. Se aproximou de mim com seus olhos penetrantes.

– Vou tirá-la desse mundo louco. Vou dar os dias de paz que você merece, meu amor. - disse juntando nossas testas e nossos corpos.

Sorri feliz, mas a curiosidade ainda me matava.

– Não vai arrumar a sua mala?- perguntei confusa. 
– Não preciso! - disse dando de ombros.
– Peraí! - falei me afastando. - Eu vou e você vai ficar é isso? Você quer dar dias de descanso a mim? Quer que eu fique longe de tudo e todos e você fica aqui pegando todas, né? Muito obrigada, Justin! Mas não preciso de descanso. - disse irritada e Justin gargalhou.
– Deixa de ser boba! Eu vou com você, só não preciso de mala. - falou com seu sorriso perfeito fazendo meu coração parar de matar por alguns segundos. Esse sorriso tirava toda minha razão. 

Celei nossos lábios e sentia sua boca macia encostar na minha. Sua língua logo procurou a minha fazendo um friozinho na minha barriga. Entranhou seus dedos em meu cabelo me puxando pra mais perto e seu beijo se tornou voraz. Me beijava com ânsia. Senti meu corpo tombar, me sentia leve. Deixei seu beijo me levar e ele afastou nossos rostos mostrando seu sorriso perfeito mais uma vez.

– Minha Lorena! - sussurrou abobalhado com seus olhos cor de mel brilhando e segurando meu rosto.

Tópico: O Jogo Acabou

destino oculto

mrs. Bieber@ | 28/06/2014

KKKKKKKKKKKKKKKKK com medo ????kkkkkkkkkk ain que fic perfeita

J

@poxajeliebers | 17/11/2013

Até que em fimmmm um pouco de felicidade p esses doisss

perfeição <3

@MeeeelJb | 11/07/2013

Caaaaaaaara , mto boa essa fanfic , serio to apaixonada por ela ! Parabéns , vs e uma otima escritora :))
Beijinhos*

fff

fff | 17/02/2013

com medo de que velho, é uma F.I.C KKKKKKKKKKKK mto bem escrita por sinal, to amando.

iosdhyf

fhdfg | 31/01/2013

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK PQP EU RIO TANTO COM OS COMENTARIOS DESSA MINA KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Destino Oculto

@JbieberPaulinha | 15/01/2013

Santa mae de Deus fiquei com medo agr serioooooo kkkkkkkkk

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