Você Não Mudou Em Nada

 

POV Lorena

 

Acordei ao ouvir a porta fechar e percebi que eu estava sozinha no quarto. Olhei para o relógio e já tinha perdido a hora do trabalho, mas iria mesmo assim. Me levantei com moleza e resolvi descer para procurar o Justin.

Eu estava no meio da escada quando me deparei com a cena do Justin beijando uma loira. Minhas cabeça deu mil voltas, eu realmente não entendia o que estava acontecendo. Pra piorar a garota era linda. Não tive reação, aliás eu não podia e nem queria ter nenhuma reação. Primeiro que eu sempre soube que o Justin era um galinha, desapegado, escroto, babaca, idiota, frio... ai como eu odeio esse moleque! O que ele tava fazendo com aquela garota ali? Eu tinha que me controlar, afinal eu não tinha nada com ele, mas... aquele filho da puta conseguiu me enganar direitinho, sabia que de fofo ele não tinha nada.

 

– Quem é essa? - perguntou a loira me encarando com fúria.

 

Justin olhou para trás e pude ver seu olhar preocupado.

 

– É minha... prima! - respondeu virando o rosto em direção à ela, certamente para não me encarar.

– Prima? - ela perguntou ironicamente cruzando os braços.

Eu poderia acabar com a graça do Justin naquele momento, mas se eu fizesse iddo estaria mostrando que me importava com aquela situação. Ok, eu me importava sim e muito. Aquilo tinha deixado meu coração batendo na minha garganta, mas não ia dar esse gostinho para ele.

 

– É, sou prima dele, quer dizer, nossas mães são primas, crescemos juntos. Justin é meu irmãozinho - eu disse enquanto descia o resto da escada.

 

Justin sorriu parecendo não acreditar que eu estava "ajudando" ele.

 

– É verdade isso, Justin? - perguntou a loira biscate se virando para ele.

– Por que eu mentiria pra você?

 

Que canalha! Cada segundo minha raiva subia um nível.

A idiota finalmente sorriu para mim com falsidade.

 

– Prazer, sou Alana. - disse estendendo a mão para mim em comprimento.

– Sou Lorena. - falei dando um sorriso forçado. - Vou subir, tenho que me arrumar pra trabalhar. Até outro dia. - falei fingindo simpatia, mas na verdade queria pular no pescoço naquela babaca iludida. Olha só quem fala! A outra babaca iludida. Subi as escadas pisando forte e bati a porta do quarto. Entrei no banheiro e tirei as roupas com pressas e entrei no box. Chorei. Chorei com tudo. Chorei com raiva. Eu queria matar o Justin, matar aquela idiota. Abri a boca e fiz força como se fosse gritar, mas não deixei sair o som. Por que aquilo estava me machucando tanto? Justin, eu odeio você!

 

POV Justin

 

– Muito bonita a sua prima. - Alana disse pra mim ainda um pouco desconfiada quando Lorena já havia sumido.

– Você acha? - perguntei fingindo indiferença. Óbvio que Lorena era gata. Gata demais!

– Acho e ainda não entendi...

– Olha Alana. - falei cortando ela. - eu tenho um monte de coisa pra fazer. Você podia voltar outra hora. Eu te ligo.

– Ok, baby. Eu só vim te dar um beijo. Estava com saudades!

 

Antes que eu pudesse perceber, os lábios de Alana já estavam nos meus. Eu não podia negar, Alana era linda, gostosa e beijava bem. Parti nosso beijo quando meu pensamento gritou a Lorena pra mim, me fazendo lembrar que certamente eu deveria me preparar pra 3° Guerra Mundial.

 

– Tchau, baby - disse Alana me encarando com aqueles perfeitos olhos.

– Tchau.

 

Fechei a porta e ouvi o carro de Alana ser ligado e de pois indo embora. Eu estava fudido.

 

POV Lorena

 

Terminei meu banho e me obriguei a engolir o choro. As vezes dava vontade de ir pra casa dos meus pais, mas simplesmente eu não conseguia. Sai do banheiro com a toalha enrolada no corpo e ouvi Justin tentar abrir a porta que estava trancada.

 

– Lorena? Abri aqui. Eu quero falar com você.

 

Só a voz dele já fez com que algumas lágrimas caíssem de raiva. Respirei fundo e tentei responder o mais normal que cosnegui.

 

– Estou me arrumando.

 

Houve um silêncio. Coloquei minha roupa social, meu scarpin preto, liguei o secador e sequei um pouco meu cabelo. Fiz uma maquiagem leve, apenas pra esconder a cara inchada de tanto chorar. Peguei minha bolsa e desci as escadas com a cara mais cínica do mundo. Justin estava sentado no sofá e me encarou confuso. Olhei para ele e meu coração acelerou. Eu não podia de jeito algum fraquejar agora. Dei um dos meus melhores sorrisos. Justin se colocou em pé com o semblante triste. Eu continuava o encarando com o meu sorriso forçado.

 

– Vai! Pode acabar comigo! - Justin estava realmente mal com o que tinha acontecido. Ah vamos Lorena, é só o Justin, deixa de ser idiota. É só ele e o joguinho dele.

– Por quê? - perguntei dissimulada.

– Por quê? Lorena, eu... - ele tentou se explicar, mas acho que não conseguiu achar as palavras. Então suspirou derrotado encarando o chão.

– Justin! - eu o chamei fazendo ele me encarar. - A gente não tem nada. - falei num tom óbvio.

 

Saí pela porta e meu sorriso foi desmanchada pelas lágrimas que já escorriam.

 

POV Justin

 

Fiquei um bom tempo parado no mesmo lugar tentando entender a reação dela. Aquilo foi pior do que se ela tivesse quebrado a casa toda. Não acreditei naquilo. Eu havia vacilado feio, sabia que a culpa era minha e sabia que no fundo ela se importava. Ou será que não se importava? Agora eu estava confuso. Eu tinha que dar um jeito na merda que eu tinha feito. Pela primeira vez senti as lágrimas chegarem por causa de uma mulher. Mas não as deixei cair. Precisava terminar com Alana o mais rápido possível. Procurei o número da Alana no meu celular, mas vacilei apertando o send e logo em seguida cancelando a ligação. Eu não estava preparado pra aquilo, já havia partido o coração de várias garotas, mas eu sabia que Alana era vingativa e poderia se voltar contra Lorena e por isso não quis abrir o jogo com ela, ela pegaria a Lorena pelo pescoço na mesma hora.

Eu estava perdido e nem o Ryan eu tinha mais pra pedir alguma ajuda.

 

POV Lorena

 

Fui secando cada lágrima que caía até chegar ao trabalho, mas parecia que o universo não estava ao meu favor.

 

– Demitida? - perguntei desacreditada.

– Sim, demitida - disse Senhor Felipe sem rodeios.

 

Quis argumentar, mas dentro de mim eu estava um drama só, talvez meu discurso saísse patético. Saí da sala daquele velho bufando, eu tinha que falar com alguém, meu mundo tinha caído e mais uma vez me sentia sozinha.

Procurei o número de minha mão no telefone e em duas chamadas ela atendeu.

 

– Oi, minha filha.]

– Mãe - eu disse já morrendo em lágrimas. - eu quero te ver.

 

Marquei com a minha mãe em uma lanchonete perto da casa dos meus pais, me assegurei de que meu pai não fosse já que eu não tinha coragem de encarar ele e mostrar que realmente tudo deu errado.

Quando cheguei ao local marcado, minha mãe, de tão impaciente, me esperava em pé.

 

– Filha! - veio ela em minha direção com os olhos brilhando.

– Oi, mãe - falei desanimada dando um abraço nela e algumas lágrimas escorreram dos meus olhos.

 

Nos sentamos e minha mãe estava feliz em me ver, mas também não escondia a preocupação.

 

– Senti tanto a sua falta, filha. Você está tão... abatida. O que houve?

– Mãe, meu pai tinha razão... deu tudo errado. Eu briguei com o Ryan, perdi meu emprego... eu não tenho mais pra onde ir. - falei em prantos.

– Minha filha, - disse ela acariciando minhas bochechas - o que houve com o seu emprego?

– Eu não sei, sempre sui eficiente. Mas também não quis saber.

– Tudo bem, Lore. Você é jovem, é bonita, pode arranjar outro emprego fácil, mas o que houve com o Ryan? Vocês sempre foram tão ligados.

– Ai mãe, é tudo muito confuso. Não quero falar sobre isso agora.

 

Eu tinha uma boa relação com a minha mãe, mas seria loucura contar tudo a ela. Ela me encarava sem ter o que dizer.

 

– E meu pai, mãe? Não pergunta por mim?

– Seu pai não perguntar por você? Lorena, seu pai te ama. Seu pai ta morrendo se remorso e preocupação. Ele me contou o que fez a você, tivemos uma briga feia, mas ele se arrependeu, filha e muito.

 

Me calei pensativa.

 

– Seu pai vai viajr amanhar e ficar 6 meses fora. Recebeu uma proposta de emprego temporário. Sei que ele quer muito te ver antes de partir.

 

– 6 meses? - me espantei. - não sei mãe. Estou um pouco envergonhada.

– Seu pai não precisa saber o que aconteceu com você. Ele vai viajar e não precisa saber de tudo - ela sorriu como se fosse uma criança de 5 anos idade aprontando.

Tópico: Você Não Mudou Em Nada

destino

yara | 09/05/2015

ta muito legal

Destino Oculto

@JbieberPaulinha | 15/01/2013

meu coraçao esta partidooooooooo

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