A Verdade

 

Justin olhava friamente para a arma mirada para ele enquanto meu coração pulava e meu corpo tremia.


 

– Não, por favor. Não mata ele. - eu gritei chorando descendo na mesa.


Queria alcançar Justin, mas o cara que me segurava antes me agarrou mais uma vez. Eu só sabia chorar e pensar no pior.



POV Justin



Eu estava me segurando porque ainda via chances de Lorena sair viva daquela sala, mas ver ela se despindo pro Lúcio estava me matando. Pra piorar a raiva subia mais quando eu olhava pra idiota da Alana.


Senti meu peito rasgar quando Lorena tirou o vestido e todos os homens dali começaram a desejar ela. Não aguentei quando ouvi Lúcio pedir pra Lorena tirar o biquini e gritei arriscando a minha vida. Lúcio veio irado pra cima de mim e mirou sua arma exigindo minhas últimas palavras, sabia que ele não estava brincando. Lorena se desorientou mais ainda e desceu da mesa gritando numa tentativa em vão de empedir Lúcio de me matar, pois Bill a segurou com força fazendo Lorena gritar e chorar mais ainda.


– Anda, Bieber! Quais são suas últimas palavras? - perguntou Lúcio mais uma vez cuspindo as palavras.
– Pega o celular no meu bolso e escute a última gravação. - falei pausadamente.



Todos me olharam confusos, inclusive Lorena que parecia ter se acalmado um pouco. Lúcio sinalizou pra Marcos para ele pegar o celular. A arma ainda estava mirada para mim, era minha última chance.Marcos enfiou a mão em meu bolso com brutalidade arrancando o celular e entregando para a mão livre de Lúcio. Havia um silêncio perturbador na sala. Ouvia apenas a respiração forte de Lorena. Suas mãos tremiam e as vezes ela revirava os olhos como se fosse desmaiar. Lúcio manusiou o celular por alguns instantes e apertou para a gravação finalmente ser tocada.


"- Justin trabalhava para o meu pai, Lúcio Wens pra poder pagar o próprio vício, sabia?

– Eu não acredito em você, vadia! Supera! Você perdeu o Justin! Pode inventar o que quiser dele. Nada vai me tirar dele, entendeu? Quer que eu desenhe?

– É mesmo? Então pergunta pra ele quem é Jaden Smith. Com certeza ele não vai te negar essa explicação. "


Olhei vitorioso para Alana e vi seus olhos quase saltarem de seu rosto.

Ela não esperava por isso. Lúcio quebrou o celular na mão assim que a gravação parou. Ele tinha ficado estático durante todo o diálogo registrado.



– Soltem ele e a menina. - disse ele fraco e um pouco envergonhado.
Senti minhas mãos livres e Lorena correu para os meus braços. Não consegui conter o choro. Achei que nunca mais sentiria esse abraço, esse cheiro, essa pele... achei que nunca mais sentiria a Lorena. Continuávamos abraçados e Lorena estava gélida e tremia.



Lúcio encarou Alana que já chorava desesperadamente. Ele sabia o pai que tinha. Ele se aproximou de Alana e desabou sua mão pesada no rosto delasem dizer nada. Lorena estremeceu mais ainda em meus braços. Houve outro tapa forte na outra bochecha de Alana que agora havia se desequilibrado e caído no chão. Eu não estava gostando de assistir aquilo, mas Alana merecia. Lúcio puxou Alana pelo cabelo pondo-a de pé. Suas bochechas estavam avermelhadas e molhadas pelas lágrimas. Lúcio encarava ela com desprezo e Alana estava digna de pena. Lorena afundou o rosto em meu peito não querendo mais ver aquela cena.



– Eu prefiro uma filha morta do que uma filha que trama pra mim nas minhas costas. - falou ele irado.


Alana soluçava deploravelmente.


– Arrume suas coisas agora! Você ainda hoje vai pra aquele reformatório no Texas. - falou indiferente.

 

– Não, pai. Por favor, eu lhe imploro. Não faz isso comigo, por f...


Lúcio mirou a arma para Alana e ela se calou.



Alana olhava para ele assustada como se tivesse certeza de que ele teria coragem de fazer aquilo. E no fundo ela tinha certeza.



– Vá! - disse Lúcio ainda com a arma apontada para ela.
Alana saiu da sala sem olhar para mim ou para Lorena. Lúcio ainda estava de costas e ia em direção a mesa. Virou seu rosto apenas um pouco para trás sem encarar a gente. 
– Marcos, leve eles para casa. - falou ele com a voz engasgada.
Marcos olhou para nós e saímos daquela sala sendo guiados por mais dois seguranças até o carro.


Quando chegávamos perto do carro, senti Lorena tombar em meus braços.Segurei seu corpo desmaiado e me desesperei.

 

– Lorena? Acorde. - eu disse dando leves tapas em seu rosto.


 

POV Lorena



Quando vi Alana apanhando na cara do próprio pai, me veio um deja vu. Aquilo também havia acontecido comigo, mas eu sabia que meu pai havia feito aquilo por puro nervosismo e ele já tinha até se desculpado. Lúcio não. Lúcio fazia aquilo com Alana porque era como ele estava acostumado a resolver as coisas. Virei meu rosto contra o peito de Justin, não queria mais assistir aquilo. Me dava pena, por mais que Alana merecesse, afinal por causa dela Justin estava ferido e por muito pouco não estava morto.

Alana saiu da sala aos prantos, ouvi Lúcio dizendo que a mandaria para um reformatório. Escutava os soluços de Alana mesmo depois dela ter saído da sala sem me encarar ou encarar Justin. Meu nervosismo não diminuía. Jamais havia me imaginado numa situação tão perigosa. Em algumas horas estava relaxando na piscina com o Justin e agora estávamos aqui quase mortos. Minhas mãos tremiam e sentia a boca seca. As vezes minha visão ameaçava escurecer e eu piscava forte para tentar voltar ao normal. Me sentia fraca. Lúcio ordenou que nos levassem até em casa. Justin me abraçava forte e seu cheiro bom invadia minhas narinas. Agora eu estava protegida nos braços do meu Justin. Quando chegávamos perto do carro, minha visão escureceu mais uma vez e me senti mais franca. Minha cabeça doeu forte e... não me lembro de mais nada. Apenas a voz do Justin desesparada me chamando, mas não conseguia responder.


 

POV Justin



Coloquei Lorena rapidamente Lorena no carro.



– Corra pro hospital. - falei nervoso. - O chefe mandou te levar em casa e é pra sua casa que eu vou te levar - disse ele seco.- Ela tá desmaiada, seu idiota. - esbravejei.



Ele permaneceu quieto fixando a estrada. Pensei em falar mais alguma coisa, mas prefiri me calar. De fato eu não queria favor nenhum desse verme. Lorena continuava sem reagir em meus braços. Marcos estacionou o carro e eu saí do carro rapidamente carregando Lorena em meus braços. Marcos arrancou com o carro indo embora. Entrei em casa chutando a porta. Ryan estava na mesa da cozinha com um saco de gelo no rosto e levantou correndo quando me viu.


 

– O que aconteceu com ela? - gritou ele desesperado.- Nada, bro. Se acalma, ela desmaiou, mas não está ferida. - falei colocando Lorena deitada no sofá

.- O que aconteceu com vocês? - perguntou Ryan ainda nervoso.- Ryan, não dá pra conversar agora! - falei irritado

– Vai lá em cima e pega uma roupa da Lorena! Vamos levá-la pro hospital.



Ele subiu correndo. Olhei para Lorena que estava gélida, pálida e sua boca estava seca. Aproximei-me dela com algumas lágrimas nos olhos.


 

– Vai ficar tudo bem, minha princesa. - falei acariciando sua bochecha.



Ryan voltou e colocamos com dificuldade o short jeans e a blusa em Lorena. Peguei ela no colo de novo e Ryan saiu na frente para ligar o carro. Ryan dirigia rápido e ultrapaddava todos os sinais vermelhos. Uma multa era a menor das preocupações agora. Chegamos no hospital, Ryan pulou do carro vindo me ajudar a sair com a Lorena que continuava imóvel.


– Emergência! - gritou uma enfermeira ao me ver com a Lorena nos braços. Rapidamente um homem veio trazendo uma maca. Coloquei Lorena deitada ali e então o homem empurrou a maca dela pelo corredor até entrar em uma sala.

– Preciso fazer a ficha dela. - disse a enfermeira chamando a minha atenção.

Acenti.

– O que ocasionou o desmaio?

Engoli a seco.

– Fomos assaltados. - disse Ryan rapidamente percebendo meu nervosismo.

Depois das perguntas chatas, voltamos pra sala de espera e sentamos em duas das poucas cadeiras que restavam desocupadas.

– O que aconteceu lá, Bieber? - perguntou Ryan sério.

– A puta da Alana armou contra mim. Mas eu gravei tudo que ela falou. Mas Lúcio não deixava eu falar. Ainda apanhei dos capangasdele. Depois ele começou a mandar a Lorena se despir na frente de todo mundo, aí eu não me segurei mais, nem pensei em nada.

– Que otário! - falou Ryan com ódio.

– Até que finalmente ele ouviu a gravação e a carinha de babaca dele mudou na hora ao ouvir a filhinha dele explanando as coisas.

Ryan riu pelo nariz.

– Eu fiquei lá sem saber o que fazer. Se vocês demorassem mais um pouco eu ia ligar pra polícia, mas eu sabia que você ia sair ileso. - ele sorriu me dando um soco em meu braço. - Ou melhor, quase ileso, né, Bieber? Já viu sua cara como tá?

– Tô nem aí! A única que me interessa é a Lorena. - falei franzindo o cenho.

– Foi por muito pouco, Bieber. E agora ela sabe de tudo, né?
Fixei o nada pensativo.

– Acha que ela ainda vai querer continuar comigo? - perguntei sem encarar Ryan.

– Bieber, você apaixonado é muito viadinho. - disse ele rindo.

– Qual é, Ryan! Tô falando sério! - falei sério.

– Ela não estava nem aí pra isso, bro. Ela só queria saber onde você estava, chorava desesperada. Não estava nem reconhecendo ela.
Sorri satisfeito.


– Sr. Bieber? - chamou um médico que estava em pé.

– Eu! - me levantei se aproximando dele.- A paciente Lorena passou por um assalto, não é mesmo?

– Sim. - menti.

– O stress pós-traumático é natural. Os sinais vitais estão respondendo bem. Ela só está um pouco tensa e assustada pelo o que aconteceu. Pelo visto você foi atacado, não? - falou ele olhando o meu rosto.

– Um pouco.

– Bom, pode ir ver a paciente, depois a enfermeira fará um curativo em você. Me siga. Olhei Ryan que falava ao celular provavelmente com Chaz. Segui o médico até o quarto que Lorena estava.

– Fique o tempo que julgar necessário. Vou pedir pra enfermeira levar seu curativo quando ela for verificar o soro da Lorena. - falou indo em direção a outro quarto.

 

Abri a porta devagar e vi que Lorena olhava para o teto inexpressiva, mas rapidamente se moveu quando me viu.

 

 

– Justin! - exclamou sorrindo.
Fechei a porta e me aproximei da cama.

– Oi. - sorri.

– Você não sabe o quanto eu to feliz por você está vivo. - falou Lorena deixando as lágrimas escaparem.

– Vamos esquecer o que aconteceu hoje? - falei um pouco triste.- Não posso, Justin. Eu preciso entender o que aconteceu.

Suspirei alto.

– Em casa a gente conversa.- Não, Justin! Agora! - disse ela irritada.

– Lorena, você nem está em condições de...

– Eu estou ótima, Justin. Poxa, quase vi você morrer, praticamente fiquei nua na frente de um bando de estranhos. Por favor, me explica o que aquela gente tem a ver com você. Eu preciso entender, Justin.

 

Encarei Lorena em silêncio e acabei cedendo. Sentei na cama e comecei a explicar tudo desde o começo.

Tópico: A Verdade

Destino Oculto

@JbieberPaulinha | 15/01/2013

a vdd sempre apareceeeeeeeeeee

Itens: 1 - 1 de 1

Novo comentário