Meus Dias de Paz

 

POV Justin

A chamada foi finalizada e eu tirei o celular da minha orelha e mirei o Ryan que esperava alguma reação minha.

- Temos que rastrear essa porra. - falei entregando pra ele o aparelho.

- Você não reconheceu a voz? - perguntou alterado.

- Não deu! A ligação estava baixa e… estou confuso. - reclamei me movimentando fazendo Ryan me olhar incrédulo. 

- Como você não reconheceu a voz? Não é alguém que você conheça? - insistiu.

- Porra, minha mulher ta em pânico no quarto porque acabou de matar alguém, minha cabeça ta girando e você ainda quer exigir? - gritei fazendo-o retrair e me olhar com raiva. - Vai logo checar essa merda! - gritei fazendo-o sair.

 

Voltei a encarar aquele corpo sem vida no chão e podia sentir o ódio bebendo meu sangue. Podia ser o nervoso caminhar pelo meu corpo livremente me levando a loucura. Demorei pra processar que Lorena havia feito aquilo. Era surreal. A primeira vez que matei alguém me senti completamente estranho por semanas, como se carregasse todo o peso de uma vida em minhas costas. Podia imaginar como ela estava se sentindo. Tirar a vida de alguém não é algo corriqueiro e fácil de ignorar. Como ele havia conseguido entrar aqui? Quando voltei, minha casa estava sem total proteção. Os capangas que deixei haviam sumido por completo, o que me deixava completamente sem rumo. Os que chegaram comigo eram os únicas que estavam guardando a casa e parecia que meu tempo estava se esgotando. Respirei fundo e chamei dois homens para limparem aquela sujeira e sumirem com o corpo. Voltei em seguida para o quarto onde Lorena estava. Empurrei a porta e a avistei deitada sobre a cama. Ela ainda chorava e estava agarrada a um travesseiro enquanto fitava o nada. Fechei a porta tentando ensaiar mentalmente o que dizer enquanto me aproximava da cama, mas nada soaria reconfortante. Sentei na beirada da cama e passei a mão em seucabelo enquanto a olhava.

- Como esta se sentindo? – perguntei baixo vendo as lágrimas brotarem de seus olhos.

- Eu estou com medo. - ela sussurrou.

- Você não tem que ter medo dos mortos, tem que ter medo dos vivos. - falei tentando fazer com que ela me fitasse.

- Justin, isso é tão estranho. - disse com a voz engasgada se sentando.

- Eu sei que é, mas foi necessário.

- Você fala isso porque esta acostumado. - disse e seus olhos marejaram fitaram os meus finalmente.

- Eu tive que me acostumar, Lorena! - falei calmamente colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

- Eu nunca mais na minha vida quero fazer isso outra vez, nunca! - disse quase se desesperando.

- Ei, - segurei seu rosto. - Você não tem com o que se preocupar. Eu aplaudo e muito a sua atitude. Você me surpreendeu! Poderíamos ter perdido nossos filhos, mas você foi corajosa e fez o que tinha que fazer. – falei olhando profundamente em seus olhos.

- Eu não quero viver com isso, eu não quero carregar essa culpa. - falou manhosa.

- Queria carregar qual culpa? A de deixar seus filhos nas mãos dele? Você fez o certo, ja disse.

- E por que me sinto como se tivesse agido errado? - perguntou chorosa abaixando os olhos e em seguida mordeu o lábio.

Soltei todo o ar do meu pulmão enquanto a fitava e me aproximei abraçando seu corpo.

- Às vezes tomar uma atitude errada é necessário para se fazer a coisa certa. – falei sentindo o cheiro bom de seus cabelos. Seu silencio imperou e me afastei tentando enxergar seu rosto outra vez.

- Voce ja esperava isso, não é mesmo? - perguntou e uma lágrima escorreu.

- Isso o que?

- Aquele dia… você me fez atirar!

Respirei fundo desviando os meus olhos e voltei a fita-la.

- Eu não esperava que de fato fosse acontecer, não pensei que chegaríamos a esse extremo, mas eu ja estava perdendo muitos homens, cada dia que passava o desespero me consumia mais e imaginei que um dia pudesse acontecer, mas foi apenas por precaução. - me expliquei.

- Eu quero meus filhos, Justin! Eu quero ficar perto deles, eu quero eles aqui comigo agora. - falou se levantando da cama e eu sorri acompanhando sua agitação. - Que foi? – perguntou confusa me encarando já levantada

- Se sente melhor?

- Um pouco. - resmungou.

- Uma hora o susto passa, mas logo você percebera que pelos nossos filhos você faria isso todo dia se fosse preciso para mantê-los vivos. - falei me levantando na cama e segurando seus braços de leve.

Nossos olhos se cruzaram e havia um sorriso orgulhoso em meus lábios.

- Você esta adorando isso, né? - implicou tentando conter o sorriso.

- Estou orgulhoso de você. - falei com a voz rouca e ela bufou quase rendida.

- Não quero pensar nisso, tudo bem? Eu só quero os meus filhos.

- Ok, Eu vou pedir pra Fernanda dormir aqui essa noite se isso for te deixar melhor e então você não fica sozinha.

- Você vai sair? - perguntou alterando a voz.

- Eu tenho que sair! Tinha um celular com o cadáver. Verifiquei a ultima ligação e liguei. O otário atendeu e quando ouviu minha voz tremeu na base e desligou o celular. - falei com um sorriso debochado. - Ryan foi rastrear a ligação. Essa noite eu volto com tudo resolvido, minha princesa. De hoje ele não escapa. - conclui passando o polegar em seu rosto.

- Não quero ficar sem você depois disso tudo, Justin! – reclamou.

- É a ultima vez, eu prometo! - falei ouvindo batidas na porta e me virei vendo Ryan entrar no quarto.

- Vamos? - perguntou deixando claro que já tinha a informação que precisávamos.

Voltei minha atenção a Lorena que me olhava retorcendo os lábios.

- Eu volto pra você. - sussurrei dando lhe um selinho rápido e larguei seu rosto devagar indo em direção a Ryan até sair do quarto.

POV Lorena

Quando você se torna mãe, metade de tudo que você é se vai. Você sente coisas inexplicáveis e tem a certeza de que daria sua vida por outra pessoa sem pensar duas vezes. Alice e Charles eram a confirmação de um amor que eu sentia pelo Justin, eram frutos de duas vidas em união. Nos dias nublados, eles eram minha luz e desde quando eu coloquei-os no mundo eu vivo para fazê-los felizes e para fazer o melhor por eles, nem que isso inclua matar. Nunca pensei que diria isso, mas sim. Matar por um filho é assustador, mas você percebe que seria capaz de fazer isso outra vez apenas para não perder as coisas mais preciosas que você tem. Quando conheci mais sobre a vida do Justin, eu podia ter corrido, eu podia ter evitado que todo meu sentimento crescesse mais ainda, mas decidi estar ao seu lado, enfrentei meus medos, deixei de lado o que achava certo e aceitei o errado como estilo de vida. Mesmo que socialmente visto como repugnante, eu me encontrei ao seu lado, eu encontrei minha identidade. Eu olhava para Justin e nao me importava o que eu via ao seu redor, eu sabia quem ele era por dentro. 

Era para eu estar chateada por ter visto ele se drogando mais uma vez, era pra eu estar remoendo a atitude que ele teve comigo, mas pela primeira vez eu estive em seu lugar. Pela primeira vez eu coloquei a mão na arma para matar alguém e pude sentir todo o peso que isso proporciona. Eu pude me colocar do outro lado da história e… definitivamente não é fácil. Seu psicológico sofre, turbilhoes de emoções te invadem e sentimentos se fundem dentro de você como uma coisa só, e Justin vivia com isso diariamente para salvar sua família. Conhecendo isso como agora conheci, eu não poderia jamais julga-lo. Não é pra qualquer um. Meu coração ainda estava agitado e me pegava distraída quando ele saiu do quarto acompanhado de Ryan, mas eu tinha que reagir e me focar em meus filhos. Abri a porta e corri para o quarto das crianças. Pattie, Fernanda e Kimberly me olharam assustadas assim que abri a porta com força notando que estavam ali tentando acalmar e distrair Charles, Alice e Cindy. Olhei para eles e meu peito apertou. Me aproximei enquanto o silencio tomava conta daquele quarto. Peguei Alice em meu colo e a pequena continuava quieta com o olhar atento enquanto Charles se distraia com um brinquedo e Cindy abraçava o pescoço da mãe. 

- Eles viram alguma coisa? - perguntei a Pattie que abraçava os próprios cotovelos com a testa franzida em preocupação.

- Não, eles foram retirados do quarto com muita cautela para que nao vissem nada. Ryan os pegou no colo e trouxe ate aqui. - explicou enquanto Fernanda olhava tudo com piedade e susto.

- Mamãe, eu quero dormir com você. - Alice choramingou em meu colo.

- Você vai, meu amor. Você e Chuck vão dormir com a mamãe hoje, tudo bem? - falei e ela assentiu. - Onde esta a Emma? - perguntei me virando a Pattie mais uma vez.

- Eu tive que medica-la para que ela dormisse, estava muito nervosa. Até eu estou uma pilha de nervos, mas estava preocupada com o estado deles. – disse analisando Chuck.

- Eu vou precisar de ajudar, entao. - falei entregando Alice a ela e peguei Chuck no colo. - Você esta bem? - perguntei a Fernanda assim que passei por ela ja com Chuck no colo.

- Sim. - respondeu fraco.

- Você esta grávida, não devia estar aqui vendo essas coisas.

- Eu não vou te deixar sozinha, Lorena. Eu mal consigo imaginar como deve estar sua cabeça. - falou e seus olhos lacrimejaram. - Eu vou ficar aqui com você. - disse e eu sorri fraco.

Desviei os olhos rapidamente e encarei Kimberly que ninava Cindy com os olhos em mim. Não conseguia decifrar a expressão de seu rosto, mas ela assentia devagar como se me parabenizasse. Fernanda saiu do quarto e ela se sentiu a vontade pra falar.

- Estou surpresa. – disse sem perder o tom autoritário.

- Acho que agora estamos quites. – falei sorrindo de canto e ela sorriu pelo nariz completamente desarmada de sua postura rotineira.

- Obrigada. – disse por fim me fazendo assenti sem graça.

Virei as costas para sair do quarto e Pattie já colocava Alice para dormir em minha cama. Arrumei Chuck ao seu lado e certamente Justin não chegaria para dormir, então deixei que ambos ocupassem o lado dele na cama. Sonolentos, logo se ajeitaram enquanto Pattie contava uma historia. Deixei-os no quarto e fui ate o banheiro. Minha mente rodava, ainda não havia processado muito bem o que eu havia feito. Eu tentava parar de pensar naquilo, mas os pensamentos confundiam minha mente e meus sentimentos. Me sentia sufocada. Balancei a cabeça tentando me livrar daquilo e entrei no box. Precisava de um banho descente que limpasse o corpo, a alma e a consciência.

POV Justin

- Esse é o local, eu tenho certeza! Eu mapeei. - Ryan se justificou enquanto vasculhávamos o casebre a qual o rastreador havia mostrado.

- Ele estava aqui, mas sabia que eu vinha atrás e obviamente fugiu. Não chegamos a tempo. – bufei irritado.

- Justin, isso ta durando muito, cara! Quando vamos pegar ele de vez? - falou puto e senti minha cabeça voltar a doer.

- Ele não deve ter ido muito longe. Esse casebre abandonado é muito próximo da casa do Jack, deve haver algo la.

- Nos já estivemos lá mil vezes e não encontramos mais nada depois daqueles vestígios de bomba. Ele deve estar em algum hotel.

- Nunca vão nos deixar acessar a rede do hotel e não temos culhao pra invadir um e invadir o sistema. Eu não posso correr riscos, eu não posso ser pego. –gritei

- Entao o que vamos fazer? - perguntou vindo pra minha direção.

A luz fraca do casebre atrapalhava nossa visão. Sai do local voltando para onde o carro estava estacionado.

- Eu não consigo lembrar da voz. - falei entredentes mirando o nada.

- Pode ser uma voz desconhecida. - deu de ombros.

- Nao era… quer dizer, eu nao tenho certeza. É como se eu reconhecesse, mas eu consigo lembrar.

- O celular rastreado não tem proprietário. Podemos ver outras ligações feitas por ele. 

- Você acha que a essa altura todos ja não estão avisados? Caralho, eu to me sentindo um merda iniciante!

- Calma, vamos ver essa porra. - falou pegando o aparelho do bolso e ligando para o numero que eu havia ligado. - Fora da area ou desligado. - reclamou tirando da orelha e segundo depois senti uma quentura na coxa direita.

Uma dor aguda invadiu meus músculos e me joguei no chao não aguentando ficar em pé

- Que merda aconteceu? - Ryan perguntou no momento que segurei a coxa e senti um liquido, eu estava sangrando.

- Eu fui atingido, Ryan! - gritei desesperado trincando os dentes enquanto suportava a dor. 

Ryan na mesma hora sacou a arma e apontou enquanto se colocava a minha frente.

- Ele ta aqui. - falei arrancando minha blusa e amarrando em volta da minha coxa. 

- Nos temos que ir, nao da pra ficar aqui com voce atingido. - Ryan disse desesperado enquanto eu tentava me por de pe.

Minha perna latejava, mas dava pra suportar apesar da ardência. Peguei a arma dourada engatada na cintura e engatilhei dando um sorriso doloroso.

- Ele quer brincar e eu também. - falei pro Ryan e em seguida virei pra frente. - Aparece, filho da puta! Tentou me derrubar, mas eu já to de pé esperando o próximo tiro! Quer fazer do jeito mais fácil? Seu pai nao te ensinou que uma disputa é sempre mais divertido? Vamos apareça! - gritei instigando e Ryan ria atento aos movimentos.

 Ouvimos barulhos de pneus cantando e nos assustamos. Um carro havia saído do meio do matagal e corria entrando na pista. Entrei no carro arrastando a perna ocupando o banco do carona enquanto Ryan rapidamente ocupava o banco do motorista. Podia sentir a adrenalina formando um sorriso em meu rosto e podia sentir o jogo terminando hoje. Ryan acelerou e entramos na pista também.
- Corre, corre! - gritei colocando a cabeça pra fora da janela e analisando se estávamos em uma distancia boa.
A arma ainda estava em minhas mãos e comecei a atirar tentando acertar os pneus. A estrada vazia apenas era palco dos dois carros em alta velocidade e os tiros de minhas armas ecoavam acertando na lataria. Ryan acelerava e eu sentia o vento bater forte em meu rosto. O carro preto nao diminuía a velocidade e estava quase que impossível alcança-los.
- Vai dar merda, vai dar merda! - Ryan se desesperou me fazendo olhar pra ele.
- Acelera! Ta comigo! - falei tentando tranquiliza-lo.
- Eu não to acostumado a correr assim.
- Você consegue, Ryan! Segura o volante com força e acelera no automático. - instruí tentando ignorar a dor em minha perna onde a bala estava alojada.
Aproximávamos mais do carro e eu finalmente consegui acertar em um pneu. Festejei aquilo vendo o carro perder velocidade.
- Esta no papo. Esse mané ta fodido! - gritei me virando pro Ruan fazendo-o rir sem tirar o foco da pista ate que sua fisionomia mudou.
- Justin, olha! - gritou me fazendo olhar pra frente enquanto eu percebia o carro capotando incontáveis vezes ate parar de ponta cabeça.
 

 

Abri a porta com força e trinquei os dentes enquanto puxava o ar sentindo a perna ferida arder enquanto saia do carro. Juntei as sobrancelhas me aproximando do carro e Ryan me acompanhou. Me agachei para ver se conseguiria ver a cara do mane preso as ferragens, mas algo chamou muito mais a minha atenção.
- Volta pro carro, volta pro carro! Ta vazando combustível, essa porra vai explodir! - gritei nervoso fazendo Ryan se mover em confusão e bati a porta do carona ja sentado no banco enquanto Ryan ocupava o seu lugar e rodava a chave para começar a dar ré com velocidade. Apenas ouvíamos o motor do carro enquanto nos afastávamos ainda em re quando o clarão da explosão iluminou a noite. Meus olhos ficaram presos naquela cena e eu sorri involuntariamente.
- Explodiu tudo que queria e morreu numa explosão. - sorri irônico enquanto Ryan parava o carro numa distancia significativa do local.
- E se nao for ele? E se for alguém que trabalha pra ele?
- Nos rastreamos a ligação, Ryan! Era ele! - o lembrei sem conter a felicidade.
- Isso significa que… - disse pensativo e eu o cortei com euforia.
- Isso significa que essa merda acabou, irmão! Eu to livre pra ser um homem normal e cuidar da minha família, porra!
- E você não quer saber quem era? - perguntou confuso.
- De que me interessa? Algum comparsa do Lucio desolado tentando roubar o império e eliminando o cara que sabe demais? Algum comparsa do Jack tentando ressurgir das cinzas? Do que me importa, Ryan? Acabou e isso é a única coisa que me interessa! - falei sentindo a adrenalina passear pelo meu corpo, eu precisava ver a Lorena.

POV Lorena
Senti um clarão invadir o quarto e me despertar. Olhei rapidamente para Chuck e Alice ao meu lado me certificando que não haviam acordado. Pela sombra, percebi que era Justin entrando no quarto e fechando a porta devagar enquanto parecia andar com dificuldade até perto da cama.
- O que houve com você? Você está machucado? – perguntei preocupada me levantando e notando uma faixa em sua coxa. Seu cabelo estava molhado e vestia apenas uma bermuda. 
Seus braços rodearam meu corpo sem ao menos esboçar uma palavra enquanto eu esperava uma explicação. O cheiro bom de sua pele me invadiu por completo enquanto eu esperava respostas.
- Acabou, meu amor. – disse afastando nossos corpos e me olhando nos olhos. – Eu estou livre. – sorriu e meus olhos lacrimejaram.
Ele havia dito que seria a ultima vez que saía e aquilo me fez entender que ele havia pego o cara e eu finalmente veria meus dias de paz. Parecia um sonho e se for, por favor não me acordem.

 

Comentários

cap.

@shiianna | 10/07/2014

aii como seria bom se fosse verdade ixu foi tudo mt facil.

Nao me acorde

Maay | 04/05/2013

Dont wake me up

capítulo

Ingrid | 26/04/2013

Bem q eu queria q fosse o bandidão, mas foi muito fácil p ser ele. Tadinho do JB.
Amo MT ele é a Lorena juntos.

Meus Dias de Paz

Martina | 05/03/2013

SOCORRO! AI MEU CORASSAUM
Será que era ele mesmo? Tomara que sim! Depois de tudo o que eles passaram eles merecem paz. Merecem ser felizes. Enfim, o capítulo ta FODA PRA CARALHO! <33333

Capítulo

Dryellen | 02/03/2013

vish,acho que não vai ser tão fácil assim não

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