Happy Bday

Permaneci sem fitá-lo enquanto ajudava Cindy a descer do carro. Kimberly já havia se levantado com dificuldade e me olhava com uma cara de satisfação. Mesmo que nos acertássemos, mesmo que virássemos amigas, ela nunca iria deixar de achar graça em ver o Justin naquele estado por causa de mim. Ryan parecia se divertir com a situação também o que me deixava mais apreensiva e sem graça. Alice já havia corrido para a direção do Justin e eu pedi por pensamentos que ela conseguisse mudar o humor dele, pois o olhar que ele lançou para mim assim que desci do carro não foi um dos melhores.

– Bom, - Kimberly suspirou andando com dificuldade para perto de mim. - Queria ficar pra assistir isso, mas tenho coisas mais importantes para fazer. - disse debochada e eu cruzei rapidamente meus olhos com os do Justin e ele ainda estava sério. - Mais tarde eu volto pra buscar a Cindy. - disse voltando para o carro e acompanhei seus movimentos enquanto ela entrava no carro, colocava os óculos escuros e voltava a olhar para minha direção para lançar seu último sorriso debochado.

Kimberly ligou o carro e saiu com ele fazendo com que nada mais me tampasse da visão completa do Justin. Cindy estava próxima de Ryan e percebi quando ele pegou ela pela mão e levou-a para dentro de casa assim que passou perto da Alice e fez o mesmo. Éramos agora apenas nos dois numa distancia de 20 metros. Mesmo assim dava para notar cada detalhe do seu rosto irritado. Olhei para ele receosa. Ele tinha razão em estar emburrado e eu simplesmente não tinha o que dizer para contornar seu humor. Eu precisava daquela conversa com a Kimberly, precisava vê-la e tudo que ouvi só me fez perceber o quanto eu o amava não importa o quão furioso estavam seus olhos ao me fitar. Justin desviou os olhos e se virou ainda mantendo a postura irritada e andou para dentro de casa. Eu o conhecia perfeitamente para entender que ele queria que eu o seguisse. Respirei fundo e me prometi que deixaria ela extravasar toda a sua raiva sem falar nadam ou pelo menos tentaria. Comecei a andar e logo que entrei dentro de casa percebi a porta do escritório um pouco aberta. Ryan estava na sala vendo desenho com as meninas e percebi que Fernanda estava ali brincando com o Chuck. Sorri sem graça e ela negou com a cabeça soltando um riso como quem diz "você só faz merda.". Mordi os lábios e andei ate o escritório. Chegando próximo a porta, segurei-a antes de abri-la mais e vi Justin encostado a mesa com os braços cruzados apenas esperando que eu entrasse. Abri a porta e entrei sem o encarar. Fechei a porta e só então me virei cautelosamente esperando que a bomba viesse.

– Justin... - tentei falar, mas ele se movimentou colocando o indicador pra cima para que eu não ousasse abrir a boca outra vez.

– Senta. – disse mantendo a voz calma no máximo que podia e eu me andei devagar sentando no sofá ainda receosa, mas continuei a fita-lo esperando sua reação; - Eu não sei nem por onde começar. - falou e parecia que comprimia toda a raiva dentro dele. Um passo fora da sequencia que eu desse faria ele explodir. Me calei e ele prosseguiu. - Você saiu sem me avisar e ainda disse pro Josh que eu liberei sua saída? - perguntou em tom de afirmação. - Eles trabalham para mim! - gritou.

– Justin, se eu avisasse você colocaria um carro pra ir atrás de mim e... - falei tentando me explicar e ele me cortou.

– Mas é óbvio que eu colocaria alguém pra ir atrás. Você ainda não entendeu que não pode sair sem segurança? Se colocaram fogo com você na casa, imagina o que podem fazer com você na rua? - perguntou completamente nervoso.

– Se eu avisasse para onde ia, você não me deixaria ir. - falei óbvia.

– Você poderia tentar me pedir outra vez!

– E sua resposta seria "não" como nas outras vezes!

– Você não me perguntou, como sabe?

– Eu te perguntei outras mil vezes, Justin! – falei irritada. – Você sempre me negou.

– Porque não era pra você ir! Eu já estou cheio de problemas e a ultima coisa que eu quero é você e Kimberly com essas briguinhas idiotas, mas você é teimosa e vai mexer com quem está quieto. Não sei nem como ela não te comeu viva, ela não queria te ver.

– Isso não tem nada a ver com você, ela me salvou, salvou meus filhos e eu nao aguentava mais nao saber o que estava acontecendo! E pra sua informação ela não me tratou mal.

– Conta outra. - debochou irritado.

– Estou falando sério, nós conversamos e posso dizer que nos entendemos. - falei impetuosa cruzando os braços enquanto ele me olhava ainda irritado.

– Isso não muda nada, você ainda não deveria ter saído.

– Então você deveria ter me colocado no carro antes e me levado lá todas as outras vezes que eu pedi! - rebati me aproximando.

– Você age com autoridade ate quando esta errada, esta aí um dos seus grandes defeitos.

– E você fica dentro desse escritório o dia todo, esquece sua família, esquece de mim, esquece que existe vida fora dos problemas!

– Então você quer que eu relaxe? - gritou. - Quer que eu sente na porra do sofá, coloque meus pés em cima da mesinha, mande você me trazer uma cerveja enquanto assisto um jogo como se não tivesse ninguém lá fora pronto pra foder com tudo. - esbravejou nervoso.

– Não quero nada, Justin! Não quero nada de você. Se enfie dentro dessa merda de escritório e esqueça de todo mundo. Você está certo, a louca sou eu! - ironizei alterada.

– Eu te levei pra merda do restaurante que você queria! - se defendeu.

– Eu preciso pedir toda vez que quiser algo de você? Você não pode agir espontaneamente? Você não pode ser um ser humano normal? Eu tenho que te lembrar que você tem uma mulher e filhos? Eu não, Justin! Você tem 23 anos e faz o que você quiser e depois não reclama.

– Reclamar do que? - se aproximou pegando-me pelo braço e me olhou com ira. - O que você vai fazer que eu vou reclamar? Acha que estou reclamando sem ter razão? Então vai! Sai! Mete a cara na rua, leva meus filhos também! Leva um tiro bem no meio da porra da testa e ainda me deixa aqui pra fazer seu velório! Egoísta! - gritou e me empurrou.

Cambaleei um pouco ainda sentindo seu apertão doer em meu braço. O olhei passando a mão em cima de onde ele havia me segurado e percebi que estávamos num nível de irritação que só faria tudo piorar se continuássemos. Me calei tentando não chorar de raiva enquanto ele me fitava como se esperasse que eu reagisse, mas apenas caminhei ate a porta pronta pra sair, mas sua mão me segurou rapidamente me virando pra ele antes que eu alcançasse a porta.

– Por que você não entende que eu não posso te perder de novo? - perguntou ainda alterado e seus olhos me olhavam profundamente. - Por que simplesmente você não caminha do meu lado sem desvirtuar as direções? Já é bastante complicado sem você ajudando a piorar.

– Eu só queria agradecer ela, só isso. – falei com a voz embargando por causa do choro preso. - Não posso viver pra sempre dentro dessa casa e saindo com um monte de homens de preto me rodeando. As pessoas notam e cochicham.

– Fodam-se as pessoas, nenhuma delas tem grana pra andar com segurança, podem olhar a vontade. Esse é o seu problema? O que as pessoas pensam de você estar comigo? Nada que elas cochicham de mim tem provas. Nada! Ninguém me sustenta, ninguém porta meus carros, ninguém alimenta minhas crianças, ninguém te veste, ninguém faz porra nenhuma!

– Só estou falando que não é fácil ser sua mulher muito menos sem você do meu lado.

– Eu estou do seu lado. - disse sem entender soltando o meu braço.

– Estamos na mesma casa, estamos juntos outra vez, mas estamos perdendo a conexão! - falei firme fazendo ele revirar os olhos.

– Transamos ontem e parecíamos bastante conectados. - debochou.

– Justin, quando é o meu aniversário? - cruzei meus braços e sorri debochada já pronta pra analisar seu sorriso tosco dando lugar a um sem graça.

– Eu sei muito bem que seu aniversario é amanha. - falou sem graça deixando claro que havia acabado de lembrar.

– Não, você não sabia. Você acabou de lembrar. Se você conversasse comigo, você lembraria, pois saberia que eu estou planejando uma festa amanhã sozinha porque todo mundo esta preocupado com o casamento e como sempre esquecem de mim. – falei chateada.

– Você quer mudar o jogo pra você, só que eu sou um campeão nato. – sorriu tentando amenizar a situação.

– Justin, nem tudo é um jogo! – reclamei. - Só quero que você perceba que você esta alheio aos acontecimentos.

– Dia 28 é o nosso casamento. - disse sorrindo. - Eu não esqueci disso, não mesmo. Minha mãe não me deixa esquecer. – falou como se achasse um saco.

– E você ia casar comigo com a mesma idade se eu não te lembrasse que amanha eu é o meu aniversario. - sorri me sentindo completamente e vitoriosa na discussão.

– Que tipo de pessoa faz aniversário perto do Natal? – perguntou querendo implicar.

– Eu, Justin! Eu faço!

– Que feio, querendo competir com Jesus Cristo. – brincou com o humor bem melhor.

– Para de falar merda, você deveria estar contente, mais um ano que te aturei.

– Você ficou mais de um ano longe de mim, então não conta. – falou rodeando minha cintura

– Mas não deixei de te amar e isso não muda o fato que te “aturei” mesmo que por pensamentos.

– Como sempre com a resposta na posta da língua. – falou me dando o selinho.

– Você não cansa de implicar comigo? – sorri contornando sua nuca e ele negou sorrindo e juntou nossos lábios.

Já sentia toda a calmaria chegando. No fundo sabia que ele não iria querer ficar brigado comigo justo na semana do nosso casamento, mas eu também sabia que ele tinha toda a razão de estar preocupado, porém nada havia acontecido, então não havia motivos para brigar. Tudo que Kimberly havia me contado ainda estava em meus pensamentos e meu corpo estava exigindo que eu ficasse abraçada a ele e me garantisse que nada de ruim poderia acontecer outra vez. Só de pensar que ele virou uma arma para a própria cabeça por mim causa... meu peito gritava. Eu queria chorar e no instante que ficamos abraçados, meus pensamentos vagaram até esse pensamento e uma lágrima dolorosa escorreu e assim que ele separou nossos corpos e me olhou, percebeu ela escorrendo. Sua testa franziu e ele passou o polegar na mesma hora limpando enquanto eu abaixava a cabeça.

– Tá chorando por quê? – perguntou confuso.

Voltei meus olhos ao dele que ainda me fitavam em confusão. Queria colocar meus pensamentos em ordem e dizer o quanto eu não sou nada sem ele, mas a culpa estava me consumindo e eu sentia vergonha. Abaixei minha cabeça completamente destruída. Justin percebeu minha dificuldade em falar e segurou meu rosto para que o olhasse e insistiu.

– Me fala. – sussurrou.

– Você quase morreu por causa de mim. – falei com a voz fraca enquanto mais lágrimas caiam.

– Lorena, viver sem você foi foda, não minto, mas porque isso agora? – disse se preocupando.

– Não estou falando em geral. Estou dizendo que você quis se matar mesmo. – falei e ele entendeu que eu me referia a um exato momento e não durante todo o tempo difícil que viveu sem mim.

Na mesma hora ela enrijeceu o maxilar e soltou meu rosto, aquilo visivelmente havia incomodado ele. Justin se virou e sentou em sua cadeira sem falar mais nada. Analisei sua atitude abraçando os próprios cotovelos e reprimindo os lábios em choro enquanto ele não me fitava, um pouco irritado pela situação.

– Quem te contou isso? – perguntou com um peso na voz ainda sem me fitar.

– Justin, não importa quem me con...

– Foi a Kimberly, não foi? – perguntou finalmente me olhando.

– Justin... – me aproximei vendo seu estado e sentei em seu colo e foi minha vez de segurar seu rosto para que seus olhos voltassem pra mim. – Nós conversamos, ela não me contou por mal, mas eu não mereço saber? Eu não posso saber o que aconteceu com você?

– Você sabe o que aconteceu comigo, só não precisa da confirmação, não precisa dos detalhes, não precisava saber disso.

– Você não precisa se manter 24 horas forte por mim, eu sei muito bem quem você é por dentro, meu amor. – falei fazendo uma lágrima escorrer e ele se calou. – Eu morro de remorso só de pensar no estado que te deixei, eu preciso saber tudo que aconteceu com você, eu preciso me certificar o quanto eu fui burra, o quanto eu fui egoísta. – falei me desesperando. – Justin... – prossegui após uma breve pausa. – Se você tivesse se matado... se você apertasse aquele gatilho, se hoje você fosse um homem sem vida... – me calou sem querer continuar o resto e o choro veio mais forte fazendo ele me aninhar em seu colo com a minha cabeça em seu ombro. Suspirei alto e limpei a garganta para que a voz saísse. – Eu morreria junto.

– Não fala besteira. – me recriminou um pouco fraco.

– O que eu faria aqui sem você? – perguntei ainda chorando levantando minha cabeça e encarando seus olhos.

– Cuidaria dos nossos filhos. – disse óbvio.

– Eu ia olhar todos os dias pra ele e me lembrar que te matei.

– Mas você não teria me matado... – disse abaixando a voz. – Tecnicamente. – deu de ombros com um sorriso e eu abaixei a cabeça. – Ei, amor. Passou, chega desse assunto. Você acha que eu também não me culpo por tudo que eu te fiz? Lorena, você foi pro hospital desmaiada porque eu te enforquei. – falou alterando a voz. – Tudo isso me mata também, eu me culpo todo dia.

– Nossas vidas são um grande erro que ninguém sabe de quem é a culpa, mas também ninguém quer saber, eu não gosto disso. – reclamei.

– A culpada de tudo é você por ter entrado na minha vida sem avisar. – brincou apertando meu nariz.

– Quem mandou fazer com que eu me apaixonasse por você? – falei com os braços rodeados em sua nuca e ainda sentada em seu colo.

– Você sempre foi gamada em mim, desde a escola. – falou convencido me fazendo rir alto sem humor.

– Comediante você, né?

– Vai mentir? – sorriu de canto e tive que me concentrar em minha resposta pois aquele sorriso me convenceria de qualquer coisa.

– Eu não era e nunca fui apaixonada por você, Justin Drew Bieber. Você que não tirava os olhos de mim fingindo me odiar.

– Pra perceber que eu não tirava os olhos de você, você tinha que estar olhando pra mim. – disse me colocando contra a parede e eu pensei em responde-lo, mas a resposta não veio. – Obrigado pelo seu silencio, ele respondeu que eu venci mais uma vez. – disse debochando e eu mandei língua pra ele fazendo ele me roubar um selinho.

– Estava esperando os tiros pro alto, você me desapontou, cara! – Ryan falou invadindo o escritório fazendo com que olhássemos para ele.

Passei as mãos embaixo dos olhos limpando os resquícios de lágrimas enquanto Justin abria um sorriso.

– Da próxima vez com certeza ele fará isso. - falei brincando.

– Nao terá próxima vez. - rebateu serio fazendo Ryan rir e atras dele Fernanda entrou com Chuck no colo e Alice segurando em sua mao livre.

– Fê, voce nao pode segurar peso. - falei me apressando em levantar. - Me da ele aqui. - tirei com cuidado o Chuck do seu colo que ja dormia.

– Ah, ele nem pesa tanto assim e minha barriga nem esta aparecendo direito. - reclamou de bom humor.

– Voce tambem, heim Ryan! Nem pra trazer as crianças, voces dois nao sabem ser pai mesmo. - falei terminando de ajeitar Chuck em meu braço e Ryan e Justin riram despreocupados.

Observei Alice andando bem quietinha ate Justin e ele pegou a no colo colocando-a sentada em suas pernas.

– O que foi? - ele perguntou colocando uma mecha de cabelo atras da orelha dela.

– Dotê bigou com a mamãe? - perguntou tristinha e ele riu.

– So um pouquinho.

– Mas eu fico triste quando voce briga com a mamãe. - falou ainda de cabeça baixa. - Eu nao quero que voce vire estlela de novo. - disse manhosa e Justin ficou um bom tempo olhando para ele e acarinhando seus cabelos.

Meu coração apertou com aquela cena e discretamente Fernanda e Ryan saíram do escritório nos deixando a sós com as crianças. Me aproximei de onde Justin estava com Alice e assim que a porta foi fechada ele levantou o rostinho dela.

– Eu nunca mais vou deixar voces, nunca mais. - terminou a frase olhando para mim e eu sorrir fazendo as lágrimas embaçarem mais meus olhos. - Voces sao tudo que eu tenho, voces colocam meus pés no chao e tudo que eu faço é por voces.

Alice o abraçou mais ela nem ao menos tinha idade para entender o quanto aquela promessa era importante.

 

Dia seguinte.

 

Abri os olhos e mesmo mole, levei um baita susto. Alice estava tao próximo me olhando que quase cair da cama ao ve-la ali parada.

– Papai, papai! Ela acordou! - ela gritou enquanto eu me ajeitava na cama e percebia que Chuck brincava com os travesseiros ao meu lado.

– Mas o que está acontecendo? - perguntei baixo saindo do torpo do sono e de repente Justin surgiu sem camisa e se bermuda na porta com Alice, trazendo uma bandeja de café da manha e um sorriso perfeito.

– Feliz aniversario. - disse colocando a bandeja sobre as minhas pernas e me dando um selinho.

– Feliz aniversario, mamãe! - Chuck me abraçou pelo pescoço enquanto Justin pegava Alice no colo e colocava ela na cama.

– Voce deixou eles de guarda pra avisar quando eu acordasse? - perguntei rindo.

– Pra alguma coisa essas pestinhas prestam. - deu de ombros.

– Eu quase morri do coraçao. Alice estava praticamente em cima de mim. - falei pegando uma torrada e ele riu.

– Agora podem ir. - disse mandao e os dois saíram correndo e gritando.

– Justin! - reclamei, mas acabei rindo.

– Quero te dar um sexo matinal de presente, nao posso? - falou vindo pra cima de mim e eu o empurrei.

– Se voce derrubar isso na cama, voce que vai limpar. - falei apontando pra badeja e terminando de comer a torrada, mas ele me ignorou completamente e começou a beijar meu pescoço. - Justin, para... Justin!

– Por que? - falou irritado voltando a sentar.

– Eu tenho que arrumar as coisas pra minha festa e eu tenho certeza que ninguem vai me ajudar em nada, entoa nao posso perder tempo. - falei tirando a bandeja do meu colo e colocando no criado-mudo.

– Pode ser uma rapidinha. - falou sapeca voltando pra cima de mim.

– Justin, nao! - neguei dando um tapa estalado em seu braço, mas suas mãos começaram a invadir meu corpo ignorando qualquer coisa que eu falasse. - Mas que fogo é esse?

– Eu tomei banho ontem e achei que quando voltasse voce estaria me esperando, mas voce estava dormindo. Dormi com vontade e acordei pior ainda.

– Nao posso fazer nada se eu estava cansada e voce demora mais um século no banho. - comecei a reclamar e ele me calou com varios selinhos. - Justin, é serio. - falei entre o intervalo de um e outro.

– Voce quer me deixar com vontade o dia todo, é isso? Ai amanha é véspera de Natal, a porra da casa ta cheia e eu nao consigo te foder.

– Voce nao vai morrer por isso.

– Mas vou ficar estressado.

– Falando em estressado... - falei abrindo um sorriso convincente e subi no colo dele abraçando sua nuca.

– La vem... o que voce quer? - perguntou girando os olhos.

– Quero que minha mae venha na minha festa. - falei dando um beijo no seu pescoço e sentindo seu perfume.

– Mas nem fudendo! - reclamou estressado.

– Justin, mas é meu aniversário!

– E dai?

– Quer saber? Eu nao sei nem porque estou te perguntando. Ela vai vir e pronto. - falei saindo do seu colo e levantando da cama.

– Pra que tanta questão dela? - perguntou irritado.

– Porque ela é a minha mae e ja basta voce deixar ela trancada o dia todo. Alias, isso vai acabar tambem! - cruzei os braços ja em pe de frente pra ele.

– Nao se meta nos meus esquemas.

– Minha mae nao é um esquema seu!

– Mas ela pode foder eles. - falou se levantando e vindo pra cima de mim.

– Voce nao pode ao menos me deixar feliz no meu aniversario?

– O que eu fiz? Voce começa a falar merda e eu tenho culpa?

– Quer saber? - falei colocando a mao na cintura. - Esquece, nao tem mais festa. Ninguem se importa mesmo. - falei e comecei a andar pro banheiro abrindo a porta com força e ele veio atras de mim.

– Quantos anos voce vai fazer? 5? - ironizou estressado.

– Nao me admiro que voce nao saiba minha idade. - falei começando a tirar a camisola de seda e ele fitou meus seios.

– Por que voce é assim? Eu trouxe café na cama pra voce pra começar o dia bem, mas entao voce me pede algo absurdo ja sabendo que vai me estressar.

– Eu so quero minha mae no meu aniversario, é pedir demais? - cruzeiro os braços fazendo ele encarar meus seios outra vez e sua inquietaçao ja estava notável.

– Tudo bem. - disse por fim. - Mas ela nao vai ficar livre de mim como voce tá querendo.

– Eu so quero que voce pare de tratar ela como um marginal.

– Eu trato ela muito bem, todo mundo queria ter alguem pra vigiar a casa.

Falou e eu rolei os olhos e me virei pro lavatorio de frente pro espelho e notei pelo reflexo o Justin atras de mim olhando minha bunda e todo o meu corpo completamente des norteado. Prendi o riso pela cena e comecei a descer minha calcinha. Na mesma hora reparei ele negar com a cabeça e abrir a bermuda mostrando como o seu penis ja estava duro dentro da boxer.

– Nem pensar. - falei rindo olhando-o pelo espelho e ele arriou a boxer se livrando dela como um animal no cio completamente esquecido da nossa discussão.

– Nem pensa é o caralho. - disse vindo pra cima de mim e seu penis chocou em minha bunda enquanto ele abraçava minha cintura por trás e beijava meu pescoço.

Suas mãos estavam fortes e começaram a deslizar por todo o meu corpo. Fechei os olhos me rendendo as sensaçoes e me sentia excitada com tamanha brutalidade que ele estava agindo, mostrando o quanto estava louco por aquilo. Sem demorar muito, Justin empurrou meu corpo para que eu debruçasse e eu encarei sua fisionomia pelo espelho e senti suas mãos abrirem um pouco minhas pernas e logo seu penis escorregou pra dentro de mim. Gemi sentindo meu corpo agradecer por aquilo e olhar para Justin pelo retrovisor enquanto ele me entocava me dava mais prazer. Sua testa franzida, sua expressão de prazer, suas mãos apertando minha cintura para que ele me preenchesse ao seu ritmo... tudo isso em conjunto estava me fazendo delirar. Tentei abafar alguns gemidos, mas ele era bom naquilo e sempre roubava os meus sentidos. Sua cabeça tombou e eu ja sentia os pequenos espasmos dando espaço para o meu ápice quando senti ele gozar dentro de mim e seu gemido de alívio preenchendo o ambiente. Nao demorou muito e gozei tambem melando mais ainda seu penis e continuei olhando para ele que parecia curtir cada momento de prazer enquanto olhava seu penis entrar e sair de dentro de mim. No fim, Justin sorriu pra mim vitorioso pelo espelho e eu me virei pra ele rodeando sua nuca enquanto suas mãos vinham para a minha cintura e nos beijamos enquanto íamos de olhos fechados ate o box para um demorado banho cheio de caricias.

 

 

POV Justin

 

Minha cabeça estava explodindo e mesmo que eu estivesse de porta fechada, ainda ouvia Jazzy, Lorena, Fernanda e minha mae falando alto como se estivessem do meu lado. Tentava ler o relatório da perícia que de nada me adiantou. A pessoa que estava fazendo isso parecia entender bem sobre os esquemas e nao havia deixado nenhum DNA ou qualquer misero fio de cabelo no chao. Deixei a papelada em cima da mesa, pois ja nao conseguia me concentrar por causa do falatorio. Tomei um banho e sai pra espairecer a cabeça levando Chuck, Alice, Cindy ao shopping e de quebra Ryan foi comigo pra aguentar os pestinhas. Comprei um cordão e um anel que achei que Lorena fosse gostar e voltamos pra casa quando ja anoitecia. Os enfeites, as bolas douradas e toda e qualquer arrumaçao ja enfeitava a sala. Meu pai ja estava la conversando com a minha mae, ambos bem vestidos. Cindy correu pulando no colo do meu pai que a pegou e encheu de beijos. Mere ajudou Fernanda a colocar as crianças para tomar banho e Jazzy parecia entretida com a musica.

– Olha quem esta aqui. - minha mae me alertou musicalmente me fazendo olhar para próximo da mesa e la estavam meus avós que eu nao via a muito tempo.

Arregalei os olhos feliz e corri para abraça-los. Meu avô Bruce estava mais careca do que da ultima vez que o vira e nao resistiu a emoção e chorou dizendo o quanto estava crescido eles nem ao menos conheciam os meus filhos, mas parecia que minha mae ja havia contado toda a historia. Chamei Cindy e ela desceu do colo de Jeremy e veio um pouco envergonhada ate meus avós, mas assim que minha vó começou a enche-la de elogios, ela abriu um sorriso. Pelo visto ficariam para o Natal e todo aquele clima estava me deixando mais feliz. Apesar de saber que posso tomar um tiro a qualquer momento que coloco o pe para fora, eu estava satisfeito com aquele momento.

– Onde esta Lorena? - perguntei pra Fernanda enquanto subia a escada para tomar banho.

– Se arrumando ja faz uma hora. - respondeu rindo.

Resolvi nao atrapalhar e tomei banho e me arrumei no banheiro da casa. Sequei o cabelo rapidamente colocando-os pra cima, ajeitei a roupa e voltei pra festa vendo Alice e Chuck no colo dos meus avós enquanto meus pais pareciam mima-los.

 

POV Lorena

 

Ja estava pronta e desci para a sala. Enquanto ainda estava na escada procurei pelas pessoas para ver se encontrava o Justin e sorri ao perceber seus avós ali. Pattie ja havia me avisado que eles chegariam do Canada para o Natal. Todos me olharam e distribuíram elogios enquanto eu corava, mas ainda queria Justin ali. Cindy estava no colo de Jeremy enquanto os avós de Justin seguravam Chuck e Alice me aproximei deles e me apresentei. Aquele clima em familia fez meu coração apertar, queria logo que minha mae chegasse e que tudo ficasse em harmonia. Achei que Justin ainda estivesse se arrumando, mas entao vieram ele e Ryan da cozinha com as cervejas e ocorreu um sorriso perfeito nos seus lábios assim que ele me viu.

– Finalmente a aniversariante desceu. - disse ja um pouco alto enquanto me dava um beijo na bochecha e pegava minha mao me arrastando para outro lugar. - Eu comprei uma coisa pra voce. - falou indo ate a estante e pegando um saco e trazendo ate a minha.

Quando Justin me mostrou o cordão, eu senti meus olhos abrirem na mesma hora. O diamante brilhava mais que tudo, era a coisa mais linda do mundo.

– É perfeito. - falei sorrindo e levantei meu cabelo para que ele colocasse.

Assim que ele terminou, percebi ele abrindo outra caixinha e me mostrando um anel enorme. Ri completamente apaixonada por aqueles mimos e coloquei em mmeu dedo agradecendo-o com um beijo. Ele parecia feliz e seu humor so me deixava melhor. Me perdi em seus olhos, mas de repente percebi alguem se aproximando e me afastei assim que vi que minha mae. Abracei-a com toda a força que pude ate me certificar que a saudade havia passado. Justin fechou a cara e se afastou pra um canto com o Ryan que o ofereceu uma cerveja. Jazzy e Fernanda pareciam se divertir com a musica e logo minha mae ja estava próxima de Pattie. Respirei aliviada pelo Justin nao ter feito qualquer gracinha e ouvi Cindy saltar do colo do Jeremy e gritar "mamãe" enquanto ia em direçao a porta.

Todos olharam. Kimberly nao aparecia para ninguem fazia algum tempo. Pattie, Jeremy, Fernanda e Jazzy que sabiam da historia a olharam surpresos enquanto ela atravessava a sala com uma saia longa que tampava suas pernas e com um sorriso muito mais chocante que sua presença.

– Feliz aniversario, pirralha. - disse ainda sorrindo de leve enquanto me entregava um embrulho. Ela estava linda!

– Obrigada. - falei ainda surpresa e Justin sorria satisfeito pra nós duas.

Ja estavam todos um pouco alto e incrivelmente Justin nao havia feito nenhuma gracinha com a minha mae que ficou o tempo todo com os pais do Justin. Bruce e Diane pareciam curtir os bisnetos enquanto brincavam com eles pela casa. Justin estava me abraçando por trás enquanto conversávamos em roda com Ryan, Fernanda e Kimberly. Pessoas felizes, musica ambiente e a felicidade parecia fazer moradia naquela casa. Os seguranças pareciam em alerta, com certeza Justin havia mandado reforçar a segurança para que nada atrapalhasse. Depois de um tempo ate a Charlie chegou e eu realmente nao estava sentindo a falta de mais ninguem. Meu celular vibrou em minha mao e eu o fitei sem reconhecer o numero. Me afastei dos braços de Justin indo para fora de casa para que nenhum barulho me atrapalhasse a ouvir. Apertei o botão assim que ja estava longe da sala e sentia a noite fria do lado de fora da casa.

– Alo. - falei esperando que a pessoa falasse para que eu soubesse quem era, mas apenas ouvi uma respiraçao forte e desesperada. - Quem é? - perguntei me inquietando e olhando para trás pra ver se alguem podia me ouvir e de repente sua voz invadiu meu ouvido arrepiando minha pele.

– Lorena, é o Chaz. - disse cansado com a voz falhando como se estivesse com medo.

Ouvi aquela voz e meu corpo estremeceu. Me calei sentindo o vento tocar minha boca aberta. Poderia ser uma alucinaçao se nao fosse tão real.

– O que... o que voce... - tentei pensar em algo a dizer, mas nao conseguia.

– Voce precisa me encontrar, eu preciso falar com pelo pela ultima vez. Nao me negue isso. - falou desesperado e meu coração acelerou. Eu olhava para trás a todo tempo para perceber se alguem estava perto.

– Pela ultima vez? O que voce esta dizendo? - me desesperei me preocupando.

– Nao diga ninguem que voce vira, so me encontre. Eu preciso te contar o que esta acontecendo antes que seja tarde demais.

– Chaz, o que esta acontecendo? Onde voce esta?

– Eu estou... - disse fazendo uma pausa como se procurasse informacao de onde estivesse. - Eu estou em um casebre, eu nao sei ao certo, mas é ao norte a meia hora da casa do Ryan. Eu preciso que venha antes que seja tarde. - pediu e minha garganta fechou. - Chuck e Alice estao em perigo, tudo que voce tem esta em perigo!

Meu coração batia forte e todo o meu corpo estava tremulo, eu nao conseguia responder nada. Apenas entendi que era urgente e eu precisava ir, se tivesse alguma maneira de deixar meus filhos longe do perigo eu precisava saber. Nao conseguia raciocinar direito e apenas fui para o estacionamento e entrei na ferraria do Justin. A tensão passeava livremente pelo meu corpo. Liguei o carro e sabia que esse seria o único jeito de sair dali sem ser notada. Todo mundo sabia que o Justin nao deixava ninguem dirigir aquele carro, logo, achariam que ela ele. Acelerei contornando a casa e sai cantando pneu em direçao para onde Chaz havia indicado. Era suicida, eu nao conseguia me focar nas consequências. Todos da festa notariam minha ausência inclusive Justin e eu estremeci so de pensar na sua reaçao, mas peguei a estrada e dirigi sentindo as lágrimas rolarem. Meus filhos estavam em perigo e eu tinha que saber o porque para contornar a situação.

 

 

Tópico: Happy Bday

Happy Bday

Anna Neiva | 23/12/2012

Clara esse site ta brincando com a minha cara é serio, agora todo capitulo é a mesma coisa! Eu tenho que escrever o comentário duas vezes e como sou lerda eu não copio para ser mais fácil kkkkkkkkk mas enfim! Amei o capitulo e como você sabe eu amo as coisas cute-cute que você escreve que ficam muito fofas, e não melosas o que raro entre as escritoras de conseguir fazer isso - e eu sou mt nhenhenhe com essas coisas de melosidade- e você ta voltando com os hot ne.... bom eu adoro como você escreve pq não fica vulgar, ilusório e não deixa a mulher da situação parecendo uma vadia enlouquecida por sexo 25hs por dia, o que é tenso em ver em todas as fics isso!!
Você sabe que eu amo o modo com que você escreve e sou tua fã, estou ansiosa para esse natal, to achando até que no inicio da festa o Justin e a Lorena estarão "brigados" e no fim com o espirito de natal, paz, amor e familia reunida vai rolar sexo kkkkkkkkkkkkkkkkk. Mas enfim beijos e até o próximo.

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