Vingança

– Não, nem pensar! Isso não vai acontecer! - falei desesperada sentindo minha garganta fechar enquanto Justin pegava algumas malas do armário e as jogava em cima da cama me ignorando completamente. - Justin! - falei firme segurando o seu braço. - Eu estou falando com você! - falei entredentes fazendo com que ele finalmente me olhasse sério.

– Eu já tomei a decisão e estava apenas te informando, não estava perguntando se você concordava ou não. - disse estúpido.

– Eu não quero ir e eu não vou. – falei cruzando os braços fazendo-o rir pelo nariz completamente despreocupado.

– Você vai ficar lá uma semana, menos do que isso até. Você não vai morrer se ficar uma semana lá, sem drama. – deu de ombros jogando algumas roupas minhas dentro das malas sem o menor cuidado.

– Por que isso? Por que você não vem junto?

– Porque eu preciso ficar aqui pra pegar o cara, eu não confio que ninguém faça os meus trabalhos e eu quero ver de perto quem é esse filho da puta!

– E você acha que só porque eu não estarei aqui ele vai vir se entregar e tomar chá da tarde com você? – perguntei irônica.

– Não, mas se o alvo dele é você, então tenho que te manter longe. Quero apenas confundi-lo.

– Você está me confundindo, Justin! As crianças sentem sua falta, eu percebo o quanto você está distante delas e agora isso? Vai nos mandar pro fim do mundo? Você não é mais o mesmo pai atencioso e paciente, você não é! – gritei.

– Do que você está falando? – gritou nervoso segurando meus braços. – Eu faço o que eu posso pra manter vocês vivos e perto de mim! – concluiu com ódio no olhar.

– Eu estou falando de um Justin que exigiu ver os filhos quando não estávamos juntos, estou falando de um Justin que brincava com seus filhos, que dava atenção a eles. Você esqueceu até da Cindy! Já que se esforça tanto para nos manter vivos, por que não se esforça pra ser um bom pai pra eles? Senão nada disso adiantará! – gritei.

– Você está desviando as historias! Isso não tem a ver com eles, isso tem a ver com você! – falou nervoso acompanhando meu tom de voz.

– Isso tem a ver com eles também! Quando você vai perceber que eles sentem a sua falta?

Justin me olhou como se pensasse na resposta por um tempo e em seguida voltou a colocar as coisas na mala.

– Não adianta, você não ouve ninguém, não é mesmo? – falei chorosa cruzando os braços. – Eu só tenho importância pras suas atitudes quando alguém de fora diz que me ouvir pode valer a pena.

– Chega logo onde você quer chegar... – disse com tédio.

– Não foi isso que aconteceu? Não foi por esse motivo que você me chamou lá no escritório? Pra me fazer perguntas de coisas que eu já tinha tentado te dizer?

– Como você quer que eu confie numa pessoa que defendeu o Chaz até quando ele tinha tentado me matar? Na minha cabeça você sempre irá querer livrar a barra dele! - gritou vindo pra minha direção.

– Você acha mesmo que tudo que digo é mentira só por causa disso?

– Não sei. - respondeu de imediato.

– Ótimo, então estou casada com uma pessoa que nem se quer me conhece bem. - disse com escárnio fazendo-o me fitar com mais raiva ainda.

– Você quer que eu perca a cabeça e desista de mandar você pra ilha, mas isso não irá acontecer. - disse e saiu do quarto batendo a porta.

Sentei na cama querendo chorar e passei as mãos no rosto e em seguida no cabelo. Complicações e desentendimentos era tudo que eu menos queria, mas essa vida louca deixava meus nervos a flor da pele e só de me imaginar longe de Justin outra vez, meu coração já palpitava de dor. Porém, estava na cara que eu não tinha muitas escolhas.Tomei um banho completamente perdida em meus pensamentos. Queria chorar, mas também estava com raiva. Detestava quando Justin ficava estúpido e o pior era que eu me conhecia bem e sabia que logo ele me tratava melhor e eu esquecia qualquer dano que ele tivesse feito. Saí do banheiro já vestida notando que as malas não estavam mais ali. Suspirei soltando meu cabelo do coque que eu havia feito. Nem sequer me olhei no espelho, meu mal humor apenas me deixou pegar minha bolsa e sair daquele quarto batendo a porta. Desci até a sala e Chuck e Alice estavam no colo de Fernanda e Ryan respectivamente. Foi a única coisa que cosneguiu me fazer sorrir fraco.

– Vocês também vão? - sorri fraco pegando Chuck no colo.

– Sim, Justn achou que isso deixaria você melhor. - falou Fernanda e em seguida ouvi a porta do escritório ser aberta, mas não olhei para trás. Continuei mexendo com Alice enquanto a menina sorria e apertava o meu pescoço.

– Acho que ele quer falar com você antes de te despachar. - Ryan falou sorrindo maroto e indicando com a cabeça a direção do escritório.

Me virei pra trás fingindo desinteresse e encontrei seu semblante sério e seu corpo encostado na porta. Soltei uma respiração forte devolvendo Alice para Ryan e caminhei até o escritório passando por ele. Justin fechou a porta assim que entrei e cruzei os braços esperando que ele falasse algo, mas ele apenas ficava me olhando como se mil pensamentos passassem por sua cabeça.

– O que você quer? - perguntei petulante fazendo ele andar em minha direção e quando parou bem proximo de mim segurou meu rosto com as duas maos e me olhou nos olhos.

– Você acha que eu gosto de ficar longe de você? - perguntou.

– Acho. - respondi firme, mas meu coração se agitava em meu peito.

– Você está enganada.

– Então por que está sempre arrumando um jeito de se livrar de mim?

– Lorena, eu já expliquei... por que você não consegue caminhar ao meu lado nas minhas decisões? Você acha que eu mandaria você e meus filhos pra lá se não fosse seguro? Você viu o Chaz morrer na sua frente de uma forma brutal, o que mais você quer que aconteça?

– Agora você acredita que armaram pra ele?

– Eu não estou dizendo isso. - se corrigiu. - Mas também não quero eliminar todas as hipóteses.

Bufei triste desviando meu olhar e Justin colocou meu rosto de volta pra frente calmamente.

– Eu vou te buscar, não vai demorar. - disse suavemente.

– Uma semana longe de você é tempo demais. - falei já com as lágrmas marejando meus olhos.

– Eu também vou ficar mal aqui, mas vamos pensar no depois. Quando tudo estiver calmo, você terá uma overdose de mim. - disse sorrindo me fazer sorrir também.

– Promete que vai me buscar?

– Vou. – afirmou segurando minha cintura e o abracei sentindo o cheiro de sua roupa.

– Isso vai ser tortura. – falei manhosa enquanto ele acarinhava meus cabelos.

Justin separou nossos corpos e segurou meu queixo com um sorriso bobo nos lábios. Sem demorar muito, começou a se aproximar para um beijo e nossos lábios se tocaram. Sua língua macia em contato com a minha fazia meu corpo todo responder aquilo de forma boa. Abracei seu corpo querendo nunca mais sair dali. Eu não tinha a menor ideia do que faria em uma semana longe dele. Um ano e meio foi tempo suficiente pra me mostrar que sem Justin eu apenas sou um corpo sem alma vagando pelo mundo. Justin entrelaçou nossos dedos e eu sorri completamente sem humor enquanto ele me guiava para fora do escritório. Fernanda e Ryan não estavam mais ali, então caminhamos para a entrada da casa e assim pude avistar o jatinho. Cindy e Kimberly também estavam paradas próximos a ele, mas não pareciam que iriam embora, estavam ali apenas para se despedir. Me abaixei dando um beijo em Cindy e Kimberly analisava tudo séria. Justin havia entrado no transporte para falar com os filhos e eu encarei Kimberly sentindo meu peito apertar.

– Não deixa nada acontecer com ele. – pedi e ela pareceu surpresa.

Por um instante ficou sem reação, mas em seguida assentiu ainda séria. Subi as escadas para entrar no jatinho e já ouvia a risada estalada de Alice enquanto Justin brincava com ela e com o irmão. Fernanda e Ryan apenas analisavam achando graça como se imaginassem como seria com o filho deles que viria ao mundo. Me sentei na poltrona fazendo Justin me notar ali e ele se pôs ereto soltando a respiração ainda de bom humor.

– Bom, está na hora. – disse se curvando para me dar um selinho e em seguida se virou para Ryan.

– Toma conta dela, heim. – falou sério.

– Tô indo pra ilha com uma grávida, duas crianças e uma maluca. Se eu não me suicidar, eu tomo conta dela sim, pode deixar. – disse com humor fazendo todos rirem.

Justin desceu e a porta foi fechada. Não tinha mais o que fazer, não tinha mais o que falar. Contaria os dias feito uma louca, contaria até mesmo os segundos esperando ver seu rosto outra vez e pediria para que nada acontecesse como ele. Nada.

 

POV Nolan

Meu corpo estava relaxado no sofá enquanto o copo gelado de whisky em minha mão fazia meus dedos ficarem dormentes. Analisava seus passos enquanto ela pegava todos os seus pertences pela casa. Tainá sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, mas parecia que tinha chegado ao seu limite. Não me importei com aquilo e simplesmente não conseguia me importar. Eu tinha minhas prioridades e havia outras coisas mais importantes em minha vida do que uma mulher. Sua bota estalava no piso de madeira enquanto ela caminhava pela casa e eu bebia minha bebida relaxadamente.

– Estou indo. – disse parando em minha frente e a fitei de cima abaixo.

– Tudo bem. – disse rindo fazendo seus olhos marejarem.

Ela não saiu do lugar e continuou a me encarar como se pedisse pelo olhar para que eu implorasse para ela ficar, mas eu não faria isso. Não tinha porque fazer.

– Você algum dia me amou? Tem certeza? – perguntou séria, mas uma lágrima escorreu.

Soltei o ar de forma pesada e me levantei indo em direção ao lado de fora da casa pronto para pegar meu carro.

– Eu te fiz uma pergunta. – ela insistiu com a voz firme e eu virei lentamente meu corpo para trás e a encarei por um tempo antes de respondê-la.

– Que você já sabe a resposta. – falei por fim fazendo-a me olhar sem acreditar.

Não. Eu não a amava e não a amei. Eu nunca havia amado ninguém e provavelmente nunca amaria.

Peguei meu carro e pelo retrovisor avistei ela pegando o dela enquanto secava algumas lágrimas. Aquilo não doía em mim. Desde que descobri o que realmente havia acontecido, eu simplesmente fui tomado pelo demônio da vingança e estava totalmente voltado para destruir quem havia destruído meu pai.

Comentários

capítulo

mypridebiebs | 14/01/2013

Mano, sério eu tinha pensado isso "Será que é o Nolan?" mas achei que não fazia sentido. To em choque.

vingançaaaa

anyway bieber | 14/01/2013

mais q nolan filho da puta... to ansiosa p proximo cap. como smp akdfj nossa kra esse final foi tipo filme,claraaaaaaaa td mundo me elogiando no tt,kra as pessoas amam meus comentários mfhsdhfgsó as ideia dhsjsf

Vingança

Carol Teixeira | 14/01/2013

Juro q eu nunca imaginei! .. gente, nao fazia sentido p. Mim, e ainda nao faz tanto.. hahahha -- mts coisas passam pela minha cabeça agora --
Adorei o cap. Manda maiis!

omg!

isabella | 14/01/2013

eu nao acredito!! nolan fdp

capítulo

nati | 14/01/2013

AI MEU DEUS É O NOLAN!!!! O QUE SERÁ QUE O JUSTIN FEZ PRA ELE?? NÃO AGUENTO MAIS ESSE MISTÉRIO

H

Vitoria | 14/01/2013

Amei demais , continua

Paloma | 14/01/2013

É O NOLANNN QUE FILHO DA PUTAAAAAAAAAAAAAAAAAAA , coitadinha da Lorena :((( amei de verdade !! Nao demora para postar em :)

capitulo

Andreia Moreira | 14/01/2013

amei ta linda <3
mais please :)
so podia ser o Nolan agora so falta saber o ke aconteceu pra ele tar fazendo isso

destino oculto

anônimo | 14/01/2013

sempre soube que era o nolan, aquele filho da puta!!!!! não demora muito pra postar não, pelo amor de Deus, preciso de uma overdose de destino oculto haha estou doida pra ler logo, estou muito curiosa.

vingança

Mikaela | 14/01/2013

AAAAAAAAAAA para, perdeu um pouco a graça, ja sabemos que é o Nolan! Devia ter deixando mais um misterio, mas o capitulo ta mt bom! :)

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