Tudo estaria pior sem você

 

POV Lorena

Despertei me espreguiçando abrindo bens os braços ja tendo a consciência que Justin não estaria mais do meu lado, como sempre. Abri os olhos e me levantei verificando o relógio em cima do criado-mudo. 11:23 da manhã. Vesti meus chinelos próximos a cama e me direcionei ate o banheiro enquanto fazia um coque em meu cabelo e prendia com uma presilha que achei no banheiro. Enquanto tomava banho, deixei os pensamentos vagarem nos acontecimentos recentes e me senti mal por ainda não ter visto a Kimberly desde o dia do incêndio. Eu precisava vê-la e agradecer por tudo que ela tinha feito e eu sabia que ela havia ficado bastante machucada, o que me dava mais vontade de ir a sua casa. Justin havia proibido essa atitude alegando que me informaria quando fosse a melhor hora, mas meus pensamentos me deixaram elétrica e inquietação. Houve uma urgência em minhas atitudes e eu precisava vê-la, precisava falar com ela. Terminei o banho e vesti o roupão voltando pro quarto e procurando uma roupa fresca pra vestir. Quando eu já estava de calcinha e sutiã, ouvi leves toques na porta e a voz de Alice.

– Mamãe. - me chamou manhosa e eu caminhei ate a porta vestindo a blusa.

– Bom dia, minha princesa. - falei abrindo a porta, pegando-a no colo e fechando a porta por fim, já que haviam seguranças no corredor que poderiam me ver de calcinha.

– Mamãe, o tio Ryan levou o Chuck pu paquinhu e num me levô. - reclamou emburrada.

– Por que ele não te levou, meu anjo? - perguntei colocando-a na cama e pegando o short pra vesti.

– O papai falô que eu dumi muito e o tio Ryan só levou o Chuck. - disse chorosa.

– Ah, Alice. - falei já vestida e soltando o cabelo do coque. - A mamãe vai sair e te levo junto, tudo bem? - sorri e ela assentiu. - Mas presta atenção: o papai não pode saber onde a gente foi, está bom? - alertei e ela me olhou confusa.

– Putê?

– Porque... porque nao. - falei sem respostas.

– Putê, mamãe? - insistiu.

– Porque o seu pai vai ficar bravo se souber. Você quer que o papai brigue com a mamãe?

– Não, papai fica muito feio quando briga. - falou emburrada me fazendo rir.

– Então pronto, ele não pode saber, combinado?

– Ta. - disse sapeca e eu vesti as sandálias e eu seguida peguei-a no colo e sai do quarto.

 

POV Justin

 

Estava em meu escritório verificando os relatórios de busca quando ouvi batidas na porta.

– Entra. - resmunguei sem tirar meus olhos da papelada.

– Desculpe, incomodar senhor, mas eu tenho algumas noticias. - disse o capanga que deixei responsável pelo comando das buscas e me ajeitei na cadeira.

– Fecha a porta. - ele fechou e começou a andar de volta pra minha mesa e eu assenti para que ele começasse a falar.

– Fizemos uma busca ontem de madrugada, invadimos algumas casa e...

– Como assim invadiram casas?

– Tudo com muita discrição, senhor. Estávamos apenas atrás de pistas. - disse um pouco receoso enquanto eu o olhava serio.

– Continua.

– Encontramos essa casa vazia. - disse tirando um papel de dentro do envelope que carregava - Nessa casa encontramos uma lata de querosene usada. A casa é grande, só esta maltratada mas ninguém mora lá. - disse colocando a foto em cima da mesa e eu fitei sentindo um nó embolar na minha garganta.

– Mas essa é a casa do Jack, ele está morto, eu o matei. - disse alterado sentindo a confusão dominar a minha cabeça.

– Jack? Senhor, não ha nenhum proprietário nos investigamos. Talvez seja apenas alguém que esteja usando o local como depósito.

– Com certeza a casa do Jack não foi usada a toa, é alguém que era ligado a ele, certeza. - falei com a cabeça em parafusos.

– Encontramos também alguns fios e pequenas tachinhas. Parecem conectivos de explosivos. Material caro... - disse fazendo uma expressão de espanto.

– Explosivo? - perguntei confuso.

– Sim, senhor! - assentiu.

Respirei fundo soltando o ar do pulmão enquanto tentava entender. Me levantei da mesa indo ate o cofre e rodei a senha ate a porta abrir pegando um saquinho. Cada saco dentro do cofre guardava 10 mil dólares. Fechei a porta e voltei pra mesa jogando o saco pra ele.

– Toma, esse é o suborno pra perícia. A casa tem que ser periciada. Se a pessoa está mexendo com explosivos, então ela precisa de um local para fazer isso e com certeza esse local é nessa casa. Precisamos de provas, de DNA. Leva alguns com você e deixe eles vigiando a casa. O otario com certeza vai voltar ao local.

– Sim, senhor.

– Pode sair. - falei serio e assim que o capanga saiu relaxei meu corpo na cadeira.

Aquilo estava ficando cada vez maior e eu ainda não tinha noção exata do que acontecia ao meu redor. Encarei a papelada e percebi que se ficasse mais um pouco lendo aqui, eu não sairia dali tao cedo. Precisava esfriar a cabeça e por os pensamentos em ordem. Parecia que algo estava passando despercebido, algo que eu nao conseguia me lembrar. Levantei da cadeira um pouco estressado e sai do escritório indo ate a cozinha. Mere preparava o almoço. Abri a geladeira pegando a jarra de agua e me direcionei a ela.

– Lorena já acordou? - perguntei pegando o copo em cima da pia próximo a ela.

– Dona Lorena? Dona Lorena saiu com a garotinha faz mais de uma hora. - disse confusa.

– Saiu? Como assim saiu?

– Saiu. - deu de ombros. - Eu perguntei se ela queria que eu te avisasse, mas ela disse que era melhor não te interromper.

– Filha da puta... - falei deixando a jarra e o copo em cima do balcão e pegando o celular no bolso enquanto ia em direção a sala. Cada chamada fazia meu sangue borbulhar e, obviamente para me deixar mais puto, ela não atendeu. Quando eu tentava ligar mais uma vez, Ryan atravessou a porta da casa com Chuck no colo e Fernanda ao seu lado.

– Que cara é essa, bro? - perguntou preocupado colocando Chuck no chao.

– A filha da puta da Lorena saiu sem me avisar! - esbravejei jogando o celular no sofá e Fernanda me repreendeu tampando os ouvidos da Chuck.

– Nao é porque é seu filhos que tem que ser desbocado que nem você. - disse pegando-o no colo. - Vamos, Chuck! Vamos tomar um banho. - falou enfurecida saindo da sala.

– Pra onde ela foi? - perguntou Ryan.

– Voce acha que se eu nao soubesse eu nao estaria la arrastando ela pelos cabelo ate em casa?

– Liga pro parceiro que ta de olho na casa da mae dela, vai que ela foi pra la!

– Liga voce, liga voce... eu nao to com cabeça. - falei sentando no sofá e apoiando o rosto nas mãos. - Ela sabe que nao pode sair assim, ela sabe disso! - esbravejei querendo comê-la viva enquanto Ryan pegava o telefone da casa do descanso e discava o numero.

Não me foquei no que ele dizia, apenas deixei meus pensamentos vagares e mergulharem nas piores hipóteses. Estava tudo em perigo, gente morrendo, explosivos sendo feitos por alguem que eu nao sabia quem e a filha da puta me sai sem avisar.

– Ela nao esta la. - disse Ryan me cortando os pensamentos.

– Eu quero saber quem foi o filho da puta que liberou a saída dela, eu quero saber! - falei me levantando sentindo meus sangue quente e sai de casa chamando o primeiro capanga que vi.

– Quem foi que deixou a Lorena sair? - perguntei autoritário colocando a mão na cintura e ele gaguejou um pouco.

– Eu nao vi nada, nao, senhor.

– Nao viu nada, nao? Entao vem aqui que voce vai ver. - disse pegando-o pelo pescoço e levando ate o meu escritório.

– Fica calmo, Justin! - Ryan reclamou.

– Calma é o caralho! - entrei no escritório ainda com o pescoço do cara na minha mão e Ryan veio atras

Joguei o cara no sofá e Ryan parecia atento a qualquer atitude drástica minha.

– Eu pago voces pra olhar! Pra olhar todas as porras que acontecem na merda dessa casa! - falei puto. - Se ela saiu, alguem viu! Se voce ta aqui pra comer de graça ao invés de trabalhar, vai morrer de graça tambem! Por causa de filhos puta incompetente que nem voce que o Chaz invadiu minha casa e descobriu que eu tinha outra filha e por causa de moleque que nem voce, mataram 5 capangas e tacaram fogo em tudo! - gritei fazendo-o me olhar com medo. - Voce tem que saber! Se eu pergunto qual foi o ultimo inseto que pousou na porra da grama, voce tem que saber! - conclui fazendo Ryan soltar um riso pelo nariz enquanto o caro se cagava de medo.

– Ela disse que nao ia demorar, senhor e que voce sabia que ela estava saindo. - se explicou amedrontado.

– Mas que caralho! Eu to cercado de filho da puta mesmo! Mete o pe! - gritei fazendo-o levantar rapidamente do sofá de couro do escritório e sair.

– Relaxa, bro. Sabe como ela é. Deve ter ido ao shopping ou em qualquer praça.

– Irmao, ela pode ter ido ate numa reunião com o capeta, mas ela tem que me avisar!

– Que gritaria é essa? - minha mae perguntou entrando no escritório e Ryan relaxou no sofá começando a explicando enquanto meus pensamentos me consumiam.

– Lorena saiu sem avisar.

– Filho, deixa de bobagem! Estamos quase no Natal, o clima tem que estar sereno, estou ouvindo seus berros la da portaria. - disse com a voz doce alisando o meu braço.

– Onde voce foi? - perguntei serio.

– Sai cedo pra resolver umas coisas no trabalho, por que?

– Nao viu a Lorena?

– Justin. - ela estalou a língua no céu da boca. - Voce sabe que daqui a pouco ela chega, deixa de ser esquentadinho. - disse e eu revirei os olhos.

– Cade a Fernanda, Ryan? - ela quis saber.

– Subiu pra dar banho no Chuck.

– Vou dar um pulinho la entao. E voce. - olhou para mim. - se acalme! - disse fingindo falar serio e saiu do escritório.

– É, brother, o jeito é esperar. - Ryan disse com um sorriso debochado e eu o fitei serio sentado em minha cadeira enquanto optei por nao responder, mas dentro de mim um monstro estava prestes a sair e quebrar escritório todo de raiva.

 

POV Lorena

 

– Vem, filha! - falei pegando-a no colo assim que estacionei e desci do carro.

Um dos capangas, ao me ver com Alice no colo, abriu a porta da casa pra mim e eu sorri agradecida. Coloquei Alice no chao e comecei a olhar tudo em volta. Kimberly nem ao menos havia trocado os moveis, ainda se parecia a mesma casa pra onde fui trazida com o Justin. Onde tudo começou, onde o passado dele foi exposto pra mim, onde me dei conta que Justin nao era quem eu achava que ele era! Me senti mal com a pressão das recordações em minhas mente e cambaleei me aproximando de algo que eu pudesse me apoiar.

– Alice. - ouvi a voz de Cindy que havia surgido na sala e as duas se abraçaram. Sorri com aquilo me sentindo um pouco melhor. - Oi, tia Lorena. - disse simpática vindo pra minha direçao.

– Oi, meu amor. Voce ta sozinha? - perguntei confusa.

– Nao, a tia Susan ta na cozinha e minha mae ta tomando banho. - disse toda meiga bem explicadinho.

– Hum, entendi. - falei olhando para o segundo andar da casa. - Voces nao querem ir la fora brincar um pouco, nao? - sorri e as duas saíram gritando e correndo para a parte de trás da casa.

Aproveite que a casa estava em silencio e andei devagar ate as escadas. Nao queria que Susan, a baba de Cindy, me visse pois talvez ela me proibisse de ir ate a Kimberly. Cheguei no alto na escada e respirei fundo. Tentei nao fazer barulho com meus pés enquanto caminhava e me aproximei da primeira porta de onde vinha o barulho de uma televisão ligada. A porta estava entreaberta e assim que posicionei meus olhos no campo de visão do quarto que podia enxergar, vi Kimberly que provavelmente havia acabado de sair do banho, pois seus cabelos molhados desciam pesados por toda as suas costas. Me mantive em silencio e quando ela virou de frente, percebi que passava um creme em suas mãos e so quando ela colocou uma perna em cima da cama para espalhar o creme, percebi as cicatrizes da queimadura. Meu coraçao apertou. O aspecto era muito feio e entao deduzir que o creme devia ser uma pomada, apesar das semanas que passaram, pareciam que ainda nao estavam completamente cicatrizadas. Kimberly esfregava com cuidado em cima de cada ferimento e sua expressão mostrava que aquilo dava um certo de desconforto, talvez uma dor. Meu coração acelerou vendo ela repetir o mesmo ato na outra perna. Me senti completamente culpada. A aparência ambas as pernas eram muito assustadoras. Eu nunca havia visto nada antes. Estava enrugada, avermelhada e podia sentir minhas pernas com ardência so de olhar aquela cena. Ate que ela pegou uma grande e bege e cobriu a perna com cuidado ainda com a expressão dolorosa. A meia vinha mais ou menos ate a metade de sua coxa e as cicatrizes ocupavam sua pele ate o joelho. Kimberly repetiu o processo em sua outra perna e levantou o rosto com os olhos fechados e percebi as lágrimas. Aquilo doia em mim. Senti meus olhos lacrimejarem. Era doloroso. Ela estava nessas condições por ter salvado a mim e meus filhos e por isso Justin nao me deixava vir aqui. Certamente porque ela estava com vergonha e porque ele sabia tambem que eu nao suportaria ver aquilo.

– Lorena? - ela perguntou espantada com a voz firme e eu, por encarar suas pernas, nem havia notado que ela estava olhando para a minha direçao.

Empurrei a porta devagar e uma lágrima escorreu. Eu nao falei nada. As palavras estavam emboladas em minha garganta causando um no.

– Sai daqui! - ela gritou. - O que voce esta fazendo aqui?

– Eu, eu precisava te ver, eu precisava saber o que estava acontecendo com voce, falar com voce. - falei um pouco atrapalhada com receio que ela me expulsasse antes de me ouvir.

– Agora que ja viu, pode ir embora. - disse durona e eu dei um passo a frente enquanto no quarto. - Voce nao ouviu que mandei voce ir embora? - gritou.

– Me desculpa, me desculpa por isso. - falei desesperada. - Voce se machucou porque me salvou e salvou meus filhos. - falei começando a chorar.

– Por favor, vai embora. - disse alterada, mas nao saia so lugar. Parecia que andar com aquelas meias era complicado.

– Nao, por favor, me escuta!

– Por que o Justin deixou voce vir aqui? Eu vou matar esse idiota! - falou enfurecida.

– Ele nao deixou, eu vim escondida. - falei fazendo ela me olhar como se nao acreditasse, mas depois abriu um sorriso debochado por notar que eu falava a verdade.

– Entao voce esta fudida. - disse implicante como se estivesse feliz.

– Nao importa, eu preciso te agradecer, eu precisava falar com voce. Eu nao te vi desde aquele dia, voce nao pode se esconder pra sempre.

Ela me fitou sem dizer nada como se estivesse surpresa com a minha atitude e eu aproveitei a deixa pra falar tudo que eu queria.

– Eu sei que talvez nunca sejamos amigas, ha um passado, ha um acontecimento no passado nao vai ser apagado e eu nao falo da Cindy porque ela veio antes de mim. Eu falo de - pausei sentindo a garganta secar enquanto ela me fitava esperando o resto. - voces dois. - conclui com dificuldade. - Voce um dia o amou ou ama, nao sei, mas voce salvou minha vida e salvou a vida dos meus filhos quando eles ainda estavam no meu ventre e agora de novo. Voce nao se importa de estar com o Justin mesmo amando ele, voce se importa em ve-lo feliz, eu entendi isso. Voce nos salvou pelo Justin porque voce nao suportaria ve-lo sofrer. - falei emocionada e ela nao conseguia mais me fitar nos olhos. - Kimberly, eu sempre tive inveja de voce, eu sempre quis salvar o Justin. - falei começando a chorar. - Mas a única coisa que eu faço é criar os problemas da vida dele, ela coloca-lo em perigo, em loucura. Eu nunca o salvei de nada, eu apenas piorei tudo e se nao fosse voce do lado dele, tudo estaria pior. - conclui a fazendo levantar o rosto e me fitar com a testa franzida. – E mesmo assim todo mundo se machuca. - falei reprimindo os lábios e sentindo o gosto das lágrimas em minha boca. - Ate voce saiu machucada por minha culpa.

– Lorena. - ela disse negando com a cabeça me cortando. - Algum dia o passado do Justin ia voltar contra ele, ele sabia disso. Ele sabia que se meter com o maior traficante da região tinha um preço. Ele se meteu com caras grandes em nome do Lucio e mesmo que depois o Lucio tenha virado um inimigo, ela ainda carregava os inimigos que fez por ter trabalho pra ele. Tudo ia voltar um dia, ele sabia. Voce apenas acelerou o processo. - falou tentando me reconfortar, do jeito mandao dela.

– Mesmo assim. - abaixei a cabeça e ela deu um passo pra frente com dificuldade me fazendo levantar a cabeça e respirou fundo antes de começar a falar.

– Eu amo o Justin. Eu amava o Justin quando ele era da Alana e eu continuo amando ele agora que ele é seu. Cindy foi o maior presente que a vida me deu e ela é fruto de uma paixão minha. Eu olho pra ela e vejo ele. Eu me sustento em ver ele feliz, ao meu lado ele nunca seria feliz porque ele nao me ama. Olhar minha filha e ver ela bem, saudável e com o sorriso dele, me basta. Eu nao preciso do amor dele, eu ja me acostumei. Eu tenho a Cindy e ela tudo que eu preciso. Eu nao te odeio. Eu apenas, eu apenas estava desesperada no começo. Alana havia me recrutado sob ameaça e eu comecei a trabalhar pra ela. Eu nao via o Justin ha muito tempo e depois que tudo ficou bem ele pediu que eu trabalhasse pra ele e eu so pensava na minha filha. Um lado meu queria ir embora, um lado meu sabia que deixar a Cindy vir a tona so ia complicar tudo, mas o meu outro lado precisava de grana pra dar comida pra ela. Eu tentei esconde-la durante o tempo que estive aqui, mas entao veio a doença e... - disse suspirando e desviando os olhos dos meus. - Eu nao podia perder a única coisa valiosa que eu tenho. Eu me desesperei e foi a época que eu nao queria que voces se acertassem porque eu precisava da atenção dele. Eu matei Alana porque o Lucio precisava reagir pro Justin, entao, preferir te manter longe, mas entao eu nao sabia que o Lucio sabia da Cindy e a primeira coisa que ele fez foi me ameaçar me fazendo perceber a merda que eu havia feito. - disse e tudo foi se encaixando em minha cabeça lentamente. - Entao ele descobriu da Cindy e tudo agiu nos mínimos detalhes para que voces dois nao se entendessem. Ele salvou a Cindy, mas durante todo o tempo no hospital, ele se preocupava em se resolver com voce, mas nao deu tempo. A bomba ja havia explodido de forma mentirosa e voce acreditou que ela havia acabado de nascer. Realmente, mas na verdade ela havia acabado de renascer. - disse com um sorriso fraco e meu peito apertou.

– Eu me odeio por ter ido embora sem saber o que realmente havia acontecido. - falei com as lágrimas embaçando os meus olhos. - Mas eu tinha medo, alias ate hoje eu tenho de nao saber quem é o Justin de verdade.

– Nem ele sabe. Ha 3 anos ele é o que precisa ser pra salvar voce e agora, voce e seus filhos. So isso. A historia dele é jogada na frente dele e ele apenas tem que encenar o papel. O papel de patrão, o papel de pai, de marido, de homem. Ele é apenas um ser humano com medo que voce vá embora outra vez. - disse como se o entendesse perfeitamente. - É normal sentir medo, é normal achar esta sendo enganada, mas ha coisas que voce nao pode saber porque todo super herói se apaixona pela mocinha e todo vilão quer pegar a mocinha pra ferir o super herói. Jack te quis, Lucio te quis e agora nao sabemos com quem o Chaz se aliou pra conseguir voce. Tente entender o Justin e se coloque no lugar dele, qualquer pessoa surtaria.

– Eu me sinto um peso. Voces... voces sao perfeitos juntos e eu sou apenas um empasse.

– Lorena, posso ser bem sincera com voce? Se nao fosse por voce, o Justin ja estaria morto. Ele nao tinha motivos nenhum pra se manter vivo. Voce diz que eu salvo ele, mas se voce nao existisse, ele nao ia querer ser salvo. - disse sorrindo de canto.

– Isso é exagero. - abaixei a cabeça.

– Ele é louco por voce, todo mundo sabe disso. Eu sei que eu nao deveria te contar isso, mas... - disse pausando e eu a olhei. - Ele pensou em se matar enquanto voce estava sumida. - falou e eu abri os olhos assustada com a informacao sentindo meu coração acelerar. - Ele se drogou muito naquele dia e...

 

POV Kimberly

flashback on

 

– Justin? - falei adentrando a casa dele enquanto apenas ouvia o barulho da minha bota no chao.

Estava tudo escuro e parecia nao ter ninguem em casa. Percebi a quantidade de bebida em cima da mesinha do centro da casa e andei ate seu escritório encontrando ele sentado na cadeira com os olhos vermelhos, inchados e inexpressivos. A pele do seu rosto molhada e ferida como se ele tivesse levado uma surra. Em cima da mesa estava o resto do po que ele havia consumido e a arma que Justin fitava.

– O que aconteceu com voce? - perguntei desesperada me aproximando e notando os ferimentos no seu rosto. O cheiro de bebida tambem estava bastante forte.

– Eu sai e dei mole pra mulher de um cara de propósito, mas parece que ninguem nessa cidade tem uma arma pra me apagar de vez. - disse bêbado.

– Voce arrumou uma briga pra te baterem? Que merda voce tem na cabeça?

– Fraco... - reclamou morgado e eu percebi que ele se referia ao cara que havia batido nele.

– Justin, olha pra mim. - gritei e ele demorou um pouco pra levantar o rosto. - Nao faça isso outra vez! Isso ja ta virando loucura! - gritei e num movimento rápido ele pegou a arma e apontou pra mim me dando um susto e abriu um sorriso pra mostrar que estava brincando, colocando na verdade a arma apontada pra sua cabeça.

– Sempre achei suicídio coisa de gente fraca. - disse embolado com a voz soando dolorosa. - mas olhe pra mim: eu sou um fraco. - sorriu sem humor e uma lágrima escorreu do canto dos seus olhos.

– Justin, abaixa essa arma. - disse com a voz tremula com medo que ele atirasse, mas ele continuou na mesma posiçao. - Justin, voce nao pode fazer isso, voce tem que achar seus filhos, voce vai achar a Lorena. - tentei incentiva-lo a parar com aquela loucura e nao me respondeu.

– Papai, papai! – ouvimos a voz da Cindy do outro lado da porta e me desesperei. Ela não podia ver essa cena. – Papai, eu não consigo dormir, abri a porta pra Cindy. – ela choramingava fazendo ele despertar do transe.

 

Era dia dela dormir na casa dele e eu só havia passado para me certificar que tudo estava bem. Meu coração se agitou mais ainda e eu voltei a fitar o Justin que tinha o rosto sem expressão e mais lagrimas caiam de seus olhos.

 

– Justin, não faça isso. Ela precisa de você, por favor. – implorei num sussurro enquanto o choro me dominava.

– Papai! – ela insistiu e ficamos em um breve silencio enquanto um sorriso morto brotava dos lábios de Justin junto com a sua expressão de dor.

 

No mesmo instante sua mão tombou fazendo a arma cair ao chão e senti o alivio percorrer em meu corpo. Corri até a porta abrindo-a e pegando ela no colo que me fitava sem entender porque eu estava ali e porque eu chorava. Justin parecia um morto vivo, sua dor chegava a doer em mim. Levei ela até o colo ele e em instantes ela se aninhou em seu pescoço sem ao menos notar seus ferimentos. Eu soluçava baixo completamente atormentada pela cena enquanto Justin parecia voltar aos poucos do trnase enquanto acarinhava os lisos cabelos dourados dela.

 

Flashback off.

 

POV Lorena

 

Ouvir aquilo fez meu coração simplesmente ser acertado por mil espinhos. Eu estava sem reação. Apenas sabia chorar e imaginar a cena, imaginar todo o mal que eu causei ao Justin. Meu peito soluçava e eu não conseguia encontrar as palavras certas para dizer. Sentia o chão faltar e a respirar cortar quando de repente Kimberly me surpreendeu com um abraço. Deixei o choro me consumir enquanto sentia seu abraço sincero. Nunca imaginei que poderíamos estar nessa situação. Jamais imaginei que poderia abraça-la de forma tão verdadeira. Eu estava destruída ao meio, me sentindo completamente culpada por tudo.

– Eu só causei mal e... – comecei a falar em meio ao desespero.

– Esquece. Deixa isso no passado. Eu só te contei pra você cair na real e perceber o valor que tem. – falou docemente de um jeito que nunca imaginei que ela poderia se referir a mim. - Vamos. – disse depois de alguns breves segundos. – O Justin deve estar soltando fogo. – falou tentando cortar o clima.

– Você consegue andar? – perguntei secando as lágrimas vendo-a vestir um short jeans separado em cima da cama.

– Sim. – respondeu com humor. – E dirigir também. Não vou deixar você voltar pra casa nesse estado. – falou óbvia e eu sorri.

Descemos e pegamos as crianças e entrei no meu carro pelo lado do motorista após ter colocado Cindy e Alice no banco de trás enquanto Kimberly esperava no banco do motorista. Quando cruzamos o portão, já podia sentir a tensão. Durante o caminho todo eu vim pensando em tudo que escutei e estava aliviada por ter todos os meus assuntos resolvidos com a Kimberly, mas quando atrevessei o portão da casa da Pattie tive a noção de que estaria ferrada. Kimberly estacionou o carro e me olhou rindo.

– Você está se cagando de medo. – debochou.

– Não é medo, é que ele vai estar nervoso e...

– É medo, sim. – rolou os olhos provocando. – Anda, abre a porta. – falou ainda rindo ao ver que eu estava demorando para sair do carro.

Abri a porta e fui ate a porta de trás pra tirar Alice e não levantei minha cabeça. Não queria perceber a hora que o Justin aparecesse, mas Alice fez questão de avisar!

– Papai! – ela festejou ao vê-lo e eu levantei minha cabeça vendo-o parado no porta com os braços cruzados e uma expressão séria que me fez desviar os olhos e fingir que não tinha visto. Ryan estava do seu lado e sorriu no mesmo tom de deboche de Kimberly. Ambos sabiam que eu ia escutar.

Tópico: Tudo estaria pior sem você

destino oculto

anywaybieber | 21/12/2012

OOOOOO MEU PAI,AMEI ESSE CAP. HAHAHA agsjdtkfds poooooo clara continua logo MULHERRRRRRRRRRRR .amei amei as duas em paz....e como sempre a bronca do justin haha amei amei..senti ate o climinha de natal hein..qndo vão começar a montar a arvore?kkkkkkk bjão amei o cap

Capítulo

Martina | 21/12/2012

kimberly e lorena em paz, gloria ao pai!
to até rindo aqui imaginando a bronca que a lorena vai leva kkkkkkkkkkkkkkkk
mas eles se resolvem fodendo... ou não u.u
capítulo fodástico, pfvr

Capítulo

Dryellen | 21/12/2012

tadinha dela kkkkkk
todo mundo rindo da desgraça dela
será que ela e a Kimberlly vão ser amigas ?
acho que não
pelo menos se entenderam rs

<< 1 | 2

Novo comentário