That's My Promise

 

Abri a gaveta um pouco contrariada enquanto Justin me fitava de braços cruzados e um sorriso debochado. Rolei os olhos sem esconder o sorriso e comecei a vestir o shortinho. Meus olhos vagaram pelo quarto vendo que ele estava destruído. Senti preguiça só de pensar que ia ter que arrumar todas as minhas coisas para finalmente voltar para Atlanta.

 

- Vem. - disse Justin entrelaçando nossos dedos e saímos do quarto.

 

Cerca de dez seguranças estavam espalhados pelo corredor fazendo a guarda dele e, em respeito ninguém encarava a gente.

 

- Julian. - Justin chamou um que se aproximou sem pestanejar. - Arrume as coisas da Lorena. Procura algumas malas e coloca tudo que você achar dela dentro do compartimento. Pra ontem! - disse sério e o cara assentiu seguindo ate o quarto que segundos atrás habitávamos.

- Você podia ser um pouco mais gentil com eles, né? - sibilei.

- Quem abaixa a guarda tem chance de ser pisado e não respeitado. - disse curto e grosso enquanto continuávamos a caminhar em direção ao quarto das crianças.

 

Soltei o riso pelo nariz segurando o seu braço com a mão desocupada e deitando minha cabeça. Nos aproximamos da porta e o homem que estava em frente a ela se afastou. Justin segurou a maçaneta e abriu a porta. Adentramos no cômodo onde o silêncio era cortado pelas respirações baixas de Chuck e Alice que estavam deitados um do lado do outro na mesma cama. Percebi Justin limpando uma lágrima enquanto seus lábios sorriam.

 

- Alice sente a sua falta. - falei ainda olhando para eles.

- Eles são perfeitos. - disse baixo e eu sorri.

 

Alice trocou de posição forçando o cenho enquanto continuava dormindo e mantemos os olhos em seus movimentos ate que ela parou de barriga pra cima e acordou. Justin soltou minha mão se aproximando da cama e se agachou do lado da cama onde Alice estava. Ela o fitava analisando tudo e nos lábios de Justin havia um sorriso tão sincero que não pude conter as lagrimas. Justin começou a passar o polegar na testa de Alice e ela ainda o fitava pensativa.

 

- Você é o meu papai? - perguntou fraquinho.

- Você sabe quem eu sou? - Justin perguntou surpreso, mas ainda feliz e ela assentiu devagar.

 

Apenas me calei apreciando aquele momento dos dois.

 

- Você não é mais estlela? - perguntou de um jeito atento e Justin se virou pra mim sem entender.

- Não, meu amor. - me aproximei deles me agachando ao lado do Justin. - Seu pai não é mais uma estrela, agora ele voltou pra ficar com vocês. - falei tentando limpar a garganta.

- A gente vai morar no seu castelo, papai? - perguntou abrindo um sorriso fraco.

 

Justin me olhou confuso outra vez, mas ja havia entendido que tudo aquilo fazia parte de alguma história que eu tinha inventado para justificar a sua ausência.

 

- Vou, vou levar vocês três pro meu castelo. - disse passando o polegar na testa dela.

 

Alice sorriu mostrando seu sorriso perfeito igual do Justin e deitei minha cabeça no ombro dele observando ele acarinhar a testa dela.

 

- Mamãe. - a voz rouca de Chuck ecoou o quarto e tomei um susto me levantando e indo até o lado dele da cama notando que ele coçava os olhos preguiçosamente.

- Oi, meu amor. - falei carinhosa pegando-o no colo.

- Eu quero mamar. - disse manhoso deitando sua cabeça em meu ombro.

 

Justin nos olhava meio bobo já em pé e Alice já estava sentada na cama agarrada a alguma boneca.

 

- Você não vai falar com o seu pai? - perguntei baixinho e Chuck levantou a cabeça percebendo o Justin ali.

 

Os dois trocaram um breve olhar e parecia que o Justin não queria se aproximar até que Chuck estivesse cem por cento seguro, mas a criança era espevitada demais e logo pediu pra descer e correu até o Justin parando na sua frente e, sem demorar, ele o pegou no colo e Chuck sorriu pra mim e eu sorri para o Justin.

 

- Mamãe disse que você é um príncipe que virou estlela. - disse Chuck todo felizinho e Justin revirou os olhos dando um beijo na sua bochecha e logo agachou pegando Alice com o braço desocupado.

- Posso contar um segredo pra vocês? - Justin disse todo paizão e os dois assentiram com as mãos na boca. Até eu estava ansiosa para ouvir o que ele ia dizer. - A mãe de vocês é maluca! - sussurrou de um jeito que eu pude ouvir e os dois caíram na gargalhada.

 

Cruzei os braços fingindo irritação e retorci a boca reprimindo um sorriso.

 

- Belo exemplo! – reclamei com humor.

- Ué, não devemos esconder nada deles. - Justin disse despreocupado enquanto Alice brincava com o seu cordão e Chuck prestava atenção em nós.

- Tá, agora chega de conversa mole e vão os dois pro banho. Vamos, vamos, vamos! - agitei pegando Chuck do colo de Justin e colocando-o no chão enquanto o Justin fazia o mesmo com Alice e os dois saíram correndo aos berros para a suíte.

 

Fui atrás, coloquei a banheira pra encher enquanto eu tirava a roupa dos dois que estavam mais inquietos do que nunca. Joguei os bichinhos de borracha dentro do banheiro e depois coloquei um por um começando por Alice. Eles iriam fazer uma bagunça pelo visto, mas não intervi. Era notório o quanto Justin ali estava fazendo bem pra eles. Os deixei brincando e voltei pro quarto percebendo que Justin segurava um porta-retrato nas mãos de quando Chuck e Alice fizeram um ano de idade. Me aproximei abraçando por trás e ele sorriu fraco colocando a foto no lugar e depois se virou de frente pra mim segurando minha cintura.

 

- O que foi? – perguntei abobalhada pelo jeito que ela olhava pra mim e pelo seu sorriso largo.

- Eu te amo. - disse juntando nossos narizes e eu dei um selinho nele ainda sorrindo. - Eu sinto que devo te matar, mas mesmo assim ainda te amo. - disse brincalhão e eu sorri sem graça.

 

Íamos começar um beijo quando ouvimos o rádio dele apitar e logo em seguida a voz do Ryan soou preenchendo o quarto.

 

- Justin, os tiras estão aqui na porta. Desce e resolve essa pendenga aqui. Fudeu, parceiro. - disse preocupado.

 

Justin franziu o cenho irritado e esbravejou um "merda" separando nossos corpos. Aquilo havia me preocupado.

 

- Termina de arrumar eles, arruma as coisas deles e desce. Vamos embora o mais rápido possível! - ordenou saindo do quarto e batendo a porta.

 

POV Justin

 

Desci as escadas as pressas chamando os seguranças ali parados para começarem a se espalhar pela casa. Já estava temendo o pior. A rua estava cheia de carros pretos e com certeza a movimentação chamou a atenção deles.

 

- Ryan. - o chamei assim que cheguei na sala e ouvi as batidas insistentes na porta da casa. Ryan se aproximou e eu continuei. - Leva a mãe da Lorena lá pra cima, vou resolver essa merda. - falei baixo.

- Já é. - disse em seguida começou a fazer o que eu havia mandado.

 

A mãe da Lorena agora estava amordaça, com certeza porque já havia ameaçado gritar. Ryan havia mudado muito com a ausência da Lorena e todo rumo que a história correu. Agora ele havia entendido que não podia ter paciência e piedade com filho da puta. Outras batidas insistentes na porta me tiraram do devaneio e me aproximei respirando fundo e meti a mão na maçaneta abrindo a porta e encarando o policial que estava sério, mas assim que me viu abriu um sorriso fraco.

 

- Justin? - disse como se me reconhecesse.

- Tá falando com ele. - respondi sério sem entender porque o coroa estava rindo pra mim.

- Nossa, rapaz! Como você cresceu. - disse guardando a arma e eu não falei nada. Que babaca! - E sua mãe? Como ela está? Continua bonita? - disse tentando arrancar um sorriso simpático meu.

- Ih, qual é! - reclamei sério ainda sem entender porque ele falava com tanto intimidade, mas pelo visto me viu pequeno quando eu ainda morava aqui. - Ela não é pro seu bico, não!

- Eu sei, garoto. É apenas modo de dizer. - disse sem graça.

- O que quer? - perguntei soltando todo o ar do pulmão de um jeito tedioso enquanto cruzava os braços.

- Bem. - pigarreou sem jeito. - Estranhamos a movimentação e a quantidade de carros pretos na rua. Geralmente essa é uma rua sem muita movimentação. - disse sem jeito.

- É o casamento do Chaz, apenas isso. - falei o necessário para me livrar dele logo e mordi os próprios dentes me irritando com as minhas próprias palavras.

- Ah sim, tudo bem. - deu de ombros. - Mande lembranças a sua mãe, garoto. Ela lembrará de mim se disser que sou o policial Jhonny. - disse sorridente e eu rolei os olhos fechando a porta enquanto ele já se afastava.

 

Respirei aliviado atrás da porta. Menos um problema. Agora eu só tinha que sair dali, mas queria achar o Chaz, precisava colocar minhas mãos nele. Ouvi passos na escada e as vozes de Chuck, Alice e Lorena e olhei para o topo da escada vendo que Alice descia as escadas pulando ao lado de Lorena que gritava para eles tomar cuidado. Sorri de imediato e Alice veio correndo pra mim.

 

- Papai, papai. - gritou sorridente. A peguei no colo. - Ve sê eu to chelosa. - disse levantando a cabeça e mostrando o seu pescoço.

 

Funguei forte seu pescoço e ela esperava uma resposta.

 

- Nossa, parece um vidrinho de perfume ambulante! - brinquei e ela sorriu.

- Eu pedi pra mamãe passar o pefumi dela em mim. – disse convencida e eu ri.

- Ela disse que você tem que gostar dela e por isso tinha que estar bem arrumada. – Lorena disse achando graça.

- Ei, minha princesa. – falei mexendo na sua boquinha. – Eu já te amo, tá?

- Também te amo, papai. – disse sem graça coçando os olhos.

 

Lorena também já havia trocado de roupa e estava com uma bata preta decotada, uma calça jeans justa e uma sandália alta preta. Ela agachou de costas pra mim terminando de colocar o tênis em Chuck e sua bunda gostosa ficou no alto. Não aguentei e fui até ela dando um tapão que a fez dar um gritinho de susto e eu ri.

 

- Segundo belo exemplo do dia. - arqueou uma sobrancelha pegando Chuck no colo já com seus tênis e Alice em meu colo mexia em meu cabelo.

 

Dei um selinho em Lorena e ela sorriu com os olhos brilhando.

 

- Já vamos? - perguntou com Chuck agarrado ao seu pescoço.

- Vocês vão na frente. - disse mudando os planos e ela fechou a cara.

- Ah, não, Justin. Por quê? - reclamou.

- Eu tenho que achar o Chaz. - falei sério.

- Amor, esquece isso. - disse manhosa e Alice deitou a cabeça em meu ombro um pouco sonolenta.

- Não vou esquecer merda nenhuma, Lorena! - falei furioso e ela bufou.

- Eu não vou sem você. - disse mimada e eu revirei os olhos em reprovação. - Por favor. - pediu manhosa.

- Lorena, eu não posso mais retardar as coisas. - falei me explicando e notei que Ryan descia as escadas.

- Justin, não dá pra ficar mais um minuto aqui. Já mandei os capangas levarem as malas e bora meter o pé. Os tiras já vieram checar a parada e não pense que não pode piorar, não. Já disse que tu não tá na tua área. De um espaço e Chaz aparece, tenho certeza. - concluiu parando do meu lado.

- Não quero esperar, quero pegar ele agora. - reclamei.

- Justin, eu já estou com você, esquece o Chaz. Morreu, acabou essa briga de vocês.

- Você pensa que é assim? Você pensa que as coisas se resolvem fácies assim? O cara se aliou ao meu inimigo e ao seu pai pra me foder e eu tenho que deixar pra lá? Não fode, Lorena! - gritei puto e ela mordeu o lábio irritada.

 

Nossos olhares se sustentaram pela ira um do outro, mas eu sabia que ela não tinha o que dizer.

 

- Ryan. - ela disse por fim explodindo em ódio por dentro e desviou o olhar. - Prepara um carro pra mim, vou esperar vocês lá. - disse com o choro preso e andou até a porta de entrada saindo e batendo a porta.

 

Acompanhei toda sua rebeldia e Ryan se aproximou com um sorriso besta e pegou Alice do meu colo.

 

- É, parceiro, ela tá de volta. - disse tirando sarro.

- Vai se fuder. - reclamei e ele gargalhou indo em direção a porta.

- Eu quero ficar com o meu papai. – disse Alice manhosa no colo do Ryan que parou de andar.

- Eu já estou indo, tá meu amor? – falei e depositei um beijo em sua testa e Ryan saiu com ela pela porta.

 

Aproveitei e subi pra decidir o que iria fazer com a mãe da Lorena. Solta por aí podendo me foder ela não ia ficar.

 

POV Lorena

 

Ryan me ajudou a colocar as crianças nas cadeirinhas do carro e dei um pirulito pra cada um para que não ficassem muito agitados.

 

- Obrigada. - murmurei um pouco sem graça e Ryan assentiu sério. - Vamos ficar nesse clima até quando? - reclamei chateada.

- Até eu esquecer tudo. – deu de ombros e eu revirei os olhos me aproximando.

- Caramba, Ryan! Isso não vai nos levar a nada. Sempre fomos amigos, sempre brigamos e sempre nos resolvemos, vai ser sempre assim!

- Você fala isso porque não tem noção do que fez. - gritou.

- Ryan, eu estava confusa! Você mais do que ninguém sabe tudo o que eu passei ao lado dele. Todas as brigas, os problemas, as situações de riscos. Caramba, eu fui traída e não podia estar insegura? - reclamei.

- Eu sei muito bem que o Justin fez de tudo pra te afastar dele, eu sei de todas as coisas que você passou ao lado dele, mas isso não te dava o direito de sumir no mundo desse jeito. Você pode imaginar como eu fiquei? Como a Fernanda ficou? Como a Pattie ficou? E pior ainda, como o Justin ficou?

- Ryan. - suspirei. - Eu apenas ouvi você confirmando que ele tinha uma filha. Eu já estava tão atordoada por tudo que havia acontecido que fui impulsiva, eu sei, eu admito, mas eu tomei a decisão que eu achei certa. Eu não imaginei que ele veria atrás de mim. Ele já tinha a Kimberly e agora tinha uma filha. Me senti apenas um empasse na vida dele. - disse sem encará-lo com o choro tomando a voz.

- Você não faz a mínima ideia da merda que está falando. - disse um pouco mais calmo e eu levantei o rosto para olhá-lo. - Justin colocou Atlanta de cabeça pra baixo atrás de você. Ele se meteu em cada buraco que existia no estado e não satisfeito, depois de um tempo começou a rodar o país. Eu vi como ele se fuzilava por não poder pedir ajuda as autoridades porque ele não pode ser investigado pelos federais, não podem levantar a ficha dele. Justin teve que fazer tudo sozinho, mano a mano. Só que o tempo passou e a princesa fugitiva - disse ironizando. - não aparecia por nada. As coisas estavam piorando. Até a Kimberly estava atrás de você.

- Kimberly? - perguntei fraco sem entender.

- Kimberly agora é a maior contrabandista de Atlanta. Ela ficou com tudo que ela do Lúcio. - disse com um sorriso besta.

- Do Lúcio? Por quê? - me alterei confusa.

- Porque ele era o último chefão da região e não tinha mais quem assumir.

- Então o Lúcio esta mor...

- Sim, a Kimberly matou ele.

- Como?

- O Lucio conseguiu pegar o Justin e estava prestes a matar ele quando a Kimberly conseguiu mata-lo antes. – disse dando um sorriso torto orgulhoso do feito da Kimberly.

 

Levei uma mão a boca sem acreditar. Ao mesmo tempo que eu estava feliz pelo Justin estar vivo, havia uma pontada de ciúme em mim por, mais um vez, Kimberly salvar a vida dele. Eu sabia que deveria apenas ficar agradecida, mas eu não podia fugir dos meus sentimentos.

 

- Kimberly fez um favor ao Justin assumindo o império de Atlanta. Se algum filho da puta de fora fosse assumir, ele estava fodido. Todo mundo quer a cabeça do Justin porque todos sabem que ele sabe demais, ele já viveu nesse meio. - se explicou colocando as mãos nos bolsos.

 

O encarei por alguns segundos sem ter o que dizer. Tudo estava tão diferente e eu me culpava por não ter estado ao lado do Justin e me culpava por ter me deixado convencer diversas vezes por Chaz e pela minha mãe de que havia feito a escolha certa.

 

- Percebe o tamanho da besteira que fez? - perguntou me cortando os pensamentos e eu me calei sem graça. - Espera ver o estado da Pattie e aí sim você vai saber o que é remorso. - disse sério.

- Nossa, Ryan. Sinto até como se não fôssemos mais amigos, olha o jeito que você está falando comigo.

- Não estou passando a mão na sua cabeça e é exatamente por isso que eu sou seu amigo.

- Será que um dia você vai me perdoar? Porque sinceramente, tudo que eu queria agora era um abraço seu. - falei manhosa e ele não segurou o riso torto e me abraçou pela nuca.

- Você é a pessoa mais retardada que eu conheço. - disse com o humor um pouco melhorado.

- E você me ama. - dei de ombros sorrindo ainda abraçando ele.

- Como não amar? Você é um eterno bebê que a gente tem que ficar olhando senão faz merda. - disse e nós dois rimos.

- Bebê que já faz bebês não é tão bebê assim. - disse apontando com a cabeça pra Chuck e Alice que brincavam em suas cadeirinhas e ele riu fitando os dois pelo vidro.

- Eu nem acredito o quanto eles estão enormes! - disse todo bobo e eu ri olhando a sua cara ao fitar as crianças até que começamos a ouvir um falatório e olhamos para trás vendo todos os seguranças saindo da casa e se posicionando nos carros e Justin vindo atrás com a expressão séria e um homem ao lado dele que trazia a minha mãe.

 

 

Encarei tudo confusa e ouvi Justin dá a instrução ao capanga pra ele colocar minha mãe em um carro e soltá-la e depois começou a andar em minha direção. Ryan já havia afastado para ocupar um carro também. Justin caminhava sério de um jeito que me relembrava o quanto ele era perfeito quando estava assim todo sério. Me encostei na lateral do carro e alguns carros começaram a tomar partida enquanto Justin parava na minha frente e me olhava como se me analisasse.

 

- O que foi? - perguntei sem entender.

- Nada, entra logo. - disse abrindo a porta do carro e eu entrei.

 

Enquanto ele dava a volta pra ocupar o seu lugar, eu o acompanhava com o olhar até que a porta foi aberta e ele se sentou ligando o carro e ajeitando o retrovisor sem me encarar. Já era de madrugada e como havíamos acordado Alice e Chuck, agora eles estavam sonolentos no banco de trás. Justin começou a dirigir descendo as ruas e aquele silêncio já estava me matando.

 

- Vamos ficar assim? - perguntei por fim e ele continuou com as duas mãos no volante sem me encarar.

- Quem começou a briga foi você. - disse indiferente.

 

Rolei os olhos bufando.

 

- Justin, eu não posso temer pela sua segurança?

- Por um acaso o Chaz é mais foda que eu? Fala sério, Lorena! Eu fui criado pra isso. Ele não passa de um idiota tentando bancar uma de fodão, mas a hora dele vai chegar, ah mas vai! - disse com um sorriso de canto enquanto apertava o volante.

- Amor, vamos esquecer isso. - disse acarinhando o cabelo próximo a sua nuca. - Vamos aproveitar! - sorri fazendo ele me olhar com um sorriso fraco também.

- Então você já podia começar. - disse com um sorriso debochado apontando pra baixo.

- Deixa de ser doente! Seus filhos estão no carro. - dei um tapa de leve na sua cabeça rindo.

- Ah, qual é, eles estão dormindo. - reclamou olhando o retrovisor.

 

Estalei a língua no céu da boca negando com a cabeça.

 

- Você é doente, Justin!

- Só estou com saudade. – disse fazendo manha e eu ri.

- Nem acredito que vou voltar pra Atlanta. – falei pensativa olhando a estrada.

- E eu não tenho mínima ideia do que vou fazer com a sua mãe. – disse fechando a cara.

- Nada! Ela não vai fazer nada, eu prometo. – disse receosa.

- Acho bom mesmo, mas tivemos uma conversinha e acho que ela ficará na dela mesmo. – disse debochado.

- O que você fez com ela, Justin?

- Nada além de um terror psicológico, eu juro. – disse ainda debochado.

- Você é ridículo. – disse querendo rir.

- Você gosta disso. – disse convencido.

 

Despois de alguns minutos, paramos em um vasto campo e ali todos os carros foram deixados. Justin se afastou com todos os seguranças e eu fui escoltada até o jatinho que nos esperavam. Alguns seguranças entraram nos outros jatinhos que ali estavam parados e apenas cinco ficaram com o Justin e Ryan resolvendo alguma coisa que não entendi.

Eles mexiam no carro, e eu não estava entendendo bem. Apenas fiquei dentro no jatinho com Chuck e Alice. Alguns longos minutos passaram até que Justin entrou suado do jatinho e tirou a camisa se aproximando de mim.

 

- Cara de quem fez merda. – falei desconfiada e ele se jogou na poltrona do meu lado e apenas riu fraco.

 

O jatinho decolou e Justin respirava ofegante com seu peito desnudo. Apoiei minha cabeça em seu ombro um pouco sonolenta.

 

- Amor, não dorme, vai perder o show. – disse me cutucando.

- Que show? – perguntei e ele se levantou me puxando pela braço e me levou até janela me abraçando por trás

- Preparada? – perguntou em meu ouvido fazendo suspense e minha curiosidade já estava me matando.

- Fala logo o que é. – esperneei sentindo suas mãos apertarem minha cintura e estávamos cada segundo mais alto. Ele riu no meu ouvido me arrepiando.

- Veja você mesma. – disse e quando eu ia começar a reclamar, meus olhos me prenderam naquela imagem.

 

Já estávamos longe do chão e os carros pretos eram apenas pontos pretos, mas de repente tudo foi tomado por uma explosão imensa e o fogo engolia todos os carros que estavam ali. Olhei assustada para Justin e ele sorria satisfeito.

 

- Você é louco. – disse ainda em transe.

- Loucura seria deixar esses carros aí para serem periciados, não acha, não? – disse me agarrando outra vez e seu corpo suado tocou o meu.

 

Nossas bocas se tocaram e espalmei minha mão direita em seu peito. Justin segurou minha nuca pedindo passagem com a língua e eu cedi sentindo meu coração acelerar.

 

- Eca. – ouvimos a voz de Chuck e nos separamos subitamente vendo que ele estava sentado ao lado da Alice que dormia e nos fitava de braços cruzados.

- Volta a dormir, moleque. – Justin disse brincalhão me abraçando por trás e Chuck cruzou os braços irritado.

- O tio Chaz vai ficar blavo. – falou franzindo o cenho e meu sorriso foi desfeito na hora.

 

Não olhei para Justin, apenas fiquei esperando sua reação enquanto Chuck nos fitava.

 

- Se o Chaz ficar ficar irritado – começou a dizer num tom debochado. – aproveita e avisa pra ele que eu estou bem irritado também. – concluiu em um tom sério.

- Justin! – o repreendi. – ele é apenas uma criança!

 

Justin deu de ombros visivelmente irritado e eu me afastei de mãos atadas.

 

- Vou tomar banho. – cuspiu as palavras indo pro banheiro e batendo a porta.

 

Acompanhei seu andar até ele bater a porta e depois me aproximou de onde Chuck e Alice estavam e pus Chuck pra dormir outra vez – coisa que não demorou muito. Deixei eles dormindo e me sentia mal por Justin ter escutado aquilo logo do filho dele. Me sentia culpada e obviamente eu tinha culpa. Abri a porta do banheiro devagar e a porta do box estava fechada, apenas via sua sombra nua e o barulho do chuveiro ligado. Me despi rapidamente sem fazer barulho e empurrei devagar a porta do box vendo que ele estava de olhos fechados tirando o shampoo do cabelo. Pisei no molhado fechando a porta devagar e rapidamente agarrei sua cintura depositando um selinho nos lábios úmidos dele. Justin abriu os olhos tomando um susto, mas logo respondeu ao beijo e suas mãos foram até minhas costas.

 

- Não fica irritado com o Chuck, por favor. – pedi manhosa enquanto a água caía em nós e Justin colocava mais nossos corpos.

- Não estou irritado com ele, estou puto com o Chaz.

- Eu sei que eu tenho culpa nisso tudo, mas eu quero consertar tudo que eu fiz. Eu quero dar essa chance a nós dois. Você confia em mim da mesma maneira que confiava antes? – perguntei fitando os seus olhos e Justin se calou sem me responder até que desviou o olhar.

 

Segurei seu rosto para que ele voltasse a me olhar e ele estava com os olhos inexpressivos e vermelhos.

 

- Eu estou falando com você, Justin. – disse triste.

- Acho que agora eu me sinto como você se sentia. Você não dizia que se sentia como se eu estivesse prestes a deixar você? Então... – disse sério e meu coração apertou. – Eu fiz todas as coisas para manter você ao meu lado e mesmo assim você se foi, então quem pode me garantir que você não irá embora de novo?

- Eu, eu posso te garantir que eu já sei como é ficar sem você e eu juro que não quero mais isso pra mim. – disse com o choro entalado e ele me fitou ainda sério.

- Então me prova. – sussurrou fraco e eu senti seu hálito bater em minha bochecha. – Faça comigo coisas que você nunca fez com ninguém, me beije como você nunca beijou ninguém. – fez uma pausa e me fitou nos olhos. - Transa comigo como você nunca transou com ninguém.

 

O pouco ar que me restava saía por entre minha boca pouco aberta e nossos olhos se cruzavam em uma batalha de luxúria. Suas mãos apertaram minha cintura e eu senti todo meu corpo se arrepiar enquanto ele curvava seu corpo pra frente, curvando o meu pra trás e nossos lábios se tocaram leve. Abracei sua nuca sentindo meu coração palpitar.

 

- Ninguém nunca mais vai tirar você de mim. – disse fraco afastando nossos lábios. – Essa é a minha promessa.

 

Tópico: That's My Promise

N

vitória | 12/10/2012

Amei , perfeita .

That's my Promise *--*

ElieneSilva | 12/10/2012

aaaai meu deus ' *-----* qe liiiiiindos sz' Clarinhaa postaa maiiiis' *--*

Capitulo

Rayanne | 12/10/2012

meeeeeeeeu Deus, muito perfeito!!!! O Justin sempre teimoso --' me derreti toda vendo a parte do Chuck e da Alice :3 dlkfjdslçkfgposg to loooooooooooca pelo próximo capitulo! bjs

Capitulo

Luana @babydobiieber | 12/10/2012

Nossa cara, como você consegue fazer umas coisas tão perfeitas??? sério, parabéns capítulo maravilhoso como todos os outros.

That's my promise

@thanksjdrew | 12/10/2012

CARA EU IMAGINO O CHUCK BEM GORDINHO E FOFINHO KKKKKKK AI PQ EU TO FALANDO ISSO? LOL BRIGAS DE JORENA </3 JORENA FAZENDO AS PAZES <3 DÇA]ÇD]A~ÇD LINDOSSSS! chaz tem que morrer logo, só acho. sdds cindy :( continua!!

.

Luiza | 12/10/2012

nao acredito que voce parou na melhor parte, continua o mais rapido possivel, posta amanha por favorrrr!

cap

joyceee. | 12/10/2012

que cap. fodaaaaaaa. muito bom. quero mais mt mais!!!!! se superou clara! parabéns <3

Capítulo

@drewourpround [Alanis] | 12/10/2012

CARA... PERA! EITA... O QUE FOI ISSO?
Tipo... eu li esse capítulo inteiro sorrindo, foi tipo muuuuito perfeito, sabe? O Justin vendo a Alice e o Chuck é tipo, incrível, sensacional! Caraca véi, Jorena tava muito perfeito nesse capítulo e como se não bastasse a frase:
- Então me prova. – sussurrou fraco e eu senti seu hálito bater em minha bochecha. – Faça comigo coisas que você nunca fez com ninguém, me beije como você nunca beijou ninguém. – fez uma pausa e me fitou nos olhos. - Transa comigo como você nunca transou com ninguém.
eu fiquei tipo... nossa, depois dessa!
Eu me sinto meio envergonhada porque o capítulo fica perfeito e eu sempre com os mesmos comentários, mas eu prometo que eu tento fazer o melhor porque você merecia muuuuuuuuuito mais, DO merecia muito mais, sabe? E o que essa fic me faz sentir é meio estranho porque é apenas uma história ficcional escrita por uma diva [ que aliás, me sinto muito honrada por conhecer] mas que significa o mundo pra mim. Que nem... eu estava meia ruim por aquela história que está acontecendo com o Justin, de terem roubado o notbook dele, mas aí eu vi o seu tweet dizendo que em 10 minutos ia ter o novo capítulo de DO me deixou muuuuuuuuuuuuuito feliz. Por isso eu não me canso de dizer, DO é e sempre será a melhor Fic que eu já li em toda minha vida e você merecia muito mais que um simples comentário, porque o que você já me fez sentir não tem preço.
MUITO OBRIGADA <3

Capítulo

Gabrielle | 12/10/2012

Oh. My. God.
Clara, como você consegue ser TÃO criativa? Cada capítulo você me surpreende de uma forma diferente, sos, tá muito Perfeito!
"– Faça comigo coisas que você nunca fez com ninguém, me beije como você nunca beijou ninguém. – fez uma pausa e me fitou nos olhos. - Transa comigo como você nunca transou com ninguém." SOCORRO, A MELHOR PARTE DO CAPÍTULO!!!! hahah
Sério, aw, tenho que dizer que eles são MUITO fofos juntos? Não né? hahah Enfim....
CONTINUA!!!!!!!!!

Capitulo

@iSweetSwaggie | 12/10/2012

MEU DEUS! Quero saber o que o Justin vai fazer com a Sônia e quando ele vai achar o Chaz! Pelo jeito o próximo capítulo promete, o qual eu espero que você poste bem rápido!

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