He's Not Alone

 

– Eu não esperava encontrar você aqui. - falei um pouco sem jeito.

– Vim buscar a Taina. - deu de ombros. - Ela veio pro shopping com a Maiara e eu fiquei de vir buscar elas. - concluiu e em seguida se abaixou do meu lado para brincar com Alice que se escondeu rapidamente em minhas pernas um pouco envergonhada. - Então esses são os seus garotos? - perguntou erguendo o rosto com um sorriso e em seguida se levantou.

– Sim, são lindos, não? – sorri olhando para eles.

– Muito! Também, né? Com uma mãe dessas não tinha como eles fugirem da beleza - disse galanteador e eu olhei para o lado assustada checando se algum segurança havia escutado aquilo.

Nolan realmente não tinha noção do que Justin poderia fazer só de imaginar que ele estivesse me cantando. Sorri fraco voltando a olhar para sua direção ao perceber que não havia ninguém perto.

– Sua namorada deve tá te esperando. – falei sem jeito.

– Deve mesmo. - disse passando a mão nos bolsos e pegando o celular.

– Qualquer dia a gente se vê. - sorri sem graça, mas antes que eu pudesse me mover para ir embora, ouvi a voz de alguém.

– Meu Deus do céu, eles são as coisas mais fofas do mundo! - disse Maiara se aproximando me dando um susto de leve enquanto Taina chegava próximo de Nolan com uma cara nada boa.

– Eu ia ligar pra você agora. - ouvi Nolan falar com a Taina como se estivesse se explicando.

– É, to vendo. - disse irônica e Maiara falou cortando minha atenção fazendo com que eu não reparasse mais no que eles falavam.

– Como está o Justin? - perguntou passando a mão de leve nos cabelos de Chuck.

– Esta bem. - sorri. - E o Alfredo?

– O mesmo idiota de sempre. - rolou os olhos dando um sorriso enquanto eu reparava Nolan e Taina discutindo de longe, ate que Maiara percebeu minha distração e acompanhou o meu olhar em seguida voltando-se a mim.

– Não liga, não. Não é nada com você. Eles estão assim há dias. - disse fazendo com que eu a olhasse e desse um sorriso um pouco forçado.

– Espero... – falei sem tirar meus olhos dos dois, mas a discussão deles estava ficando cada segundo mais feia e as pessoas que passavam próximo já estavam diminuindo os passos pra poder prestar atenção. Franzi o cenho enquanto observava a cena ate que Taina virou as costas e foi embora enquanto Nolan ia atrás.

– La vou eu separar mais uma briga. - disse a garota em meio a um suspiro e eu me senti um pouco culpada por aquilo. - Outro dia a gente se vê. - disse me dando um beijo em cada bochecha e comecei andar pra outra direção com os pensamentos um pouco embaraçados e Chuck e Alice ainda em minhas mãos.

– Mamãe, quelo ir plano casa. - disse Alice manhosa.

– Tudo bem, minha filha. Vou pagar o estacionamento e vamos embora, ok?

– Eu quelo i agora, eu quelo meu papai. - fez biquinho abaixando a cabeça e eu fiz sinal chamando os seguranças e em seguida pedi que eles os levassem ate o carro.

 

POV Justin

 

Estava em meu escritório ainda olhando todo o dossiê que os capangas haviam me entregado naquela tarde. Ryan havia acabado de chegar e estava esparramado no sofá do escritório mexendo em seu celular enquanto eu já não aguentava mais ver papel e fotos da minha casa na minha frente.

– Eu disse pra você que isso não tinha só a ver com o Chaz. - falei fazendo Ryan se ajeitar no sofá.

– E quem mais tá com ele então?

– Ainda não sei, mas alguém que soube desarmar o segurança da guarita e de lá desligar todas as câmeras e alarmes. Isso é coisa de profissional, que conhece a casa, no mínimo estudou cada porra pra saber o que fazer. Vamos combinar que o Chaz não tem a mínima experiência nisso.

– E quem é esse filho da puta que matou cinco seguranças? Como ele conseguiu colocar fogo nessa porra?

– Pela perícia, ele entrou pela frente da casa e passou com o carro pelo jardim, mal teve cuidado de ir pela estrada ate a entrada da casa. Havia algumas flores amassadas e a grama estava alterada também. O filho da puta estava pouco despreocupado em deixar pistas. - falei com um pouco de ódio.

– Mas não temos imagens? Nenhuma câmera? Nada?

– Não, mas as babás estavam em casa e parece que uma delas viu alguma coisa, já mandei um otário ir lá buscar uma lá na casa dela. - falei rolando os olhos e ouvi a porta do escritório ser batida. - E por sinal deve ter chegado. Entra! - ordenei me levantando e a porta abriu.

 

Maria entrou de cabeça baixa e um pouco assustada com um capanga acompanhava ela.

 

– Pode sair. - falei firme para o homem fazendo ele assentir e sair do escritório no segundo seguinte.

A mulher olhava tudo em volta, era um cômodo da casa da minha mãe que ela não tinha o mínimo acesso e parecia estranho para ela estar ali pela primeira vez.

– Senta. - ordenei sentando na minha cadeira e Ryan se aproximou ficando do meu lado enquanto Maria sentava cautelosamente e um pouco insegura na cadeira a minha frente.

– Me fala tudo que você viu naquele dia. - falei juntando as mãos com os cotovelos apoiados na mesa.

– S-senhor, eu n-não vi muita coisa. - disse com medo.

– Apenas me diga o que você viu! - falei mantendo a calma, mas com um peso na voz e ela me olhou assustada e depois de alguns segundos abaixou os olhos outra vez e começou a falar.

– Eu estava no meu quarto terminando de me arrumar para dormir. Eu vi a dona Lorena deitada no sofá dormindo, mas preferi não acordar ela, parecia muito cansada. - disse com seu jeito simples. - A Elisa estava terminando de colocar as crianças para dormir e a dona Pattie tinha acabado de ir embora. Eu não vi nada, eu não ouvi nenhum barulhinho se quer ate que eu senti uma mão com a textura da luva em minha boca. - disse começando a se desesperar com as lembranças. Continuei calado querendo que ela prosseguisse. Não queria fazer perguntas agora, não queria confundi-la. Queria apenas que ela me passasse todas as informações claras em sua cabeça. – Eu não vi o rosto dele. Ele colocou a mão na minha boca e me prensou contra seu corpo desse jeito. – imitou o ato colocando uma mão sobre o peito. - e mandou eu andar até o quarto e foi a única coisa que eu fiz. – disse olhando o nada como se se lembrasse da cena. – Quando ele abriu a porta do quarto, a Elisa já estava lá no chão sentada e olhou ele de frente. – concluiu e uma lágrima escorreu.

– A Elisa viu ele?

– Sim, senhor. – disse de cabeça baixa. – Mas ela tá muito assustada.

– Aonde ela tá? – perguntou ignorando sua última frase.

– Eu não s... – começou a dizer um pouco insegura e eu sabia que era mentira.

– Aonde ela tá? – gritei fazendo-a estremecer.

– Morando na casa da filha. – disse com a voz embargada sem me fitar nos olhos.

 

Encarei Ryan que estava sério e olhei de volta pra mulher.

 

– Onde fica isso?

– Senhor, ela tá com medo de ser pega e...

– Eu te perguntei onde fica a merda da casa da filha dela! – falei pausadamente sentindo meu sangue ficar quente.

– Princeton, 48, próximo a Alabama. – disse fraco olhando as próprias mãos.

– Você está dispensada. – falei me levantando da cadeira e ela me olhou com súplica.

– Não diga que fui eu que disse, por favor. Eu temo pela minha vida. – falou aos prantos e eu a olhei sem dizer nada e em seguida saí do escritório com Ryan atrás de mim e fiz um gesto para que o capanga levasse ela de volta pra casa dela.

 

Dirigia fitando a estrada enquanto imaginava as informações que Elisa podia ter. Se ela estava se escondendo na casa da filha certamente alguma coisa estava errada, algo demais ela sabia ou tinha visto. Ryan fazia perguntas incessantes sobre minhas suposições, mas eu não estava com a mínima vontade de dar corda a euforia dele. Cheguei na rua e estacionei o carro em frente a casa. Estava um pouco movimentada e o portão principal parecia aberto. Um cachorro latia incessantemente. Aquilo era um sinal de que algo estava errado, cachorro sempre denuncia as situações. Ameacei entrar pela fresta da porta aberta quando Ryan puxou meu ombro.

 

– Vai sair entrando assim, caralho? – perguntou sem entender.

– Quer me ensinar a fazer o meu trabalho, porra? – perguntei sério enquanto ele tirava a mão do meu ombro.

– Vai lá, patrão.- disse debochado de mal humor e eu empurrei a porta devagar vendo o cachorro preso, mas completamente inquieto latindo.

 

Andei cautelosamente enquanto Ryan vinha atrás de mim. Coloquei a mão na cintura pronto pra pegar a arma se alguma merda acontecesse. O latido do cachorro já estava me dando dor de cabeça. Respirei fundo para não atirar naquela merda e continuei a andar pelo jardim enquanto notava que todas as janelas da casa estavam fechadas.

– Isso tá estranho pra caralho. – Ryan reclamou atrás de mim enquanto chegávamos próximo a entrada e percebi que ele estava prestes a tocar a campainha.

– Tá maluco, porra? – sibilei – Sai daí!

– Por quê? – falou sem entender voltando pro meu lado.

– Vamos por trás e se tiver alguém em casa? Quer anunciar que a gente tá aqui e foder a porra toda?

 

Andamos devagar até a parte de trás um pouco agachados enquanto passávamos pelas janelas. O silêncio não entregava nem ao menos um passo mal calculado. Parecia que realmente não havia ninguém em casa.

 

– Isso é invasão de domicílio, Justin! – Ryan falou baixo.

– Caralho, maldita hora que eu te trouxe. Cala a boca, porra. – sibilei com ódio e ele rolou os olhos.

 

Me levantei um pouco encarando a parte de dentro da casa pela janela e não notei ninguém. Tirei o casaco que vestia ficando apenas de regata e enrolei a peça na mão.

 

– Se afasta. – falei sem fitar o Ryan e soquei o vidro da janela que espatifou no chão fazendo o mínimo barulho possível.

 

Passei pela janela agora quebrada ainda mantendo os olhos em tudo em volta enquanto Ryan me seguia. Pisava no chão com os movimentos calculados e deixava os ouvidos atentos a qualquer barulho quando de repente ouvi algo cair atrás de mim e me virei no susto percebendo que Ryan havia encostado em algum objeto da mesinha que estava próximo de nós e fez cair um porta-retratos de vidro fazendo um barulho maior do que o vidro que eu havia acabado de quebrar. Olhei para ele com ira sem acreditar o quanto ele era retardado e empurrei seu corpo com força enquanto ele tentava pedir desculpas.

 

– Porra, idiota! – sussurrei querendo gritar, mas não pude deixar de notar que mesmo com o barulho que o Ryan havia feito, nenhum outro movimento na casa foi escutado. Embarreirei seu corpo com um braço enquanto me certificava que estávamos a sós naquela casa.

 

Sem pensar mais, corri em direção a escada e subi os degraus. Aquilo estava estranho, já estava acostumado com esse tipo de situação e alguma coisa apitava na minha cabeça que algo estava errado. Peguei a arma que estava na minha cintura e engatilhei mirando-a a minha frente. Empurrei com o pé a primeira porta do corredor do andar de cima e entrei no quarto me certificando que não havia ninguém. Voltei para o corredor com a arma ainda em punho indo em direção a uma porta no fundo no corredor quando notei que ela estava aberta. Andei até lá e empurrei com o pé para que ela se abrisse totalmente e quando olhei para dentro do quarto senti meu coração parar na minha garganta. Havia um menino morto e caído ao chão completamente jogado. Ouvia os estalos do meu coração e minha mão ficou trêmula enquanto meus olhos verificavam os outros dois corpos: Elisa e uma mulher que provavelmente devia ser a sua filha. Aquela criança não devia ter mais de 10 anos. Minha garganta ficou seca olhando aquela cena. Em todo esse tempo lidando com mortes, eu nunca havia visto uma criança sem vida e ensanguentada tão próximo de mim.

 

– Justin! – ouvi Ryan me chamar. – Não tem ninguém lá embaixo, eu já olhei tud... – sua voz caiu assim que ele chegou perto de mim e observou aquela cena. – Que merda! – falou com os olhos intactos e arregalados.

 

Guardei a arma e dei um passo a frente tentando sair do choque, mas não conseguia tirar meus olhos daquela criança sem pensar nos meus filhos.

 

– Isso não faz muito tempo. – falei fechando o punho. – A pessoa sabia que eu ia procurar ela. – esbravejei olhando para Ryan e percebendo seu olhar perdido nos corpos sem vida. – Eu vou te pegar Chaz e seja lá quem for o filho da puta que tá com você, eu vou te pegar! – gritei sentindo a respiração ficar ofegante.

– Justin, vê se eles estão vivos! – Ryan se desesperou.

– Você não tá vendo o tamanho do buraco na testa de cada um, porra? – gritei com ira sentindo a voz embargar.

Sai do quarto feito um furacão enquanto ouvia os passos do Ryan atrás de mim. Abri porta da frente enrolando a blusa na mão para não deixar digital e saí enquanto Ryan se colocava ao meu lado. Meus pensamentos me confundiam e eu estava tomado de sentimentos confusos. Ser pai e viver vinte e quatro horas por dia pra manter sua família viva não é trabalho fácil. Ver uma criança morta na minha frente havia agitado todos os meus órgãos. Essa pessoa não estava medindo esforços para me ferir e com certeza nem a minha família. Fez questão de apagar Elisa e o resto da família por ter visto o seu rosto. Imagina o que esse otario queria estar fazendo comigo.

– Vamos embora e deixar eles lá? - perguntou Ryan completamente perdido e comovido pela cena.

– O carro já ficou tempo suficiente aqui dando bobeira, não posso arriscar. - dei de ombros saindo pelo portão e caminhando ate meu carro estacionando. Desativei o alarme entrando no lado do motorista enquanto Ryan ocupava o banco do carona.

– Isso é briga de cachorro grande, eu nunca vi algo assim. Nem o Lucio agitou tudo assim pra te sacanear. Ele só fez aquele estrago na sua casa quando a Kimberly matou Alana, mas ele nunca te enfrentou de graça como esse cara tá fazendo. - disse Ryan ainda anestesiado enquanto eu manobrava o carro pra sair dali e avistava o dia se rendendo a noite.

– Eu vou matar esse arrombado! Ele matou um garotinho, ele matou uma família inteira! Imagina o que ele não quer fazer com a porra da minha família! - esbravejei.

– Chaz está com alguém. - sussurrou pra si mesmo caindo na real.

– Agora você me entende? Agora você colocou na merda da sua cabeça que ele não tem pulso pra isso tudo? Qual é, Ryan? Chaz tá fingindo que é bandido pra cima de mim, porra. Tem alguém com ele e esse alguém ta fazendo o trabalho sujo. - continuei esbravejando sentindo a mão suar no volante.

– Cara, minha mulher tá grávida, eu tenho que dar assistência. Eu to envolvido nisso ate o pescoço, então essa merda tem que acabar.

– Bem vindo ao meu mundo, meu chapa. Só que dependendo de mim, tem três crianças que mal sabem o que é uma arma. Imagina minha cabeça como tá. Não da pra parar, não da pra descansar. Isso ta ficando sujo, ta ficando feio.

– O Chaz quer algo, você tem que dar isso a ele e assim pegamos o cara.

– Ele quer minha mulher, porra!

– Podemos apenas fingir uma situação e usamos ela como iscar! - disse impaciente.

– Minha mulher não é minhoca pra fingir de isca, não, otario! - gritei sem acreditar que Ryan fazia aquela proposta. - Na o vou colocar ela no fogo cruzado nem que seja minha ultima opção! Ela é vigiada 24 horas por dia pra de repente eu ir lá e jogar ela na cova do leão. Se fode, Ryan!

– Então qual é a sua ideia? Isso tem que acabar!

– Não sei... não sei. - falei fitando a estrada e Ryan bufou se silenciando e assim permanecemos o resto do caminho. Ambos com a cabeça explodindo de pensamentos, mas cada um na sua.

 

POV Lorena

 

– Chegamos. - falei cansada cruzando a sala com Chuck em meu colo com a cabeça tombada em meu ombro e Alice de mãos dadas comigo. Pattie, que estava na sala, abriu um sorriso assim que nos viu.

– Parecem cansados. - disse pegando Alice no colo.

– E estão! O dia todo no shopping e esse é o resultado. - falei fazendo Pattie rir.

– Eu te ajudo com eles. - falou com Alice no colo e começamos a subir as escadas para o quarto das crianças. O primeiro quarto deles que foi feito na casa da Pattie. Ainda me lembrava como se fosse ontem.

– Justin ja chegou? - perguntei entrando no quarto e colocando Chuck sonolento na cama e começando a tirar suas sandálias.

– Ainda não. - falou despindo Alice.

 

Pattie me ajudou a dar banho neles e Chuck abriu o berreiro por estar com sono, mas sem muitas demoras terminei o banho e os arrumei pra dormir. Pattie disse que ficaria com eles ate eles dormirem, então aproveitei para dar um beijo em cada um e ir pro meu quarto me arrumar. Estava ansiosa por finalmente ter conseguido convencer o Justin a sair comigo. Só esperava que ele não tivesse mudado de ideia. Estava feliz com a possibilidade de ter uma noite diferente depois de tantos problemas. Me despi ficando de calcinha e sutiã e entrei no closet pra pegar meu vestido e uma sandália alta. Deixei o vestido sobre a cama e fui para o banho. Deixei a agua quente cair nas minhas costas por alguns segundos e em seguida molhei meu cabelo. Foi um banho demorado, afinal, estava um pouco cansada por ter passado a tarde todas com meus pequenos e precisava repor as energias. Enrolei uma toalha no cabelo e outra no corpo. Verifiquei meu celular em cima da cama assim que saí da suíte e ainda não tinha nenhum sinal do Justin. Não deixei aquilo me desanimar e continuei me arrumando. Vesti a calcinha e o sutiã e fui pra frente no espelho secar meu cabelo ate deixar eles extremamente lisos. Coloquei meu vestido, minhas sandálias e peguei meu estojo de maquiagem para começar a me pintar. Cada minuto que passava eu ficava mais apreensiva. Justin ainda nem tinha aparecido no quarto para me chamar e eu já estava começando a me desanimar, mas conclui o trabalha espirrando um pouco do meu perfume e dando uma ultima olhada no meu visual. Peguei minha bolsa e meu celular em cima da cama e desci para me certificar se ele realmente não havia chegado. Meu salto fazia barulho na escada e meus olhos foram ate o corpo que estava debruçado no balcão do mini bar da sala enquanto tomava um copo de whisky. Meu coração palpitou e sorri chegando no pé da escada. Justin abriu um sorriso falho me analisando e deu um gole na sua bebida. Caminhei ate ele percebendo que ele já havia tomado banho e estava arrumado.

 

– Pensei que tinha esquecido de mim. - falei colocando uma mão na sua nuca e ele me deu um selinho segurando minha cintura com a mão desocupada.

– Não esqueci. - sorriu fraco. – E as crianças? – perguntou tomando o ultimo gole da sua bebida e depositando o copo vazio no balcão.

– Sua mãe estava colocando eles para dormir, já devem estar dormindo.

 

Falei fazendo ele sorri pelo nariz e seus olhos procuraram um lugar distante para se perder como se ele pensasse em outra coisa.

 

– Aconteceu alguma coisa? - perguntei atenta fitando seus olhos um pouco perdidos.

– Nada demais. - deu de ombro entrelaçando nossos dedos e começamos a andar para a parte de fora da casa onde seu carro estava.

 

Foi então que notei que parecia que o numero de homens que rodeavam a casa havia praticamente duplicado. Justin abriu a porta do carro pra mim enquanto eu olhava em volta todos aqueles homens.

– Tem certeza que não aconteceu nada? - perguntei olhando pra ele antes de entrar no carro.

– Entra no carro. – disse sério com um peso na voz.

Entrei no carro respirando fundo e ele bateu a porta dando a volta no veículo ate entrar pelo o seu lado e ligar o motor. Quando o carro começou a andar, percebi a movimentação de mais dois carros atrás da gente saindo da mansão. Eles estavam nos seguindo.

– Eles irão com a gente? - perguntei enquanto atravessamos o portão.

– Sim. - respondeu frio sem me fitar.

– Justin você tem certeza que você não quer me contar o que houve? - perguntei mais uma vez perdendo a paciência.

– Mataram a Elisa. - disse depois de alguns segundos em silencio enquanto eu o fitava esperando uma resposta.

– O que? - me desesperei.

– Mataram a Elisa. - repetiu um pouco sem paciência mais ainda sem me fitar.

– Como? O que aconteceu? Me explica! - perguntei em choque.

– Ela viu quem entrou na casa, foi uma eliminação de provas. - falou nervoso ainda fitando a sua frente.

– Justin, ela tem família! - me desesperei. - Ela tem uma filha e...

– Estão mortos também. - falou seco virando o rosto finalmente pra mim.

Demorei a cair na real. Era estranho pensar nas pessoas que convivi e imagina-las mortas. Ainda não havia superado a morte do meu pai, mesmo que ele tivesse envolvido com o Lúcio. Simplesmente preferia não pensar nisso, mas tudo estava ficando cada vez maior, estava começando a morrer inocente. Pensei em meus filhos sem mim em casa e senti um nó na garganta.

– Justin. - chamei seu nome com a voz fraca. - Chuck e Alice... - comecei a falar ate que ele me cortou mais uma vez impaciente.

– Ninguém vai passar por aquele muro, eu te prometo. Tem homens ali treinados e o suficiente pra manter tudo em ordem.

Afundei meu corpo no banco e olhei para a visão que a minha janela me dava observando as imagens passando. Meu coração estava acelerado e eu sentia medo. Chaz nao podia estar agindo tão loucamente para me ter de volta, isso era insano. Esse não era o Chaz que eu sabia que ele era. Alguma coisa não estava se encaixando na minha cabeça ate que senti uma mão do Justin tocar meu rosto forçando-me a olhar para ele enquanto ele me analisava rápido e voltava a fitar a estrada.

– não quero você chorando. - disse largando meu rosto.

– não estou chorando, estou confusa. - falei por entre um suspiro.

– Também não quero que você fique pensando nisso. - disse um pouco sério como se ele mesmo não estivesse pensando nisso. Seus olhos estavam cansados e eu o conhecia bem pra saber que ele estava arrasado. - Vamos tornar essa noite especial, fazer dela algo com que você possa lembrar quando eu não estiver por perto. - concluiu carinhoso tocando minha coxa.

– Eu quero que você pare de ir atrás do Chaz. - falei mandona e o carinho que ele fazia na minha coxa parou na mesma hora fazendo com ele voltasse com sua mão ate o volante e me ignorasse. - Eu estou falando com você, Justin!. - entonei a voz e ele revirou os olhos.

– não vou discutir isso com você. Dos meus problemas cuido eu.

– Só que os seus problemas não afetam só você. Justin, seus filhos sentem sua falta, você não brinca com eles, você não sai com eles, você simplesmente não sai daquele escritório desde quando voltamos pra casa da sua mãe. - reclamei vendo ele ficar nervoso.

– Eu só quero manter tudo em paz. - disse controlando a raiva.

– Você não se importa com a sua família? - cruzei os braços esperando que ele virasse o rosto pra me encarar.

– Mas é lógico que eu me importo com a minha família! Mas que porra de pergunta é essa?

– Então prove! - falei mimada voltando a encarar a janela.

– Eu fui na puta que pariu buscar vocês. Não me faça voltar nesse assunto! – esbravejou apertando o volante.

– E agora abandonou todo mundo! – gritei fazendo ele me fitar com ira, mas não abriu a boca.

Ficamos em silencio um bom tempo ate eu sentir sua mão tocar outras vez minha coxa.

– Vamos ficar assim? - perguntou me fazendo olhar pra ele e reparar sua testa franzida.

– Não quero brigar com você, Justin, mas tudo isso me preocupa. - falei querendo chorar sentindo o coração apertar em preocupação.

– Vamos esquecer esse assunto? Só por hoje? Só por uma noite? Só enquanto eu posso ficar em paz com a minha mulher sem pensar em outras coisas? - perguntou me fitando nos olhos assim que estacionou o carro e eu assenti de leve um pouco cabisbaixa.

Seus dedos tocaram minha bochecha e ele sorriu deslizando sua mão ate minha nuca me fazendo sorrir sem graça. Justin se aproximou um pouco juntando nossos lábios num beijo rápido e em seguida se agitou ao tirar o cinto e abriu a porta para sair e fiz o mesmo. Justin ofereceu sua mão para que eu me levantasse e me apoiei saindo do carro. Seu braço direito rodeou minha cintura e ele entregou a chave para o manobrista que se aproximava com um "boa noite" sonoramente educado. Caminhamos para dentro do restaurante e fomos ate a recepcionista. Justin já havia reservado uma mesa e apenas deu seu nome e em seguida um homem nos acompanhou ate a mesa reservado. Educadamente, o senhor puxou a cadeira para eu sentar recebendo um enorme olhar de reprovação do Justin que na mesma hora se aproximou e concluiu o trabalho fazendo o homem se retirar um pouco sem graça. Sentei na cadeira e pus minha bolsa pendurada nela enquanto Justin sentava em seu lugar.

– Esta feliz? Perguntou segurando minhas mãos que estavam em cima da mesa e não disfarcei ao sorrir.

– Muito. – respondi mirando o seu sorriso e um garçom se aproximou e começou a anotar nossos pedidos.

– Como foi hoje com as crianças? - voltou a perguntar assim que o garçom se retirou. Respirei cansada para começar a falar.

– Entramos em todas as lojas de brinquedos que passamos em frente, compramos roupas, comemos e - falei me lembrando do ocorrido. - encontrei o Nolan.

– Nolan? - perguntou desconfiado e sério.

– É, mas logo Maiara e Taina chegaram. Ele estava lá pra buscar elas.

– Hum. - murmurou pensativo e eu sabia que ele não havia gostado nada daquilo.

 

Tivemos uma noite tranquila. Justin exigiu o melhor vinho da casa e mesmo que seus lábios sorrissem e seus olhos estivessem virados para os meus, era fácil notar que diversas vezes ele parecia distraído. Observei ele tomar uma, duas, três, quatro taças de vinho e apenas me calei notando sua típica atitude de se embebedar quando está nervoso com algo. Terminamos de comer e alguns minutos depois nos levantamos. Esperei ele pagar a conta e sem demorar muito ele tomou minhas mãos e voltamos até o carro. Estava cansada pelo dia longo e já havia perdido noção das horas. Justin permaneceu calado o caminho todo e as vezes ensaiava um sorriso falou e um toque em minha coxa durante o trajeto. Tirei minhas sandálias no carro mesmo assim que notei que passávamos pelo portão da casa. Justin estacionou o carro e eu peguei minhas sandálias na mão enquanto olhava ele entregar a chave do carro para um capanga e voltava para abrir a porta para que eu saísse. Já dentro de casa, caminhei preguiçosamente enquanto ele ia em direção a cozinha. Desliguei a luz da sala que estava acesa e acendi um abajur para iluminar parcialmente o local. Fui em direção a escada e notei Justin voltar já sem camisa da cozinha.

– Isso me lembra a primeira noite que você dormiu aqui. – disse beijando meu pescoço enquanto subíamos a escada e eu fechei os olhos sorrindo fraco. – Você ainda tem medo de escuro? – sussurrou debochado concluindo com uma risada.

– Só se for um escuro sem você. – falei baixinho e ele sorriu me pegando no colo e meus pés dormentes agradeceram.

Rodeei sua nuca e deitei minha cabeça em seu peito enquanto ele me levava até o antigo quarto dele. Parecia mesmo a primeira vez que estivesse aqui. Naquele tempo eu nem sabia onde eu estava me metendo, não tinha a melhor ideia que um ano e meio depois eu teria dois filhos lindos dele. Mesmo sabendo de tudo hoje, eu olhava para trás e não conseguia me arrepender. Se eu soubesse de principio tudo o que sei agora, eu não fugiria da situação, eu jamais fugiria de amar ele. Justin me colocou na cama e eu me ajeitei preguiçosamente vendo que ele notava minhas coxas amostras e começava a tirar o cinto com uma cara safada.

– Já fizemos o que você queria fazer, agora vamos a minha diversão. – disse tentando provocar e eu sorri corando

 

 

Comentários

J

Vitoria | 13/12/2012

Que perfeito *-* estou In Love com esse capítulo ! Perfeito demaaaaais ! Continua logo amr :)

-

Ju | 13/12/2012

Cara, quem será que tá ajudando o Chaz?? fiquei grilada com o Nolan igual o Justin heheheheeheheheh
beijos
perfeito

destino oculto

anywaybieber | 13/12/2012

clara e seus capítulos perfeitosE SUAS MANIAS DE PARAR NA MELHOR PARTE ahahhaha amei o cap. continua logo hein . ameiameiamei tô c duvidas do nolan ta c o chaz tô ate duvidando do RYAN jfahkdlgadsg mdsssssssssssssssssssss ;o haha

Capitulo

evy | 13/12/2012

claro, não abandona agente assim gata
tá com sdds infinitas de DO já
enfim, a cada capitulo vc se supera e acho q não preciso nem falar
vc é uma escritora mais q perfeito
e só acho q sua fic devia virar livro, só acho
muito curiosa pra saber quem tá ajudando a chaz
acho q é alguem q já apareceu ou ainda aparece na fic, mas ok
bjão clara, não demora!!!

Destino Oculto

Alanis [@hmdr3w] | 12/12/2012

cara, eu nem sei o que falar.
você escreve perfeitamente bem cada cena e eu consigo entender cada detalhe que você quer proporciona, tipo, é pfto.
n tenho muitas palavras p falar sobre DO, mas eu só SEI QUE EU >NECESSITO< o próximo capítulo de DO então prfv não demore porque estou entrando em um estado de vicio máximo por Destino Oculto, dona Clara

He's Not Alone

Anna Neiva | 12/12/2012

Ta de brincadeira dona Clara???? QUE CAPITULO PERFEITO 'OO' Já estava sentindo falta desses momentos dos dois a sós, e é impressionante como você se preocupa com coisas que muitas escritoras deixam passar, você sempre lembra das crianças das manias do Justin do jeito do Ryan SOS, Destino Oculto para livro #EuApoio kkkk... Mal posso esperar pelo próximo e as coisas que você me falou não saíram da minha cabeça, sério mal posso esperar com certos capitulos, mas não quero que D.O. acabe ): Devia ser para sempre ....
Beijos, até o próximo ;*

Capítulo

Gabrielle | 12/12/2012

Ahhhh, Clara, porque parou nessa parte? saçfwiqra~sflçsafirsafçaskf
Eu acho que o Nolan tá ajudando o Chaz, mas... Enfim, continua!!!!!!!!!!!!

Capitulo

EliieneSillva | 12/12/2012

Meu God, so pode ser o Nolan que ta junto com o Chaz . Chaz merece uma morte com muito sofrimento, e se o Nolan estiver com ele também.
Caramba em Clara , paro logo agora ?? a coisa ia começar a ficar divertidaa, continuuuua' *---*

Capitulo

@lightupjustin | 12/12/2012

Speechless. Foi melhor do que eu imaginei, mas ficamos sem hot.

-

mari | 12/12/2012

ai cacete. sera que é o nolan e o chaz??? hmmmm!!
PORQUE PAROU AIII BITCHHH?!?!?!
continuaaa

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