What Make Me Feel Good

 

Meu braço estava estendido mirado para a direção do Chaz. Sabia que tinha que me conter, afinal os meus filhos estavam ali e eu não queria traumatiza-los. Encarava sério Lorena que estava estática e Chaz que demonstrava tamanha irritação. Um falatório caótico e desesperado começou e minha cabeça explodiu com aquilo. Meu dedo coçava para que eu apertasse o gatilho logo e acabasse com aquela merda que Chaz chamava de vida, mas mirava rapidamente os olhares inocentes de Alice e Chuck e tentava não fazer uma besteira. Algumas pessoas começaram a se movimentar enquanto outras gritavam, mas ninguém iria sair dali sem o meu consentimento.

 

- Ninguém se mexe! - ordenei gritando mantendo uma fisionomia seria e o tom firme.

 

Meus olhos traiçoeiros iam ate Lorena e eu notava seu desespero. As pessoas tentavam se esconder atrás das outras pessoas, mas eu não estava ali para machucar ninguém, exceto Chaz. Comecei a dar passos lentos em direção a eles e não descansei o braço estendido mirando na direção de Chaz. A mãe de Lorena tentava, num ato dispensável, proteger seus netos esconde-os atrás dela.

 

- Deixa a Lorena em paz, Justin! - gritou durona, mas sem contar as lagrimas de desespero.

 

Ignorei sua voz estridente e continuei caminhando pra perto deles. Chaz fechava o punho em ódio e me encarava com sangue nos olhos e a respiração ofegante. Percebi Lorena tomar uma atitude de repente como se alguém tivesse dado um susto e ela correu em minha direção segurando a barra do vestido para não tropeçar.

 

- O que você esta fazendo aqui? - perguntou desesperada com a voz chorosa já perto de mim, mas com muito esforço não tirei os olhos de Chaz, não queria que aquele babaca fugisse.

- Vocês não me convidaram para o grande evento do ano? - perguntei debochado ainda fitando Chaz. - Cá estou eu. - conclui com um sorriso de canto e parando de andar.

 

Algumas pessoas haviam conseguido fugir, inclusive o padre, mas elas não iriam muito longe. Meus capangas as barrariam de imediato, já estávamos esperando toda essa histeria. Sônia ainda escondia desesperadamente Alice e Chuck atrás de suas pernas, como se eu fosse capaz de fazer algo contra eles. Bufei tedioso.

 

- Não conseguiu superar a Lorena e por isso veio dar o seu showzinho para que todos vissem o quanto você é patético, Bieber. Acertei? - indagou Chaz forcando uma superioridade que ele nunca teria perante a mim.

- Você implorou minha presença mandando aquele cartão. Sei que você quis contar vantagem, mas não esperou que eu reagisse de forma presente, não é mesmo? – perguntei debochado ainda apontando minha arma para ele.

 

Lorena havia se afastado e olhava tudo como se não acreditasse no que seus olhos lhe mostravam.

 

- Chaz? - ela proferiu seu nome de forma fraca. - Você... você fez isso? - perguntou Lorena com uma cara de coitadinha.

- Realmente o Justin é uma pessoa que vale sua confiança, né? – perguntou irônico dando um sorriso forçado e nervoso, mas ela não acreditou.

- Eu não... eu não acredito que você fez isso! Como você pode fazer isso comigo? - gritou segurando a barra do seu vestido outra vez e correu para perto dele pronta pra começar uma discussão.

 

Sônia achou que eu não estava atento e começou a caminhar com meus filhos ainda escondidos atrás dela.

 

- Parada! - ordenei mirando a arma em sua direção e ela parou na mesma hora esbugalhando seus olhos pra mim e Lorena virou seu olhar pra mim também. Os três me fitavam agora, cada um com uma expressão diferente. - Chega dessa merda. Acabou! Vocês tiveram o tempo de vocês de brincar de romance, agora estou de volta. - gritei sério. - E você vem comigo! – conclui em um tom firme mirando a Lorena.

- Justin. - Ryan falou no ponto. - 10 minutos, os carros estão prontos. Se alguém notar a movimentação, vai dar polícia e vai foder tudo. – disse reclamando.

 

Me calei absorvendo a informação e só então notei que Chaz dava pequenos passos pro lado.

 

- Eu não vou com você! - Lorena gritou vindo em minha direção entrando na minha frente e bloqueando minha visão. Foi a chance que ele teve de fugir.

 

Chaz correu ate meus filhos e em seguida pegou Alice no colo e saiu correndo em direção ao muro baixo e distante que rodeava a casa. Empurrei Lorena com toda força para que ela saísse da minha frente e corri atrás dele. Alice estava em seu colo virada pra mim enquanto Chaz corria tomando uma distancia boa de mim. A raiva me descontrolou, eu queria atirar para pará-lo, mas não queria e nem podia correr o risco de acabar acertando um tiro nela. Meu coração acelerou e a raiva domou cada movimento meu. Tentava alcançar eles, mas o terreno era grande e parecia que nunca chegava o fim.

 

- Ele esta fugindo com a Alice! Cerquem a casa, cerquem a casa. - gritei para que Ryan ouvisse e de imediato o ouvi dando as instruções para os capangas.

- Cerquem a casa, cerquem a casa. Vamos, vamos. Bora! – gritou.

 

Meus pulmões ardiam, parecia que iam explodir, mas nem fodendo ele iria conseguir escapar com a minha filha. Não de novo! Não vim aqui pra deixar dívidas, vim aqui para resolver tudo. Mas Chaz parecia que gostava de brincar com fogo e eu não via a hora de queimar ele. Estávamos em uma distancia significativa, mas ainda conseguia notar seus passos. Até que notei que ele colocou Alice no chão e segurou sua mão forçando-a a correr com suas pequenas perninhas. Acelerei mais sentindo o ar me faltar.

 

- Corre! - ele gritou com ela que parecia assustada e eu já me desesperava por não conseguir alcançá-los.

- Alice! - gritei com toda a força que eu pude sentindo minha garganta arranhar e ela se virou pra trás ainda correndo e pude notar que ela chorava.

 

Tudo começou a ficar lento pra mim. Não sabia se era o efeito do álcool em meu sangue, mas as imagens estavam demorando a se formar em minha cabeça. Eu não podia perder ela de vista, eu tinha que alcançar esse filho da puta que estava fazendo minha filha correr de mim. Os olhos dela estavam em minha direção me fitando com a fisionomia chorosa ate que ela soltou a mão do Chaz e correu para mim como se não tivesse dúvida ou medo algum do que fazia. Levantei a blusa e guardei a arma correndo em sua direção e quando estávamos próximos, me agachei e a abracei com toda a forca que guardei para abraçá-la durante todos esses meses. Minha pequena. Chaz virou a cabeça para trás e analisou tudo com ódio. Não consegui me levantar mais e ir atrás dele. Estava com Alice em meus braços e não queria desperdiçar aquele momento. Os capangas estavam rodeando a casa e Chaz não iria muito longe. Alice chorava assustada e não retribuía o abraço, mas se encolheu em meus braços mostrando que tinha certeza de que estava sendo protegida. Tudo parecia um sonho louco pra mim. Sentir seu cheirinho, sua pele, poder toca-la e olhar para ela foi a garantia de que eu não estava morto por dentro. Meu corpo levou um choque me colocando em realidade como se eu tivesse dormido todo esse tempo para suportar a dor e só agora tivesse acordado.

 

- Ryan. - chamei seu nome esperando a resposta vir pelo ponto e afastei Alice pra poder olhar para ela.

- Na escuta. - disse em um tom preocupado enquanto Alice abaixava os olhos envergonhada.

- Peguei Alice, tô com ela. Não deixa o Chaz fugir. - falei notando que ele nao estava mais onde minha vista pudesse alcançar.

- Estamos tentando, mas ele ainda passou por aqui e segundo os capangas, ninguém percebeu nenhum movimento dele.

 

Bufei me colocando em pé e olhando em volta enquanto Alice mantinha a cabeça baixa e a fisionomia triste.

 

- Ele não pode fugir. - falei soltando o ar de forma pesada.

- Relaxa, vamos achar ele. - disse me passando confiança e me calei olhando Alice ainda quieta.

 

Me aproximei outra vez e me agachei tocando o seu rosto.

 

- Minha filha. - sussurrei ainda não acreditando no que meus olhos me mostravam.

- Alice! - a voz da Lorena ecoou por entre as ´srvores daquele lugar e dava pra se notar que ela chorava em desespero.

 

Peguei minha pequena no colo e caminhei ao encontro de Lorena. Avistei-a de longe segurando a barra do vestido e pisando em falso nos galhos secos ao chão. Seu olha preocupado procurava por Alice ate que nossos olhos se cruzavam e ela se certificou de que estava tudo bem.

 

- Minha filha! - gritou chorando e correu para a nossa direção.

 

Alice se inquietou em meu colo e eu a soltei vendo a correr ate Lorena. Aquela cena mexeu comigo mais do que eu podia imaginar. Lorena chorava agarrada a Alice e seus soluços altos saiam descontrolados. Mordi o lábio um pouco incomodado com o que meu corpo estava sentindo. Era um sentimento muito forte. Essa era a minha família, essas eram as pessoas por quem eu morreria e mataria. Ter vivido tanto tempo longe deles me matou dia apos dias por dentro. Ainda analisava as duas abraçadas um pouco comovido. Meus braços suplicavam por um abraço de Lorena, mas ainda parecíamos distantes um do outro.

 

- Você esta bem? Se machucou? - perguntou Lorena afastando seus corpos e passando a mão na testa de Alice que negou com a cabeça ainda um pouco assustada.

 

Lorena olhou para mim e a encarei de volta. A cor dos seus olhos era algo que eu me lembrava detalhada. Castanhos e devoradores. Sempre que nossos olhos se cruzavam, eu deixava toda a minha armadura de lado e era apenas eu, um babaca apaixonado.

 

- Obrigada. - ela sibilou tentando recompor a postura depois de alguns segundos me fitando.

 

Não consegui responde-la. Durante todo esse tempo que procurei por ela, eu fiz questão de ensaiar e ter na ponta da língua tudo que falaria para ela, perdi horas me martirizando por ter me apaixonado por uma pessoa tão inconsequente. Eu jurei que iria fazer ela se arrepender de ter tirado os meus filhos de mim, mas aqui eu estava com ela na minha frente e não conseguia odiá-la nem por míseros segundos. Seu olhar ainda estava no meu e eu queria toca-la, mas ambos estávamos perdidos em nossos próprios sentimentos. Ate que Lorena segurou a mão de Alice e começou a caminhar em direção a casa. Mordi o lábio e dei um passo firme pra sempre segurando o seu braço com força. Seus olhos foram em minha mão apertando o meu braço e em seguida levantou calmamente o rosto e me fitou forçando uma irritação.

 

- Você tem que me ouvir! - falei firme e nervoso como se eu fosse um nerd do ensino médio e ela a garota mais gata do colégio.

- Eu já sei tudo que eu tinha que saber. - disse me olhando com uma tristeza disfarçada na frieza.

- Você não sabe de absolutamente nada! - falei tentando manter e calma e Alice nos fitava atenciosa.

 

Meu olhar cruzou-se em batalha com o de Lorena e parecia que ela queria me dizer mil coisas. Seus lábios se movimentavam vacilantes, mas ela nada dizia.

 

- Justin! - a voz do Ryan ecoou de longe e Lorena virou o rosto vendo de onde a voz vinha.

 

Levantei o rosto vendo que ele estava a uns trinta metros de nos.

 

- Ele fugiu, nenhum sinal. Vamos vasculhar esse campo. - disse chegando perto e ignorando a presença de Lorena.

 

Bufei irritado. Tudo que eu menos precisava era perder meu tempo com o Chaz. Mas tudo bem, ele não iria me escapar por pouco tempo.

 

- Ryan. - Lorena disse fraco sorrindo e seus olhos marejaram de emoção ao vê-lo.

 

Soltei seu braço devagar e ele a olhou sem dar nem um sorriso. Continuou com a expressão seria como se uma pessoa qualquer falasse com ele.

 

- O que foi? Esta feliz em me ver? - perguntou um pouco estupido. - Então por que fez a merda de fugir deixando todo mundo pra trás? - concluiu mantendo o tom ignorante e vi o sorriso da Lorena murchar devagar.

- Me julgar é tão a sua cara! - rebateu alterada, mas as lagrimas escorriam.

- Chega! - me meti e Ryan bufou irritado. - Ryan, pega Alice, verifica onde a mãe da Lorena colocou o Chuck e não tira os olhos deles! - falei mandão e Lorena me olhou em confusão enquanto Ryan assentia. – Deixa uns homens procurando Chaz pelas redondezas e mando alguns ficarem aqui com você fazendo a guarda.

- Pra onde você vai levar meus filhos? – perguntou alterada.

- Por enquanto pra nenhum lugar, mas eu e você vamos sair daqui e depois eu volto pra buscar eles. Diga adeus ao Canada. - sorri debochado.

- Eu não vou a lugar nenhum. - rebateu alterada gesticulando suas mãos e eu agarrei seus braços com força vendo que ela nem notava que Ryan já caminhava para ir embora com Alice nos braços. - Me solta. - falou entre os dentes.

 

A ignorei começando a puxa-la para a direção que eu queria.

 

- Me solta, Justin. - ela se debatia mais e mais me irritando. - Nós não temos mais nada, você não tem esse direito sobre mim!

- E quem tem? O Chaz? - gritei puto a empurrando para finalmente solta-la e ela cambaleou ate se estabilizar em pé e me olhou com ira.

- O que mais você quer de mim?

- Quero que você me escute uma vez na merda da sua vida!

- O que vai me dizer? - cruzou os braços e me olhou de um jeito irônico que estava oposto as suas lagrimas que escorriam. - Vai me dizer o quão idiota eu fui por ter acreditado em você? - gritou. - Vai me lembrar de todas as vezes que você me traiu? Ou melhor, vai olhar na minha cara e desmentir que a Kimberly não teve uma filha sua? - concluiu chorosa.

- Não, não vou fazer nada disso, muito menos desmentir isso. - falei serio e ela bufou alto negando com a cabeça. - Vou te dizer que a Cindy tem 5 anos e ate um ano e meio atrás eu não sabia que ela existia. Kimberly me escondeu isso. - gritei vendo sua fisionomia mudar e ela ficou estática. - Vou te dizer que você cometeu o seu ato mais injusto tirando os meus filhos de mim! - conclui aos berros sentindo minha garganta queimar e Lorena me olhou assustada.

- Você esta mentindo, eu não acredito em você! - cuspiu as palavras.

- Você não acredita em mim? Você acha que tem que me dizer isso? Você acha mesmo que precisa? Olha o que sua vida se tornou por você não acreditar em mim. Você ia casar com um cara que você não ama!

- Você fez de tudo para que eu perdesse a confiança em você, Justin.

- Mas você não tinha o direito de me tirar os meus filhos! O que você estava pensando? Você ia manter eles longe de mim por quanto tempo? - gritei furioso tentando raciocinar a sequencia de merdas que Lorena tinha feito.

- Eu não tinha mais forças pra suportar! - gritou chorosa. - Você destruiu tudo que existia dentro de mim.

- Mas e aquela noite? - me acalmei dando passos para me aproximar dela. - Que nos acertamos, que você reconheceu que foi um erro ter ido pra casa do Chaz?. Eu te pedi pra você confiar em mim pela última vez!

- Eu estava com medo de ser enganada e me arrepender de novo. Eu vi você com a Kimberly, eu vi vocês dois abraçados, eu já tinha essa imagem na minha cabeça daquele dia que fui a sua casa depois que ouvi os tiros. Quando o Chaz me contou que você ia ser pai... - parou de falar suspirando alto e mordeu o lábio reprimindo o choro. - eu achei que não teríamos mais chance. Você esmigalhou meu coração de todas as formas que você podia, Justin. Você tinha atendido aquele telefone e saiu sem me dar explicações... eu fiquei confusa. - concluiu abaixando a cabeça e eu toquei seu queixo com os dedos levantando o seu rosto.

 

Olhei em seus olhos lacrimejados e eu queria continuar a falar tudo que estava entalado na minha garganta esse tempo todo, mas apesar de toda a raiva, eu queria sorrir por estar aqui com outra vez, por poder ouvir sua voz, por poder toca-la. Engoli limpando a garganta enquanto Lorena fitava os meus lábios.

 

- A Cindy estava doente. - falei fraco e ela voltou seus olhos pro meu forçando um cenho em confusão. - Ela precisava de um transplante e naquela hora a Kimberly me ligou dizendo que eu era compatível. Eu não tinha a menor ideia de como eu ia te contar tudo isso, era louco pra mim. - falei passando a mão no cabelo.

- Doente? - perguntou triste.

- Leucemia. – falei séria em um tom triste recordando tudo que vivi naquelas semanas e ela levou uma mão na boca.

- Por quê? Por que você não me contou isso?

- E eu tive tempo? - perguntei obvio.

- Você tinha que ter me contado na mesma hora! Por que escondeu isso de mim, Justin?

- Contar e estragar o pouco de paz de estávamos tendo? Lorena, toda aquela historia ainda estava confusa pra mim, eu não sabia o que sentir, o que dizer, o que falar. Eu só sabia que não podia deixar ela morrer e não podia deixar você escapar outra vez.

 

Lorena fitava o nada pensativa e com uma mão a boca. Seu corpo estava estático como se absorvesse calmamente tudo que eu lhe falara. Meu coração ardia. Nossas vidas eram um caso estupido. Só de pensar que não estávamos mais juntos por causa de mentiras, isso me irritava. Analisei-a enquanto ela fitava o nada distraída com as informações. Ela estava perfeita naquele vestido, doeu no fundo do meu orgulho admitir pra mim mesmo que ela estava linda assim para se casar com o Chaz. Queria beija-la, queria toma-la em meus braços, queria sentir a textura do seu lábio no meu outra vez, mas não podia dar o braço a torcer. Ela tinha que saber o quanto estava errada.

 

- Como ela esta agora? - disse fraco e em um tom triste visivelmente abatida.

- Bem.

- Eu... eu ainda não tô acreditando nisso tudo.

- O que? Esta percebendo a idiotice que você fez? – perguntei irônico.

- Você me deu motivos pra eu acreditar! – rebateu. – Sabe, Justin, aonde isso nos levará? Isso não está dando certo e nunca dará. Onde vamos parar se deixarmos nossas vidas serem comandadas pelos nossos sentimentos?

- Eu não sei. – dei de ombros. – Mas eu já sei onde ela foi parar sendo comandada pelo seu impulso.

 

Lorena revirou os olhos e parou eles fitando o nada outra vez. Estavam lacrimejando e eu sentia ela se desesperar por ter perdido toda a razão que achou que tivesse. Eu conhecia essa mulher até mesmo se ela passasse dez anos longe de mim. Cada atitude que ela tomava, cada virada de olho que ela dava, cada palavra que ela proferia já era uma coisa esperada por mim. Mas, como já disse, não consigo sentir ódio. Nossas vidas se complicam e fazem com que tudo dê errado no momento certo.

 

- Quer saber, esquece... – disse começando a caminhar de volta pra casa.

- Fala. – falei alto acompanhando sem andar, mas ela ainda continuava andando e se mantendo de costas a alguns passos de mim. – Lorena! – gritei impaciente e ela apenas me ignorou. – Ok, então vá na frente e aproveita e arruma as suas coisas! – provoquei pra ter uma reação sua, mas ela continuou andando e estávamos mais próximos da casa.

 

Fechei o punho com força. Só ela conseguia me tirar do sério até quando eu tinha motivos o suficiente pra estar bem comigo mesmo por estar certo. Assisti ela passando pela porta de vidro e entrando na casa. Revirei os olhos. O que ela estava fazendo? Depois de mais alguns passos, entrei na casa também vendo que ela discutia com um dos seguranças que segurava a mãe dela.

 

- Solta ela! – gritou com ele e ele me olhou esperando a minha ordem.

- O que ela fez, Ryan? – perguntei pra ele que estava no canto da parede assistindo tudo de braços cruzados e um sorriso no rosto.

- Estava tentando ligar pra alguém. – disse irritado e Lorena nos fuzilou com os olhos.

- Justin, manda ele largar a minha mãe! – esperneou.

- Pode continuar segurando ela. – dei de ombros encarando o capanga com um sorriso debochado e Ryan riu.

- Isso não tem graça! – Lorena reclamou.

- Estava tentando ligar pra quem sogrinha? A única pessoa que podia estar aqui já está. – falei sorrindo e ela continuou calada com sua fisionomia séria.

- Eu perdi toda a confiança que eu tinha em você e na sua família. - disse cuspindo as palavras enquanto o capanga ainda segurava firme o seu braço.

- Limpa bem a merda da sua boca pra falar da minha família. Quem é você pra falar de família? - me irritei me aproximando e Lorena entrou na minha frente.

- Deixa minha mãe em paz, Justin! - chamou minha atenção e eu a ignorei.

- Não duvido que você seja o culpado pelo sumiço do meu marido! - gritou e eu sorri irônico de canto.

- Acha que eu teria motivos pra isso? - indaguei arqueando uma sobrancelha e ela se calou procurando as palavras certas, mas parecia um pouco receosa com a presença de Lorena. - Acha que eu tinha motivos pra sumir com ele? – insisti indagando novamente mantendo a voz firme e Lorena nos fitava confusa como se percebesse que não sabia de algo.

- Ele estava prestes a te colocar na cadeia! - disse Sonia, por fim, entredentes e eu soltei o ar pelo nariz dando um sorriso debochado.

- Negativo, ele estava prestes a se meter numa furada. Ninguém tenta me prejudicar sem sair prejudicado também. - dei de ombros.

- Justin, você... - Lorena disse fraco e seu rosto ficou pálido. - Você... - suspirou fraco e uma lagrima escorreu. - Você matou o meu pai?

 

A encarei sério. Eu sabia que esse dia chegaria, um dia ela saberia de tudo e me odiaria por isso, mas eu não me arrependia. Estava mais do que óbvio de que o pai da Lorena tinha alguma ligação com o Lucio assim como Chaz. O cara me ameaçou de morte, ameaçou me colocar no xadrez e infelizmente eu estava em um péssimo dia para relevar tamanha audácia que ele teve comigo. Continuei calado e virei a cabeça encarando o Ryan. Eu não precisava proferir um sim para que Lorena tivesse sua resposta, meu silêncio lhe bastou.

 

- Eu não acredito nisso! - disse desesperada e o choro escapou.

 

Sonia me olhava com um certo receio, mas não parecia surpresa. De fato ela sabia de todo o plano do filho da puta pra me separar de Lorena e obviamente sabia que ele corria riscos se metendo comigo.

 

- Eu te odeio, Justin! Eu te odeio! - Lorena esperneou completamente desesperada dando socos em meu peito.

 

Segurei seus braços para imobiliza-la e os fios de cabelo grudavam em sua bochecha por causa das lagrimas.

 

- Eu só estava me defendendo! - gritei nervoso segurando o seu pulso e ela conseguiu se soltar de minhas mãos, mas seus olhos ainda estavam a me fitar com ira.

- Some da minha vida! - disse pausadamente com os dentes trincados e em seguida subiu as escadas indo em direção ao segundo andar.

 

Soltei todo o ar do pulmão analisando ela subir as escadas. Ela tinha que ter o tempo dela, não adiantaria nada conversar agora. Seriamos apenas duas pessoas gritando. Me virei encarando a mãe de Lorena ainda presa pelas mãos do capanga.

 

- Você sabia que isso iria acontecer um dia. - falei serio convicto de que ela não era inocente.

- Ele te odiava com todas as forças. - disse com seus olhos mirando um ponto fixo e algumas lágrimas escorreram sem ela ter piscado. - Ele teria feito de tudo pra te prejudicar e eu... eu não consegui para-lo. Eu não consegui convencê-lo de que ele sairia perdendo. Ele apenas queria afastar você da Lorena. - concluiu ainda mirando o nada e sua voz começou a embargar.

- E ele procurou o Lucio pra isso, acertei?

- Chaz procurou ele. Chaz sempre soube que p Jorge faria de tudo pra manter você longe da Lorena e então disse que o Lucio poderia ajudar eles. - disse abaixando sua cabeça.

- É impressionante o dom que vocês têm de fazer merda na vida da Lorena. - esbravejei com nojo.

- Esse tal de Lucio enfeitiçou o Jorge como uma criança que vai a Disney pela primeira vez. Ele viu que fazer com que você e Lorena não ficassem mais juntos seria algo possível com a ajuda do Lucio. Tudo parecia mais fácil. - disse com uma fisionomia pensativa como se se lembrasse de fatos ocorridos e eu apenas me calei analisando-a. - Eu sabia que você tinha matado ele, mas não deixei que Lorena desconfiasse de nada.

 

Ryan estava no canto da sala e parecia tao surpreso e revoltado quanto eu, mas no fundo eu gostava de ter cada vez mais motivos pra querer ter a cabeça do Chaz em minhas maos. Ele havia passado de todos os limites existentes!

 

- Deixe Lorena em paz, Justin. E a única coisa que eu te peço. Você destruiu nossa família. - disse chorando.

- Não, eu não destruir família de vocês. - me irritei ainda entorpecido com as informações. - O seu falecido marido destruiu a sua família tentando me destruir.

- Você não percebe o mal que faz a Lorena? - ela gritou ainda com as suas mãos atadas.

- A única coisa que percebo e que vocês são muito egoístas. Você ia deixar sua própria filha casar com um cara que ela não ama apenas pra você fingir que eu nunca existi na vida dela? Você a ignorou por toda a gravidez só porque o seu marido não conseguiu ter afeto pelos netos dele porque eram meus filhos? Que tipo de merda de mãe você é? - gritei furioso sentindo meu corpo ficar quente.

 

Eu sempre senti a necessidade de cuidar da Lorena e protege-la porque sabia que ela não tinha a atenção dos pais que ela queria. Sempre foi criticada, subestimada, humilhada e tratada sem profundidade. A mãe dela se importava apenas com que os outros podiam ver e não com o que Lorena sentia de fato. Odiava ver e perceber que Lorena era apenas uma boneca sem vida e sem sentimentos diante seus pais. Aquilo me corroía por dentro como se um veneno estivesse bebendo o meu sangue.

 

- Eu tenho nojo de você. - falei com escarnio depois de um breve período de silencio e virei as costas subindo as escadas pra tentar achar a Lorena deixando Ryan tomando conta do andar de baixo.

 

Logo na primeira porta do andar de cima havia um dos meus homens parados na porta e entendi que ali estava Chuck e Alice. Queria entrar, queria vê-los outra vez, mas tudo aquilo ainda era estranho para mim e meu corpo implorava e cobrava que eu fosse atrás de Lorena.

 

- Como eles estão? - perguntei ao capanga que guardava o quarto.

- Estavam brincando, mas agora parece que dormiram. - respondeu com a postura ereta.

 

Assenti satisfeito com a resposta e segui abrindo a próxima porta para achar Lorena, mas era apenas um banheiro. Caminhei rápido ate a porta seguinte abrindo-a e meus olhos foram ate seu corpo sentado em cima da cama já sem o vestido e agarrando as próprias pernas. Seu olhar fitava o nada e ela se sacudia como se estivesse em transe. Seus olhos estavam encharcados e sua fisionomia estava destruída. Meu peito apertou por vê-la assim naquele estado.

Atravessei a porta fechando em seguida e Lorena não saiu da posição. Seus cabelos negros e longos escorriam por todo o seu corpo desnudo que estava sendo coberto apenas pela lingerie branca. Me aproximei vacilante e sentei devagar na cama encarando o seu rosto. Levantei o braço fazendo movimentos vagarosos e assim que meus dedos tocaram a pele gelada e molhada de sua bochecha, ela se afastou abaixando a cabeça.

 

- Esta com medo de mim? - sussurrei triste.

- Eu não quero falar com você. - disse chorosa abaixando a cabeça.

- Lorena, olha pra mim. - toquei seu rosto de leve outra vez fazendo seus olhos brilhantes encararem os meus. - Por que você insiste em deixar tudo mais complicado?

- Por que você insiste em me ferir ate não poder mais? Por que você não me mata de uma vez em vez de destruir minha vida aos poucos? Isso é cruel! - disse chorando.

- Lorena, eu não sei o que estamos fazendo de errado pra que tudo sempre acabe em guerra, mas eu vou sempre tentar outra vez porque eu tenho que estar ao seu lado a qualquer custo!

- Isso é doentio!

- Isso é amor. - rebati colocando uma mecha de cabelo atrás da sua orelha e ela me fitou com seus olhos tristes e lacrimejados.

- Eu tenho medo do que eu sinto por você. - disse se encolhendo nos travesseiros. - É tão errado e machuca, mas eu não consigo parar de voltar pra isso. E como se eu gostasse da sensação de arder no fogo e só me lembro do quanto isso é ruim quando tenho que esperar as queimaduras cicatrizarem.

- Eu quero tentar outra vez, não importa o quanto isso doa porque nada dói mais do que te perder pra outro cara. - falei tocando o seu rosto outra vez e seus olhos ainda estavam presos ao meu.

- Quer saber? - perguntou e em seguida fungou chorosa. - Eu nem sei mais de quem e a culpa. Eu me cobro por não ter confiado em você, mas eu já tinha sofrido tanto e eu tinha certeza que a Kimberly sempre teve vez na sua vida. Ela chegava e eu me sentia um nada porque você sempre tratava ela diferente, sempre! Por quê? Eu não conseguia acreditar que uma pessoa tão boa como você pudesse aceitar a vida que levava apenas pra me manter ao seu lado. Eu destruí você, eu acabei com a sua paz, eu fiz seu passado voltar a tona, eu te vi machucado muitas vezes, eu já achei que você fosse morrer, passei dias sem noticias suas sempre achando que talvez eu não fosse te ver outra vez. Por que você continua se arriscando por mim? Por quê? - disse começando a chorar e meu peito apertou. - Eu não sou nada, nada! Quando eu descobri que você tinha uma filha com a Kimberly, eu me senti um peso na sua vida. - disse e reprimiu o lábio engolindo o choro para continuar. - Vocês são perfeitos um pro outro. Ela pode te salvar mil vezes porque ela foi treinada pra isso. Eu me peguei assistindo você perder a cabeça toda vez que sua vida estava saindo do controle das suas mãos e me diz de quem é a culpa? De quem? - disse esbravejando e se levantou da cama indo pra próximo da janela.

 

Lorena ficou de costas para mim com as duas mãos no rosto e seu choro preencheu o quarto, mas eu percebia a necessidade dela de desabafar tudo que ela não teve oportunidade de falar com ninguém durante todo esse tempo, então continuei sentado na cama acompanhando seu corpo se movimentar pelo quarto.

 

 

- Eu fugi, eu tirei meus filhos de você, eu dei razão ao Chaz, eu não quis te ouvir porque eu não ia aguentar que meu coração fosse esmagado outra vez. - disse sem me encarar com o seu corpo ainda virado de costas e não pude deixar de notar suas curvas naquela lingerie branca. - Justin, - disse finalmente se virando para me olhar com seus olhos tristes. - eu nunca vou ser boa o suficiente pra você, eu não mereço tudo que você faz pra me manter viva. A sua vida fica de cabeça pra baixo quando eu estou nela, tem sempre alguém querendo nos afastar. - suas lágrimas escorriam e ela franzia a testa como se sentisse dor ao falar aquilo. - Por que alguém iria gostar de viver nesse inferno de vida?

 

 

Me levantei, finalmente, soltando um suspiro alto. Seus olhos esperavam uma resposta. Caminhei devagar em sua direção e suas lágrimas me cortavam por dentro. Parei a alguns centímetros dela e sua cabeça estava erguida com seus olhos ainda esquecidos nos meus.

 

- Esse é o meu inferno? Você é o meu inferno? - perguntei tocando seu rosto com uma mão e empurrei seu corpo devagar com o meu ate prensa-la na parede. - Então eu não faço questão de merecer o paraíso. - sussurrei mirando seus lábios entre abertos.

- Isso não é certo. – disse vacilante e eu toquei sua mandíbula com as duas mãos.

- Eu não quero fazer o certo, eu quero fazer o que me faz bem. – sussurrei quase juntando meus lábios ao dela e a percebi suspirar alto.

 

Um choque percorreu meu corpo e podia sentir seu corpo arrepiar. Eu a beijaria depois de tantos tempos apenas com as recordações de seus beijos. Ela estava com elas em minhas mãos depois de passar noite me perguntando se de fato ela tinha existido. Éramos eu e ela apenas num quarto vazio ouvindo nossos corações implorarem por aqui. Lorena se recuperou e levou uma mão até minha nuca me causando o arrepio. Nossos lábios se tocaram de leve e senti a textura deles sobre os meus. Meu corpo agradeceu aquele contato e senti que tinha tudo que eu precisava de novo em meus braços e dessa vez ninguém iria tirar de mim.

 

Tópico: What Make Me Feel Good

Capítulo

Flavia | 05/10/2012

Meninaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Que tudooooooo!
Quero saber o q vai acontecer agora! Por favor posta o próximo cap. logo.
Gente eu quero o Chaz morto!
Quero casamento de Lorena e JB, quero eles na casa nova do JB, quero as crianças chamando ele de papai! QUero tudo!
Esperando super curiosa pelo próximo cap.! bjss

Capítulo

In... | 05/10/2012

Caramba, arrasou muito, amei,amei.
E vc dizendo q n tinha ficado bom. Cara se isso n ficou perfeito me mostre o mais q perfeito pq pqp! kkkk
Vc arrasa muito gatinha!
Posta o próximo logo U.U
Fuii

I

Vitória | 05/10/2012

Perfeitooooooo :)
Chorei demais aqui , Fic mais emocionante do mundo , ameeeei :) continua logo por favor amr

.

Walnuss | 05/10/2012

Esta perfeito, eu nem sei o que dizer?!
Agora o Bieber tem de encontrar o Chaz -.-
Proximo cap. tem de ser hot hahaha
Continua postando (;
Kiss *O*

<3

paola | 05/10/2012

cara, como vc pode fazer isso com a gnt ?? pq parou na melhor parte? isso é judiaçao né clarinha kkkkkkkkkkkkkkkkkk que saudade que eu estava de ler DO, vc n tem noçao. Esse cap ficou maravilhoso, n aguentava mais ver o juju sem a lorena, serio uahauahauh aguardando anciosamente os proximos capituloss de reconciliaçao uahauahauaha graças a deusss

:OOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Ana | 05/10/2012

deus continua se nao vai me dar uma coisinha ma isto eta perfeito!!

Capítulo

Dryellen | 05/10/2012

OMGGGGGGG. Chaaz seu fodido morre capeta kkkkkkkk
a mãe dela vai ficar puta kkkkkk
continuuuuuua lol

Capítulo

Ana | 05/10/2012

SOCOORRRR que capítulo m a r a v i l h o s o!!! pfvr alguém faz um filme, uma novela dessa fic, porque ela é a melhor!!! amei, coisa mais lindaaa

capitulo

Júlia | 05/10/2012

aaaa muito bom cara! que raiva do Chaz, passou da hora de morrer já hahaha continuuuua :3

Capitulo 2

Carol Teixeira | 05/10/2012

WOOL ...
Que eeeeesssooo genteeeem :O
Sério, eu me sentii dentro de tudo isso .. e você acaba na melhoor parte . tsc . menina má!!!
Quero maiis . JÁ!!
Ameeei DIVA!

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