Seja você mesma

POV Lorena

 

"A polícia de Atlanta ainda não tem grandes informações para passar para a imprensa, todas as notícias veiculadas até agora é sobre o fato do local ser um orfanato abandonado e diariamente frequentado por viciados e garotas de programa. O fogo veio de uma explosão, como a vizinhança próxima relatou, mas a polícia pretende não divulgar tudo o que sabe para não atrapalhar nas investigações. Tiros também foram ouvidos, segundo os relatos, o que deixa claro para a investigação que tudo com certeza tenha sido causado prepositalmente.”

Desliguei a televisão sentindo meu coração apertado. Meus olhos ardiam do tanto que eu chorava e eu já havia desistido de tentar me acalmar. Todos os noticiários relatavam a explosão que causou o grande incêndio em Atlanta, mas nenhum deles mencionava o quando Justin estava ferido por isso. Ninguém tinha a menor noção do que tudo aquilo realmente representava e muito menos que havia uma vitima estava em um hospital. A pior parte de indiretamente fazer parte de uma notícia que passa na televisão, é saber que alguém que você ama está ferido e você não pode sair de casa ao menos para tocá-lo e se certificar que ele ainda respirava, pois a próxima a se machucar pode ser você. Ryan me prendia dentro de casa e era algo inquestionável. Até mesmo Jeremy e Pattie concordavam que era melhor que eu não saísse dos metros quadrados que contornavam a mansão. Com isso, tudo que eu sabia era que Justin havia voltado atrás para pegar seu celular e foi arremessado pelo impacto da explosão no muro de concreto. Ryan se machucou menos e pôde tirá-lo de lá a tempo do local ser consumido pelas chamas e a antes que pessoas se aproximassem. Apesar dos machucados, Ryan estava bem, mas Justin havia se machucado feio. Duas costelas quebradas e uma batida forte na cabeça. Era tudo o que eu sabia e era tudo o que eu podia saber. Seu estado estava estável, mas ainda não o suficiente para sair dos olhos clínicos. Sentia saudade, queria vê-lo, mas era impedida. Andava pela casa procurando os resquícios dele, sentindo falta de sua presença, sentindo até mesmo a falta de ouvir sua respiração. Apesar das últimas semanas ele estar focado em seu escritório, pelo menos eu tinha a sensação de tê-lo por perto e saber que ele estava bem. Eu precisava dele, apenas isso. Abracei minhas pernas me sentindo pequena naquele sofá. Já não tinha noção das horas, apenas queria fugir e ir até o hospital.

– Ryan. – o chamei chorosa quando ele atravessou a sala chegando com Fernanda.

– Você sabe que a resposta é não. São ordens dele. – disse seco já imaginando o que eu queria e se sentou no sofá.

– Como ele está? – perguntei derrotada.

– Estava até de bom humor hoje, mas não pode se mover por causa das fraturas, então seu humor está oscilante mais que o normal. – explicou tedioso sentando no sofá.

– Eu quero ver ele. – choraminguei.

– Lorena, só com a ausência no Justin essa semana você não tem a menor ideia de quantos capangas nós perdermos. Era isso que essa pessoa queria, tirar o Justin do caminho. A segurança está fraca, não da pra te transportar até o hospital. – explicou nervoso.

– E o que você quer que eu faça? – gritei. – Eu não aguento mais ficar aqui sem notícias.

– Ele está se recuperando, mas sente fortes dores de cabeça. – falou irônico.

– Isso não me basta! Eu quero ver ele! – reclamei levantando e Fernanda se aproximou.

– Amiga, se acalma. Se Justin souber que Ryan deixou você sair com a situação toda como está, tudo pode piorar. Ele só quer o seu bem. Ele deixou bem claro que não quer que você saia de casa e ele está certo. – falei óbvia.

– Até arrebentado ele é mandão. – reclamei cruzando os braços e ela sorriu.

– Ele deu uma prensa no segurança que tá lá, mandou geral vigiar até suas piscadas e eu daqui já contei umas 89 piscadas, preciso anotar isso. – Ryan disse brincalhão.

– Ryan, isso não tem graça. Vocês podem vê-lo todo dia, mas vocês querem me prender, vocês querem me sufocar aqui. É isso que vocês querem!

– Lorena. – Ryan disse por um suspiro enquanto se levantava. – Há 60 homens aqui, isso é tudo que temos. Você tem que entender que as coisas não são tão simples quanto parecem.

– Porque não posso ser escoltada pelos seguranças da Kimberly? – perguntei petulante.

– Porque a Kimberly tem a rota dela e não pode desfalcar. Não são só os homens do Justin que estão esvaziando. Kimberly também tá bolada perdendo homem pra caralho. Você vai perguntar isso quantas vezes?

– E ninguém faz nada? Vocês não estão preocupados com as pessoas que estão sumindo? Estão preocupados em não resolver a minha questão, é isso? E eu vou perguntar quantas vezes forem necessárias pra você entender que eu preciso ver o Justin.

– Reclama com ele cara. Ele da as ordens e eu levo a culpa? Tomar no cu... – reclamou.

– Porque você não está entendendo a minha situação, esse é o problema. – rebati

– Sou bem compreensivo, entendo todos, mas dou razão ao mais sensato e o Justin está certo. – falou debochado querendo implicar.

– Se bem conheço o Justin, não entendo porque ainda não voltou pra casa se já está acordado. – reclamei cruzando os braços.

– Ele tentou. – Fernanda riu. – Umas mil vezes, mas não consegue nem ficar em pé. – concluindo achando graça.

– Ele deve ter alta por esses dias, se parar de se mexer e foder mais ainda as costas, acho que ele ganha a liberação. – falou tedioso. - Ta tendo uma burocracia do caralho. Sorte que o médico desse hospital aí parece ser amigo do Jeremy e sempre encobre as merdas quando tem que fechar o andar por causa do Justin. A polícia já ta batendo nos hospitais, parece que acharam os corpos, já sabe que ali tinha coisa errada. Ele tá puto lá também. Fica dizendo que você vai fugir que os caralhos a quatro, ta doidinho pra meter o pé.

– Não vou fugir. – reclamei. – Só não aguento mais ficar sendo tratada como se não fosse a esposa dele. Eu tenho direito de saber como ele está. Não posso ao menos usar o celular. – reclamei.

– Ninguém pode. Jeremy alertou que talvez a pessoa estivesse rastreando todas as ligações, ele tá jogando com muita informação como se soubesse todos os passos do Justin e fomos obrigados a concordar com o Jeremy. Nada de celulares ou convencionais.

– Quando isso acaba? – falei sentando no sofá e passando a mão na cabeça.

– Quando pegarmos esse filho da puta. – falou com raiva fazendo Fernanda olhar pra ele. – Você tem certeza que ele não esteve aqui naquele dia, né? – perguntou pela décima vez.

– Tenho, eu fiquei acordada, fui dormir depois das três horas e tinha bastante segurança pela casa, pelo menos um ia ver ele entrando, né?

– Não sei, não. Da ultima vez do fogo foi a mesma coisa.

– Mas na vez do fogo a Kimberly havia deixado pouca gente aqui. – Fernanda recordou.

– Isso é verdade. Acho que o babaca só quis assustar. Deixou o Justin todo atrapalhado preocupado em rastrear a ligação e deu no que deu. Todo fodido. Enfim, vou ver o que tem pra comer nessa casa. – Ryan falou indo pra cozinha e eu permaneci no sofá encarando o nada enquanto Fernanda sentava do meu lado.

– Ele pediu pra te entregar uma coisa. – falou baixo chamando minha atenção e eu a olhei com o coração acelerado fitando em suas mãos um papel dobrado.

Peguei-o com rapidez enquanto ela se divertia com a situação. Abri sentindo meus lábios amolecerem em um sorriso e comecei a ler analisando sua letra perfeitamente desenhada.

“Sei que você quer saber como estou e quer saber isso de mim, então te digo que estou bem, me recuperando apesar de querer logo tirar tudo isso e voltar pra você. Ryan já me informou todas as coisas que você pediu para ele me dizer e eu também estou com saudades. Preciso ouvir até mesmo sua voz brigando comigo, qualquer coisa que me faça lembrar que estou em casa. Não tome atitudes drásticas, não ouse sair de casa, não desrespeite minhas ordens dessa vez, é a única coisa que te peço. Em breve nos veremos. Amo você e meus filhos. Seu Justin.”

Queria segurar o choro, mas as lágrimas caíram sozinhas embaçando minha visão enquanto eu lia. Conseguia imaginar sua voz em cada palavra que eu lia. Meu coração batia rápido e parecia que a saudade havia aumentado.

– Ele não queria que o Ryan lesse, acertei? – perguntei com um sorriso apaixonado me virando pra Fernanda com a carta ainda aberta em minha mão.

– Exatamente. – concordou rindo. – Ele sabia que se entregasse pro Ryan, ele ia abrir para ler e ia ficar tirando sarro, então ele esperou estarmos sozinhos e me entregou.

– Ele é perfeito. – sussurrei voltando a olhar a carta ouvindo a respiração de Fernanda sair por um suspiro.

Não sei quantas vezes li e reli aquilo em minhas mãos, mas meu sorriso não saía de meu rosto em momento algum. Eu precisava ouvir sua voz, eu precisava olhar em seus olhos. Eu apenas precisava dele. Todos esses dias eu senti completamente perdida e sem escolhas. Eu só tinha que sentar e esperar, porem estava nervosa demais pra me manter sentada e ansiosa demais para me manter esperando sem fazer nada, mas aquela carta me fez voltar aos trilhos. Eu estava sorrindo depois de dias que eu não sorria. Fernanda já havia me deixado sozinha na sala e ido atrás do Ryan, pois eu estava em um momento apenas meu com aquele pedaço de papel importante. Respirei fundo distraindo meus olhos da carta e me levantei do sofá caminhando devagar até as escadas e me dirigi até o quarto das crianças. Empurrei a porta devagar sem ser notada e Emma tentava distraí-los com brincadeiras e brinquedos. Pattie passava mais tempo no hospital do que me ajudando e já havia perdido a noção dos dias que eu não falava com a minha mãe. Eu não tenho sido uma mãe atenciosa, eu não tenho conseguido me manter focada neles. Tinha medo e me sentia sufocada com as perguntas sobre Justin. Eu já não sabia mais o que responder. Apenas queria ter uma vida normal, queria levar meus filhos a escola e poder mostrar coisas da vida, mas decidi estar ao lado do Justin a qualquer preço e isso significava não ter uma vida normal. Não sei quanto tempo duraria, mas eu não estava apenas me sacrificando, estava também sacrificando os meus filhos e mais que eu, Justin também se sentia culpado. Não havia muito o que se fazer a não ser esperar.

 

POV Justin

3 dias depois.

Não aguentava mais o barulho no monitor de batimentos, não aguentava mais o gosto daquela comida, não aguentava mais ficar na mesma posição, não aguentava mais ficar sem sexo, não aguentava mais nada. Queria me recuperar e voltar a ativa, estava perdendo tempo naquele hospital maldito. Já estava perdendo o juízo com a falta da Lorena. Chegava pensar na hipótese de deixa-la vir até aqui só pra pudesse ter alguns minutos com ela. Precisava do seu corpo, precisava saciar toda a falta que ela estava me fazendo. Minha mãe não estava no quarto quando acordei, mas com certeza estava pelo hospital pois não havia arredado o pé daqui até agora. Não conseguia me mover por causa do gesso meu meu tronco, se não já teria voltado para casa.

– Boa tarde, Justin. Como se sente? – a porta foi aberta com rapidez e o médico adentrou mudando meu foco de visão rapidamente.

– Bem. Posso ir para a casa? – respondi impaciente fazendo-o rir.

– Tenho boas notícias. Vou tirar o seu gesso, seu pai me convenceu em deixar você com o resto da recuperação em casa.

– Meu pai? – perguntei sem entender.

– Sim, mas você ficará em repouso absoluto em casa, estamos entendidos? – falou me olhando por cima dos óculos.

– Não posso prometer. – dei de ombros fazendo o médico retribuir com um sorriso.

Após a retirada do gesso, o médico pediu pra eu fazer alguns movimentos e informar para ele se sentia dor ou não. Uma leve pontada ainda gritava em minhas costas, mas o que estava me matando mesmo era aquela dor de cabeça. Mas como ele mesmo me informou, todos os raios-x tirados nesse tempo que estive no hospital não indicavam nada, apenas um inchaço que logo seria desfeito. Só precisava sair daquele hospital. Precisava colocar os planos em ordem. Deixei minha mãe dirigir muito a contragosto e saímos do hospital com um carro nos guiando. Sacudia minhas pernas ansiosamente. Não via a hora de chegar na minha casa e ver minha mulher e meus filhos.

– Tem certeza que não quer avisar que está indo pra casa? – minha mãe perguntou com um sorriso largo.

– Não, quero fazer surpresa. – falei sorrindo de canto.

– Capaz da Lorena ter outro filho quando te ver.

– E tu vai adorar ter mais um pirralhinho pra brincar. – impliquei fazendo-a rir alto.

– Vê se para um pouco em casa, dê atenção a ela. Não vai que nem louco atrás dessa pessoa, meu filho. Seus filhos precisam de você. – disse preocupada misturando os meus sentimentos.

– Preciso acabar com isso logo. – falei seco.

– Eu sei que você não vai ficar de repouso com o médico mandou, isso já é de se esperar, mas pelo menos tire um dia pra ficar em casa com eles. – disse ainda no mesmo tom e eu me calei.

Avistei o portão da minha casa e minhas mãos formigaram. Já havia perdido as contas dos dias que não via Lorena e era louco o que essa garota fazia comigo. Todo dia que passei naquele quarto fez com que eu me distanciasse um pouco dos problemas e notar o quanto ela era especial pra mim. Mesmo que em momentos de desespero ela tenha fugido, eu não tinha duvidas de que ela voltaria para mim. Ela vivia sua vida por mim e mal podia ser exatamente quem era ela porque preferiu ser qualquer coisa que tem que ser para estar ao meu lado. Minha cabeça rodava como meu corpo já estivesse reagindo a tal proximidade. Passamos pelo portão e me sentia um viciado a passos de sua droga. A queria em minhas mãos.

 

POV Lorena

– Lara Alice, não puxe o meu cabelo. – a repreendi sentada no chão do quarto deles rodeada por seus brinquedos enquanto Chuck pulava na cama desesperando a Emma. Aquele dois enlouqueciam qualquer um.

– Mas ele é tão gandão. – Alice disse de forma engraçada me fazendo rir.

Prendi o cabelo em um coque frouxo e a puxei pro meu colo começando a morder a lateral de sua barriga enquanto sua risada alta preenchia o quarto. Havia acordado de bom humor, apesar de não conseguir desviar meus pensamentos de Justin um segundo se quer. Pelo menos cada dia que passava era menos um dia que eu esperava, isso me reconfortava. Meu peito ainda doía cada vez que pensava em seu rosto e meu corpo implora por um abraço, um mínimo toque que fosse. Me perdi em meus pensamentos balançando a cabeça de leve para voltar ao normal. Estava cansada por ter passado boa parte daquele dia brincando com eles, mas aquilo me fez bem. Olhei em meu relógio e a hora havia corrido.

– Meu Deus, são 7 horas já. Esses porquinhos precisam de um banho e cama.

– Ah, não, mãe! – Chuck cruzou os braços sentando na cama.

– Quer ficar sujinho, é? – perguntei me levantando e ele assentiu.

– Eu já tomei muito banho hoje. – reclamou.

– Banho de piscina não conta. Vamos, anda, anda. – falei batendo palma e os dois correram para o banheiro. – Cuida disso pra mim. – pedi morta de cansaço a Emma e ela assentiu.

Guardei todos os brinquedos dentro do baú e arrumei suas camas. Separei os pijamas deixando-os em cima das camas e acendi os abajures. Podia ouvir a bagunça que os dois faziam na banheira, mas aquilo me fazia sorrir. Mirei uma prateleira e meus olhos se prenderam naquela fotografia de ambos com o Justin. Sorri emocionada sentindo mais falta dele. Tudo naquela casa parecia brincar com meus sentimentos. Me aproximei pegando o porta-retrato em minhas mãos e passei o indicador em cima do seu rosto.

Queria tanto que ele estivesse aqui. Coloquei o objeto no local assim que ouvi a porta do banheiro abrindo e Chuck e Alice saindo de roupão de banho. Arrumei os dois com a ajuda de Emma e embaixo desembaraça o fios lisos de Alice, Emma ajeitava Chuck na cama.

– Pode ir descansar, Emma. Eu fico aqui com os dois. – sorri terminando de pentear Alice.

– Não, dona Lorena, eu posso ficar não vejo o menor problema e além do mais a senhora está cansada. – disse preocupada.

– Não, tudo bem, pode ir. Eu quero ficar um pouco com eles. – falei fazendo-a assentir.

– Então, boa noite. – falou um pouco envergonhada.

– Boa noite. – falei guardando a escova na penteadeira enquanto Alice se ajeitava em sua casa.

– Boa oite, tia Emma. – Alice disse manhosa fazendo-a sorrir enquanto saía do quarto.

– E então? Qual história vocês querem que eu conte? – falei sentando na cadeira espumada que ficava no meio da cama dos dois.

– Eu quelo a historia da bailarina. – Alice disse ficando tristinha. Só Justin sabia contar a tal história da bailarina e toda noite Alice pedia para ouvir a mesma historia.

– Minha filha, mamãe não conhece essa história. – falei cabisbaixa me sentindo péssima por isso.

– Essa história é de menina! – Chuck reclamou.

– Num é de menina! – Alice defendeu emburrada. – É a história do meu papai pa mim. – disse agarrando seu ursinho de pelúcia de dormia com ela.

– Mas seu pai não está aqui, Alice. – falei retorcendo os lábios.

– Quem disse?

Ouvir sua voz fez meu corpo todo se arrepiar. Era como um alarme avisando para todos os meus sentidos que tinha que perder o controle naquele exato momento. Meu coração fazia seus movimentos rápidos involuntariamente, minha mente girava e eu apenas virei meu rosto vendo aquele sorriso perfeito e seu corpo encostado a porta despreocupadamente.

– Papai! – ambos gritaram e as lágrimas marejaram os meus olhos.

Meu anjo estava ali. Me levantei desesperadamente e corri para seus braços sentindo suas mãos tocarem minhas costas. As lágrimas de alivio já desciam em meu rosto. Era ele em carne, osso, cheiro... não era uma miragem. Segurei seu rosto com minhas mãos sem acreditar no que eu estava vendo. Felicidade era outra coisa. Isso que eu sinto olho em seus olhos é um sentimento que não pode ser descrito.

– Eu não acredito. – falei com a voz falha enquanto um sorriso convencido estampava seu rosto.

Recebi um selinho demorado e abracei seu rosto sentindo mais do seu cheiro.

– Eca. Mãe, que nojo! – Chuck reclamou e nos afastamos rindo.

Justin correu até a Alice pegando-a no colo com um pouco de dificuldade. Paracia que suas costas ainda doíam. A garota ria com um humor que eu não via nela desde quando Justin não voltou pra casa.

– E você, moleque? Não estava com saudade de mim? – Justin perguntou bagunçado o cabelo de Chuck que sorriu.

– Você quer me matar? – falei feliz indo pra perto deles. – Como você aparece assim se me avisar.

– Queria fazer surpresa. – deu de ombros.

– Dona Lorena, a senhora está bem? Eu ouvi uma gritaria e... – Emma chegou ao quarto preocupada quando deu de cara com o Justin. – Ah, senhor Justin, o senhor voltou? – perguntou tímida, mas soltando um sorriso.

– Voltei com disposição o suficiente para que você não me chame mais de senhor. – disse implicante fazendo-a corar e eu ri.

– Desculpe. A senhora precise que eu fique com ele? – perguntou se direcionando pra mim.

– Não, eles são já vão dormir. – assegurei.

– Negativo. – Justin se precipitou. – Emma, pode ficar aqui. – falou mandão. – E você, - se virou pra mim segurando minha mão. – vem comigo. – concluiu com um sorriso safado e me puxou pra fora do quarto.

– Justin, o que você está fazendo? - falei rindo enquanto tropeçava em meus próprios pés conforme Justin me puxava.

Entramos no quarto e Justin fechou a porta e se voltou pra mim com um sorriso fraco.

– Eu estou com tanta saudade de você que todas as enfermeiras já estavam ficando com a sua cara. – falou rodeando minha cintura e me puxando para perto.

– Ah é, é? E você fez com alguma as coisas que faz comigo? – perguntei sacana abraçando sua nuca.

– Vai saber... foram muitos dias sem você. – implicou feito uma criança.

– Você não ousaria fazer isso.

– Como você sabe? – sussurrou quase juntando nossos lábios e eu mal podia acreditar que ele estava ali.

– Justin? – perguntei quase acreditando naquela brincadeira e seu riso saiu pelo nariz.

– Não há ninguém como você, nem se eu me esforçasse muito alguma delas ali ia parecer com você, você é única. – falei mirando meus olhos e senti meu corpo ficar mole. Minhas pernas bambearam e cada reencontro era como se fosse nosso primeiro olhar.

– Eu estava com saudade. – falei manhosa e ele sorriu.

– Eu ainda estou. – falou rouco e em seguida juntou nossos lábios num beijo calmo. Abracei suas costas.

Sua língua se encontrou com a minha e senti o gosto que só ele tinha. Meu coração estava inteiro, sem cortes, sem rupturas. Me sentia tão feliz que mesmo o beijando, não conseguia parar de sorrir. As mãos de Justin me tocavam firme e eu poderia ficar para sempre em seus braços que nada me faltaria. Nossos lábios se separaram e ele me fitou olhando profundamente em meus olhos com a expressão séria.

– Antes de qualquer coisa, quero que você saiba de uma coisa. Você nunca será minha segunda opção. Mesmo que você ache que eu vivo para matar meu passado, dentro de mim eu tenho a certeza que faço isso apenas por vocês e quero que você tenha essa certeza também. Se alguma vez eu fiz você acreditar que era minha segunda opção, me desculpa. Na verdade, quem vem primeiro sou eu, eu mesmo e minha felicidade e minha felicidade é você. Nada nunca vai interferir nisso, mesmo que eu pareça distante outras vezes, eu quero que você guarde essa certeza dentro de você. Eu só quero que você tenha consciência que eu me preocupo apenas com nós dois e nossos filhos. Eu posso passar a semana inteira fora, mas é com você eu planejo passar o resto dos meus dias nessa vida. Você não precisa se preocupar porque você ocupa não só o meu coração como a minha vida inteira. E eu deveria ter mostrado isso pra você desse o começo, eu deveria ter feito você perceber tudo isso, eu não deveria deixar você insegura. Me desculpa. – falou desesperado segurando o meu rosto. – Eu tenho sido um péssimo namorado, um péssimo marido, mas confia no que eu sinto por você. Eu não faria nada que nos quebrasse para sempre.

– Justin. – falei fraco tentando acalmá-lo, mas aquilo havia apertado meu coração. Essas conversas sempre tinham um tom de despedida. – Por que isso? Por que você está me falando isso agora?

– Porque eu fiquei tempo ocioso o suficiente pra perceber que eu mal te dou atenção, eu sou um merda. Você deveria estar numa família normal e...

– De novo essa história? Você se culpa por eu amar você, eu já sei disso, mas Justin... eu mereço ser feliz e eu só posso ser feliz com você, de qualquer jeito. Eu poderia estar embaixo de um viaduto, eu poderia passar fome, eu poderia ter uma doença, eu poderia aguentar qualquer coisa com você do meu lado. – falei e ele desviou os olhos. Segurei seu rosto trazendo sua atenção de volta pra mim outra vez. - Você não é o meu mundo, você é o meu Sol eu já disse. E sem o Sol o meu mundo fica nublado, escuro, frio. É você que me mantem aquecida. Eu não me importo com nada, eu me despi de toda minha índole, tudo o que eu achava certo, errado, tudo que eu repreendia. No começo eu não podia ouvir falar em morte, eu não poderia pensar em você matando alguém, mas eu já estou com você há quase quatro anos e tudo que me importa é que se mantenha vivo, volte pra casa vivo, custe o que custar. Eu não me importo com a vida que eu levo, eu queria sim ter uma família normal, mas eu acredito que um dia nós teremos, e pronto... não tem com o que se preocupar. Eu sou sua, de qualquer maneira, em qualquer lugar, em qualquer situação.

– Eu te amo. – disse fraco abraçando o meu corpo e eu respirei aliviada.

– Eu tenho medo que você decida me deixar apenas por achar que é melhor pra mim.

– Isso seria muito coisa de filme. – falou dando de ombros e afastando nossos corpos.

– Ah, e você acha que nossa vida não tem nem um pouquinho a ver com um roteiro de filme? – falei cruzando os braços deixando um escapar um sorriso.

– A mocinha se apaixonou pelo cara mau... é talvez. – falou analisando.

– Você não é mal. – falei tacando um travesseiro nele enquanto sentava na cama.

– E você não é mocinha. – falou fazendo uma careta e eu ri.

– Hoje eu posso ser o que você quiser. – falei manhosa enquanto ele fitava minhas pernas enquanto vinha pra cima de mim.

– Então seja você mesma. – falou deitando do meu lado e mantendo os olhos em mim. – Seja a minha Lorena e me dê prazer como só você sabe, já é o suficiente.

Sentia a textura de seus dedos em meu coro cabeludo enquanto sua outra mão segurava meu rosto. Seus lábios macios e rosados tocaram os meus e eu poderia beijá-lo para sempre. Um arrepio percorreu por todo o meu corpo e já podia sentir cada pare minha retribuindo seu toque. Meu corpo implorava por ele como se tivesse vida própria. Só ele podia comandar tudo desse jeito. Por isso acredito que algumas pessoas são feitas para outras, pois não há nada que se encaixe melhor em mim do que ele. O amor acontece quando você olha nos olhos de uma pessoa e ama sem justificativa... não há um porquê, você simplesmente sabe que ama, que mataria e morreria por aquela pessoa. O amor acontece quando você sabe que daria sua vida em troca da felicidade de outra pessoa e eu me sentia exatamente assim pelo Justin. Por fora eu poderia parecer orgulhosa, mas se discutir comigo era a única maneira dele extravasar tudo de ruim que ele sentia, eu apenas assinaria embaixo, pois eu simplesmente quero vê-lo bem.

– Senta aqui. – Justin falou baixo batendo em sua coxa enquanto encostava suas costas na cabeceira da cama.

– Esta sentindo dor? – perguntei preocupada sentando em seu colo e frente pra ele.

– Pra caralho. – falou reclamando.

– A gente pode deixar pra amanhã. – falei mordendo o lábio inferior enquanto suas mãos repousavam em minha cintura.

– Tá maluca, porra? Se você dormir eu vou te foder dormindo, você não tem noção de como eu estou. – falou e eu achei graça.

Me aproximei de sua orelha descendo as mãos em seus braços e sentindo seus músculos.

– E como você está? – sussurrei e já podia sentir sua excitação embaixo de mim. Suas mãos apertaram minha cintura e ele fechou os olhos sem responder.

Passei a mão por sua barriga o ouvindo arfar. Levantei sua blusa e a tirei com cuidado para que suas costas não doessem. Me levantei ficando em pé na cama e comecei a me despir provocantemente enquanto seus olhos sedentos miravam cada parte do meu corpo. Rendi meu short jeans junto com a calcinha permanecendo apenas com a blusa. Justin fitou meu meio passando a língua na boca. Não sabia de onde estava vindo aquilo, mas eu estava louca por aquela momento. Me aproximei dele apoiando uma perna encima da cabeceira da cama que ele se encostava e deixei minha perna aberta bem em frente ao seu rosto. Justin automaticamente segurou minha coxa com força e começou a me lamber. Sentia sua língua passear por meu clitóris. Fechei os olhos passando os dedos por seu cabelo enquanto ele parecia chupar seu sorvete preferido. Gemi baixo sentindo que Justin deixava meu corpo cada vez mais rígido e rendi a perna o deixando com água na boca. Olhei aquela cena e sorri pra mim mesma.

– O que você está fazendo? – perguntou abobalhado.

– Sendo eu mesma. – respondi dando de ombros e ele sorriu.

– Fico louco quando você fica assim. – falou me fitando e eu tirei minhas blusa fazendo com seus olhos viessem até meus seios.

– Eu sei. – dei de ombros e sentei no colo.

Suas mãos ágeis logo apalparam cada seio enquanto ela beijava meu pescoço com ânsia. Rebolei em cima do seu pênis ouvindo-o gemer. Saí de cima dele outra vez e ele deslizou sua bermuda junto com sua boxer por toda sua perna deixando amostra seu mastro. Segurei pela base me posicionando no meio de suas pernas esticadas e passei a língua na cabecinha fazendo o fechar os olhos e tombar a cabeça pra trás. Comecei a estimula-lo enquanto suas mãos se perdiam em meus cabelos até ele fazer um rabo de cavalo e começar a domar os meus movimentos em seu pênis.

– Eu não vou aguentar. – disse com dificuldade e eu continuei percebendo sua barriga se contrair e em seguida seu jato quente preencheu minha língua enquanto seu corpo entrava em transe.

Não o deixei amolecer e subi em cima dele encaixando seu corpo ao meu e começando a cavalgar. Justin me olhava com a testa franzida e puxava o ar pelos dentes como se eu estivesse o torturando. Gemia fraco sentindo seu pênis deslizar por todo o meu espaço.

– Meu pai tá quase explodindo dentro de você. – disse entredentes.

– Você aguenta. – falei sem parar de cavalgar enquanto agarrava suas costas e nosso suor se misturava.

Me levantei rapidamente sentando de costas pra ele e deitei meu corpo sobre o dele matando minhas pernas abertas enquanto ele fazia o movimento para me preencher. Sua mão direito passou pela frente do meu corpo indo até o meu meio e começou a estimular o meu clitóris enquanto me preenchia. Gemi alto sentindo o ápice se aproximar e cavalguei mais forte para que seu pau batesse no fundo da minha vagina. Gemi manhosa ouvindo sua respiração em meu ouvido e gozei fazendo minhas pernas tremerem. Sem demorar muito, Justin liberou suas mãos de meu clitóris e agarrou o lençol gozando também. Cavalguei um pouco mais até cair derrotada do seu lado.

– Eu não posso sair dessa posição. – reclamou e eu virei meu rosto rindo. – Deita aqui. – disse batendo em sua barriga enquanto terminava de vestir sua boxer.

Procurei por sua camisa e voltei apoiando meu rosto em sua barriga. Seus dedos começaram a fazer um carinho em meus cabelos e eu sorri pra mim esma sentindo meu corpo pesar com o cansaço. Poderia finalmente dormir em paz, pois não precisava dormir torcendo para que no dia seguinte ele chegasse. Ele já estava aqui.

Comentários

J

Vitória | 05/02/2013

Perfeito demaaaaaaais . Continua

Seja você mesma

Carol Teixeira | 05/02/2013

Awn. que lindo.. Ficou mt booom!!
Eu fico tipo: angustiada junto com a Lorena.. juro! As coisas tem que se resolver gentem!! ..

Seja voce mesma

Mikaela | 04/02/2013

Ownnnnnnnnn amei, perfeitooooooooooo! Continuaaa

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