Preciso Que Ela Não Esteja Aqui

 

Uma semana depois

Sentia cansaço só de imaginar que teria que arrumar todas as malas para ir embora daquele paraíso. Uma semana aqui passou feito poeira e já me sentia triste só de pensar em ir embora. Justin ainda dormia enrolado com Alice enquanto Charles, que já havia tomado banho, assistia televisão bastante atento ao desenho com um pedaço de pão na mão. Suspirei fundo terminando de arrumar meu cabelo já que havia acabado de sair do banho e em seguida sentei na cama chamando Justin para levantar e acabei acordando Alice também.

– Já vou. - resmungou sem abrir os olhos enquanto Alice sentava ao seu lado e olhava o nada ainda com o torpor no sono.

Dei um beijo no ombro de Justin e peguei Alice no colo para que eu pudesse levá-la ate o banheiro para um banho que a despertasse.

– Mamãe, eu vi um moço muito feio. - disse fraquinho enquanto eu passava shampoo em seu cabelo.

– Aonde, minha filha?

– No meu sonho. - choramingou.

– Ei, meu amor, não fica assim. - falei parando para olha-la.

– Ele não gostava de mim nem do meu irmão. - disse ainda triste.

– Olha, foi apenas um sonho. - tentei sorrir. - Vocês dois são duas crianças lindas, por que alguém não iria gostar de vocês? - perguntei e ela abaixou a cabeça ensaiando um sorriso.

Acabei de arrumar Alice e segurei sua mão para que voltássemos até o quarto onde Justin estava acordado vendo o desenho com o Chuck. Alice parecia tristinha ainda e assim que o viu, foi ate a cama e subiu com dificuldade ate se agarrar ao pescoço do pai. Justin me olhou confuso e eu abracei os próprios cotovelos um pouco apreensiva. Alice era uma criança muito especial. Mesmo sem se lembrar do pai, sentia falta dele enquanto estávamos no Canada. Parecia que ela podia pressentir as coisas e eu confiava em seus sentimentos. Retorci o lábio e Justin abraçou as costas dela e com a outra mão acariciou o seu cabelo. Não quis me meter no momento dos dois, então andei para começar arrumar as coisas e notei seu rosto tombado no ombro dele e seus olhos abertos como se pensasse em algo.

– O que foi? - Justin perguntou colocando ela de frente e apenas observei.

– Eu nao quelo que dotê vai embola de nodo. - choramingou e Justin me olhou exigindo explicações. Quase chorei sentindo meu coração apertar.

– Quem disse pra você que eu vou embora? - perguntou forçando o cenho e agora ate Chuck olhava para eles. Alice abaixou a cabeça assustada e Justin voltou a me fitar.

– Ela teve um sonho. - expliquei e ele revirou os olhos.

– Alice, sem drama por causa de sonho, né? Sonho é sonho. - disse sem paciência e ela enxugou as lágrimas com a parte de cima da mão e franziu a testa do mesmo jeito que Justin fazia quando estava irritado.

– Dotê é muito chato, a mamãe não bliga comigo. - disse visivelmente irritada por Justin ter a repreendido e eu ri pelo nariz.

– Eu sou chato e você é dramática igual a sua mãe. - rebateu brincando como se tivesse a mesma idade que ela e Chuck riu.

Acabei de arrumar tudo e estava exausta. Deitei na cama enquanto as crianças corriam pela suíte e Justin terminava de se arrumar.

 

***

 

Aterrissamos em Atlanta e os pequenos estavam inquietos. Justin não saiu do celular um segundo se quer. Uma hora parecia falar com Ryan, outra hora parecia falar com a Kimberly e eu fiz questão de não me importar a partir do momento em que ele foi estúpido e seco ao dizer que não era nada demais. Saí do jatinho segurando Alice nas mãos enquanto Justin levava Chuck e só então me toquei que estávamos no gramado de nossa casa. Finalmente as obras tinham acabado e eu sorri involuntariamente ao perceber que estava eu meu paraíso particular.

– Não acredito que estamos aqui. – falei feliz colocando Alice no chão e os dois correram entrando em casa.

A segurança no local já estava reforçada e Justin olhava tudo com a cara emburrada. Desmanchei meu sorriso assim que olhei para ele e me virei indo em direção a casa enquanto alguns capangas pegavam as malas no jatinho. Por causa do incêndio que havia consumido boa parte dos móveis, algumas coisas estavam diferentes e com certeza aquilo tinha o dedo da Pattie. Justin não levava o menor jeito para decoração e eu ficava feliz porque pelo menos eu e ela tínhamos os gostos parecidos. Ainda olhava a sala totalmente encantada ouvindo os gritos de Chuck e Alice quando notei Justin cruzando a porta ainda com a mesma expressão e passando direto até o escritório. Respirei fundo para não começarmos uma briga e resolvi deixa-lo sozinho. Subi as escadas e entrei no meu quarto. Estava perfeito, muito melhor do que o antigo. Ali a mudança havia sido muito maior pois a parte de cima da casa havia sido a mais afetada. A colcha de seda que cobria a cama era perfeita e em cima dela avistei um papelzinho. Me aproximei pegando-o em minhas mãos.

 

“Aproveitem a nova casa e espero que vocês usem essa cama para que eu tenha mais netos lindos. Com amor, Pattie.”

 

Sorri pra mim mesma com tamanha fofura e guardei o papelzinho em cima da estante. Saí do quarto ouvindo a gritaria de Chuck e Alice e caminhei até o quarto dele sempre surpreendida por uma babá que já estava brincando com eles naquele quarto que mais parecia um circo. Cruzei os braços parada na porta analisando os três até que ela me olhou e corou um pouco sem graça.

– Oi, dona Lorena. – disse se aproximando. – Eu sou Emma. A Pattie me contratou como babá. – sorriu com vergonha e eu sorri de volta.

– Tudo bem. – assenti. – Pelo visto já estão se entendendo.

– Estamos sim, eles são umas gracinhas. – falou olhando para eles.

– Mamãe, olha que lindo! – gritou Alice espevitada me puxando para dentro do quarto e só assim notei a coleção de Barbie em cima de um baú cor-de-rosa no canto do quarto. O espaço parecia maior e era bem dividido entre Chuck e Alice. Pattie definitivamente era melhor no quesito “agradar”.

Enquanto Alice se distraía com as bonecas e Chuck com os carrinhos, dei as instruções para a babá sobre o banho e a janta e em seguida voltei para o meu quarto percebendo que haviam trazido as minhas malas deixando-as na porta no meu quarto. Peguei-as colocando para dentro e decidi que faria aquilo depois. Fui para o banheiro e deixei a banheira enchendo enquanto voltava para o quarto e separava uma roupa. Entrei no closet e enquanto procurava uma blusa larga do Justin para vestir e dormir, ouvi a porta sendo aberta e olhei de volta para o quarto vendo-o passar correndo até o banheiro. Aquilo estava estranho e eu já havia decidido não perguntar nada sobre o que estava acontecendo e deixa-lo em paz com os seus negócios, mas toda aquela agitação já estava me deixando nervosa. Voltei com a roupa na mão para o quarto e as deixei em cima da cama. Fui para o banheiro e fechei o registro da banheira notando que Justin tomava banho no box. Me despi e coloquei os sais de banho dentro da água e entrei relaxando sem esboçar qualquer opinião sobre o silencio dele. Era como se não estivéssemos no mesmo lugar. Peguei a esponja e comecei a esfoliar minha pele enquanto meus pensamentos não me deixavam sossegar. Depois de alguns minutos, Justin abriu a porta do box e enrolou uma toalha na cintura rapidamente passando por mim sem dizer nada e saindo do banheiro. Respirei fundo completamente confusa. Não tinha como decidir “não se importar”, pois parecia que ele estava fazendo de propósito para me afrontar. Neguei com a cabeça completamente chateada com aquilo, mas terminei meu banho enquanto lavava minha cabeça tentando não surtar. Ouvi a porta sendo aberta e olhei vendo-o passar sem camisa e de calça e supras já vestidos e ir até o lavatório colocar pasta de dente em sua escova e em seguida começou a escovar com forçar e rapidez.

– O que está acontecendo, Justin? – perguntei me rendendo ao estresse e pegando uma toalha para sair da banheira.

Ele parou de escovar e me olhou por alguns segundos até negar com a cabeça como se me dissesse que nada estava acontecendo e em seguida voltou a escovar os dentes se olhando no espelho.

– Nada? Por que você está assim? – perguntei mais uma vez já em pé com a toalha enrolada no corpo enquanto ele colocava água na boca sem me responder.

Revirei os olhos perante o seu silêncio e saí do banheiro indo até o quarto. Enxuguei meu corpo e em seguida enrolei a toalha no cabelo. Vesti a calcinha, o sutiã e coloquei seu blusa de manga em mim que me cobria até o meio da coxa. Peguei uma escova na penteadeira e me sentei no meu da cama tirando a toalha do cabelo. Meu olhar se fixou no nada enquanto eu tentava imaginar o que estava acontecendo. Comecei a pentear meu cabelo e ele voltou para o quarto pegando sua camisa no closet e a vestindo.

– Vai sair? – perguntei já sabendo a resposta.

– Vou. – disse pegando as chaves em cima da penteadeira e finalmente me olhou. – Será que você pode não sair de casa? – perguntou num tom sério.

– Eu estou com roupa de quem vai sair de casa? – rebati no mesmo tom que ele e ele assentiu.

– Ótimo. Daqui a pouco eu volto. – disse abrindo a porta.

– Ei, peraí! – gritei me levantando. – Aonde você vai?

– Resolver uns problemas. – respondeu voltando alguns passos atrás e fechando a porta.

– Que problemas? Acabamos de voltar!

– Problemas que acontecem quando eu não estou aqui. – falou seco.

– E não pode me dizer o que é antes de sair e me deixar sozinha? – falei cruzando os braços e ele desviou o olhar estalando a língua no céu da boca.

– Mataram uns capangas da Kimberly. – disse ainda sem me fitar.

– Como? – perguntei assustada.

– Isso que eu estou indo saber já que ninguém consegue fazer nada sem eu estar aqui. – falou visivelmente aborrecido.

– Eu não quero que você vá. – falei mandona e ele riu de canto.

– Não é você que decide isso.

– Justin, por favor, nós mal acabamos de chegar. Você nem foi ver o quarto das crianças. Primeira noite de volta na nossa casa e terei que dormir sem você?

– Já disse que daqui a pouco eu volto, não vou demorar.

– Justin, mas mesmo assim, você...

– Já falei o que você queria saber. – falou me cortando e abriu a porta e em seguida bateu-a com força na minha cara.

Mordi o lábio sentindo as lágrimas marejarem os meus olhos. Eu estava completamente surpresa com a sua atitude. Odiava quando ele ficava assim, mas no fundo eu sabia que a preocupação sempre domava sua cabeça fazendo ter atitudes grosseiras comigo. Não fui atrás, meu orgulho não deixou. Peguei a toalha de cima da cama com raiva e levei até o banheiro tentando segurar o choro e em seguida voltei para o quarto. Respirei fundo secando algumas lágrimas insistentes e saí do quarto indo até o quarto das crianças. Abri a porta devagar notando que Emma fazia-os dormir enquanto contava uma história. A raiva passou um pouco vendo-os ali tão calminhos e por um segundo pedi a Deus que jamais deixasse Justin esquecer que ele tinha uma família que precisava dele. Não quis chamar a atenção para mim então fiquei apenas alguns segundos analisando a cena e em seguida fechei a porta. Desci até o primeiro andar e pelo menos nessa casa os seguranças não ficavam do lado de dentro tirando minha privacidade. Preparei um sanduiche ainda sentindo meu peito apertado por Justin ter fechado a porta na minha cara. Comi completamente sem vontade só apenas para cessar o barulho do meu estômago. Enchi um copo de suco pronto que estava na geladeira e o deixei vazio em cima da pia. Voltei para o quarto e fitar aquela cama vazia só apertou o meu peito mais ainda. Fui até o banheiro, fiz a higiene bucal e voltei para o quarto. Apaguei a luz deixando a luz de fora da casa entrar pela janela e iluminar o quarto parcialmente. Descobri a cama deitando na mesma e assim que coloquei minha cabeça no travesseiro, senti sua falta como se não o visse há dias. Respirei fundo não querendo chorar, mas era impossível. Eu sempre teria medo de perdê-lo. Sabia que o medo rondava toda sua atmosfera e isso me assustava. Abracei um travesseiro com os sentimentos misturados dentro de mim, queria apenas sentir raiva de sua atitude, mas minha preocupação ocupava cada espaço dentro de mim. Depois de muitos minutos deixando os pensamentos me torturarem, minhas pálpebras começaram a pesar e me rendi ao sono.

Uma luz invadiu o quarto e despertei do meu sono leve vendo pela sombra, Justin atravessar a porta. Não sabia que horas eram, mas respirei aliviada sem me mover. Meu coração relaxou do apertão. Justin fechou a porta e foi até o banheiro. Apenas ouvia os barulhos de suas ações. Notei o barulho da ducha e depois de minutos a porta do banheiro abriu. Seu celular tocou baixo e ele atendeu de imediato e começou a sussurrar para que eu não “acordasse”.

– Alô?... já estou em casa...eu sei... amanhã vemos isso... ok. – falou rapidamente e em seguida entrou no closet.

Presumi que tivesse ido vestir uma boxer, pois sem demoras ele voltou e deitou na cama se debruçando em cima de mim para ver se eu estava dormindo e eu fechei os olhos. O ouvir bufar e depositar um beijo na minha bochecha e em seguida aninhar meu corpo ao dele.

– Eu sei que você não está dormindo. – disse em meu ouvido com a voz mais relaxada me dando um leve susto.

– Difícil dormir com uma porta na minha cara. – falei fingindo uma irritação que já não havia mais em mim desde a hora que ele havia voltado, mas não queria dar o braço a torcer.

– Se eu não fechasse a porta você continuaria falando. – falou rindo.

– Ah, claro. Isso é uma ótima desculpa. – falei irônica e ele virou meu corpo pra ele.

– Não queria te preocupar. – falou inexpressivo me olhando nos olhos.

– Tarde demais, eu sempre vou me preocupar. – falei também fitando seus olhos.

– São 3 horas da manhã, podemos discutir amanhã?

– Não vou discutir, não quero discutir, eu estou sempre errada mesmo em me preocupar. – dei de ombros e ele sorriu.

– Vou deixar um aviso aqui no quarto “amanhã discutimos isso” aí você sempre terá que esperar o amanhã pra discutir comigo. – disse achando graça e eu revirei os olhos tentando não rir.

– Você fala como se você não me desse motivos.

– Você não se acostumou com isso por quê? Eu vou e volto intacto. – sorriu maroto.

Respirei fundo cheia de sono e me silenciei virando de costas pra ele de novo.

– Vai ficar assim? – perguntou em meu ouvido me arrepiando.

– Isso é o que você sempre pergunta quando estou brava com você. Por que você não começa a se perguntar “o que eu devo fazer para ela não ficar assim?” – falei ainda de costas e ouvi sua riso nasal.

– Eu reclamo de você, mas eu não te amaria se você fosse diferente disso.

– Será? – falei me virando para ele. – Porque as vezes eu acho que você pagaria pra amar uma mulher que não se importasse com você e com as coisas que você faz fora de casa.

– Não fala besteira. Você se preocupa porque me ama. – sorriu convencido.

– E você gosta disso?

– Se eu gosto disso? Eu preciso de um motivo pra voltar pra casa inteiro e esse motivo é você. – falou óbvio levantando uma sobrancelha sem ao menos se tocar que estava falando uma coisa bonita.

Meu estômago revirou e eu amava o jeito como ele me fazia sentir. Era como se ainda fôssemos dois adolescentes descobrindo o amor. Com ele, o amor todo dia era uma novidade, era um sentimento diferente e novo. Cada dia mais eu me apaixonava por ele e na vida de qualquer mulher é fundamental que exista um homem que a faça se apaixonar por ele todo dia e Justin fazia isso sendo apenas ele.

– Já estou perdoado? – falou analisando minha expressão abobalhada.

– Meu erro é te perdoar antes mesmo que você peça as desculpas. – suspirei derrotada e ele sorriu colocando meu corpo mais colado ao dele de forma que eu ficasse com o rosto em seu peito e deu um beijo em minha testa.

– Estou cansado. – falou. – Minha mãe ligou e quer que a gente vá amanhã na casa dela.

 

– Ela deixou um aviso para que usássemos a cama para darmos mais netos a ela. – falei me lembrando já completamente entorpecida pelo sono que voltava.

– Até que não é uma má ideia. – falou bocejando e eu ri.

– Chega de crianças.

– Precisamos recuperar aquele que você perdeu. – disse sereno e me senti incomodada com os pensamentos. Ainda me sentia inteiramente culpada pelo aborto.

– Não sei se conseguiria ter mais um. – falei tentando me livrar dos pensamentos.

– Claro que consegue. Alice e Chuck vão crescer e eu gosto de bebês. – disse com a voz cansada e eu apenas sorri deixando o sono me domar.

 

POV Justin

 

– Justin, isso está errado. Muito errado. Ele está vindo pra cima de mim e o que eu tenho a ver com isso? – perguntou Kimberly enquanto andava de um lado para o outro em meu escritório.

– Cindy. – respondi óbvio.

– Ele quer foder com tudo que tem a ver com o Justin e não tá medindo esforços pra isso. – Ryan disse sentado no sofá.

– Espero que esse idiota saiba que os dias dele estão contados porque agora ele começou a se meter comigo. – falou estressada.

– Ele começou a se meter com você desde o dia que fudeu com a sua perna. Isso tá ficando maior e eu não estou sabendo controlar. – falei puto me levantando da cadeira.

– Como prenderam aquela bomba no carro dos capangas? Como ninguém viu? Matou 5 de uma vez, foi só um aviso. – Ryan analisou me fazendo fita-lo.

– E por que os meus capangas e não os seus? – Kimberly perguntou ainda alterada.

– Porque os seus são mais idiotas. – respondi sarcástico.

– Os meus foram treinados por mim. – rebateu se aproximando com raiva.

– Talvez seja por isso. – dei de ombros.

– Ah é. Os seus capangas deixam a Lorena sair de casa sem ao menos te comunicar e os meus capangas são os mau treinados? Tudo bem. – disse irônica me deixando puto.

– Se vocês vão resolver discutir entre vocês, tudo bem, eu posso vir outra hora quando o assunto ficar sério. – Ryan disse estressado se levantando do sofá e eu encarei Kimberly que me encarava também e em seguida sentei de volta na minha cadeira em silencio e comecei o fitar o nada.

– Não há pistas, não há nada que me diga de onde vem. A casa do Jack parecia alarme falso, mas não vou deixar isso de lado. – falei.

– Justin, você matou o cara e na época disse que alguns capangas dele poderiam se virar contra você. – Ryan disse.

– Mas eles na verdade eram capangas do Lúcio, não lembra? Trabalhavam disfarçados.

– Eu lembro, bro, mas pode ser outro comparsa, alguém se vingando da morte dele.

– Porra, agora? – falei estressado enquanto Kimberly prestava atenção com os braços cruzados.

– E onde o Chaz entra nessa história? Por que ele estava com ele? – perguntei sem entender já que era o momento de colocar as peças em seu lugar.

– O Chaz estava com ele? Isso é algo comprovado? – Kimberly quis saber.

– Segundo a Lorena, ele estava trabalhando pra esse cara e até disse que era melhor ela fugir.

– Lorena não conta. – Kimberly disse estressada.

– Pensei que vocês fossem amigas agora. – perguntei debochado.

– Não somos amigas – fez uma pausa. – mas as opiniões dela referente ao Chaz nunca foram confiáveis.

– Mas não vamos desconsiderar. – Ryan disse óbvio. – O que mais ela disse? – perguntou para mim.

– Concordo com a Kimberly, Lorena sempre tentará dizer que ele é bonzinho. – falei seco.

– Mas ela não mentiria pra isso, os filhos dela estão em risco também. – Ryan disse me fazendo pensar e encarei Kimberly por um instante.

Levantei da cadeira e fui até a porta e chamei o primeiro capanga que avistei mandando ele ir chamar a Lorena. Voltei a minha cadeira com os pensamentos rondando enquanto Ryan continuava no mesmo lugar parecendo pensar também e Kimberly andava inquieta pela casa.

– Mandou me chamar? – disse Lorena atravessando a porta e de imediato cruzou os olhos com Kimberly.

– Senta aí. – disse enquanto ela fechava a porta.

– Estou bem em pé. – disse desconfiada agora encarando Ryan.

Bufei sem paciência e fui direto ao ponto.

– O que realmente aconteceu naquele dia que você encontrou o Chaz. Me conta em detalhes.

– Por que você quer saber agora? – perguntou cruzando os braços e arqueando uma sobrancelhas.

– Sem perguntas, Lorena.

– Sem perguntas? Eu tentei te dizer tudo que havia acontecido, tudo que ele havia me falado, mas você não quis me ouvir. Por que essa mudança? – perguntou autoritária e Kimberly revirou os olhos completamente impaciência.

– Garota, desembucha logo. – disse séria.

– Lorena, precisamos saber agora tudo que aconteceu. – disse Ryan tentando parecer mais educado e ela suspirou sem ter como negá-lo.

– Ele estava nervoso... – disse com calma. – E disse que ia fugir.

– Por que? – Ryan quis saber.

– Porque ele disse que a pessoa queria pegar ele. Ele insistia para que eu fugisse com os meus filhos e disse que o que a pessoa planejava para mim o torturava só de imaginar.

– Pra você? Em nenhum momento ele disse que o Justin seria a vítima? – Kimberly perguntou séria.

– Ele disse que o modo de acabar com o Justin seria tirando tudo que ele tem.

– E ele disse por que esse cara tá atrás do Justin? – Ryan perguntou enquanto ficava quieto apenas analisando.

– Não. – deu de ombros.

– Você tentou perguntar quem era a pessoa? – Ryan insistiu.

– Eu perguntei, mas ele não quis dizer.

– Justin, esse cara vai pegar minha filha! – Kimberly se desesperou falando com seriedade.

– Posso saber o que está acontecendo? – Lorena perguntou me fazendo fita-la.

– Nada, pode sair. – falei sem saco muito mais preocupado.

– Como é que é? Você me chama, pede informações e depois me obriga a sair como se eu fosse um capanga seu fazendo o que me pagam pra fazer? – perguntou colocando a mão na cintura.

– Lorena, por favor... –resmunguei sem paciência.

– Não, Justin, por favor você! Eu estou cansada de ser a última a saber de tudo! – gritou.

– Talvez porque se você for a primeira você estraga tudo. – rebateu Kimberly tentando implicar e as duas se estranharam.

Ryan se levantou prevendo o pior e segurou Lorena pelos ombros.

– Depois a gente conversa com você. – falou firme e ela me fitou por cima do ombro dele por alguns instantes e saiu batendo a porta.

– Ao invés de nos preocuparmos por que ele ta fazendo, tá na hora da gente se preocupar com o que ele tá fazendo e impedir que ele faça mais merda. – Kimberly disse mais calma.

– Você tem que ir embora com a Lorena. – Ryan disse olhando pra mim.

– Não posso ir embora, tenho que ficar aqui e resolver.

– Drew, tá perigoso, você tá contando com a sorte. Ele fica quieto e te pega de surpresa e tá conseguindo te enrolar.

– Eu não vou embora, mas ela vai. – falei sério.

– Tá maluco? Ela nunca vai aceitar. – Ryan se alterou.

– Eu concordo com a ideia. – Kimberly sorriu se divertindo.

– Ela ficará muito mais protegida na ilha do que aqui. Será por poucos dias, mas preciso que ela não esteja aqui, preciso que ele se sinta perdido sem saber onde ela tá e então... eu pego ele. – falei convicto.

 

 

Comentários

capitulo

briana | 13/01/2013

Mais mais mais continuaaaaaa please

♥♥♥

Mariana | 13/01/2013

meu poosta pfvr ? coitada da lorena :(

<3

Paloma | 13/01/2013

quem sera esse cara ? Não queria que a lorena fosse sozinha para ilha !!! Continua

DO

Sara | 13/01/2013

MARAVILHOSO COMO SEMPRE FOI CONTINUA

uau

Paola | 13/01/2013

Cara posta logo,,, to muito anciosa

cap

Paloma | 13/01/2013

Meu deus quem sera esse cara ? Não queria que a lorena fosse sozinha para ilha !!! Continua logooo pfvrrrrr

cap

joana | 13/01/2013

EEEEEEEEIII POSTA LOGOOOOOO

-

Mariana | 13/01/2013

Clara para de cu doce e posta logo UASHUAHSUAHSUHUSHS.
sério, posta logo prfv :)

Preciso que ela não esteja aqui

lila | 13/01/2013

CHEGUEEIIIIIIIIIIII! Li os capitulos atrasados, pelo qual vc sabe os motivos! Agora se demorar pro proximo ou fazer um capitulo pequeno vai ter treta

arrã

@rihannamine | 12/01/2013

quem acha que vai ter briga no próximo caps? E quem tem certeza?
Rárárá que a Lorena vai pra ilha e deixar o Justin sozinho sem bater o pé.

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