It Kills Me

 

POV Lorena

Justin segurava minha coxa com força enquanto a erguia para poder me penetrar. Continuávamos em pé e minhas pernas já doíam. Com o tronco, ele me prendia forçando seu corpo contra o meu na parede enquanto eu tentava relutar de todas as maneiras. Mas já estava perdendo, já estava entregando toda a minha lucidez ao vento. Havia um grito de choro entalado em minha garganta. Não era certo sentir prazer com aquilo. Arranhava suas costas descontando toda a confusão de sentimentos que ele estava causando dentro de mim. Não durou muito, ele apenas queria se saciar, não estava nem um pouco preocupado se estava me causando dor ou não. Senti seu jato dentro de mim e suas entocadas foram diminuindo enquanto as lágrimas escorriam em meu rosto. Ele havia acabado de transar comigo completamente sem profundidade. Ajeitou seu pênis dentro da calça e me olhou nos olhos enquanto eu o encarava com medo e arrependida. Seus dedos secaram minhas lágrimas enquanto ele mantinha a testa franzida. Continuei estática, em pé como eu estava durante o ato, enquanto ele me largava devagar e ia ate o local onde a aliança estava caída. O escritório estava em silencio e eu mal me movia ainda receosa. Ajeitei minha roupa com cuidado me sentindo completamente usada enquanto ele voltava para mim segurando a aliança entre seus dedos. Analisei seus movimentos com meus olhos fixos aos seus ate ele erguer minha mão esquerda com força e arrastar a aliança por toda a extensão do meu dedo anelar. Fitei minha mão sentindo a respiração sair cortada. Queria gritar, queria empurrar seu corpo pra longe do meu, queria fugir, mas minhas pernas estavam bambas e a humilhação era tanta que eu me sentia em torpor.

- Nunca mais na sua vida tire isso. - ordenou ainda alterado me fazendo fita-lo.

As palavras não saiam. Eu tinha medo desse Justin que ele se tornava quando se drogava. Logo em seguida, ele saiu batendo a porta com força e me deixando ali completamente em pedaços. Arrastei meu corpo na parede ate sentar ao chão enquanto liberava mais o choro. Abaixei minha cabeça sentindo o pesadelo voltar, algo doloroso parecia cair do meu peito. Me encolhi no canto lembrando de cada cena de minutos atrás. Como eu era fraca! Me levantei as pressas assim que me lembrei que a casa estava cheia e sai do escritório correndo ate nosso quarto. Bati a porta trancando-a em seguida e cambaleei ate a cama me sentindo destruída. Sentei me apoiando nos travesseiros e agarrei minhas próprias pernas me sentindo rachada ao meio. Minha visão estava desfocada, tanto pelas lágrimas que embaçavam meus olhos quanto pelo meu olhar perdido. Eu queria odiá-lo. Eu queria não ser tão apaixonada pelas suas qualidades tanto quanto pelos seus defeitos. Eu havia cedido. Eu havia transado com o monstro que ele se torna toda vez que se droga. Ainda sentia pelo meu corpo a sensação dos seus apertões ao me prender contra parede. Meu pescoço estava machucado pelas mordidas e eu estava me sentindo completamente errada. Eu não deveria ter me entregado a ele, eu não deveria deixar tudo tão fácil assim. As lágrimas deixavam meu rosto gelado e o único barulho naquele quarto vinha de alguns soluços que meus que saiam alto. Eu o amava, apesar de tudo, e me culpada por cada falha que ele cometia. Se eu não tivesse entrado em sua vida, ele não precisaria se drogar para suportar as coisas. Deitei meu corpo apoiando minha cabeça nos travesseiros e deixei o choro me dominar. Eu só podia me calar diante toda aquela situação, pois mesmo que eu dissesse que iria embora, isso não passava de palavras da boca pra fora. Pode ser difícil com ele, mas sem ele não sou eu mesma. Ele era uma parte de mim. Uma parte errada e doentia de mim, mas ainda sim era meu. Rodava a aliança em meu dedo perdida em pensamentos. Não sei por quanto tempo fiquei me remoendo ali,  mas acabei pegando no sono.

 

POV Justin

Dirigia correndo com o carro naquela estrada. Trocava as marchas com rapidez e sentia meu sangue correr, a adrenalina estava no topo. Sorria pra mim sem completamente entorpecido pela droga. Ela era minha e vê-la jogando a aliança doeu no fundo do meu orgulho. Não consegui me controlar, todas as sensações ficam exaltadas quando me drogo e logicamente seu corpo é uma coisa que almejo a qualquer hora. No fundo da minha consciência eu sabia que estava errado por fazê-la transar comigo naquele estado, mas havia um turbilhão de coisas erradas ao meu redor, eu não poderia me preocupar com isso. Preciso de um prazer momentâneo e quem mais além da minha própria mulher para me dar isso? Saí de casa sem ao menos me despedi. O mundo caindo e os idiotas fazendo churrasco pra comemorar o quê? Peguei uma dúzia de capanga e obriguei que eles me seguissem. Eu estava no pique pra ir até o inferno hoje. Já havia rodado alguns quilômetros e ainda me perguntava se estava mesmo atrás de pistas ou se estava apenas fugindo de toda a confusão em minha cabeça. Meu celular começou a tocar e peguei sem notar quem era.

- Alô. – falei ainda rindo feito idiota.

- Onde você está? Por que a Lorena está trancada dentro do quarto sem falar com ninguém? – ouvi a voz alterada de Ryan.

- Desde quando te devo satisfação? Se preferiu ficar aí se entupindo de comida em vez de vir me ajudar, então não se mete no que eu faço. – rebati em tom firme.

- Eu nem sabia que você ia fazer buscas hoje. – se defendeu ainda em tom sério.

- Ryan, meu querido, diga logo o que quer, tenho mais o que fazer. – falei tentando conter o riso frouxo.

- Quero saber o que deu na Lorena. Ela está a tarde toda no quarto, todo mundo já tentou falar com ela e ela não responde. Brigaram?

- Já ouviu o ditado “briga de marido e mulher ninguém mete e colher?” – perguntei rindo.

- Você se drogou, né, filho da puta? Ta com essa língua toda enrolada e achando graça onde não tem! Tu se drogou!

- Virou minha mãe agora, porra? Já não basta uma mulher tentando mandar na minha vida, tenho que te aturar também? Mete o pé, parceiro. E de quem é esse celular que você tá usando? Já falei pra ligar pro meu celular quando for necessário, esse numero é novo, não posso dar bobeira.

- Esse celular é da Fernanda e se tu fez merda com a Lorena, pode ter certeza que tu vai resolver comigo. – falou com raiva.

- Ela me viu fungando a branquinha, tá satisfeito? Ela me viu e perdeu a linha, só tive que mostrar quem é que manda, só isso. – dei de ombros.

- Tu ta drogado mesmo filho da puta? Seu pai em casa e tu fazendo merda? Quer apanhar de novo feito um moleque, porra? Perdeu o cérebro?

- Abaixa o tom pra falar comigo, Ryan. Quem manda nessa casa e em tudo que acontece aí ainda sou eu. – rebati acompanhando seu tom de voz.

- Tu bateu na Lorena, foi isso? Voltou a bater na sua mulher? Me responde.

- Não bati em ninguém, ela se desequilibrou sozinha. – falei rindo ao lembrar da cena que de fato foi engraçada.

- Tu vai perder esse riso besta assim que perceber a merda que tá fazendo. – falou de forma ameaçadora.

- Valeu, vou escrever isso aqui no caderninho de anotações. Depois a gente se fala. – falei debochado desligando o celular.

Parei o carro no encostamento fazendo os carros que me seguiam pararem também. Desci do automóvel e todos saíram dos carros com expressões confusas. Ninguém estava entendendo porque eu havia chamado eles pra ir pra lugar algum fazer porra nenhuma. Estava drogado e completamente agindo por impulso e eles eram idiotas o suficiente pra apenas assinar embaixo.

- Que rota é essa, chefe? – perguntou um assim que todos se aproximaram.

- Rota da puta que pariu. Vocês só me seguem. – falei mandão e ninguém falou mais nada. - Acabei de ter uma ideia. - falei rindo e todos me fitaram esperando uma conclusão. – Hoje vai ter busca e eu vou disfarçado no carro de vocês. Se estou perdendo homens nas buscas, então quero ver de perto o que está acontecendo.

Chamei um capanga com a cabeça e ele se aproximou. Peguei a chave do carro e meu bolso e mostrei pra ele.

- Ta vindo isso aqui. – falei apontando pra minha Ferrari. – Finja que ela é sua filha recém-nascida. Transporte isso até minha casa como se você estivesse levando o presidente a reunião da ONU, entendeu?

- Sim, senhor. – falou com a cabeça erguida e eu entreguei as chaves a ele que se afastou e entrou em meu carro.

- Bora! – falei autoritário colocando meus óculos e ocupando um carro ali parado.

Alguns capangas ocuparam o mesmo carro que eu o restante entrou nos outros carros. Cantei pneu saindo dali. O sol já se escondia atrás no morro e a noite trazia a escuridão que eu precisava para não se reconhecido. Eu prometi a mim mesmo que daquele dia essa palhaçada não ia passar.

 

POV Lorena

Abri os olhos devagar e a sensação de dormir a tarde e acordar já de noite confundia minha cabeça. Eu estava abraçado a um travesseiro tentando me situar. Pensei em Justin e uma dor forte apontou em meu coração. Não havia sido um pesadelo. Me pus sentada passando a mão no rosto tentando me livrar daquela moleza. Não queria vê-lo. Queria distante mesmo que fosse por alguns dias. Me levantei disposta a tomar banho e ir procurar meus filhos. Já tinha passado tempo demais trancada naquele quarto. Me despi, já no banheiro, e abri o registro deixando cair a água quente enquanto eu voltava até o lavatório. Encarei meu rosto inchado e as marcas no pescoço. Me odiei por um segundo até a raiva do Justin domar meus sentidos. Como ele pode ter coragem? Balancei minha cabeça tentando me desviar daqueles pensamentos e entrei no box deixando a água quente cair em minhas costas e amolecer meus músculos rígidos pela tensão. Era um daqueles dias em que você só quer apertar um botão e sumir no mapa. Não tinha mais lágrimas para chorar. Eu era culpada disso tanto quanto ele. Assinei embaixo de sua atitude assim que me entreguei, assim que deixei seu corpo dominar o meu. Era difícil relutar e eu não consegui. Meu peito ainda doía, mas não podia ser ingênua ele iludir que eu podia fazer algo contra isso. Logo ele chegaria e me olharia com aqueles olhos e tudo estaria bem. Eu o acostumei mal, eu o perdoei todas as vezes e em todas as coisas imperdoáveis. Eu criei o monstro. Terminei o banho e me enrolei na toalha voltando ao quarto. Fui até o closet e separei uma roupa simples. Já vestida, peguei o secador e sequei mecha por mecha até meus cabelos estarem inteiramente lisos. Voltei até o banheiro deixando a toalha lá e fui até o quarto em direção a porta. Abrir devagar e não havia ninguém no corredor. Fechei a porta atrás de mim e caminhei até as escadas para descer. A sala estava vazia, mas podia ouvir vozes da cozinha. Andei até lá encontrando Emma dando janta a Chuck e Alice enquanto Kimberly assistia Cindy a comer sozinha. Elas riam e conversavam entre si, mas assim que me aproximei, Kimberly me olhou perdendo o bom humor.

- Mamãe! – Alice festejou assim que me viu e eu me aproximei beijando a bochecha dos dois.

- Tia Lorena, você perdeu o churrasco. – Cindy disse me fazendo rir sem ânimo.

- Deve ter sobrado alguma coisa, depois eu esquento. – falei tentando parecer bem. – Onde estão todos? – perguntei me virando pra Emma.

- Ryan disse que ia levar Fernanda em casa e Pattie e Jeremy voltaram cada um pra suas casas. – informou dando uma colherada na boca de Chuck.

- Hum. – falei pensativa fingindo não notar a presença de Kimberly ali e voltei pra sala afim de me distrair.

- Fala sério, você não me engana. – levei um pequeno susto ao ouvir sua voz e me virei vendo que ela havia me seguido até a sala. Kimberly cruzou os braços e sorriu de canto. – O que aconteceu?

- Uma pessoa não pode decidir dormir? – perguntei sem paciência.

- Se seu plano era ficar imperceptível, te garanto que todos sentiram sua falta. – riu debochada.

- Eu não tinha plano algum, apenas estava cansada.

- Cansada fisicamente ou do Justin? – indagou irônica me tirando a paciência.

- Kimberly, - revirei os olhos. – Você quer chegar em algum lugar, então porque não chega logo e me deixa em paz. – falei tediosa.

- Talvez eu tenha encontrado algumas pistas no escritório dele. Eu deveria ter deixado o resto do pó lá em cima da mesa pra mais alguém ver, mas não sou tão ruim assim. – disse convencida.

- Já tem suas respostas, já pode me deixar em paz. – falei virando de costas e sentando no sofá sem dar mais atenção a ela.

- Aquela estante caída significa que vocês discutiram? – perguntou quase afirmando.

- Kimberly, por que você não toma conta da sua vida? – me alterei virando para encará-la.

- Esta com medo que eu descubra que ele te machucou, Lorena? – perguntou debochada. – Não se sinta só, ele deve estar na fase de querer machucar o sexo frágil. – deu de ombros em tom debochado.

- Do que você está falando? – perguntei já com a paciência perdida.

- Semana passada nós discutimos e foi minha vez de ser o saco de pancadas. – deu de ombros.

- Você está mentindo! – cuspi as palavras.

- Por que eu mentiria? Eu preciso mesmo dizer que o Justin perde a cabeça fácil? Você não o ama o suficiente pra conhece-lo bem?

- E por que ele faria isso com você?

- Porque eu vi a droga muito antes de você pegá-lo do ato e fiz questão de lembra-lo o quanto ele é um fraco. – disse firme.

- Por que você não me contou? Por quê? – levantei indo pra sua direção. – Você sabe como ele fica inconsequente quando está drogado. Alguma criança podia ver, o pai dele podia ver e... eu não quero nem pensar. – falei passando a mão pela cabeça.

- Você acha mesmo que eu não alertei sobre os filhos dele? – gritou. – Você acha mesmo que eu quero que Cindy tenha um pai viciado? Não é esse o exemplo de pai que quero que minha filha tenha.

- Eu não acredito nisso. – reclamei com o choro na garganta. – Onde ele foi? Ele saiu desse jeito e ainda não voltou?

- Eu não sei. - respondeu e seu celular começou a tocar. – Mas talvez eu sabia agora. – disse com tédia fitando o visor do aparelho e em seguida atendeu. – Alô?

Fitei sua expressão mudar e meu coração estava acelerado. As informações ainda rodavam em minha cabeça. O que Justin tinha na mente pra resolver bater em todo mundo? Respirei fundo perdendo o foco quando sua voz me tirou do transe.

- Estou indo. Onde você está? – perguntou preocupada e em seguida se calou como se prestasse atenção na informação. – Definitivamente você não tem nada na cabeça, Justin. – reclamou desligando o aparelho e eu me levantei.

- O que houve? – perguntei sentindo o peito apertar.

- Parece que ele foi numa busca com os capangas e agora tá correndo atrás de alguém. Só não sabemos se é a pessoa ou alguém que trabalha pra pessoa. – disse pegando seu casaco e verificando se suas coisas estão no bolso.

- Como assim? Me explica. Ele está bem? – me desesperei.

- Acho que sim. Só precisa de reforço. Eu vou deixar alguns capangas aqui já que o perigo tá longe, mas mesmo assim não saia daqui, nem respire.

- Da ultima vez que você saiu e deixou “alguns capangas aqui” a casa pegou fogo. – falei em deboche disfarçando o nervoso.

- Então reze Lorena porque é a única coisa que eu posso fazer se o Justin toma atitude precipitadas sem pensar nas consequências. – respondeu em tom firme e saiu pela porta da sala.

 

POV Justin

Assim que seguimos para fazer as buscas, o carro que eu usava se distanciou dos outros para confundir e meu plano havia dado certo. Logo um carro prata começou a nos seguir e ri apertando o volante. Havia apenas um homem dentro que eu não identifiquei, mas seu semblante ficou preocupado na hora em que ele me viu. Já devia saber que não ia voltar vivo. O homem fez a curva e eu o segui logo atrás. Acionei os outros homens para seguirem o mesmo caminho e logo eles sugiram na pista atrás de mim. O carro prata estava em alta velocidade um pouco distante de nós, mas não tinha pra indo ir, não tinha para onde correr. Havia uma mata na frente e era o fim da linha, mas percebi quando o filho da puta saltou do carro e se enfiou no meio daquele matagal. Parei o carro e o pneu arranhou fazendo um barulho alto no solo. Saltei no carro e todos os homens correram vindo para minha direção.

- Se espalhem. Cerquem esse campo e não deixem nenhum movimento acontecer sem verificação. – gritei pros capangas e rodeamos o matagal.

Peguei o celular sentindo meu corpo tremer. Eu estava perto de solucionar todo o problema. Disquei o número da Kimberly e por sorte essa vagabunda havia se negado a ficar sem celular.

- Alô? – ouvi sua voz.

- Preciso de reforço!

- Estou indo, onde você está?

- Pega os homens e vem pra Avenida 95...

 

POV Lorena

Já havia se passado duas horas desde quando Kimberly saiu. Ainda estava na sala andando de um lado pro outro torcendo para que nenhuma notícia ruim viesse. Ryan também não aparecia fazendo com que eu me sentisse completamente desprotegida. Havia uma quantidade muito pequena de capanga no quintal pelo  oque eu havia contado da janela e aquilo me assustava. Tranquei as janelas e as portas sentindo o nervoso percorrer solto em minhas veias.

- Dona Lorena. – Emma me chamou chegando na sala desviando minha atenção. – As crianças já dormiram, tem mais alguma coisa que eu possa fazer para ajudar.

- Não. – respondi com uma mão na nuca. – Pode ir dormir, estou sem sono, mas daqui a pouco vou me recolher também, só vou esperar o Justin chegar. – garanti enquanto ela assentia e subia as escadas.

Respirei fundo tentando ficar menos nervosa, mas eu já me preocupava sempre que Justin saía e aquela ligação me deixou muito mais fora de mim. Queria saber o que estava acontecendo, queria que ele chegasse e me garantisse que tudo estava bem, mas cada segundo que passava eu ficava mais apreensiva e temendo o pior. Encarei o relógio marcando 21:34 e aqueles ponteiros pareciam tirar sarro da situação. Desliguei as luzes da sala deixando apenas o abajur iluminando parcialmente o local. Decidi tomar um copo de água e liberar meus pensamentos da tensão. Andei até a cozinha e abri a geladeira pegando a jarra. Peguei um copo e despejei o liquido ali. Estava prestes a beber a água quando ouvi barulho de vidro quebrando. Me assustei com a respiração descompassada e me virei vendo um vulto passar pelo meio da sala. Meu coração se agitou e senti cada pelo meu se arrepiar. Depositei o copo devagar em cima da pia e me arrastei pela parede até a sala para que a pessoa não percebesse que eu estava ali. Via metade da sala onde estava sendo iluminada pela luz que vinha do escritório do Justin. Deviam estar mexendo nas coisas dele. Aproveitei a deixa e subi correndo os degraus enquanto ouvia coisas caírem ao chão no escritório. Corrir até o quarto de Emma sentindo o desespero tomar conta. Abrir a porta e ela me olhou assustada enquanto se preparava para dormir.

- Pega a Cindy e leva pro quarto de hóspedes no final do corredor. Eu vou pegar Alice e Chuck. – falei em desespero fazendo ela se assustar, ma sem fazer perguntas ela saiu do quarto e fez o que eu mandei.

Corri até o quarto das crianças e peguei Alice em meu colo que logo despertou coçando os olhos.

- Fica quietinha, minha filha. – falei tentando forçar uma voz calma enquanto pegava Chuck com dificuldade com meu braço livre.

Saí do quarto deles sentindo meu corpo tenso. Alice começou a chorar sentindo meu desespero.

- Filha, não chora. Mamãe está aqui. – falei desesperada levando-os pro quarto de hospedes onde Emma e Cindy já estavam.

- Mamãe! – Alice gritou partindo meu coração.

- Não saiam daqui. Tranque a porta.. – falei chorosa me direcionando a Emma e tentando ignorar a dor que estava sentindo ao ver as crianças assustadas daquele jeito.

Saí do quarto e já podia ouvir alguém subindo as escadas. O choro de Alice havia entregado tudo.  Corri para meu quarto me escondi atrás da porta vendo o homem passar pelo corredor e seguir até onde o choro denunciava o local. Me sentia tremula e completamente tonta. Seus socos começaram a invadir meus ouvidos enquanto ele tentava arrombar a porta. O choro de Alice se misturava cada vez mais alto em minha mente enquanto eu me sentia completamente sem chão. Corri até o closet bagunçando-o todo a procura da arma do Justin. Eu não tinha a menor ideia do que eu estava fazendo, mas não podia deixar meus filhos se machucarem. Achei a bolsa na qual ele guardava a arma e a peguei em minhas mãos. Mirei aquele objeto e eu tremia tanto que mal conseguia ficar em pé. Voltei para o quarto me escondendo atrás da porta e o homem ainda tentava arrombar a porta onde meus filhos estavam. Tomei coragem e saí do quarto com a arma nas mãos. O homem de costas pra mim socava e chutava a porta de todas as formas sem me perceber ali.

– Justin, eu não quero fazer isso. – falei assustada.

– Quando você perceber que nossos filhos estão na mão de um cara tentando sequestra-los e eu não estiver por perto, você vai querer fazer isso!

Observei seus passos e ele parou ao lado do boneco, a uns 20 metros de onde eu estava.

– O que você esta fazendo?

– Te dando um motivo pra acertar o alvo certo. – falou despreocupado praticamente colado ao boneco.

– Eu não quero fazer isso. – falei deixando a arma cair no chão e me olhou sério.

– Pega a arma. – disse tentando manter a calma.

As lágrimas embaçavam minha visão e eu pisquei limpando meus olhos. Deus me perdoe por isso.

Ergui a arma mirando suas costas e apertei o gatilho sentindo aquela arma pesar em minhas mãos. Tudo ocorreu em câmera lenta. Em segundo eu não era mais eu mesma. O corpo do homem tombou caído e uma poça de sangue começou a rodeá-lo. Soltei o soluço preso da garganta enquanto a arma caía das minhas mãos. Levei as mãos a boca me desesperando.

- Lorena! – ouvi a voz do Ryan atrás de mim e em instantes ele me abraçou percebendo a situação. – Onde as crianças estão? Onde elas estão? – gritou sacudindo o meu corpo e eu indiquei com a cabeça a direção do quarto de hospedes.

Ryan correu até lá e eu entrei no quarto sentindo o peso do mundo nas minhas costas. Eu havia matado uma pessoa. Eu havia tirado a vida de alguém. Olhei minhas mãos me sentindo completamente enojada. Meu desespero agitava o meu corpo. Eu estava suja, meu corpo estava sujo do sangue da pessoa que eu havia acabado de matar. Mesmo que as pessoas olhassem eu não vissem sangue algum em mim, eu poderia sentir minha pele apodrecer com aquela morte. A culpa sufocou meu peito e eu corri até o banheiro abrindo o registo do chuveiro a arrastando minhas costas até o chão. A agua caía sobre mim e eu me perdia cada vez mais em meus pensamentos torturantes. Abracei minhas pernas deixando aquela agua me limpar enquanto o choro se libertava em meu peito, mas o que havia dentro de mim continuava sujo. A culpa. A culpa de ter matado alguém.

 

POV Justin

Eu não estava acreditando que mais uma vez havia sido enganado. Percorremos todo o matagal e não encontramos nada. Deixei alguns homens fazendo o serviço, mas Kimberly conseguiu me convencer que era apenas mais uma emboscada para desviar minha atenção. Atravessei o portão de casa com a cabeça explodindo. Franzi o cenho assim que percebi que nenhum capanga guardava minha casa. Saltei do carro e vi que Kimberly havia acabado de saltar do carro dela enquanto os outros capangas que haviam chegado com a gente se espalhavam pelo quintal. Nos entreolhamos como se quiséssemos respostas e corremos até a casa. Ryan estava sentado no sofá com Emma e as crianças. Emma chorava desesperadamente enquanto Ryan tentava acalmar as crianças que pareciam assustadas.

- O que aconteceu aqui? – perguntei puto enquanto Kimberly corria para pegar Cindy no colo.

- Invadiram a casa. – Ryan respondeu sério.

- Como? Como invadiram a casa, Ryan? – Kimberly gritou com Cindy agarrada ao seu pescoço.

 – Onde está a Lorena? O que aconteceu aqui? - gritei com ódio o segurando pela camisa deixando o nervosismo dominar minhas atitudes.

- Sobe e veja com seus próprios olhos.– respondeu me fitando frente a frente e soltei seu colarinho correndo até a escada.

Meus olhos logo foram no final do corredor e havia um corpo estendido no chão. Parei de andar perto da arma que estava caída no chão e a peguei em minhas mãos. Só Lorena sabia onde eu escondia aquela arma. Mordi o lábio tentando ignorar aquele pensamento, mas estava mais do que na cara que ela havia matado aquele homem. Empurrei a porta do nosso quarto e ouvi a ducha jorrando a agua. Fui em direção ao banheiro e empurrei a porta devagar.

Meus olhos foram naquela cena e meu peito apertou. Ela estava sentada no chao do box ainda vestida enquanto a agua caia ensopando suas roupas. Seus olhos vermelhos pareciam mortos ao fitar o nada. Seu rosto sem expressão me assustava. Ela parecia em transe e assustada pelo o que tinha acabado de fazer. Me senti impotente, as palavras não vinham, quase não conseguia me mover pelo peso em meu corpo. Apenas invadi o box fechando o registro e me sentei ao seu lado sentindo sua pele fria ao abraçar seu corpo. Ela escondeu seu rosto em meu pescoço enquanto liberava os soluços do choro.

- Você fez o certo. - sussurrei nem um pouco convencido que aquela a deixaria melhor.

 

Apertei mais seu corpo ao meu e seus braços me abraçaram como se pedisse ajuda. Levantei do chão puxando seu corpo enquanto seus soluços desesperados ainda cantavam de sua boca.

- Justin... – ela disse fraco. – Eu matei... eu matei aquele homem. – disse com a voz chorosa.

- Eu sei. – falei segurando seu rosto molhado. – Mas pensa bem, se você não matasse ele, ele ia pegar nossos filhos, o que você prefere? – ela não me respondeu, mas não havia nada que eu falasse que a liberasse daquela culpa.

Ajudei-a a tirar a roupa molhada e dei a ela um roupão es. Seu olhar perdido ainda estava em seu rosto inchado de tanto chorar. Meu coração apertava mais e mais e eu podia sentir exatamente o que ela estava sentindo pois um dia me senti assim.

- Justin. – Ryan invadiu o banheiro e olhou Lorena com pena.  Virei meu rosto e ele concluiu desviando a atenção.

- Vem ver uma coisa aqui. – disse saindo do banheiro e eu voltei a olhar a Lorena.

- Você vai ficar bem? – perguntei e ela negou com a cabeça enquanto reprimia os lábios chorando.

Dei um beijo em sua testa e levei ela até o quarto e pedi para que me esperasse. Me direcionei a porta para sair do quarto e não conseguia tirar os olhos dela. Mas me movi rapidamente até onde Ryan estava perto do corpo e ele me olhou com um sorriso de canto.

- Olha o bolso dele. – disse convencido e eu notei que havia um celular.

Peguei o objeto rapidamente em minha mão e comecei a mexer para achar o ultimo numero que o homem havia feito contado. Apertei o send e coloquei o celular em meu ouvido esperando ouvir a voz daquele maldito.

- E aí? Conseguiu entrar na casa? – sua voz soou fazendo meu corpo todo se enrijecer. Bufei alto sentindo a raiva beber todo o meu sangue.

Eu quase conseguia reconhecer, mas minha cabeça estava completamente tonta de informações e de imediato não consegui ligar a voz a pessoa. O jogo havia acabado de virar pra mim graças a Lorena. Soltei um riso pelo nariz sentindo já o pescoço do otário em minhas mãos.

- Entrar ele entrou, mas não conseguiu sair, não. – respondi irônico ouvindo o silêncio do outro lado da linha deixar claro pra mim o seu espanto.

Comentários

capitulo

B | 13/02/2013

O TÃO ESPERADO CAPITULO.... Acho que você merece todos os elogios do mundo com esse e todos os capítulos né? Eu sei que você trabalhou duro nesse capitulo hahaha, até ficou com as piras que não estava bom o sufiente. Esse capitulo superou o meu capitulo preferido, esta fodastico. Você não só matou o capanga como também matou suas leitoras do coração. Obrigada por confiar em mim de contar como seria e tals kk. Como ja disse você merece todos esses surtos das leitoras. BJ <3

QUE CAPITULO DOI ESSE

SOU UMA DESTINADA | 13/02/2013

A LOREJNAOJASDMAROU UM CARASDASHIAHD EU NAO CONAIFO ESCREVER 9Q8RY09C7Y5RQ74YRV

SCRR

Lu | 13/02/2013

SCOORRRRRRRRRRRRRRRRRRRROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

A+

vics | 13/02/2013

AAAAAAAAAAAAAAA CARALEO, LORENA SUA LINDA \O/

do

giulia | 13/02/2013

to sorrindo igual uma maniaca KKKKKKKKKKKKK q orgulho da lorena cara todo mundo subestimava ela e agora quebraram a cara hauahaua mas to com pena dela, tadinha :((( ai que ódio do justin, trata a lorena daquele jeito e depois fica com pena zz continua plmdds

-

Ju | 13/02/2013

OMG! OMG! OMG! A Lorena matou um cara, de fuça...
O Justin tem que agradecer a ele e mto...
p e r f e i t o
beijos

It Klls me

Mikaela | 13/02/2013

Vlh! Que capitulo foi esse! Sem palavras! Lorena matou vlh, coitadaaaaa, foi necessário! Meu deus, to besta, nao consigo nem escrever direito! Aaaaaaaaaaa porra maaaanowww, mt fodaaaaaaa, o melhor com toda certezaaaa! Demaaaaaaaai, continuaaaaaaaa! Aaaaaa Manow senão tem noção to surtandoooooooooooooooo! Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa MORTAAAAAA. SIM, VC AGORA TEM SANGUE NAS MÃOS CLARA. ACABOU DE ME MATAR! AGORA VA PRO CHUVEIRO E DORE ATE O JUSTIN CHEGAR, AAAAAAA. BEIJOOOS

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