Isso é Um Pouco do Meu Amor Por Você

POV Lorena

 

– E então? Quando isso aconteceu? - perguntou Maiara despreocupada enquanto pegava uma bebida na geladeira pra ela, uma para Fernanda e outra para mim.

– Eu precisei passar uns dias na casa do Ryan e o Justin morava com ele na época... você sabe. - sorri encurtando o assunto.

– E você? É a namorada do Ryan? - perguntou se virando pra Fernanda que ficou sem resposta por alguns segundos.

– Não mais. - sorriu fraco.

– Chegaram os quatro juntos, então imaginei. - deu de ombros simpática.

– Meu Deus, eu preciso desabafar! - disse uma garota se aproximando completamente alterada. - o Ryan está mais gato do que nunca! Sério, o que aconteceu com esse garoto? - Fernanda fechou a cara enquanto Maiara ria.

– Menos, Michelle. - disse a garota tomando sua bebida.

– Mas é sério, eu não consigo parar de olhar pra ele. Como alguém pode ter mudado tanto e ficado tão gostoso assim? – continuou e Fernanda se movimentou inquieta.

– Vou ao banheiro. – disse saindo do ambiente e eu sabia que aquilo foi o bastante pra irritá-la.

– O que ela tem? - disse a tal Michelle sem entender.

– Talvez um relacionamento recém-terminado com o Ryan? – Maiara perguntou irônica como provocação fazendo a garota se tocar.

– Como eu ia adivinhar? – perguntou sem se importar.

 

Eu lembrava dos rostos de todas elas, mas jamais seus nomes. Sempre fui a antipática do colégio, mas poucos notavam que era apenas timidez. No colégio, preferia estar com Ryan ou Chaz obviamente quando eles não estavam com o Justin, pois sempre o achei arrogante e cheio de segredos e no final das contas aqui eu estava com 3 anos de relacionamento e 2 filhos com o garoto que sempre odiei. Alfredo, Nolan, Chris e Sean faziam parte do time do basquete junto com Chaz, Ryan e Justin, então eu lembrava um pouco deles, mas o resto das pessoas que estavam ali eu nunca havia visto na minha vida. O resto das garotas haviam se aproximado de nós e sinceramente, eu não estava nem um pouco afim de participar daquela conversa delas, principalmente quando começaram a falar o quanto o Justin estava bonito sem ao menos se importarem com a minha presença. Não aguentei mais de dois minutos e saí atrás de Fernanda a encontrando saindo do banheiro que ficava na parte de baixo da casa.

 

– Você está bem? - perguntei vendo que ela nem se preocupava em disfarçar o incomodo.

– Foi um erro ter vindo. - rolou os olhos marejados. - Ele nem ao menos veio falar comigo e ainda tenho que ficar ouvindo esse tipo de coisas e não poder falar nada. – bufou.

– Amiga, eu conheço o Ryan e mesmo que ele esteja louco pra falar com você, ele vai esperar você ir falar com ele.

– Mas isso nunca vai acontecer. - disse cruzando os braços e virou seu rosto pra esquerda pra encarar o nada, mas acabou vendo algo pela porta de vidro da sala que a fez mudar a fisionomia completamente. Acompanhei seu olhar pra poder entender. - Filho da puta. - disse devagar sem acreditar.

 

Ryan estava num maior amasso com uma garota perto da piscina. Até eu fiquei um pouco perdida naquela cena, eles estavam praticamente se comendo, nem pareciam que haviam acabado de se reencontrar. Virei meu rosto pra frente, mas Fernanda continuava encarando aquela cena enquanto seus olhos marejavam mais.

 

– O filho da puta mal chegou e já tem uma vadia com ele. – reclamou sem tirar os olhos dos dois.

– Você tem duas opções. - falei soltando o ar que estava em meu pulmão. - Ou você vai lá e mostra pra essa garota quem é que manda no Ryan ou você pega o cara mais gato da festa. - falei fazendo- a virar pra mim.

 

Depois de uns cinco segundos me encarando pensativa, Fernanda tomou a bebida das minhas mãos já que a dela não estava mais em suas mãos e tomou de uma vez só.

 

– Eu vou à caça. - disse confiante e eu ri enquanto ela me devolvia a bebida vazia e em seguida saiu rebolando para parte de fora da casa.

 

A acompanhei com o olhar até perceber que ela havia se aproximado de um cara que estava sozinho perto das mesas de frios e ele era um gato. Fernanda era divertida e sabia provocar, logo aquela disputa ficaria interessante. Ryan não sabe negar quando está com ciúme. Cruzei os braços rindo sozinha enquanto analisava pela porta de vidro Ryan não tirar os olhos de Fernanda fazendo a garota que estava com ele ficar puta da vida. Essa é a minha garota! Procurei por Justin, mas até onde eu podia ver, ele não estava ali. Comecei a me aproximar da porta de vidro para aumentar meu campo de visão, quando ouvi alguém falar comigo me dando um leve susto.

 

– Oi. - me virei vendo Nolan se aproximar de mim com as mãos no bolso da frente da calça.

– Oi. - sorri sem graça colocando uma mecha do cabelo pra trás da orelha.

– É um pouco de falta de educação não falar com o anfitrião da casa, Lorena. – disse num de brincadeira enquanto sorria.

– Desculpa, me puxaram pra dentro da casa antes que eu pudesse falar com você. – me justifiquei enquanto o seu sorriso puxava o meu.

– Tudo bem. – deu de ombros. - Ainda lembra de mim? - perguntou parando perto de mim.

– Claro. - respondi com um pouco de dificuldade de encarar os seus olhos.

 

Na época do colégio, todos os garotos sacaneavam Nolan dizendo que ele era apaixonado por mim e realmente ele morria de vergonha de se aproximar quando via que eu esteja junto, mas parecia que as coisas haviam mudado.

 

– Ryan estava me contando sobre você e Justin e eu estou realmente surpreso! - disse tirando as mãos do bolso.

– É, parece que todos estão. - sorri.

– Parece que foi ontem eu vi vocês dois implicando um com o outro na sala de aula. - disse rindo. - Lembra quando ele colou chiclete no seu cabelo na 7º série? - perguntou rindo.

– Foi ele que colocou?! – me alterei ao lembrar.

– Você não sabia?

– Não! – falei ainda abismada.

– Ops, acho que causarei uma briga no relacionamento. – disse com humor me fazendo rir.

– Não, tudo bem. – disse ainda sem acreditar.

 

Passei anos da minha vida sem saber quem havia feito aquilo e como eu não pude imaginar que tinha sido a peste do Justin?

 

– Bons tempos! – disse Nolan por um suspiro.

– Bom pra você, né? – cruzei os braços forçando uma careta, mas meus lábios ainda sorriam. - E você? Está com alguém? - perguntei me arrependendo em seguida pois aquela pergunta havia soado muito estranho fazendo Nolan sorrir de canto e abaixar a cabeça.

– Eu namoro a Tainá. Nós nos encontramos numa festa depois de algum tempo no colégio e estamos há quase um ano juntos.

– Acho que eu não sei o nome de todas elas, mas creio que ela seja uma daquelas que veio falar com a gente.

– É. - sorri. - Não me surpreendo que você não lembre delas, você as ignorava completamente.

– Eu não me encaixava. Sou muito estabanada para dar piruetas e saltos e ser aceita no time de torcida. - falei fazendo gesto e ele riu.

– Você daria uma boa líder de torcida. – disse me encarando nos olhos de um jeito doce. – Pelo menos a beleza você tem. – concluiu e eu senti meu rosto perder a circulação de tão sem graça que eu estava.

 

Desviei meus olhos rindo fraco e percebi Justin se aproximando de nós.

 

 

– Justin! – falei seu nome num susto. Não que eu estivesse fazendo algo errado, mas o clima já estava ficando estranho.

– Acho que a festa é lá fora. – disse meio grosso chegando mais perto da gente.

– É, mas creio que a Lorena tenha se perdido e acabou sozinha aqui na sala. – disse Nolan ainda brincalhão sem notar o quanto Justin estava estressado.

– Vem. – disse Justin me puxando pelo braço e me tirando dali a força e olhei para trás vendo Nolan encarar aquela cena um pouco sem graça.

– Pára com isso! – reclamei baixo voltando meu rosto pra frente e Justin me ignorou continuando a caminhar. – Justin, está me machucando! – esbravejei enquanto já chegávamos a uma parte externa da casa onde não havia quase ninguém.

– Custa ficar do meu lado? – perguntou um pouco alterado encostando minhas costas na parede.

– A Maiara me levou lá pra dentro! Eu procurei você, mas não te vi. Onde você estava? – cruzei os braços o encarando.

– Te procurando! E se enxergo bem, a pessoa na sala não era a Maiara. E que porra de risinho tosco era aquele de vocês dois?

– Justin, deixa de ser idiota, nós estávamos apenas conversando como duas pessoas normais que não veem faz tempo. – reclamei tentando segurar o riso, pois ele com ciúme era a coisa mais fofa e engraçada do mundo.

– Entao seja anormal e não converse com ninguém. – disse ainda sério e não aguentei segurar mais o riso.

– Você me traz pra uma festa com o antigo pessoal do colégio e quer que eu não fale com ninguém?

– Você já não falava com ninguém no colégio mesmo, não precisa falar aqui. – disse ainda num tom firme como se estivesse falando a coisa mais sensata do mundo.

– Justin, por favor. – falei rindo. – E olha, acabei de descobrir sobre a história do chiclete e não acredito que estou surpresa. – falei fingindo irritação enquanto cruzava os braços.

– Que porra de chiclete? – perguntou estressado.

– 7° série, meus lindos cabelos, eu na primeira carteira... isso não te lembra nada? – perguntei provocando.

– Não! – respondeu irritado.

– Aquele que você colou no meu cabelo, não lembra? Eu nunca esqueci. – falei desviando o olhar pra tentar não rir da sua cara.

– Isso aconteceu em mil novecentos e trinta. – falou exagerado enquanto rolava os olhos estressado – E o babaca do Nolan tinha que falar isso agora? – bufou irritado.

– Amor, para. – falei carinhosamente e aproximei espalmando as mãos em seu peito. – Não estou irritada, só estou brincando com você. – falei dando um selinho de leve e ele não movimentou os lábios tentando ficar sério.

– Você era uma mimada e era um nojo com aquele cabelo. Aliás, você ainda é mimada e ainda é um nojo com esse cabelo. – disse abraçando minha cintura e soltando o sorriso preso.

– Você era uma peste, Justin e ainda é! – rebati sorrindo.

– Uma peste que você ama.

– Não posso mandar no meu coração. – dei de ombros enquanto ele beliscava o meu nariz.

– Mesmo se você mandasse, duvido que iria escolher viver sem mim.

– Não enche o saco! – reclamei sem saída.

– Se eu te perturbo é porque eu te amo, se eu não te amasse eu iria te ignorar. – falou com um sorriso idiota.

– Então me ignora só um pouquinho?

– Claro, tem um monte de garota nessa festa que eu já transei. Vai ser fácil te ignorar um pouquinho.

– Ah tá, experimenta, Justin! – falei irritada e ele me deu um selinho soltando uma riso pelo nariz.

– Idiota! – reclamei rindo. - Se o Chuck ficar que nem você, ele vai estudar em casa. - brinquei.

– Tá maluca? Ele tem que ir pra escola pegar as garotinhas. – falou sacana e depois me deu uma leve mordida na bochecha.

– Meu filho será educado, tá?

– Um filho educado e uma filha mimada. Do que adianta?

– Para de falar assim da Alice! – reclamei manhosa enquanto contornava meus braços em seu pescoço e sentia suas mãos em minhas costas.

– Como se já não bastasse uma Lorena na minha vida, você me dá outra. – revirou os olhos fingindo tédio.

– E você ama isso, né? – falei dando um selinho em sua boca e ele me agarrou mais colocando a língua na minha intensificando o beijo.

 

Nos afastamos depois de alguns segundos e Justin sorriu pra mim entrelaçando nossos dedos e voltamos pra festa. A música estava alta e a maioria já parecia que estava bêbado. Avistei Fernanda no canto ainda conversando com o mesmo garoto e eles pareciam se acertar. Rolei meus olhos pela festa e percebi que Ryan já estava com outra garota e Justin olhava para a mesma direção que eu.

 

– Se eu estivesse solteiro isso estaria pior. – disse rindo ainda sem tirar os olhos da cena do Ryan com a outra garota.

– Acho ridículo vocês ficarem com mil garotas assim, e pior ainda, as garotas aceitam isso. –reclamei.

– Ué, mas ela tá gostando olha. – disse movimentando a cabeça pra indicar a direção e eu voltei o olhar vendo que Ryan puxava a garota pra dentro de casa, mas antes de atravessarem a porta, Ryan parou próximo a garota que ele estava anteriormente e falou algo em seu ouvido enquanto a outra esperava. Logo após os três caminharam pra dentro de casa.

– Ah, é disso que eu tô falando! – Justin festejou todo bobo olhando pro feito do Ryan. – Caams e Jeise são gostosas, mandou ver.

– Justin! – bati em seu braço de leve. – Não acredito no que estou vendo.

– O que é? Sexo à três? Isso é normal. – deu de ombros voltando a me olhar. – Bem que você podia aceitar, me faria um homem muito feliz. – disse pegando uma bebida na mesa que estava próximo de nós.

– O único sexo a três que vai rolar entre a gente será entre eu, você e minha mão na sua cara. – bufei cruzando os braços fazendo rir alto.

 

Observei que Nolan e Tainá se aproximando abraçados e Justin rodeou minha cintura apertando firme. Alfredo e Maiara vinham logo atrás brincando entre si.

 

– E aí, estão gostando da festa? – perguntou Nolan já parado a nossa frente e Justin chegou a cara sem responder.

– Está ótimo. – respondi.

– Quando vamos conhecer os bebês? – perguntou Tainá.

– Quando vocês quiserem! – sorri.

– Eles se parecem com quem? – quis saber simpática e Maiara também sorria esperando uma resposta.

– Acho que a Lara Alice lembra mais ele. – falei olhando pro Justin.

– Mas o gênio é da mãe, não coloquem a culpa em mim! – disse levantando as mãos como se se rendesse.

– Como assim? – Maiara riu.

– Ela é uma chata. – falou brincalhão e todos riram enquanto eu estalava a língua no céu da boca.

– E o Chuck parece comigo, mas tem a personalidade do pai.

– Ou seja, não presta. – Tainá riu.

– É, por aí. – ri.

– Ou seja, pegador. – Justin sorriu sacana e todos riram mais ainda.

– Ou seja, vai acabar namorando a garotinha que ele implicar desde o ginásio. – Nolan zombou fazendo todo mundo rir mais.

– Tá, chega dessa brincadeira de “Ou seja” – Justin murmurou dando um gole na bebida.

– Porra, Nolan! Essa festa tá muito parada! – reclamou Alfredo visivelmente bêbado.

– Então bota sua mulher pra dançar lá no poste, porra. – rebateu estressado.

– Boa ideia. – Justin apoiou me fazendo olhar pra ele.

– Alfredo, vamos embora. Você está bebendo desde cedo. – reclamou Maiara.

– Ih, me deixa. Vocês viram o Ryan subindo com a Caams e a Jeise? – perguntou pros garotos e eu vi que Tainá e Maiara começaram a não gostar do tom da conversa.

– Esperto, faria o mesmo se estivesse solteiro. – Nolan disse e Justin sorriu aprovando.

– Vou dar uma volta, vem. – disse Tainá alterada puxando Maiara pelo braço.

 

Procurei por Fernanda e percebi que ela pegava um pouco de comida da mesa e não estava mais perto do cara e saí dos braços do Justin indo em sua direção. Não tinha cabeça pra ficar ouvindo aquele assunto. Não importa quanto tempo passasse, quando os homens se encontram com antigos amigos continuam agindo como se tivessem a idade de quando se conheceram.

 

– Você está bem? – perguntei já perto dela fazendo-a me olhar com o olhar triste.

– Devo mentir? – perguntou com um ar tristonho diferente de como ela era normalmente.

– Claro que não. – retorcendo o lábio. O que Ryan estava fazendo era uma sacanagem.

– Eu vi que ele subiu com aquelas garotas e quer saber? Tudo bem, eu estou ótima. Eu não preciso dele, ele é solteiro e faz o que quiser com a vida dele. – disse como se na verdade tentasse se convencer daquilo e não a mim.

– Eu acho que ele está fazendo de tudo pra chamar sua atenção.

– Está fazendo isso do jeito errado porque depois do que eu vi hoje, eu não quero ele na minha vida nem se ele for o último homem no planeta Terra. Tem um gato ali esperando apenas eu querer e eu não vou desperdiçar isso. – deu de ombros.

– Está esperando o que, selvagem? – falei rindo fazendo ela rir também.

– Lorena, vem! – virei meu rosto vendo uma das garotas me chamar e depois voltei minha cabeça pra Fernanda.

– Vai lá, amiga. Depois te conto disso.

– Tudo bem. – falei seguindo a direção da garota e vi que havia um grupinho de meninas sentadas a uma mesa e ela caminhava pra lá.

– Lorena! – disse uma das meninas que se me lembro bem era a Alanis. – Senta. – disse apontando pra cadeira do lado da Tainá. - Conta tudo pra gente, como é namorar o garoto que você sempre odiou? – pergunto enquanto eu me sentava na cadeira.

– Deve ser tipo, um tapa na cara, Alanis. – disse uma outra rindo (Ana).

– Pior ainda é sentar numa mesa onde todo mundo já pegou o Justin, né?

– Gabriela! – todas disseram em coro e eu senti minhas bochechas formigarem. Não era legal saber que todas essas garotas já passaram pela cama do Justin, mas deixar isso transparecer apenas ressaltaria minha insegurança.

– Tudo bem, isso não é segredo pra ninguém. O importante é que quem tá com ele agora sou eu, né? – rebati sem me estressar e elas riram.

– Vocês já casaram? – Carol perguntou.

– Não. – respondi.

– Por quê? – Lilian quis saber.

– Porque... ainda... não deu tempo. – falei a primeira coisa que veio na minha cabeça. Afinal ninguém precisa saber de todas as loucuras que já aconteceram e ainda acontecem na minha vida.

– Mas vocês já têm filhos. – uma outra menina que estava quieta até então disse.

– Joyce, deixa ela. Muitas meninas têm filhos sem casar. – Alanis disse.

– Aconteceu, não foi programado. – dei de ombros.

– Nossa e gêmeos, deve ter sido um susto, né? A propósito meu nome é Inês, eu não sei se você lembra de mim. Eu saí da escola no segundo ano, mas eu lembro que você namorava o Chaz. – disse pensativa.

– É, namorávamos. – falei meio sem jeito, todas falando uma atrás da outra já estavam me deixando com dor de cabeça.

– E aí, qual a fofoca? – disse Alfredo chegando por trás da Maiara e Nolan e Justin se aproximaram também.

– Lorena estava falando agora do Chaz. – Maiara respondeu fazendo Justin me olhar de cara feia.

– É mesmo, o Chaz! – Nolan falou se lembrando dele. – Por que ele não veio com vocês, vocês ainda se falam, né? – perguntou pro Justin que não tirava os olhos de mim.

– Não, não falo com ele. – disse seco.

– Qual a treta? – Alfredo quis saber e todo mundo na mesa prestava atenção em Justin me olhando. Já estava na cara que tocar no nome do Chaz não foi uma boa ideia.

– Não tem treta. – Justin disse disfarçando mal e desviando o olhar pra poder encarar o Alfredo.

– E tu ficou estressadinho assim por quê? – Nolan perguntou sacaneando e eu ficava cada segundo mais confusa e sem saber o que falar, mas eu apenas queria que aquele assunto terminasse, senão não acabaria bem.

– Gente, fala sério. Ninguém gosta de relembrar do ex da namorada! – Michelle disse.

– Ah, Justin! – Alfredo zoou. – Não se garante, não? O cara nem tá aqui! – disse fazendo todo mundo rir e foi o que bastou pro Justin virar as costas e sair puto da vida em direção a casa.

– Eita, acho que vocês falaram demais. – Tainá disse enquanto todo mundo olhava Justin sair e depois voltaram a me olhar.

– Da licença. – falei sem jeito me levantando da mesa e sabia que encontraria Justin num estado de nervos.

 

Entrei na casa e confirmei vendo suas mãos em punho apoiando-as no balcão, seu maxilar travado, seu rosto sério e seus olhos encarando um ponto fixo no chão. Justin não se moveu, nem quando eu já estava perto dele. Fiquei com medo de dizer algo e irritá-lo mais, mas ele parecia nem me ver ali.

 

– Justin. – falei seu nome fraco e ele respondeu assim que ouviu minha voz.

– O que você estava falando do Chaz? – disse sem me encarar.

– Nada, eu não estava falando nada dele. Elas apenas lembraram que eu namorava ele na época do colégio, foi só isso. – falei segurando seu braço e tentando fazer com que ele me olhasse.

– Não foi “só isso” – disse nervoso. – Eu não quero você falando dele, eu não quero ter que me explicar pra pessoas que não sabem nada da minha vida. – gritou.

– Fala baixo. – falei me irritando.

– Por quê? Você se ofende quando lembra que eu odeio o Chaz, né? Na sua cabecinha você ainda acredita que vive um conto de fadas e eu sou o seu lobo mal. – disse arrogante finalmente olhando pra mim. Ele sempre jogava essas coisas na minha cara, e nunca parou para imaginar o quanto ele pode me ferir com elas.

– Justin, eu não acredito em nada! Não tente ler meus pensamentos porque você não é nenhum Edward Cullen. Eu apenas acho que não tem nada a ver você fazer cena na frente de todo mundo. Precisava sair daquele jeito?

– Foda-se! Se quiser eu pego minha arma e mato todo mundo que tá aqui e ninguém vai lembrar de cena nenhuma! – gritou completamente fora de si.

–Agora você é um matador, né? Só fala em matar, só pensa nisso! – cruzei os braços.

– Por que? – perguntou segurando meus braços e me encarando de perto. – Não gosta do que eu sou? Não gosta de ver o que você me obrigou a ser? – disse rude apertando fortemente o meu braço.

– Você está bêbado. – falei entredentes com nojo.

– Então para de falar merda e me irritar! Você diz como se eu matasse por hobby. – disse soltando meu braço, mas ainda estressado.

– Suas ações mostram isso. Você só pensa em vingança, só anda armado. Você nunca precisou ir pra todos os lugares com uma arma na cintura. – gritei, mas logo em seguida olhei em volta pra ver se alguém havia escutado.

– Eu não confio em mais ninguém! – disse entre dentes sem me encarar.

– Pelo visto nem em mim. – falei irritada.

– Porra, eu chego perto e ouço que você estava falando do Chaz? O que você acha que eu pensei que você estava falando? Obviamente dos lindos dias que vocês passaram fazendo boneco de neve no Canadá. – debochou estressado.

– Não houve “lindos dias no Canadá”, Justin!

– Então por que ficou lá por tanto tempo? – gritou.

– Vamos mesmo voltar nesse assunto? – rolei os olhos cruzando os braços.

– Sim! Vamos voltar nesse assunto quantas vezes eu quiser até eu entender que porra de amor é esse que você sente por mim.

– É mesmo? Então me explica como é o seu amor já que você procura a Kimberly toda vez que não estou por perto. – falei me rendendo a briga fazendo-o rir sem humor procurando as palavras certas, mas seus olhos mostravam toda a sua ira.

– Ela está lá sempre que eu preciso, diferentemente de você. – rebateu e mesmo que ele estivesse bêbado, eu não iria me esquecer dessas palavras.

 

Perdi a conexão das palavras. Minha boca secou e apenas sentia a raiva dominar meu corpo enquanto Justin me fuzilava um pouco inseguro. Ele sabia que havia falado demais. As lágrimas chegaram a tocar meus olhos, mas eu não iria chorar na sua frente. Virei as costas indo em direção a sala e senti sua mão segurar meu braço com força e encarei seus olhos e sua cara arrependida.

 

– Você sabe que é verdade, mas eu não deveria ter falado. – deu de ombros, não se rendendo completamente ao arrependimento.

– Sabe o que é verdade, Justin? – falei me livrando dos seus braços e virando de frente pra ele. – A verdade que por mais que o Chaz tenha feito merda, ele nunca me tratou assim. Ele nunca disse metade das coisas que você diz, ele nunca me feriu como você me fere. – falei deixando uma lágrima contornar minha bochecha.

– Então vai lá! Volta pro Canadá! Vai viver sua linda história de amor com seu príncipe encantado Chaz Somers. – disse debochado tentando controlar o nervosismo dentro do orgulho.

– Não vou a lugar nenhum! – falei e limpei a garganta para que a voz saísse mais nítida. – O amor da minha vida está aqui e eu não vou a lugar nenhum. Por mais que você ame me machucar, eu não consigo ser feliz se não for ao seu lado. Se é loucura, então me interne! – falei chorosa e ele franziu o rosto me olhando triste. – Acho que você já falou tudo o que tinha pra falar. – falei depois de um tempo que seus olhos tristes me olhavam e me virei, mas mais uma vez sua mão segurou meu braço, mas dessa vez mais fraco e eu demorei pra virar meu rosto para encará-lo.

– Eu não falei tudo que eu tenho que falar ainda. – disse baixo. Seus olhos estavam tristes, arrependidos talvez.

– E o que falta? Vai pegar meu coração e colocar junto com o resto do churrasco pra comer? – perguntei debochada tentando cessar o choro. - O que mais você quer falar. Justin?

– Que eu te amo.

– Jura? Não parece. – falei ainda debochada, mas a voz saiu triste.

– Claro que parece! – respondeu irritado me puxando pra ele. – Eu sinto ciúme de você, eu fui no Canadá te buscar, eu fico puto só de ouvir o nome do Chaz. Isso é um pouco do meu amor por você. – falei aproximando nossos rostos. Não pude evitar de sorrir, Justin sabe me ferir da forma mais cruel com suas palavras e ações, mas sabe contornar a situação como ninguém fazendo meu coração o perdoar com a mesma facilidade.

– Engraçado, eu estava numa mesa cheia de garotas e tive que ouvir que todas ali já ficaram com você. – reclamei colocando minhas mãos em seu ombro.

– Elas falaram isso? – sorriu convencido.

– Sim. – revirei os olhos.

– Mas você sabe que é verdade, né? Digamos que antes de você aparecer, eu mantinha uma lista extensa. – disse com um sorriso convencido e bati de leve em seu peito fazendo-o rir e juntar nossas lábios num beijo.

 

Sua língua pediu passagem e cedi sentindo meu estômago revirar. Comecei a acarinhar seu cabelo enquanto ele segurava minha cintura. O beijo estava doce, mas também quente. Justin colocava mais nosso corpo me beijando como se estivéssemos prestes a transar. Me afastei recuperando o ar e ele sorriu sem graça.

 

– Casal! – Ryan gritou chegando na cozinha com cara de sono e uma garrafa de cerveja na mão sorrindo feito bobo.

– Resolveu aparecer? – perguntei me virando e Justin me abraçou por trás.

– Estava ocupado. – deu de ombros bicando a cerveja.

– Eu sei, né? Ridículo isso! Você deveria ao menos respeitar o que você e Fernanda tiveram. – rebati.

– Por que? Se ela tá lá fora agora se esfregando naquele otário?

– Quem começou foi você. – falei irritada.

– Até parece que você não conhece, amor. Ryan vai ficar comendo uma por dia até Fernanda vir falar com ele. Cuzão medroso. – Justin sacaneou me fazendo rir.

– Nada a ver. Tô tranquilo na minha. Problema é dela se não me superou. – falou visivelmente incomodado com o Justin havia falado.

– Uhum, vai lá enganar suas troxas, Ryan! Aqui todo mundo te conhece. – falou Justin ainda provocando e Ryan se estressou saindo de onde estávamos e voltando pra festa fazendo Justin rir mais.

– Justin. – falei me virando e abraçando sua nuca. – Vamos embora? – pedi manhoso.

– Quer ir?

– Duas brigas por uma noite tá bom, né? E eu snto que se o Nolan disser mais alguma coisa, você pula no pescoço dele.

– Moleque folgado. – reclamou olhando pro lado.

– Vamos? – pedi de novo.

– Tá bom. – disse dando um selinho.

 

Fomos pra fora da casa onde rolava a festa e Justin se aproximou do pessoal enquanto eu ia um pouco sem graça pra direção de Fernanda pra avisar que iríamos embora, mas ela acabou dizendo que iria depois e eu gostei da atitude já pronta pra provocar Ryan. Voltei até onde Justin estava Rayn e Maiara e Tainá com Alfredo e Nolan

 

– Então vamos sim, só marcar. – disse Alfredo e Justin segurou minha cintura.

– Quero ver a cara dessas crianças. – disse Tainá olhando pra mim.

 

Nos despedimos de todos e sabia que Ryan e Justin estavam alto demais para dirigir, mas nem pedindo muito Justin deixou eu dirigir o carro dele e fui até em casa contando os segundos e os postes que Justin quase bateu. Me joguei no sofá assim que entramos em casa e meus pés doíam dentro do sapato alto. Justin se aproximou jogando a chave do carro em cima da mesinha e sorrindo pra mim com cara safada.

 

– Nem pense, eu estou morta de cansaço. – falei fechando os olhos e senti seus braços me pegarem no colo. Deitei minha cabeça em seu ombro e ele me levou até nosso quarto me colocando na cama.

– Preciso de uma massagem nas costas. – disse se sentando na cama e tirando a blusa e eu me ajeitei ficando de joelhos e comecei a massagem enquanto ele relaxava os ombros.

 

 

– Precisamos conversar. – falou depois de um tempo e eu continuei a massagem tentando fingir que aquilo não tinha me preocupado.

– Fala. – dei de ombros.

 

Ouvi um suspiro alto e ele se levantou sem ao menos importar se minhas mãos ainda estavam em seu ombro e encarou o nada de frente pra mim com seu peito desnudo.

 

– Já sei que não é notícia boa. O que você fez com a minha mãe?

– Não é nada com a sua mãe.

– Então o que é?

 

Justin soltou o ar do pulmão de forma pesada e seus olhos me encontraram finalmente.

 

 

– Eu vou voltar pro Canadá e ficar algumas semanas. – disse por fim e senti meu corpo se arrepiar.

Tópico: Isso é Um Pouco do Meu Amor Por Você

Capitulo

@iSweetSwaggie | 01/11/2012

Mds, que perfeito esse cap, digna declaração estilo Justin, me emocionei, e os típicos ataques de ciúmes do Justin são a+. Agora estou ansiosa pelos 2 próximos, que eu sei que prometem muita fofura! Poste logo por favor Clara!

.-.

Caaaaaams | 01/11/2012

BITCHES LOVE RYAN
BITCHES VAO PRA CAMA COM O RYAN
BITCHES FAZEM MENAGE A TROIS COM O RYAN
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK I'M A BITCH
Cara, necessito dde mais, preciso ver o surto q a Lore vaii dar KKKK, ela vai pirar. Na boua, o Justin é mt retardado u.u

Re:.-.

Jeise | 02/11/2012

POR FAAAAAAVOR MENAGE A TROIS COM RYAN.
Enlouquecemos ele na cama kkkkkkkkkkkk

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