Exploding

POV Justin

Alguns dias se passaram e era difícil focar no jogo dele. Respeitando meu pai, trouxe Lorena e achei que as situações drásticas voltariam a acontecer, mas tudo que essa maldita pessoa fazia era me confundir. Não podia relaxar, mas tinha dia que não acontecia absolutamente nada e isso me deixava puto. Não conseguia pistas, o plano não ia para frente e a inércia invadia como se nada existisse para me preocupar. De repente algum capanga via algo suspeito rondando a casa, mas nunca conseguíamos alcançar a sombra. Já estava sentindo falta de alguma agitação e ter tudo muito tranquilo me deixava inseguro. Parecia que havia uma cobra perto de mim prestes a me picar e eu não estava percebendo. Estava inseguro, ninguém gosta de correr perigo e não saber de onde vem o perigo e pra que lado foi! Já sabia que era alguém relacionado ao Jack, mas quem? E por quê? Vingança? Nada se encaixava. Jack era um poderoso odiável, ninguém se importaria com sua morte. Tudo era confuso, mas aos poucos a neblina ia se afastando. Com os dias Kimberly foi se recuperando da morte de Charlie e parecia que agora aquilo havia se tornado particular. Obviamente já estavam atrás dela e Cindy, mas lidar com a falecimento de Charlie havia piorado o humor dela e Kimberly estava insaciável. Quando eu não saia para fazer buscas, ela mesma ia com os capangas dela e, tenho que admitir que ela era muito mais esperta nos esquemas que eu, mesmo que eu não a dissesse isso. Mesmo assim não precisava, seu ego inflado já concordava comigo. Era bom tê-la em meu time. Queria sair, levar meus filhos pra passar a tarde em algum lugar, mas não podia. Tentei voltar a ser aquilo que eles precisavam que eu fosse, tentei voltar a ser o pai carinhoso e atencioso que sempre fui e só assim percebi o quanto eles sentiam a minha falta. 

Numa tarde de sábado, sentei com os três na sala e prometi a mim mesmo que não entraria naquele escritório, com isso vi todos os desenhos que eles gostavam e fiquei com as musiquinhas dias na minha cabeça. Mas era bom ter o carinho deles, olhar e perceber traços meus em seus rostos. É louco imaginar que eles são parte de mim, que ha meu sangue correndo em suas veias. Cindy era a criança mais inteligente que eu ja conheci. Além de ter sua sensibilidade aflorada por causa da condição que eu a encontrei, era muito carinhosa com os irmãos menores. E mesmo que os três se encontrassem em situações estranhas como serem filhos de mães diferentes, aquilo parecia não importar. Eles se amavam e eu poderia olhar para eles o dia todo em busca da paz da inocência deles. Eu faria tudo por eles e me recordei disso. 

Alice era ciumenta, mas não a ponto de tratar mal quem se aproximasse de mim. Ela apenas fechava a cara e eu entendia tudo. Cindy e Chuck eram os únicos que ela não se importava, mas Kimberly era o seu alvo favorito. Quando digo que essa garota é a mini copia da mãe eu não estou exagerando. Quando lhe nego alguma coisa, seus braços se cruzam, seu pé bate no chão sequencialmente e ela fica carrancuda. Alguns metros a mais e uma tinta preta no cabelo e eu poderia chama-la de Lorena. Fora seu gênio, era uma criança doce e muito sensível as situações a sua volta. Parecia sentir quando sua mãe não estava bem ou quando eu estava preocupado. Chuck era um brincalhão nato e as vezes se perdia no meio de duas garotas. Passava seus carrinhos por cima das Barbies das irmãs e só assim as brincadeiras de ambos se uniam. Minha parte favorita era quando Lorena se estressava com alguma coisa que ele fazia e Chuck simplesmente abria um sorriso fazendo-a murchar na hora. “Isso é culpa sua, ele puxou a você.” dizia ela tentando não rir enquanto eu apreciava a cena. Eu tinha muitos motivos pra ser feliz e de fato sou. Meu pai sempre trabalhou em uma grande empresa, então sua aposentadoria fazia com que a familia inteira vivesse bem; eu tinha filhos perfeitos; uma casa perfeita e uma esposa perfeita. Ela podia não acreditar nisso, mas se eu tenho tudo que me faz feliz hoje é graças a ela. Uma mulher não tem que estar apenas ao seu lado pra você ostentar uma beleza. É bom você ter caras notando sua mulher, a menos que eles a toquem, porem é bom saber que aquilo que você tem outros querem e não tem. Porem, Lorena para mim ia além da beleza, do corpo, do sexo. Ela era quem sempre estava do meu lado e mesmo que nosso passado tivesse nos colocado em situações dolorosas, nos estávamos aqui um apoiando o outro. Quando eu surto, quero quebrar tudo, desistir, fugir… é ela que me olha com seus olhos negros e implora para que eu não desista. E eu me lembro que tudo que faço é por ela. Desistir de manter uma vida tranquila, é desistir da minha família. Quando eu olho para ela eu encontro a garra que preciso pra enfrentar qualquer leão. Venha o que for, eu lutarei por ela. Eu lutarei por um “depois” com ela. Passarei pela guerra almejando a paz por ela. 

Havia acabado a sessão brincadeira com os filhos e era foda voltar pro trabalho apos um período de relaxamento, mas Kimberly tentava convencer Cindy a ir pra casa e Chuck e Alice haviam sido levados por Lorena para tomar banho.

- Mas mamãe, eu não quero ir. - choramingava Cindy enquanto eu observava a cena do sofá.

- Você já ficou a semana toda aqui! Você não esta com saudades de mim? - perguntou Kimberly pegando-a no colo e a garota assentiu. - Então pronto, outro dia você volta. - falou convencendo-a. - Leve ela para o carro, eu já estou indo. - disse para baba passando a menina para o colo dele e enquanto a baba se retirava, Kimberly começou a me encarar séria.

- Tchau, papai. - Cindy disse baixinho quando passou por mim no colo da baba e me levantei dando um beijo em sua testa e em seguida fui em direção ao meu escritório.

- Vai fazer buscas hoje? - perguntou Kimberly em um tom sério vindo atrás de mim 

- Vou. - falei entrando no espaço.

- Não vou poder ir. Vou ficar com a minha filha hoje, mas preciso que você faça o que eu vou te pedir. 

- Fala. - resmunguei sentando na cadeira.

- Leva a Lorena contigo. - falou e eu rolei os olhos já cansado de ouvir aquilo.

- Você sabe minha resposta! - falei grosso.

- Nada vai acontecer enquanto você deixar o que ele quer aqui dentro trancafiada. - se alterou.

- Eu não posso dividir a proteção! Se eu a levar comigo terei que ser escoltado por muitos capangas e ao mesmo tempo a casa não pode ficar abandonada com os meus filhos aqui! Eu não sei quantas vezes eu já te expliquei isso, mas a minha resposta ainda é não! - falei serio.

- As crianças podem ficar comigo e você vai com o Ryan. Isso não é desculpa. – insistiu em um tom óbvio. - Se você não fizer isso agora, então você não vai fazer nunca. Faça isso enquanto você tem chance. - disse autoritária cruzando os braços.

- O que você ta querendo dizer?

- Estou querendo dizer que capangas meus estão sumindo! - falou mais alterada.

- E o que isso tem a ver? Você exige demais deles e não etou dizendo sobre as obrigações que eles de fato tem que cumprir, mas ninguém aguenta 24 horas em pe, poucas vezes trocando turno. 

- Eles não estão fugindo, Justin! Eles estão morrendo! - gritou.

- E como você sabe? Você tem provas?

- Não, mas eu tenho um cérebro. E eu mesma investiguei os seus capangas e você nem ao menos se deu falta que em dois dias, você perdeu três homens.

- O que? - perguntei confuso e surpreso pelo modo doentio que ela falava. - Você esta louca!

- Você que é louco de não perceber que ele esta começando a enfraquecer nossa proteção! Justin, essas pessoas que trabalham pra gente tem família! - gritou.

- Isso não é algo comprovado! - falei analisando. - Três é um numero muito pequeno, não podemos alegar nada.

- Sabe o que eu não posso alegar? Eu nao posso alegar que você realmente tenha vivido do crime algum dia na sua vida! Enfraquecer proteção é atitude gasta, Justin! É óbvia e completamente esperada, se toca! 

- E onde estão os corpos? Me responde! - gritei

- Você quer que além de sair pra procurar o autor, eu encontre suas vítimas? - se irritou. - Eu só digo uma coisa, nem eu e você temos tempo de treinar mais homens. Não basta ter segurança do Papa no currículo, quando eles entram na equipe a gente levanta todo o arquivo, temos consciência que são pessoas leais! Não podemos fazer uma seleção, isso requer tempo e tempo é uma coisa que não temos. Ou você abre o seu olho ou quando você perceber não restara um em pé – disse cuspindo as palavras.

- Quantos homens seus sumiram? 

- Seis, num período de oito dias. Acha pouco? - perguntou ironicamente e eu me levantei.

- Vou averiguar. 

- Eu quero que você resolva. - disse grossa. - Se essa pessoa pegar minha filha, reze pra ele ter me matado também senão você conhecerá a minha fúria. - ameaçou. 

- Eu não tenho medo de você, Kimberly! E muito menos das suas ameaças. Proteger minha família inclui minha filha e nada vai acontecer. - falei sério.

- Assim eu espero.

- Por que você não pega toda essa sua autoridade a vá despeja-la em alguém que esteja com tempo?

- Acho que você esta com tempo o suficiente, pois não esta resolvendo a questão.

- Você sabe muito bem que eu não tenho descansado atrás de pistas! - gritei segurando seus braços com força.

- Então comece a se cansar mais porque não esta adiantando! Tudo que você faz é voltar pra esse escritório e se contorcer pra não usar o pó ou você acha que eu não sei que você encomendou a braquinha?  Pagaria pra ver o fodao Justin Bieber em boca de favela procurando pó. - falou debochada.

Senti meu sangue quente pesar em minhas veias e apenas deixei a raiva tomar conta do meu corpo e depositei um tapa forte e estalado em sua bochecha fazendo seu rosto virar na hora. Kimberly levou a mão ate a bochecha machucada e me encarou com ódio. Não demorou muito ate ela vir pra cima de mim e começar a distribuir socos pelo meu rosto. Segurei seus braços com força tentando domar sua fúria.

- Me solta. - grunhiu com seus olhos severos. - Eu vou acabar com você!

- Aprende a falar comigo. La na porra da sua casa você tem moral, aqui não. - falei jogando no sofá e de imediato ela levantou vindo pra cima de mim de novo.

Agarrei mais uma vez seus braços com força e nossos olhos se cruzaram com ódio.

- Eu te desprezo! - cuspiu as palavras. - Se não fosse pela minha filha, eu nunca mais voltaria aqui! Você é um ingrato, nem reconhece tudo que eu fiz pra você.

- Reconhecer não te da a liberdade de falar comigo como você quer. - falei empurrando-a para solta-la.

- Toquei na sua ferida, foi isso? Vai me dizer que a sua protegida não sabe que você tem recorrido a isso! – debochou.

- Você não sabe do que esta falando. - tentei me controlar.

- Eu sei sim, você é um fraco. - cruzou os braços e sua bochecha estava vermelha.

- Eu não usei e nem vou usar. - falei serio.

- Duvido! Eu já peguei você fazendo isso varias vezes e muitas vezes a Cindy quase viu! Vai me dizer que meus capangas estão cegos e não viram que era você buscando pó.

- Eu não devo explicação a você! - falei entredentes.

- Você não passa de uma criança, Justin! Você vai afundar e vai levar todo mundo com você e nem conte comigo porque eu já terei trocado de bote. Passe bem. - disse saindo e meu coração estava acelerado.

Queria me acalmar para não fazer uma besteira. Tudo que menos precisava era de alguém atormentado o meu juízo. Me joguei na cadeira e abri a gaveta. O pacote pardo ainda estava intacto. Sabia que ali dentro havia grande porção de uma coisa que poderia me fazer bem. Tive recaídas em meus estados de desespero muitas vezes e quase usei, mas Kimberly havia levado todo o meu autocontrole e algo dentro de mim dizia “você não tem nada a perder fazendo isso, só a ganhar, ganhar mais força, mais coragem, mais sangue nos olhos, mais garra”. Peguei o pacote em minha mão e o rasguei expondo o pó comprimido dentro do saco. Abri o saco e peguei uma quantidade suficiente pra me manter naquele noite. Fazia tudo com os músculos rígidos, como se tivesse que tomar aquela atitude antes de desistir.

- Papai? – ouvi a voz de Alice de longe e me desesperei começando a guardar o pacote na gaveta e limpei o pó sobre a mesa o espalhando pelo chão com rapidez. 

Meu coração estava acelerado pelo susto e cada pêlo meu se ouriçou com sua voz. Lorena jamais me perdoaria se algum deles visse aquilo. Nesse quesito, ela e Kimberly eram completamente iguais. Levantei meu rosto após fechar a gaveta e Alice entrava no escritório segurando sua boneca. Respirei aliviado me livrando da tensão. Logo Lorena surgiu vindo atrás e parou na porta sorrindo carinhosamente enquanto mirava Alice vindo até a mim e subindo no meu colo.

- Eu quero que você conte uma história pra mim. – disse sonolenta colocando a cabeça em meu peito.

- Que história? – sorri de nervoso só imaginando a confusão que eu teria causado.

- A da bailarina. – disse manhosa com os olhinhos quase fechados pedindo a mesma história que pedia sempre.

Lorena sorriu pelo nariz e caminhou até próximo de nós.

- Eu estava tentando fazê-los dormir, mas ela quis te ver. Chuck foi fácil, mas essa daí cismou em descer. – se explicou.

Aquela garota pressentia as coisas, só podia ser. Havia uma conexão tão forte entre eu e Alice que só podia ser coisa de outro mundo. Havia uma linha invisível que nos conectava. Comecei a contar a história enquanto seus olhinhos foram ficando cada vez mais pesados. Não demorou muito e ela dormiu em meu colo mesmo. Assim, Lorena se levantou indo chamar Emma que a pegou do meu colo e subiu para coloca-la na cama. Lorena a acompanhou até a porta do escritório dando um beijo na testa de Alice e em seguida fechou a porta vindo pra minha direção.

- Que cara é essa? – perguntou sentando em meu colo e passando os braços pelo meu pescoço.

- Minha cara. – tentei sorrir convincente, mas ainda estava assustado por quase ter deixado Alice ver o que eu estava prestes a fazer.

- Sua cara de que está pensando em algo. – falou erguendo as sobrancelhas.

- Nada demais. – sorri mentindo.

- Vai fazer buscas hoje?

- Não, vou saber de umas coisas que estão acontecendo e tentar resolver. 

- Eu não posso saber o que é? – falo me dando um beijo de leve.

- Alguns capangas estão sumindo e eu vou verificar isso.

- Hum. - falou retorcendo o lábio. - As crianças dormiram, achei que teríamos a noite pra nos dois.

- Eu não vou demorar muito. - falei sorrindo de canto.

- Já é quase uma hora da manha, quando você sai essa hora chega quase amanhecendo. - falou fazendo biquinho começando a me tentar.

- Não faz isso… - falei baixo com a voz rouca e soltei um riso.

- Estou com saudades de você. – sussurrou deitando a cabeça em meu ombro.

- Eu também, se você estiver acordada quando eu voltar, podemos fazer algo.

- Vou tentar. - falou bufando.

- Do jeito que você é, vou chegar aqui e vai tá lá com a bunda pro alto ocupando a cama toda. – provoquei duvidando.

- Eu não ocupo a cama toda! – falou rindo levantando a cabeça e voltando a olhar pra mim

- Você dorme toda aberta que nem uma estrela do mar. – tirei sarro. – tô cansado de chegar de madrugada e ter que te ajeitar pra poder deitar. – rolei os olhos.

- Não posso controlar o que eu faço dormindo. – disse mimada, mas de bom humor.

- Uma pena, senão poderia fazer certas coisas quando eu chego doido pra foder e você está dormindo. – falei fazendo-a rir.

- Que coisas? – perguntou mordendo o lábio como se não soubesse do que eu estava falando.

Com seu corpo sentado sobre meu colo, meu pênis logo começou a responder com excitação por causa do caminho que a conversa havia levado. Apenas notei que não poderia negar aquilo a mim mesmo quando nossos lábios se tocaram me dando um arrepio. Eu não precisava me drogar. Quando eu iria me tocar disso? Eu tinha a mulher mais viciante da face da terra em meus braços. Me levantei segurando seu corpo e a coloquei sentada na mesa do escritório e ela sorriu angelicalmente tentando esconder a diabinha que estava me atentando. Apertei seu seio com uma mão e com a outra apertei seu meio por cima do short recebendo um gemido em troca. Beijei seu pescoço enquanto ela erguia a cabeça passando seus dedos por todo meu cabelo. Já podia sentir como seu corpo se amolecia ao meu toque. Meu pênis chegava a doer dentro da minha calça. Estava prestes a parar de beijar seu pescoço para despi-la quando ouvi meu celular começar a tocar. Tentei ignorar, mas tinha certeza que era Ryan para avisar que estava me esperando do lado de fora. No quinto toque me rendi e parei de beijá-la fazendo Lorena suspirar derrotada.

- Eu tenho que ir. – falei sem graça fazendo-a desviar os olhos.

Segurei seu rosto dando um selinho com força mal correspondido.

- Me espera. – sussurrei ainda segurando seu rosto. 

- Tá. – disse cabisbaixa e então meu celular começou a tocar de novo. 

Me afastei pegando-o em meu bolso enquanto Lorena descia da mesa completamente desolada.

- Fala, puto. – atendi.

- Bora, porra! To aqui faz 3 horas. – reclamou.

- Deixa de ser mulherzinha exagerada. Já to saindo. – falei desligando e voltei a olhá-la.

- Nossa, me ensine a cortar o clima tão rápido pois ainda estou querendo que voce fique e transe comigo em cima dessa mesa. – falou me fazendo rir.

- Ouvir a voz do Ryan brocha qualquer um. – me expliquei pegando a arma dentro do cofre e colocando na cintura enquanto ela analisava todos os meus passos. 

Verifiquei a munição caso precisasse, pus meu celular de volta no bolso e peguei a chave do carro em cima da mesa. Peguei a mão da Lorena saindo com ela do escritório e deu um selinho rápido e me virei ouvindo seu “se cuida” preocupado. Virei meu rosto dando um ultimo sorriso.

- Eu sempre me cuido. – respondi dando um sorriso convencido e saí de casa.

POV Lorena

Não sei por quanto tempo duraria, mas eu e Justin estávamos em um ótimo momento. Ele passava mais tempo em casa e mesmo que ele ficasse trancado o dia todo naquele escritório, era preferível isso do que tê-lo na rua temendo sua volta. Ele tirava algumas horas para brincar com as crianças e isso me alegrava, pois pra mim era exatamente o que eu sabia sobre ter uma família. Quase todo dia a noite ele saía, era mais fácil suportar desse jeito já que passava boa parte dormindo e na manhã seguinte o encontrava deitado na cama. O maior problema era conseguir dormir. Mesmo se ele fizesse isso por mil anos, eu jamais me acostumaria com a sensação de o perder. Assim que Justin saiu, tentei não ficar pensando muito como sempre fazia e decidi tomar um banho. Após o banho, desci até indo até a cozinha. Preparei um sanduíche e peguei uma pequena garrafa de água indo até a sala. Como ele não disse nada se iriamos sair, não me preocupei em me arrumar, pois nem sabia se ele realmente chegaria a tempo de alguma coisa. Fiquei vendo TV enquanto comia e nada de interessante parecia prender minha atenção. Não sei quanto tempo se passou, mas o sono já estava caindo sobre mim severamente. Olhei o relógio na parede marcando 3:03h e suspirei. Me levantei com moleza pois havia decidido dormir, ele não chegaria a tempo e com certeza chegaria cansado. Desliguei a TV e subi para o meu quarto. Aquele vazio sempre me deixava para baixo. Casais foram feitos para dormirem juntos a noite e eu odiava esses dias em que dormia sozinha. Após a higiene bucal, voltei para o quarto e tirei a colcha de cima da cama colocando em cima da cadeira próxima ao guarda roupa. Deitei na cama me aninhando aos travesseiros e pensei nele e se ele estava pensando em mim. Apenas deixei o sono vir, pois meu cansaço não perderia para a minha preocupação.

POV Justin

Passei por alguns lugares da região onde eram marcados para deixar vítimas e reféns de sequestro. Lugares escondidos, apagados e sombrios. Tudo que aprendi de ruim sobre essa vida, aprendi enquanto trabalhava para o Lúcio e estar cada dia enfiado mais nisso me deixava puto. Estacionei o carro chegando no local barra pesada. Algumas putas sujas se ofereciam naquelas esquinas e havia alguns cracudos deitados no chão… aquele lugar era completamente nojento.

- Aqui é movimentado. – Ryan estranhou saindo do carro após de mim.

- Mais eles vão sair daqui já, já.

- Como tu sabe? – perguntou confuso virando pra mim e peguei minha arma da cintura dando dois tiros pro alto.

Ryan riu e realmente era divertido ver as putas correndo e se equilibrando naqueles saltos enormes enquanto os viciados corriam completamente sem rumo, sem saber o que estava acontecendo. Quando o lugar já estava completamente vazio, comecei a andar para me aproximar enquanto Ryan me seguia.

- Esse muro é cercado. – Ryan analisou enquanto chegávamos perto da casa abandonada.

- Vamos ter que pular. Vamos nos separar, se achar alguma coisa, me avisa. – falei me distanciando e pegando impulso pra pular o muro enquanto Ryan fazia o mesmo.

Era a última opção da noite. Já era 3h da manhã e havíamos ido em todos os lugares que eu conhecia que eles podiam estar. Se eu não encontrasse nada, poderia voltar pra casa feliz por poder jogar aquilo na cara da Kimberly. O mato daquela casa abandonada não era cortado há muito tempo e não havia uma maldita luz iluminando aquele local. Peguei meu celular usando-o como lanterna para olhar por onde pisava. A casa de madeira já nem tinha mais porta e seus vidros estavam rachados e alguns quebrados. 

- Justin! – ouvi a voz séria de Ryan me chamando e segui por onde sua voz havia vindo e o encontrei parado olhando algo a sua frente.

- Achou alguma coisa? – perguntou já nervoso continuando a andar para alcança-lo.

- Olha o tamanho desse saco, e puta que pariu, olha esse fedor de carne podre. – reclamou tampando o nariz com a parte de cima da mão.

Me aproximei sentindo aquele odor sufocante e nem ao menos me atrevi a respirar de novo. Prendi a respiração e dei um passo a frente, pois nem adiantaria pedir pro Ryan fazer aquilo. Dei um chute no saco de leve, pois não parecia que estava amarrado, assim o saco tombou e uma cabeça saiu rolando.

- Caralho. – dei um pulo no susto e Ryan olhou aquilo sem acreditar.

- Picotaram os caras. – falou alterado.

- Filho da puta! – falei entredentes olhando ao redor, mas a escuridão não me deixava ver nada.

Meu celular começou a tocar e já o peguei no bolso querendo matar um já imaginando ser a Lorena. Ela sabia que não devia me ligar quando estou na rua, ela sabe que não deve interferir na minha concentração.

- Alô? – falei já puto me afastando enquanto Ryan ainda olhava pro saco completamente incrédulo.

- Gostou do presentinho que deixei pra você? Eu sabia que você ia encontrar o local, você não é de todo idiota. - uma voz modificada falou do outro da linha e meu corpo se arrepiou em tensão. Era ele! Meu sangue ferveu e fechei o punho da mão livre.

- Onde você tá? Eu vou te achar filho da puta! – gritei. –Anda! Quero ver quem é o filho da puta que se acha o fodão. Eu vou fazer você engolir todas as merdas que você tá fazendo. – falei já desesperado. Mal parecia real para mim que eu estava finalmente falando com  o cara que estava tentando me fuder.

- Fique calmo, Bieber. Você não precisa mais se preocupar em me encontrar. – disse e em seguida sua risada saiu pesada na voz modificada. – Não precisa fazer as coisas com pressa, pois a Lorena já foi dormir. – disse e meu corpo se arrepiou.

- Fique longe dela! – gritei e Ryan já havia se aproximado tentando entender o que acontecia.

- Eu tento, mas… – fez uma pausa irônica. – Ela é tão bonita e – pausou mais uma vez dando uma longa cafungada. - tem um cheiro tão bom.

- Não encosta nela! – gritei. – Eu juro pra você que eu vou te achar, seu merda. – gritei.

- Se você conseguir se manter vivo, talvez consiga me pegar, mas tem que ser bem rápido. Corra, Bieber. – disse num tom debochado e em seguida a ligação foi desligada.

Olhei ao redor já entendendo seu tom ameaçador. Só podia ter uma bomba naquele local esperando a gente, já era de se esperar. 

- Corre Ryan! – gritei voltando para o muro desesperadamente enquanto ele vinha atrás de mim.

Minha mão suava e meu coração batia ardendo em meu peito. Meu sangue corria completamente com ódio em minhas veias. Eu só queria ter a sensação de tê-lo em minhas mãos, eu só queria sentir seus ossos quebrando, queria ouvir seu grito de dor. Já estava ofegante, quando meu celular escorregou da minha mão antes que eu pudesse alcançar o muro, parei voltando alguns passos mas a escuridão me impedia de achar o objeto.

- O que você está fazendo, Drew? – Ryan perguntou desesperado já imaginando que tudo estava prestes a explodir.

- Eu perdi a porra do celular, eu tenho que rastrear essa ligação, não posso perder ele, não posso! – falei completamente fora de mim enquanto procurava o aparelho.

- Justin, deixa isso pra lá depois a gente pega ele, vamos embora! Se ele está com a Lorena, nós temos que ir com pressa. – eu ia responde-lo, mas o estrondo foi maior.

 Um clarão engoliu minha visão e o barulho alto feriu meus ouvidos. Me esquivei tentando me proteger sendo jogado contra o muro. Não conseguia ver se Ryan havia se safado, só sentia a quentura do fogo próximo e meu corpo fraco se rendendo ao breu.

Comentários

Bieber

Juliana | 25/12/2015

Cara,mds faz 2 meses q lei essa fic e nao esperava por isso!! Jus ten que sair dessa! Namoral sera possivel que havera um minuto de paz pro jus viver com a familia dele? Mds andiosa pro proximo cap. Clara pf faz 4 temporada so em pensar q so tem terceira! Me tortura!! Assim como lorena nao pode viver sem jus eu NAO POSSO VIVER SEM DESTINO OCULTO!!!

capítulo

Ingrid | 07/02/2013

JESUSMARIAJOSE deu ruim pro Bieber!
Adoro esse tipo de Cap. vc termina uma ação deixando um suspense no ar, isso é tão excitante...prende totalmente a atenção . Partindo pro próximo cap p eu ñ ter um treco de tanta curiosidade.

Exploding

Carol Teixeira | 05/02/2013

IIIII, deu merda gente!! Ain Meu Deus.. ..
Não quero nem pensar no que você dona Clara vai fazer no prox.!! #medls

me protege que eu tô com medo

@rihannamine | 04/02/2013

aaaaaaaaaaaaaaaaa mais que bosta.
Faz tudo mas não mata o Ryan, sério.
Nolan se eu te pego... não ia restar nem o pó pra jogar no mar...
"ouvir a voz do Ryan brocha qualquer um" Eu sempre concordo com o Jus mas dessa vez não dá
Lorena sendo compreensiva o.o Justin sendo carinhoso o.o Clara sendo a melhor escritora de fanfics, ops, isso não é novidade.

OMG :O

Andreia | 02/02/2013

ai meu ke raiva desse nolan tou cm uma vontade de matar ele -.-
espero bem ke os dois estejam bem nenhum deles pode morrer agora :/
sera ke ele tava perto da Lorena espero ke ñ :/
meu Deus Clara tu deixas-me sempre cm o coraçao nas maos ñ demores please :)

OMG

ToddynhoSillva | 02/02/2013

Meu deus , Clara como assim ?? esse fe de uma puta é o Nolan num é ?? Aneim quero matar esse filho de uma mae, o Jus tem que ficar bem e matar ele! Continuaa pleaase? *-*

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