Come Back To Me

POV Justin

Fui recuperando os sentimentos e fechei o punho lentamente. Podia ouvir vozes, mas pareciam apenas ruídos completamente desagradáveis ao meu ouvido enquanto tentavam adivinhar o que havia acontecido comigo. Tentei abrir os olhos com dificuldade, mas aquilo parecia impossível, quando ouvi a voz em tom serio do meu pai.

- Ele esta acordando. - informou.

Tentei recobrar a consciência, mas apenas sentia um vazio de informações. O breu dos meus pensamentos era influenciado tanto pelo breu que meus olhos fechados causavam quanto pela falta de memoria. Não pude entender o que acontecia ou porque eu estava deitado na cama.

- Justin. - ouvi a voz fraca de Lorena e senti sua mão repousar em minha testa suada.

Forcei meus olhos a se abrirem. Talvez eu pudesse lembrar de alguma coisa se abrisse meus olhos. A claridade natural feriu meus olhos, mas pisquei com força limpando a visão enquanto franzia a testa. Eu estava em nosso quarto. Encontrei os olhos lacrimejados de Lorena e seu rosto expressando preocupação. Um sorriso fraco brotou timidamente em seu rosto quando nossos olhos se cruzaram.

- Por que você fez isso? - perguntou por um sussurro em meio ao choro.

As imagens foram se formando, os pensamentos vieram feitos carros em corridas, rapidamente um atrás do outro me dando uma certa dor de cabeça aguda no centro da testa. Meu peito apertou e desviei o olhar mirando meu pai que estava com os braços cruzados e com a expressão séria.  Eu havia tido uma recaída. Lembrava do meu estado de desespero e sentia meu corpo se eletrizar. Quando ouvi tudo que a mãe da Lorena tinha que me contar, simplesmente não pude reagir. Eu tinha medo do que o destino guardava para mim a respeito das coisas que eu poderia descobrir no caminho da minha vida. Mesmo precavido, o destino ainda curtia com a minha cara. Saber que o pai da Lorena havia trabalhado para Lucio para pagar o tratamento dela caiu em minhas mãos como um peso que eu não pude suportar facilmente. Havia tantos sentimentos confusos dentro de mim, que eu sentia que podia explodir a qualquer momento. A confusão me sufocava e eu não sabia exteriorizar tudo que havia dentro de mim. No final das contas, todos nos estávamos conectados ao Lucio, mas o pai de Lorena não mais. Eu o matei com minhas próprias mãos, tirei sua vida quando ele estava apenas desejando o melhor pra sua filha. Eu me culpava por ama-la, por tê-la  trazido a minha vida, por ter feito indiretamente ela a fazer tudo que essa vida nos obriga a fazer, mas eu não suportaria vê-la com outro, logo não conseguia deixar que ela fosse embora. No desespero de informações, perdi o raciocino, o chão, o norte e o controle. Meti pra dentro todas as drogas que pude, ate que aquela sensação de aperto sumisse. Perdi o foco e só queria mais, apenas precisava demais. Não lembra exatamente como havia me comportado após ingerir tudo, mas pelo visto o resultado não havia sido muito bom, já que Lorena e meu pai me fitavam cobrando explicações, mas nada eu podia dizer além de uma coisa que jamais ouviriam de minha boca: eu sou um fraco.

- Ela te fez uma pergunta. - meu pai cortou meus pensamentos em um tom firme. - E eu estou bastante ansioso pela resposta também.

Me pus sentado na cama e respirei fundo. Apesar de tudo não gostava que me tratassem como um moleque, ainda mais meu pai que não tinha noção e nem interesse pela metade das coisas que aconteciam na minha casa. Não era uma boa hora pra mostrar o quanto eu estava destruído. Me sentir destruído soava como precisar de mais drogas.

- Eu estou na minha casa, eu faço o que eu quero. - falei grosso me levantando e senti tontura percebendo o quanto estava fraco, mas me forcei a ficar em pé.

- Não me interessa se essa é a sua casa. Eu pus você no mundo e não vou ficar vendo você fodendo a sua vida e a sua família. - gritou perdendo o controle enquanto Lorena me olhava piedosamente abraçando os próprios cotovelos.

O certo podia ser abaixar minha cabeça, mas meu orgulho me impedia que eu mirasse o chão. Nasci pra olhar para os outros com o queixo erguido.

- Eu não tenho que te dar satisfações. - respondi dando de ombros.

- Você estava desmaiado, Justin. Pó, ácido, heroína, bebida... tudo isso estava na mesa do seu escritório. Você deveria ter vergonha, pois me senti completamente envergonhado de mandar a empregada limpar aquilo. Onde você quer chegar? Você é um pai de família! - gritou.

- Eu nao tenho mais aonde chegar! – gritei colocando pra fora todo o peso que meu corpo estava suportando. - Creio que eu já estava no meu limite. E não venha falar de família pra mim que a nossa nunca representou nada pra você. Quando você decidiu ir e nos deixar, você simplesmente foi! Tudo isso começou com você.

- Quer me obrigar a acreditar que a sua atitude infantil é por causa de uma separação?

- Você não só abandonou sua mulher como abandonou seus filhos! Um pai de família que honra a merda que tem no meio das pernas não abandona suas crias. Eu nunca abandonei meus filhos. Você pode abrir minha lista e verificar meus erros, mas eu nunca fui tão covarde como você. - falei com escarnio sentindo o ódio me consumir.

Meu pai se aproximou esboçando sua raiva e empurrou meu corpo até que se chocasse a parede mais próxima.

- Você não sabe nada de mim, moleque! – disse com ódio.

- Você gosta muito de levantar meus defeitos, então não me faça ter que levantar os seus também. – falei entredentes me livrando de suas mãos.

- Justin... - ouvi a voz fraca da Lorena chamando minha atenção enquanto se metia entre nós dois para que eu cessasse aquilo.

Enquanto os olhos de meu pai estavam em brasa, percebi seu maxilar se enrijecendo, mas ele não tinha mais o que falar. Foram breves segundos ate ele virar as costas e ir embora. Ainda estava com raiva, parecia que meu sangue podia explodir em minhas veias. Pensamentos, confusões, mas o olhar da Lorena me travou. Eu estava arrependido por ela ter visto aquela cena. Ela mordia os lábios enquanto as lágrimas contornavam e molhavam sua bochecha. Os olhos marejados me mostrando dor. Caminhei lentamente ate sua direção e seus olhos me acompanharam. Parei a centímetros de seu corpo e levei uma mão ate seu queixo, mas no mesmo instante ela desviou o rosto fazendo com que minha mão tocasse o nada. Seus olhos se focaram em outra direção e aquele silêncio estava fazendo muito mais barulho do que se ela decidisse quebrar o quarto todo em cima de mim.

- Ei... - chamei fraco a vendo fechar os olhos e respirar fundo.

- Você fez de novo. - ela sussurrou voltando a me encarar.

- Eu fui na sua mãe, eu ouvi o que ela tinha pra me falar. Eu poderia acreditar ela que estava apenas jogando comigo se aquilo tudo não fizesse tanto sentido.

- Você se drogou, Justin! - falou entonando a voz e ignorando o que eu havia falado.

- Eu não tive escolha. – me justifiquei aumentando o tom de voz. - Fazer isso é melhor do que chorar feito um criança perdida.

- Chorar? Qual o problema em chorar? Você deve gostar já que é o que você tem me feito fazer mais nesses anos.

- Eu só te fiz de chorar? Só isso? Só essa merda que eu fiz? Eu não fui lá no Canada me humilhando pra você voltar pra mim, não ne?

- Você sempre quer voltar nesse assunto. - falou por entre um suspiro revirando os olhos.

- Eu só quero te mostrar que você também não é perfeita.

- Eu sei que eu não sou perfeita. Eu sou um ser humano e eu vou errar toda vez que tiver que aprender alguma coisa, mas eu não vou atrás do erro que nem você, Justin. Eu tenho dois filhos e eu prezo isso. Se eu fugi é porque eu achei que meus filhos mereciam mais do que isso que você chama de vida. Uma vida de mentiras, de omissões, de vícios, de tiro, de sangue, de medo. - falou fraca.

- Você está julgando a vida que levo? Me diga quem trouxe todo o meu passado de volta. Me diga!

- Eu, Justin! Eu trouxe todo o seu passado de volta, mas eu prometi estar do seu lado sempre. Mesmo que você tenha me deixado sozinha muitas vezes, ter me magoado e me tratado como lixo, eu estive aqui esperando você voltar ao normal. Eu não fui embora porque simplesmente quis.

- Você fugiu de mim, não da minha vida.

- Eu fugi de um pai que não seria bom pros meus filhos. Quer saber, o nosso passado tem que ser discutido. Mas você se drogou, Justin, mais uma vez você se drogou.

- Eu não sei se posso evitar. - falei começando a sentir o desespero tomar conta. - Toda vez que eu me sinto sufocado, eu não consigo falar. Eu não consigo reagir. Eu só penso em me drogar, me drogar e me drogar ate sentir meu corpo dormente. Ate sentir que estou em outro plano, em outra vida. Desse jeito a dor se afasta e eu sou foda de novo.

- Eu não vou me considerar nas coisas que são importante pra você, porque você sabe que você pode fazer o que quiser que eu vou continuar te amando. - disse e eu senti a dor na sua voz enquanto as lágrimas eram liberadas.

- Você importante pra mim. – a cortei segurando seu rosto.

 - Eu te acostumei mal, eu te perdoei, eu voltei, eu me calei. Mesmo humilhada, eu esquecia tudo e olhava em seus olhos pra encontrar o Justin que eu conheço. Eu não tenho valor, tudo que é fácil não tem valor e você me tem na hora que você quer. Eu sou apenas sua presa e você meu eterno predador. Mas eu sei que Charles e Alice são partes do que você ama nesse mundo, do que você considera, do que você dá valor. Então se você não quer discutir por uma guarda compartilhada, você vai ter que mudar.

- Você não vai se separar de mim. – falei firme desdenhando.

- E você se importa? Eu não estou dizendo que eu vou sumir como eu fiz, mas seria muito egoísmo meu fazer meus filhos serem surpreendidos por um pai desmaiado só porque o que eu sinto é algo que não morre. Só porque eu não consigo me imaginar numa vida feliz onde você não esteja ao meu lado.

- Então pronto, estamos resolvidos. Você não quer acabar com isso.

- Eu quero acabar, sim. Eu quero que você pense nos seus filhos. Me diz se te importa que eu vá embora, Justin. Você praticamente me obriga a desistir de você.

Você não vai sair dessa casa, você não vai tirar o meu nome do seu, você não, vai. - falei segurando seu rosto com força e empurrando seu corpo ate a parede mais próxima.

- Então muda. - falou firme olhando em meus olhos através das lágrimas que marejavam os seus. - Muda. Não por mim, mas por eles. Não tenta me enganar que faz tempo que você não faz ou que vai ser a ultima vez que você fez porque eu não vou acreditar.

- Por que você sempre pensa em me abandonar quando esta claro que é o momento que mais preciso de você?

- Porque se você não sabe ou ainda não aprendeu o que é perder o que realmente vale a pena, então eu tenho que te dar a prova.

- Eu estava nervoso. Você não se põe no meu lugar, Lorena? Você não conta as vidas que eu tirei, a culpa que eu carrego. Eu não quero que meus filhos sejam filhos de um cara com um passado como o meu.

- Você acha que me orgulho do homem que matei? Você acha que eu gosto de lembrar que tirei uma vida? Não, Justin. Mas uma vida que eu matei não pesa mais na minha consciência do que ter deixado meus filhos morrer por ser uma fraca. Eles terão orgulho de saber que você fez o que fez pra proteger sua família. Mas eles não teriam orgulho de ver você no estado que você estava naquele escritório. Você não entende a diferença? Se voce se perder, eu perco tudo. Se tudo esta bem finalmente, se todos os vilões foram vencidos, por que você prolongar a dor? Por que você quer se drogar?

- Por quê? Porque eu acabei de descobrir que eu só pude te amar, casar e ter filhos com você porque meu pior inimigo pagou o tratamento da sua doença. Talvez você nem estivesse viva, talvez eu nem pudesse enxergar seus olhos em algum momento da minha vida.

- Justin, isso não foi caridade. Ele queria meu pai, apenas isso. Assim como você, meu pai entrou nisso sabendo que poderia ser morto a qualquer momento. Lúcio não me manteve viva por amor, por compaixão. Ele queria o troco, ele queria o que vinha depois.

- Exato. Seu pai se fodeu por anos pra você te dar uma vida normal e então você se apaixonou por mim. - falei soltando um riso sem humor pela ironia. - Eu consigo entender ele, mesmo que eu não queira, mas ha uma voz na minha cabeça dizendo "e se fossem suas filhas? E se suas filhas se apaixonassem por um cara que nem você?" Eu iria interferir como ele fez, eu juro pra você que eu faria ate pior e eu o matei. Eu o julguei por algo que eu faria igual ou pior. Matei seu pai porque ele me tirou você, meus filhos. Ele me tirou um pouco de humano que existia dentro de mim. Eu poderia deixar você ser feliz mantendo meus filhos longe de mim, porque qualquer idiota sabe que essa é a melhor solução, mas eu seria apenas um corpo sem alma nesse mundo. Ele ajudou você a fugir e disse que ia me entregar. Eu viveria sem você e na cadeia? Não.

- Justin... - falou dolorosa.

- Escuta. Eu não sou o cara que Deus separou pra você, com certeza ele esta em algum lugar casado com outra mulher, fazendo uma família, chegando do trabalho as seis e sentando no chão da sala pra brincar com os filhos dele. Eu tive chances de mandar você ir embora, de não deixar você se apaixonar por mim, mas você acendeu um sentimento dentro de mim que me fez perceber que qualquer situação vale a pena pra estar com você. É corrosivo pra você e bom pra mim. Não é uma relação harmônica. Eu já bati, já te enforquei, já te ofendi porque eu tenho um monstro dentro de mim que você sabe domar.

- Então me prova. - falou rapidamente e em seguida mordeu o lábio. - Deixa o passado pra trás e me prova. Prova que eu sou a mulher da sua vida, prova que você se importa. Apenas me prove que eu sou alguma coisa pra você. Apenas me faça enxergar que você não precisa se drogar porque você tem a mim. Você vai ter que me perder de novo pra tomar jeito?

- Esse sou eu, Lorena. Se eu mudar, eu deixo de ser quem eu realmente e o homem que sou é louco por você.

- Drogas não são o que você é e meus filhos não terão um pai viciado.

- Eles não precisam saber o que eu faço pra me manter forte o suficiente pra eles. – dei de ombros.

- Chega! Eu vou pra casa da minha casa. - falou começando a limpar as lágrimas. -  Você vai ter o que tempo quiser pra pensar no que você realmente quer da sua vida. - concluiu começando a andar pelo quarto.

- Você não vai sair daqui. - segurei seu braço sendo um pouco rude e me arrependi em seguida.

- Eu vou. - falou firme, sem ser grossa. - Mas eu posso voltar, mas só vá atrás quando estiver pronto pra ter uma família. - concluiu olhando profundamente em meus olhos.

- Eu já estou pronto. - me apressei em dizer.

- Não, você não está. – rebateu em tom firme

- A gente pode resolver de outro jeito. As crianças não estão ai, se você quiser brigar até de madrugada, a gente faz, mas você não vai embora.

- Foram muitas informações hoje, não? Talvez você precise de um tempo pra pensar.

- Eu tenho muitas duvidas, mas nenhuma delas inclui o meu sentimento por você.

- Então me deixe ir e me faça voltar. Nós precisamos desse tempo.

- Já tivemos tempo demais. - gritei.

- Que pelo visto não foram suficientes pra você escolher o que é importante pra você. – gritou de volta me deixando puto.

- Você quer ir, não é? Você quer ir ficar com a tua mãe? Vai, Lorena. Vai! Eu não vou te buscar, eu não vou mais me humilhar por você. Se você quiser voltar, volta. Porque eu sou idiota o suficiente pra abrir minhas portas pra você mesmo tendo te roubado do altar pra casar com outro cara. Se você quiser ficar você fica, se você quer ir pra casa da sua mãe, vai. Mas não diga que só você se humilha, porque eu nunca deixei ninguém substituir você como você fez comigo. Então, vai. Mas você não vai tirar os meus filhos de mim.

- Eu nunca substituí você. Eu continuava te amando mesmo que isso fosse loucura. Eu nunca te trai quando estávamos juntos, eu nunca coloquei o seu amor a prova. O meu maior erro foi aceitar você do jeito que você é.

- Agora que você viu que eu não sou o que você quer? – perguntei irônico.

- Não, mas agora eu vi que o homem que não aceita abaixar a cabeça pra ninguém, aceita abaixar pra cheirar sua droga e pra mim isso é muito mais humilhante. - falou fazendo minhas palavras se calarem.

A olhei querendo apenas que ela desistisse de me deixar sem ela. Eu não tinha o que pensar, eu a queria comigo e isso não era algo a ser avaliado ou testado. Lorena andou pegando sua bolsa e antes de sair do quarto me olhou como se esperasse uma ultima palavra minha, mas talvez fosse melhor um tempo pra por as coisas no lugar. Ela se virou e saiu pela porta estalando seu salto no chão completamente desapontada. Sentei na cama passando a mão pelo cabelo e respirando fundo. Todo casal tem crises, precisam de espaço, mas meu medo sempre era que ela percebesse que era muito mais inteligente viver uma vida sem mim.

POV Lorena

3 dias depois.

Sentia sua falta. não achava e nem esperava que fosse uma separação pra sempre. Precisávamos de tempo pra por as coisas em seu lugar e não dava pra ser daquele jeito. Por mais que eu amasse Justin, eu tinha que pensar em meus filhos. Nunca havia lidado com drogas em toda minha vida, não havia familiares que se drogassem. Mesmo descobrindo que meus pai havia trabalhado para o Lucio, não me recordava de alguma vez que havia pego ele fazendo algo do tipo. Não era certo, não era uma boa influencia e exemplo para meus filhos e Justin tinha que descobrir qual era sua prioridade. Meu peito apertava 24 horas por dia. Ele não me ligava, não aparecia lá conforme eu esperava que ele fizesse e eu também me forçava a não me render e pegar o telefone. Ele precisava saber o que ele queria mesmo que eu estivesse forçando aquela decisão.

Minha maior surpresa ao chegar à casa da minha mãe, foi perceber que ela estava livre. Aquilo despertou em mim que Justin era uma pessoa cheia de sentimentos bons, mesmo que ele quisesse esconder. Não havia mais seguranças na casa, a linha de telefone estava normal e ela estava feliz. Conversávamos sobre minha relação com ele com naturalidade. Era ate estranha vê-la defendendo-o do meu orgulho. Eu sei que esse tempo todo ele teve que ser forte e se manter forte não é algo fácil quando se esta rodeado de situações perigosas. Eu sabia que diversas vezes a droga foi o seu refúgio, mas eu também sabia que era a ultima solução e eu tinha que ajudar a perceber, mesmo que fosse o causando dor e solidão.

 No dia seguinte as crianças chegariam com a Pattie e esperava do fundo do meu coração que ele me fizesse voltar pra casa e sentir orgulho do homem que eu sabia que ele era.

- Bom, filha, eu vou dormir. - minha mãe disse com voz de sono levantando no meio do filme.

- Eu também já vou, só quero deixar o sono vir mais forte senão fico na cama pensando bobagens e não durmo. - dei de ombros fazendo-a sorrir.

- Sendo assim, boa noite. - falou saindo da sala.

- Boa noite. - falei me ajeitando confortavelmente no sofá.

A luz estava apagada e o ambiente estava sendo iluminado pela luz na TV. Bocejei e por alguns minutos me foquei no filme ate ouvir um barulho suspeito vindo da cozinha. Fiquei atenta virando minha cabeça pra trás esperando ouvir algo mais uma vez, e então escutei os passos lentos.

- Mae? - me levantei em súbito com meu corpo em tensão. - Mae, é voce? - perguntei mais uma vez começando a andar para a cozinha.

O breu não me deixava enxergar e confesso que senti o frio na espinha demonstrando meu medo. Caminhava lentamente em completa tensão quando subitamente  senti minha cintura ser agarrada por trás levemente enquanto o meu corpo se chocava ao seu e sua respiração tocou meu pescoço me arrepiando.

- Volta pra mim. - Justin sussurrou em meu ouvido.

4 CAPÍTULOS PARA O FIM DE DESTINO OCULTO.